OSTEOCONDRITE DISSECANTE E MENISCO DISCÓIDE Flashcards
Como também é chamada a Osteocondrite Dissecante?
Doença de Koenig
O que é a Osteocondrite Dissecante do Joelho?
A Osteocondrite Dissecante do Joelho é uma lesão localizada na face articular do joelho com separação de um fragmento de cartilagem hialina e osso subcondral subjacente, juntos, de um leito viável (vivo)
Qual a diferença da OCD para a Osteonecrose do joelho?
No caso da OCD, o fragmento sai de um leito que ainda está viável, enquanto na osteonecrose do joelho há necrose, ou seja, o leito não será viável
Quais são os fatores causadores da OCD?
A OCD pode ser causada por fatores como trauma, isquemia, defeitos genéticos (há correlação familiar) ou defeitos de ossificação, sendo esse último mais um diagnóstico diferencial que um fator causador em si
Quais são os principais sítios da OCD?
A OCD tem como sítio típico a parede lateral do côndilo medial, onde ocorre em 75% dos casos. Em seguida, o sítio típico extendido na face articular do côndilo medial corresponde a 10% dos casos e o sítio alternativo na face articular do côndilo lateral corresponde a outros 10%
Onde de fato é a lesão da OCD?
A lesão da OCD ocorre no osso subcondral, sendo em geral normal a cartilagem articular, ao menos no início da doença
Em que sexo mais ocorre a OCD? Qual a exceção disso?
A OCD ocorre mais em homens, entretanto em mulheres com alto volume de atividades físicas esse número é quase igualado
Quais os dois tipos de OCD?
OCD juvenil e OCD do adulto
Quais as diferenças entre a OCD juvenil e a OCD do adulto?
A OCD juvenil ocorre em pacientes com fise aberta, tendo melhor prognóstico e conseguindo cicatrizar com tratamento conservador em 50% dos casos, o que aumenta quanto mais novo for o paciente. Já a OCD do adulto ocorre em paciente com a fise fechada, sendo que em geral se acredita que a OCD do adulto é nada mais que o ressurgimento de uma OCD juvenil. Ou seja, nos pacientes com OCD do adulto se acredita que eles já tenham apresentado OCD juvenil, mas que não foi diagnosticada e cicatrizou, tendo então reaparecido na fase adulta. Esse ressurgimento gera o nome da OCD do adulto de OCD de novo, podendo estar associado com aumento das atividades físicas. Em geral, a OCD do adulto ocorre no fim da adolescência ou em adultos jovens e a OCD do adulto nunca consolida de forma conservadora, sendo sempre cirúrgico
Qual a apresentação clínica da OCD?
O paciente da OCD pode ser assintomático ou apresentar sintomas inespecíficos como dor, edema, crepitação e falseio. Muitas vezes, está presente o sinal de Wilson, que corresponde à marcha do paciente em rotação externa
Que manobra pode auxiliar no diagnóstico da OCD e como é feita?
A Manobra de Wilson é capaz de auxiliar no diagnóstico da OCD. Para fazer a manobra, se inicia com o membro inferior do paciente extendido. É feita então rotação interna da perna e se inicia a flexão do joelho, com o paciente se queixando de dor que costuma se tornar insuportável aos 30 graus de flexão. Nesse momento de dor, é feita rotação externa da perna, sendo que caso a dor alivie dessa forma a manobra é positiva para lesão
Quais exames de imagem podem auxiliar o diagnóstico da OCD? Quais incidências de RX são utilizadas?
A OCD pode ser visualizada em RX, sendo solicitadas as incidências AP e Perfil tradicionais, além do Tunnel View, que é capaz de expor o sítio clássico da doença. Além disso, podem ser utilizadas a Cintilografia Óssea e a Ressonância Magnética
O que pode ser observado na cintilografia da OCD? Qual a importância do exame?
A Cintilografia é um exame de imagem capaz de mostrar o processo inflamatório da OCD. A partir desse exame, é possível quantificar o grau de hipercaptação e graduar a doença
O que a Ressonância Magnética pode mostrar em pacientes com OCD?
Em pacientes com OCD, a Ressonância Magnética é capaz de apresentar a ruptura da cartilagem, além de mostrar o processo inflamatório através de um halo de hipersinal
Que condições fazem diagnóstico diferencial com OCD? Como é feita a diferenciação?
