Prova Flashcards
Defina fratura, luxação e entorse
Fratura-> perda da continuidade óssea
Luxação-> perda da congruência articular
Entorse-> perda momentânea da congruência articular
Defina epífise, metáfise, placa epifisária e diáfise
A epífise é a porção do osso com centro de ossificação separado, inicialmente separado do resto do osso por uma camada de cartilagem, se localizando nas extremidades.
A metáfise é a região de crescimento do osso, que fica entre a epífise e a diáfise.
A placa epifisária é o nome da camada de cartilagem que fica na metáfise, responsável pelo crescimento do osso.
E a diáfise é o corpo do osso
Qual a região mais vascularizada do osso? Quais os efeitos disso?
A metáfise é a região mais vascularizada do osso e, devido a isso, é o local mais propenso a ocorrer osteomielite hematogenica e o local de maior sangramento em caso de fraturas. Entretanto, também apresenta consolidação óssea mais rápida devido a esse aporte sanguíneo
Como as fraturas podem ser classificadas?
As fraturas podem ser classificadas em fechadas ou expostas (quando há exposição do hematoma fraturario ao meio externo); simples (em dois fragmentos), cominutivas (em mais de dois fragmentos), ou segmentares (com duas linhas de fratura, separando o osso em 3); desviadas ou não (dependendo do alinhamento dos fragmentos, podendo os desvios ser angulares, rotacionais ou cavalgados); traumáticas, por estresse (quando a repetição de forças gera pequenas fraturas em um osso), ou patológicas (quando a fratura ocorre em um osso previamente doente, como por tumor); completas ou incompletas (quando só uma cortical se rompe); e quanto à localização da fratura (epifisária, metafisaria, diafisaria)
Como é a fratura em galho verde? Por que ocorre?
Devido a pouca mineralização da cortical do osso das crianças, por vezes esse osso pode quebrar como um galho verde, quebrando apenas uma cortical (fratura incompleta) enquanto a outra apenas “amassa”
O que é diástase?
É a separação entre os fragmentos de uma fratura
Como ocorre a consolidação das fraturas?
A consolidação ocorre através de 4 fases
1-> Fase inflamatória, do hematoma ou hemorrágica: nessa fase ocorre o sangramento causado pela fratura e então a formação do hematoma fraturário, que é seguido por inflamação local que irá remover o tecido necrótico. Essa fase dura em torno de 2 semanas
2-> Calo mole: A partir da 2 semana, se inicia a formação de um tecido cartilaginoso, que irá começar a unir os fragmentos da fratura. Esse tecido ainda não é visualizado no RX e não possui a resistência do tecido ósseo. Essa fase dura de 4 a 6 semanas
3-> Calo duro-> A partir da 4-6 semana, começa a surgir um tecido calcificado e rígido no lugar do calo mole, dando início ao processo de formação óssea no foco da fratura. Essa fase dura em torno de 4 meses e o calo duro já pode ser visualizado no RX
4-> Remodelação óssea-> Nessa fase, o osso irá passar por maturação, para que se torne uma estrutura compacta e eficiente funcionalmente, com resistência igual a que possuía antes da fratura. Esse processo pode durar até 2 anos
Em que período o osso está mais propenso a refraturas?
Dentro de 6 meses após a fratura, o osso estará mais propenso a sofrer refratura, principalmente em crianças e adolescentes, já que a matriz óssea nesse período estará pouco maturada
Como as fraturas se apresentam clinicamente?
Através de dor, edema, equimose, crepitação e impotência funcional, normalmente em pacientes com história de trauma recente. As fraturas não desviadas muitas vezes não apresentam muita alteração clínica, sendo observadas apenas pelo exame de imagem
Por que realizar exame vascular em pacientes com fraturas?
Pois as fraturas podem lesar artérias adjacentes, sendo necessário sempre investigar isquemia distal à lesão
Como é feita a abordagem inicial de pacientes com suspeita de fraturas?
No caso de pacientes politraumatizados, o socorro sempre deve começar pelo ABCDE do trauma feito pela equipe de resgate. Essa equipe deve também providenciar talas de imobilização provisórias para transporte do paciente. Em casos de fraturas expostas ou lesões vasculares, o paciente deve ser diretamente destinado ao centro cirúrgico. Já nos demais casos, é feito o exame físico e solicitado o RX em AP e Perfil
O que é reduzir uma fratura? Por que isso precisa ser feito?
