Pré-Eclâmpsia, DMG e Gemelar Flashcards
Pré- Eclâmpsia
*Aferição sentada em repouso ou em decúbito lateral esquerdo
- PA ≥ 140 x90 mmHg + Proteinúria ≥300 mg/dia (ou ≥1 + em amostra isolada na fita ou proteína/ creatinina > 0,3)
- Padrão-ouro é a
proteinúria/dia e o pior é o exame na fita - Hipertensão APÓS 20 semanas de IG previamente normotensa
- Multissistêmica, idiopática, específica da gravidez/ puerpério → distúrbio placentário
- 75% ocorre em nulíparas
- Maioria dos casos ocorre em extremos reprodutivos <18 anos e >40 anos
Classificação dos distúrbios hipertensivos da gravidez
- Hipertensão induzida pela gravidez: Hipertensão gestacional (transitória), pré-eclâmpsia e eclâmpsia
- Hipertensão agravada pela gravidez: pré-eclâmpsia sobreposta
- Importante causa de morbimortalidade perinatal
- Principal causa de morte materna no BR (30% das mortes diretas)
- Forma leve da pré-eclâmpsia é mais frequentes (75%)
Pode ter Pré-Eclâmpsia SEM proteinúria…
- Hipertensão > 20 semanas + um critério abaixo:
- Plaquetopenia (<100.000) ou
- Cr >1,1, ou
- EAP ou
- ↑ 2x transaminases ou
- Sintomas cerebrais ou visuais
Eclâmpsia
- É indistinguíveis eletroencefalograficamente de outras causas de crises tônico-clônicas
- Raramente ficam em coma
- É comum bradicardia fetal por 3-5’ após convulsão (hipóxia e hipercapnia materna) e não requer parto de emergência
- Pré-Eclâmpsia + CRISES CONVULSIVAS
- Geralmente tônico-clônica generalizadas e podem aparecer antes**, durante ou após o parto (até 10º dia)
- Geralmente autolimitadas (2-3’)
- Precedidas por cefaleia, alt. visuais, epigastralgia dor em QSD
- Pode ter como causas: vasoespasmo cerebral c/ isquemia, encefalopatia hipertensiva, edema vasogênico e dano endotelial
Hipertensão Gestacional (ou Transitória)
- Geralmente leve e início no final da gestação SEM proteinúria e outros sinais de pré-eclâmpsia
- PA ≥ 140 x90 mmHg após 20 semanas sem critério p/ pré-eclâmpsia e que melhora no puerpério
- Retorno em 12 semanas de puerpério e recorre em 80% nas próximas gestações
- 15-25% pode desenvolver ptnúria (pré-eclâmpsia)
Hipertensão Agravada pela Gravidez (Pré-Eclâmpsia Sobreposta)
- HAS essencial crônica preexistente + Pré-Eclâmpsia
- Pior prognóstico materno-fetal
- Início mais precoce, agressivo e c/ RCIU
- Calciúria > 100 mg/24h fala a favor de HAS crônica
- Persiste no pós-parto, dças ateroscleróticas associadas, >35 anos e multigestas e pode ocorrer em <20 sem.
