Problema 6 - Tuberculose Flashcards

1
Q

Agente etiológico da Tuberculose

A

Causada por qualquer uma das sete espécies de micobactérias que fazem parte do complexo Mycobacteria tuberculosis (MTB).
São resistentes a diversos antibióticos e aos álcool-ácidos (são bacilos álcool-ácidos resistentes – BAAR).

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2
Q

Coloração de Ziehl-Neelsen (BACILOSCOPIA)

A

É um método de coloração feito para pesquisar bacilos alcool-ácidos resistentes (BAAR). Durante seu processo é usado um corante vermelho (a fucsina), que deixa esses micro-organismos “avermelhados”.
Sensibilidade de 60 a 80%.

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3
Q

Coloração de Ziehl-Neelsen avermelhada

A

A presença de BAAR em uma amostra biológica pode representar a tuberculose, micobactérias não tuberculosas (M. kansasii, M. intracellulare, M. abscessus etc.) e a nocardia.

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4
Q

Transmissão da Tuberculose

A

A tuberculose é uma doença transmitida principalmente pela via aérea por meio da geração de aerossóis quando o paciente infectado tosse, fala ou espirra.

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5
Q

As formas clínicas da tuberculose que são transmitidas por aerossol são SOMENTE:

A
  • TB pulmonar
  • TB laríngea
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6
Q

Tuberculose primária

A

É uma infeção que ocorre em pessoas que ainda não tiveram contato com o bacilo da tuberculose. É mais comum em crianças e em pessoas com imunodepressão, devido à menor capacidade imunológica.

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7
Q

Tuberculose secundária

A

É uma reativação de uma infecção latente ou uma reinfecção exógena. A reativação pode ocorrer nas primeiras semanas após a infeção ou anos mais tarde.

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8
Q

Infecção Latente da Tuberculose (ILTB)

A

Quando o bacilo pode ficar latente no pulmão da pessoa infectada.
O paciente entra em contato com o bacilo, mas não desenvolve a doença.
O sistema imune do paciente consegue conter a infecção e ele permanece assintomático.

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9
Q

Fatores de risco de reativação da tuberculose

A
  • Infecção pelo HIV e AIDS (7 a 10% por ano);
  • Diabetes mellitus (30%);
  • Desnutrição;
  • Uso de imunossupressores como corticoides e inibidores do TNF-alfa;
  • Pessoas vivendo em situações de rua e aquelas privadas de liberdade;
  • Indígenas;
  • Tabagismo.
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10
Q

Quadro clínico da tuberculose pulmonar primária

A
  • febre (mais comum)
  • sudorese noturna
  • inapetência
  • A tosse pode estar presente ou não
  • RX tórax é geralmente normal ou linfonodomegalia hilar
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11
Q

Nódulo de Ghon ou foco primário

A

Nos pulmões, os macrófagos produzem substâncias que atraem outras células, formando granulomas, visualizados radiologicamente

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12
Q

Complexo de Ranke

A

Linfonodomegalia + nódulo de Ghon é um achado característico (mas não patognomônico) da tuberculose primária.

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13
Q

Quadro clínico da tuberculose pulmonar pós-primária ou secundária (7)

A
  • tosse seca ou produtiva (com ou sem hemoptise)
  • febre vespertina
  • sudorese noturna
  • perda ponderal
  • dispneia (acometimento extenso)
  • RX com anormalidades em lobo superior
  • TC “árvore em brotamento”
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14
Q

Tuberculose Miliar

A

Ela resultar de uma TB primária que progrediu ou através da reativação de um foco latente de TB com subsequente disseminação hematogênica.

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15
Q

RX em Tuberculose Miliar

A

A aparência da radiografia de tórax que parece que jogaram sementes de milho no pulmão.

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16
Q

Tuberculose pleural

A

É a forma extrapulmonar mais comum em indivíduos sem comorbidades

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17
Q

Tuberculose ganglionar

A

Reativação da doença em locais em que o bacilo se disseminou por via hematogênica
Ela é a mais comum em pacientes com HIV e em crianças

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18
Q

Diagnóstico da Tuberculose pulmonar (3)

A

Considerar três fatores:
* quadro clínico do paciente
* exame de imagem compatível com o caso
* pesquisa bacteriológica que evidencie a presença do MTB

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19
Q

Fluxo para diagnóstico da Tuberculose pulmonar

A
  • Suspeita de TB pulmonar com base na anamnese e no exame físico
  • Duas amostras de baciloscopia e/ou TRM-TB e/ou cultura
  • Radiografia de tórax
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20
Q

Quando fazer a coleta de amostras para baciloscopia?

A

Uma no primeiro contato com o paciente suspeito e a outra no dia seguinte, ao despertar.
Deve ser feita em todos os sintomáticos respiratórios durante a estratégia de busca ativa.

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21
Q

Definição de Sintomático respiratório

A

Pelo Ministério da Saúde: pessoa que apresenta tosse por 3 semanas ou mais.
Pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia: paciente com tosse por 2 semanas ou mais.