Reduzir nada mais é que realinhar a fratura, sendo que isso é feito porque, caso contrário, ocorre instabilidade musculoesquelética
Qual a abordagem definitiva para o tratamento de fraturas?
A abordagem definitiva visa amenizar a dor, reduzindo a fratura, imobilizando e restaurando a funcionalidade
Quando deve ser feita a redução da fratura?
Sempre, o mais rápido possível (até 4-6 horas), já que caso contrário a matriz óssea com medula óssea amarela estará exposta e pode gerar uma embolia gordurosa caso a gordura chegue à circulação
Como as fraturas articulares e diafisárias (extra-articulares) se comportam em relação ao desvio?
Cada osso possui diferentes classificações para as suas fraturas, para determinar a conduta diante delas e se são cirúrgicas ou não. Entretanto, de forma geral, fraturas diafisárias aceitam leves desvios, enquanto que fraturas intra-articulares demandam redução anatômica (alinhamento perfeito), pois caso contrário pode ocorrer osteoartrose ou perda da função articular
Qual a diferença da redução aberta para a fechada?
Redução aberta nada mais é que aquela feita no centro cirúrgico através de incisões, como o nome diz. Essa redução é realizada principalmente no caso de fraturas cominutivas, muito desviadas ou articulares. Já a redução fechada é realizada através de anestesia, estabilização do osso feita por um auxiliar, manobra de redução, imobilização e rx de controle
Como é feita a redução de fraturas do rádio distal?
Através de tração axial sobre o punho (segurando os dedos da mão) com contra-tração, seguida de aumento da deformidade pelo médico e então correção da deformidade
Quais cuidados devem ser tomados com a imobilização gessada?
Evitar isquemia de extremidades e úlceras de pressão, evitando imobilizações excessivamente apertadas, mobilizando os dedos e, se possível, deixando a imobilização elevada (efeito gravitacional)
Que tipos de imobilização podem ser feitas?
No caso dos tratamentos conservadores, é feita imobilização gessada, enquanto que nos casos cirúrgicos pode ser feita fixação interna com placas e parafusos ou externa com pinos e barras (fixador externo)
Quais são as possíveis complicações das fraturas?
Lesão vascular, Osteomielite, Artrite Séptica, Síndrome compartimental, Osteonecrose (Necrose avascular), Embolia gordurosa, TVP/TEP, Consolidação viciosa, Pseudoartrose
Em que tipo de lesão a lesão vascular é mais comum no trauma ortopédico? Como essa lesão se apresenta na clínica? Qual a abordagem imediata para o tratamento desses casos?
As lesões vasculares são mais comuns no trauma ortopédico após luxações, ocorrendo raramente em decorrência de fraturas. Clinicamente, se apresentam com sinais de isquemia, como ausência de pulso e cianose. A abordagem imediata deve ser a realização de cirurgia aberta de emergência
Quais os sinais e sintomas da Osteomielite e da Artrite Séptica? Como é o tratamento em geral para estas patologias? Qual o efeito delas sobre fraturas?
Essas patologias cursam em geral com dor local, febre, VHS aumentado, leucocitose, presença de pus (podendo haver meio de entrada com fístula cutânea) e, no caso da artrite séptica, há bloqueio mecânico articular devido à distensão da cápsula articular preenchida por pus. Radiologicamente, é possível ver sequestro ósseo e reação periosteal, que se apresentam como uma área de osso morto hiperdensa, rodeada por área de reabsorção óssea hipodensa. Em geral, o tratamento envolve antibioticoterapia venosa de longo prazo, normalmente associada a cirurgia, sendo feita a punção articular no caso da artrite séptica. As infecções no osso associadas às fraturas dificultam o processo de consolidação
Quais critérios diferenciam artrite séptica de sinovite transitória?
Os critérios de Kocher diferenciam artrite séptica de sinovite transitória, confirmando o diagnóstico de artrite séptica. Eles são: VHS>40; Febre>38,5; Leucocitose>12000; Incapacidade de sustentar o peso sobre o membro afetado. A partir de 2 critérios estando positivos, há 40% de chance de ser artrite séptica, sendo 93% de chance com 3 critérios e 99% com os 4 critérios