Hipertensão Arterial Cronica
- PA ≥ 140x90 antes do início da gestação ou com <20 semanas
- Não associada a edema e ptnúria (exceto se DRC) e persiste após 12 semanas pós-parto
- Fisiologicamente a PA ↓ no 2º T por relaxamento vascular
Fatores de risco para Pré-Eclâmpsia
*Multiparidade não é FR
- Primiparidade*
- Gravidez múltipla e gestação molar
- Dça vascular hipertensiva crônica
- DM, DRC, colagenoses, trombofilias, obesidade
- Hidropsia fetal
- Extremos de vida reprodutiva (>35 anos ou adolescentes)
- PRÉ-ECLÂMPSIA ANTERIOR: principal p/ prevenção
- Hx familiar
- Longo intervalo interpartal
- Negras
- Isoimunização Rh
Etiologias e Terorias da Pré-Eclâmpsia
- Ausêncai da 2ª onda de invasão trofoblástica (2ºT): artérias placentárias não são convertidas em vasos de ↓ resistência
- Má adaptação imune: perda tolerância (rejeição) materna aos antígenos paternos (sistema HLA)
- Ativação endotelial: ↑ TNF-a, TXA2 citocinas e interleucinas (estresse oxidativo) c/ ↓ óxido nítrico, PGI2 (vasodilatadores) = espasmo arteriolar sistêmico
- Suscetibilidade genética: hx familiar
Teoria da Placentação Anormal
- Placenta se desenvolve 1º dos trofoblastos e se diferencia em sinciotrofoblasto (trocas materno-fetais e produção hormonal) e citotrofoblasto (invasão pela decídua e das artérias espiraladas)
- A invasão leva alargamento do diâmetro d vaso de 4-6x e ↑ fluxo sanguíneo p/ feto
- Na pré-eclâmpsia, a invasão trofoblástica e remodelamento das artérias espiraladas é deficiente em <50% do fisiológico → isquemia placentária
Teoria da Placentação Anormal
- A migração trofoblástica ocorre em 2 onda, no 1º T (destruição da capa musculoelástica das a. espiraladas) e 2º T (entre 16-18ªsem segmento miometrial c/ vasos de baixa resistência)
- Hipoperfusão é pior na progressão da gestação
- Endotélio lesado faz ↑ coagulação/FIBRINA (e permeabilidade vascular) e ↓ vasopressores = Espasmo arteriolar placentário e sistêmico (risco de CIVD)
Fisiopatologia da Pré-Eclâmpsia
- Distúrbio endotelial no controle do tônus vascular c/ ↑ Tromboxane e ↓ Prostaciclinas = HAS (agregação plaquetária)
- ↑ Permeabilidade: edema e ptnúria
- Expressão endotelial anormal de pró-coagulantes: Coagulopatia
- Isquemia em cérebro, fígado, rins e placenta
- Edema é ocasiodado pela glomeruloendoteliose que gera hipoalbuminemia e perda de líquido p/ espaço extravascular
Alterações Sistêmica na Pré-Eclâmpsia
- RIM: Endoteliose capilar glomerular difusa (não é patognomônico, mas é característico) → ptnúria não seletiva
- CDV: miocárdio hiperdinâmico, hemoconcentração, vasoespasmo e hiperreatividade
- Fígado: ↑ TGO e HELLP
- Sangue: trombocitopenia (e microtrombos)
- Convulsão: excesso neurotransmissores excitatórios (glutamato) e potenciais de ação; despolarização maciça → hemorragia cerebral
Diagnóstico de Pré-Eclâmpsia
- PA ≥ 140x90 mmHg + Proteinúria ≥ 300 mg/24 ou 1+ em fita ou Proteína/ Cr >0,3 (edema generalizado não é essencial p/ dx)
- Proteinúria é não seletiva, costuma ser tardia pois depende da lesão histológica glomerular p/ se manifestar
- 20% dos pctes não terá proteinúria (não sendo obrigatório se tiver sinais de pré-eclâmpsia)
Pré-Eclâmpsia LEVE
- Hipertensão (PA ≥ 140x90 mas <160x110) e proteinúria, E SEM SINAIS DE GRAVIDADE (s/ LOAs)
- Não necessita internato, pode acompanhar ambulatorial e não precisa fazer uso de anti-hipertensivo
Pré-Eclâmpsia GRAVE
- PA deve ter 2 medidas espaçadas em 4h
- Alguns autores consideram ác. úrico >6 mg/dl
- PAS ≥ 160 OU PAD ≥110; ou
- EAP ou oliguria (<25 ml/h ou <400 ml/24h) ou Cr ≥ 1,3 mg/dl; ou