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22
Q

Teste rápido molecular (TRM) - TB

A

O TRM é um teste que utiliza a técnica de PCR em tempo real para detectar o material genético (DNA) específico do M. tuberculosis (TRM-TB).
Detecta também a resistência à rifampicina.

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23
Q

Cultura para micobactéria

A

É o padrão ouro para diagnóstico da tuberculose.
A desvantagem principal é o tempo de demora do resultado, que pode ser de até 8 semanas.

24
Q

Indicação de Baciloscopia

A
  • Nos sintomáticos respiratórios, durante estratégia de busca ativa.
  • Em casos suspeitos de TB pulmonar, independentemente do tempo de tosse.
  • Para controle de cura e acompanhamento de pacientes com tuberculose já confirmada.
25
Q

Indicação de TRM-TB

A
  • Diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea.
  • Diagnóstico de TB extrapulmonar em outras amostras biológicas.
  • Triagem de resistência à rifampicina nos casos de retratamento ou suspeita de falência do tratamento.
26
Q

Indicação de cultura na TB

A
  • Todo caso de diagnóstico de TB com TRM positivo.
  • Todo caso suspeito de TB com TRM negativo e persistência do quadro clínico.
  • Todo caso suspeito de TB em que não estiver disponível o TRM.
  • Suspeita de infecção por micobactéria não tuberculosa (MNT).
  • Persistência de baciloscopia positiva após o segundo mês de tratamento.
  • Recidivas.
27
Q

Esquema básico do Tratamento da Tuberculose

A
  • Fase intensiva (ataque): rifampicina (R) + isoniazida (I ou H) + pirazinamida (P ou Z) + etambutol (E). Deve ser feito por 2 meses.
  • Fase de manutenção. rifampicina (R) + isoniazida (I ou H). É iniciado após a fase de ataque e dura, no mínimo, 4 meses, a depender da apresentação clínica da tuberculose.
28
Q

Tratamento da tuberculose pulmonar e extrapulmonar em maiores de 10 anos

A

RIPE/RHZE por 2 meses + RI/RH por 4 meses = total de 6 meses de tratamento

29
Q

Tratamento da TB meningoencefálica ou osteoarticular

A

RIPE/RHZE por 2 meses + RI/RH por 10 meses = total de 12 meses de tratamento

30
Q

Tratamento da tuberculose em pacientes alcoólatras, portadores de HIV, diabéticos e gestantes

A

Receber piridoxina (vitamina B6) em associação com o esquema básico.

31
Q

Quando o esquema básico de tratamento da TB deve ser suspenso em hepatopatas?

A
  • Elevação das transaminases por, pelo menos, cinco vezes o valor normal em pacientes sem sintomas digestivos; ou
  • Três vezes o valor normal naqueles com sintomas dispépticos ou icterícia.
32
Q

O esquema básico de tratamento da TB deve ser reiniciado da seguinte forma, após a melhora dos exame em hepatopatas

A
  • rifampicina + etambutol → fazer por 3 a 7 dias e pedir exames hepáticos. Se normais,
  • associar a isoniazida → fazer por 3 a 7 dias e pedir exames hepáticos. Se normais,
  • associar a pirazinamida.
33
Q

Tratamento para paciente com tuberculose que tenha cirrose

A

Ataque: 5 meses de amicacina 3 vezes na semana + etambutol + levofloxacino.
Manutenção: 7 meses de etambutol + levofloxacino.

34
Q

Tratamento de TB drogarresistente (MDR)

A

Ataque: 8 meses de Amicacina + Levofloxacino + Terizidona + Etionamida + Pirazinamida + Etambul
Manutenção: 10 meses de levofloxacino, terizidona e etambutol (ou etionamida, se houver resistência ao etambutol).

35
Q

Seguimento do tratamento da TB

A
  • Seguimento clínico – Consultas – Mensal
  • Seguimento bacteriológico – Baciloscopia – Mensal
  • Seguimento radiológico – Radiografia de tórax – No segundo mês e ao término do tratamento
  • Seguimento laboratorial – HIV, glicemia, função renal e hepática – No primeiro mês de tratamento
36
Q

Vacina BCG

A

Vacina viva atenuada composta pela bactéria de origem bovina Mycobacterium bovis (atenção, a BCG não é produzida com Mycobacterium tuberculosis!).

37
Q

A vacina protege contra a infecção ou desenvolvimento da tuberculose pulmonar?

A

NÃO!!
Porém, resguarda contra as formas graves da doença: tuberculose miliar (disseminada) e meningoencefalite tuberculosa.

38
Q

Indicação da vacina BCG

A

Deve ser aplicada ao nascer, em todos os bebês maiores de 2000 gramas.

39
Q

Contraindicações da vacina BCG

A
  • Pacientes imunossuprimidos, imunodeficientes e gestantes.
  • Menores de 2000 g de peso.
  • Recém-nascidos de mães que utilizaram, durante os dois últimos trimestres da gestação, drogas imunomoduladoras que atravessam a barreira placentária.
40
Q

Fisiopatologia da TB latente (ILTB)

A

Na maioria dos pacientes (cerca de 90% dos infectados), o contato inicial com o bacilo não leva ao desenvolvimento de doença sintomática (tuberculose primária). O sistema imune do paciente consegue conter a infecção e ele permanece assintomático.