Menisco discóide e núcleos de ossificação anômalos são condições que podem fazer diagnóstico diferencial com OCD. O MD é uma condição onde pode haver clínica semelhante, mas haverá diferença nas imagens em relação à OCD. Já os núcleos de ossificação anômalos, normalmente o posterior, passam por diagnóstico diferencial com a OCD por terem imagens semelhantes, entretando no caso dos defeitos de ossificação não haverá sintomas, apenas a imagem com o paciente assintomático
Quais classificações podem ser usadas para a OCD? A partir de qual exame cada uma delas realiza essa classificação?
As classificações de Harding e Berndt&Harty estadiam a OCD através do RX, enquanto a de Cahill utiliza a cintilografia, a de Di Paola a Ressonância Magnética e há ainda a classificação artroscópica
Como a classificação de Harding para OCD é realizada?
Na classificação de Harding, são traçadas no RX do joelho em perfil a linha de Bluemensaat, dada pelo teto do intercôndilo, e uma linha tangente ao córtex posterior do fêmur. Após isso, são traçadas em AP 5 linhas, que dividem o fêmur distal em 5 áreas longitudinais. As linhas traçadas em perfil formam 3 áreas no fêmur distal, que são chamadas de A, B e C, sendo A a região mais anterior, B a região mais central do intercôndilo e C a região posterior. As 5 áreas traçadas em AP são chamadas de 1, 2, 3, 4 e 5, sendo a 1 a mais medial e a 5 a mais lateral. A partir disso, se observa que a OCD na maioria das vezes ocorre no sítio B2
Como é realizada a classificação de Berndt e Harty para OCD?
De acordo com a classificação de Berndt e Harty, a OCD pode ser dividida em 4 estágios a partir do RX. No estágio 1, o RX do joelho mostrará edema e pode se supor a doença. No estágio 2, o fragmento pode ser visto parcialmente destacado ao RX, enquanto no estágio 3 o fragmento estará destacado. Já no estágio 4, o RX do joelho apresentará corpo livre na articulação
Como a classificação de Cahill é realizada na OCD?
A classificação de Cahill utiliza a cintilografia óssea para estagiar a OCD. A partir desse exame, o grau e extensão da hipercaptação são graduados visualmente para estadiar a doença (César disse que é meio carteado)
Como é realizada a classificação de Di Paola na OCD?
De acordo com a classificação de Di Paola, a OCD pode ser estagiada em 4 graus a partir da Ressonância Magnética. No estágio 1, é possível ver o espessamento da cartilagem. Já no estágio 2, é observada a cartilagem rota, mas estável. No estágio 3 a cartilagem estará rota e instável, com presença do halo de hipersinal, que indica que há líquido livre, que existe devido ao destacamento do fragmento. Por fim, o estágio 4 irá apresentar o corpo livre na articulação
Como é realizada a classificação artroscópica na OCD?
Na artroscopia, é possível ser realizado o estadiamento da OCD. Para isso, se classifica como grau 1 quando há irregularidade e amolecimento da cartilagem, como grau 2 quando há um fragmento visível, mas estável, e se observa a cartilagem rota, e como grau 3 quando há um fragmento destacável, mas ainda in situ. Já o grau 4 é dado quando se observa a cratera osteocondral e um corpo livre
Quais são os objetivos no tratamento da OCD?
Na OCD, o tratamento visa estabilizar a lesão para permitir a cicatrização e então a preservação da cartilagem, se restabelecendo a congruência articular. Para que haja a estabilidade, é necessário que seja feita a fixação quando há um fragmento instável. Além disso, para que a cicatrização ocorra é necessária boa vascularização
Quando é indicado o tratamento conservador da OCD?
A OCD só pode ser tratada de forma conservadora quando se dá na forma juvenil, em esqueletos imaturos com fise aberta. Nesse caso, é indicado o tratamento conservador se a doença estiver estável
Como é realizado o tratamento conservador para a OCD e qual o prognóstico desses pacientes?
O protocolo de tratamento conservador para OCD é feito com restrição das atividades físicas e participações desportivas. Idealmente, é feita também a descarga com muletas por 6 a 8 semanas (Cai assim na prova, mas César disse que é difícil seguir na prática). O seguimento clínico e com imagens deve ser realizado de 8 em 8 semanas, sendo indicado tratamento cirúrgico caso os parâmetros não melhorem. Em geral, deve se evitar imobilizar esses pacientes, a não ser que haja muita dor, sendo nesses casos feita imobilização por curto período. O prognóstico desses pacientes é de melhora dos sintomas em 4 a 5 meses, somente não sendo capazes de praticar esportes, mas já estando assintomáticos. A cura da doença ocorre normalmente após 10 a 18 meses de tratamento