- Sd. Hellp: hemólise (An. hemolítica microangiopática c/ esquizócitos ou BT ≥1,2 às custas de BI ou LDL > 600 UI/L) + AST ≥ 70 + Trombocitopenia <100.000
- Iminência de eclâmpsia: cefaleia, torpor, escotomas, amaurose, diplopias, dor epigástricasr (em barra de Chaussier) e reflexos tendinosos aumentados*
- AVC
Eminência de Eclâmpsia
- Distúrbios cerebrais: cefaleia frontoccipital e pouco responsiva a analgésicos, topor e obnulação
- Distúrbios visuais: turva, escotomas, diplopia, amaurose
- Dor epigástrica (em barra de Chaussier) ou no QSD (isquemia hepa´tica ou distnesão)
- Reflexos tendinosos profundo exaltados
Síndrome de Hellp
- Pré-eclâmpsia grave (não é exclusiva da eclâmpsia)
- Descrita por Louis Weinstein (1982)
- 15-20% das pctes não tem antecedentes de hipertensão ou ptnúria
- Ocorre em 10-20% c/ pré-eclâmpsia grave
- Brancas, multíparas e >35 anos
- Em 30% se expressa ou progride após o parto
- A incidência nos quadro de eclâmpsia é de 11%
- Ocorre mortalidade materna em até 24% dos casos
Síndrome de Hellp
*Hemolisys, Elevated Liver e Low Platelet
- Hemólise: anemia hemolítica microangiopática (LDH >600 ou Esquizócitos ou BT≥ 1,2 às custas de BI ou haptoglobina <25 mg/dl) + AST >70+ Trombocitopenia <100.000
- Dor QSD ou epigástrica (80%), piora do edema/peso, HAS, Ptnúria, náusea/vômito, cefaleia, alterações visuais e icterícia
Predição da Pré-Eclâmpsia
*Não existe um marcador específico p/ pré-eclâmpsia
- Ganho de peso excessivo
- Elevação da PAD
- Maioria assintomática
- Teste da Hipotensão Supina: + se PAD eleva-se >20 mmHg ao mudar de decúbito lateral p/ dorsal
- Fundo de olho: espasmo arteriolar
- Dopplerfluxometria: persistência da incisura da artéria uterina bilateral protodiastólica >26 semanas
Conduta na Pré-Eclâmpsia Leve
- Fluxo reduzido em <50% do normal
- Não faz anti-hipertensivo
- Tto definitivo: interrupção da gestação
- Casos leve (<160 x 110 mmHg): conservadora (ambulatorial) até que feto atinja 37 semanas (termo)
- Repouso e restrição ingestão de sódio não é comprovada benefício no controle da PA
- Anti-hipertensivo: não altera curso da pré-eclâmpsia, não previne evolução p/ eclâmpsia e não reduz morbimortalida perinatal. Pode piorar fluxo uteroplacentário e ↑ RCIU → Não é indicado p/ casos leve ou hipertensão gestacional
- Não faz sulfato de Mg: por ↓ risco de eclâmpsia na forma leve
- Corticoide p/ maturação pulmonar fetal deve ser considerada
Avaliação do bem-estar materno e fetal
- Materno: ganho ponderal, PA, hemograma e plaquetas, Ur, Cr e ác úrico, transaminases e LDH, EAS e ptnúria 24h
- Fetal: mobilograma/ mvtos fetais, rastreio RCIU, cardiotocografia (semanal 30-32 sem) e USG perfil biofísico fetal
Pré-Eclâmpsia grave ou Eclâmpsia
*Risco de deterioração repentina
- Internação imediada
- Estabilizar sempre antes de realizar o parto
- Considerar interrupção em IG ≥ 34 sem
- Abaixo de <34 sem avaliar bem estar fetal p/ uso de corticoide e caso piore realizar o parto.
Sulfato de Magnésio heptahidratado
- Superior a fenitoína, diazepam e nimodipina
- Prevenção em TODAS pré-eclâmpsias graves e eclâmpsia
- Medicação de escolha para prevenir ou controlar as convulsões
- Não tem ação anti-hipertensiva
- Terapia anticonvulsivante NÃO previne progressão da doença
- Só deve ser utilizada em casos GRAVES e manter por 24h após parto
- Ação por vasodilatação seletiva da vascularização cerebral, protegendo céls endoteliais de danos por radicais livres
- Prevenção da entrada de cálcio (BCC) nas céls isquêmicas, inibindo agregação plaquetária e antagonismo c/ glutamato (epileptogênica)