FRATURA DO PLATÔ TIBIAL Flashcards
O que é a fratura do platô tibial?
É a fratura da superfície articular do terço proximal da tíbia, definido pelo quadrado de Heim
Quais as diferenças anatômicas entre os platôs tibiais medial e lateral?
Apesar de haverem variações, em geral o platô medial é côncavo, enquanto o lateral é mais plano ou até mesmo convexo. Também, o platô lateral é mais arredondado, enquanto o medial é mais alongado. Ainda, o platô tibial lateral costuma ser 2 a 3mm mais alto
O que é o Slope?
É a inclinação posterior da tíbia, que pode ser menor no platô lateral
Como é formada a congruência femorotibial se não é uma estrutura exata côncavo-convexa?
A congruência femorotibial é dada pelos meniscos
Como é a cobertura meniscal sobre os platôs tibiais medial e lateral?
O menisco lateral cobre 50% do platô na área de carga, enquanto o menisco medial cobre o platô medial principalmente na sua região posterior e nas periferias
Qual a incidência das fraturas do platô tibial? E em idosos, qual é?
Em adultos, a fratura do platô tibial representa 1% das fraturas, enquanto que no idoso a incidência chega a 8% das fraturas
Como é a distribuição epidemiológica da fratura do platô tibial?
A fratura do platô tibial apresenta distribuição bimodal, acometendo principalmente jovens, homens, em traumas de alta energia e idosos, sobretudo mulheres em traumas de baixa energia. As fraturas por traumas de baixa energia normalmente estão relacionadas a osso osteoporótico
Qual a distribuição da prevalência das fraturas do platô tibial de acordo com o côndilo afetado?
55 a 70% das fraturas do platô tibial ocorrem no côndilo lateral, enquanto 10 a 25% ocorrem no côndilo medial e 10 a 30% são bicondilares
A fratura de que côndilo do platô tibial está associado a traumas de alta energia?
As fraturas do platô tibial medial e as bicondilares frequentemente estão associadas a traumas de alta energia
Quais os mecanismos da lesão na fratura do platô tibial? Qual o mais comum?
Em geral, a fratura do platô tibial pode ocorrer por trauma em valgo, que gera tipicamente fratura da porção lateral, ou em varo, que gera fratura da região medial. Isso pode ser associado ou não a flexão, que ocasiona fratura da região posterior, ou extensão, que leva a fratura da porção anterior. Pode ou não ocorrer carga axial associada. O mecanismo mais comum é o estresse em valgo com fratura da região lateral
Em geral, que estrutura gera o afundamento da tíbia?
O côndilo femoral costuma ser o responsável pelo afundamento da tíbia, em geral quando ocorre trauma axial
Qual padrão de fratura do platô tibial costuma se apresentar em idosos e em jovens?
Em jovens, as fraturas costumam ser por cisalhamento, enquanto nos idosos as fraturas podem muitas vezes ser apenas afundamentos
Que mecanismo diferente do mais comum é muito comum nas fraturas do platô tibial por trauma de alta energia?
Em fraturas por trauma de alta energia, pode haver associação de mecanismo com estresse em varo e trauma axial
Em que região costumam ocorrer as fraturas do platô tibial medial?
Na região póstero medial
Que outras lesões podem comumente estar associadas às fraturas do platô tibial?
As lesões meniscais estão associadas às fraturas do platô tibial em 80% dos casos, sendo 91% das vezes no menisco lateral. 90% das fraturas do platô tibial tem alguma lesão de partes moles associada, podendo nesse caso ser até mesmo edema. Ainda, 40% dos casos terão lesão ligamentar conjunta e 1 a 3% dos casos apresentam fratura exposta. É possível que haja ainda luxação do joelho associada, podendo configurar uma luxação KD5
Qual o principal fator de bom prognóstico no tratamento da fratura do platô tibial?
A presença do menisco saudável é um fator protetivo em relação ao desenvolvimento de osteoartrose pós fratura do platô tibial e é o principal fator de bom prognóstico
Além das radiografias em AP e Perfil, quais outros exames de imagem podem auxiliar na conduta das fraturas do platô tibial?
As radiografias do joelho com incidência oblíqua ou com rotações interna ou externa são úteis para ajudar o diagnóstico das fraturas do platô tibial, podendo também ser usadas para avaliar a redução no intra operatório. Além disso, a tomografia do joelho é fundamental para total compreensão da geometria das fraturas do platô tibial, o que é necessário no planejamento cirúrgico
Como é realizada a classificação de Schatzker para fraturas do platô tibial? Como funciona essa classificação e qual é seu intuito?
A classificação de Schatzker para fraturas do platô tibial foi formada a partir de experiência do cirurgião e tem o intuito de abarcar a grande maioria das fraturas do platô tibial, apesar de não incluir todas e nem se dizer incluir. Também não há progressão de gravidade entre os tipos, tendo na verdade o objetivo maior de dividir as fraturas mais simples, que só envolvem o platô lateral, daquelas mais complexas, de mais alta energia e que costumam envolver a luxação do joelho.
Assim, o tipo 1 de Schatzker é o cisalhamento do platô lateral; o tipo 2 é o cisalhamento com afundamento central do platô lateral; e o tipo 3 é o afundamento central isolado do platô lateral, sendo esses 3 tipos os referentes ao platô lateral. Já os outros 3 tipos se referem a fraturas que costumam envolver a luxação do joelho, sendo o tipo 4 a fratura do platô medial, o tipo 5 a fratura bicondilar e o tipo 6 a fratura do platô tibial com dissociação metáfise-diafisária
Qual tipo de Schatzker é tido como o mais grave de todos e qual é tido como o menos grave?
Em geral, o tipo 4 é o mais grave de todos, enquanto o tipo 3, com afundamento central isolado, que é típico do idoso, é tido como o menos grave de todos
Por que o tipo 2 de Schatzker pode ser mais grave que o tipo 5?
Porque o tipo 2 envolve traumas de alta energia, normalmente com estresse em valgo, enquanto o tipo 5 está mais relacionado a traumas axiais sem varo ou valgo. A associação de varo ou valgo ao trauma é de grande influência porque costuma gerar lesão dos ligamentos ou meniscos, que são fatores importantes do prognóstico da doença
Quais os riscos associados ao tipo 6 de Schatzker?
O tipo 6 de Schatzker está mais associado a grandes lesões e sofrimento de partes moles, tendo alto risco de síndrome compartimental e sendo mais difícil de tratar