41
Q

Como a TB latente (ILTB) é identificada?

A

Por meio de exames de rastreio de contato prévio com a micobactéria, como a prova tuberculínica (PT) e IGRA.

42
Q

Pacientes com ILTB transmitem tuberculose?

A

NÃO!!

43
Q

Diagnóstico da TB latente (ILTB)

A
  • Descartar tuberculose ativa
  • Anamnese (questionar sobre tosse, febre, sudorese noturna etc.)
  • Exame físico
  • Radiografia de tórax
  • Caso não tenha achados sugestivos de TB, pedir a prova tuberculínica (PT ou reação de Mantoux ou PPD) ou o IGRA (Interferon-Gamma Release Assays).
44
Q

Como é feita a prova tuberculínica (PT)?

A
  • Inoculação intradérmica de antígenos do M. tuberculosis para medir a resposta imunológica contra eles.
  • A leitura do exame deve ocorrer entre 48 a 72 horas após a aplicação.
  • É medido o maior diâmetro da área do endurado e o resultado é dado em milímetros.
  • Falso-positivos em pessoas com outras micobactérias ou, se vacinados com a BCG, no primeiro ano de vida.
  • Erro de leitura por profissional inexperiente
45
Q

Como é feito o IGRA (Interferon-Gamma Release Assays)?

A
  • Utilizado para determinar a infecção pelo M. tuberculosis.
  • Estímulo de células por antígenos do M. tuberculosis, semelhante ao PPD.
  • Diferença: não observa enduração, mas sim a produção de interferon-gama pelas células sensibilizadas.
  • Não é afetado pela vacinação prévia com BCG.
  • Não é afetado por infecções por micobactérias não tuberculosas.
  • Não requer retorno do paciente em 48 a 72 horas.
  • Resultado não está sujeito a viés de leitura.
  • Preço elevado.
  • Não indicado para menores de dois anos de idade.
46
Q

Quem deve ser tratado de ILTB quando PPD ≥ 5 mm e IGRA positivo?

A
  • Contatos de casos com TB incluindo Crianças
  • INibidores de TNF-alfa e Imunocomprometidos (HIV e quem usa corticoides)
  • Cicatriz de TB na radiografia
  • Órgãos (antes de transplantes)
47
Q

Quem deve ser tratado de ILTB quando PPD ≥ 10 mm e IGRA positivo?

A
  • Silicose
  • Neoplasias de cabeça e pescoço, hematológicas e outras em uso de quimioterapia imunossupressora
  • Diabetes mellitus (DM)
  • Doença renal crônica (DRC) em diálise
  • Baixo peso (< 85% do peso ideal)
  • Tabagista (> 1maço/dia)
  • Calcificação isolada na radiografia
48
Q

Quem deve ser tratado de ILTB independente de exames de PPD/IGRA?

A
  • Pessoas infectadas pelo HIV e contagem de linfócitos T CD4 ≤ 350 células/mm3
  • Pessoas com HIV com contato intradomiciliar ou institucional de pacientes com TB pulmonar ou laríngea
49
Q

Tratamento (medicamento) para TB latente (ILTB)

A
  • Isoniazida é a droga de escolha. Não usar em hepatopatas, crianças (< 10 anos) e pessoas acima de 50 anos. O tempo de tratamento é de 9 meses (270 doses) ou 6 meses (180 doses).
  • Rifampicina é recomendada para quem não pode usar a isoniazida, como hepatopatas, crianças com menos de 10 anos e pessoas acima de 50 anos. O tempo de tratamento é de 4 meses com um mínimo de 120 doses.
50
Q

Rastreio de tuberculose em portador de HIV

A

Todas as pessoas diagnosticadas com tuberculose devam ser testadas para HIV.
Nos pacientes com HIV, deve-se investigar TB anualmente, através da prova tuberculínica (PT), e, em todas as consultas, questionar sobre a presença de febre, sudorese noturna, emagrecimento e/ou tosse.

51
Q

Tratamento da coinfecção TB e HIV

A

Não usar rifampicina simultaneamente com inibidores de proteases (IP) (atazanavir, ritonavir, lopinavir e darunavir). A preferência é trocar o IP por efavirenz ou dolutegravir).
Caso o esquema não pode ser modificado, devemos trocar a rifampicina pela rifabutina.

52
Q

Virgem de tratamento de HIV com diagnóstico de TB

A
  • CD4 < 50 céls/mm3: iniciar TARV até duas semanas do início do RIPE.
  • CD4 ≥ 50 céls/mm3: o início da TARV deve ser no início da fase de manutenção (8ª semana).

O dolutegravir deve ser feito em dose dobrada (50 mg duas vezes ao dia) pela interação com a rifampicina.

53
Q

Quimioprofilaxia primária em recém-nascidos (RN) expostos a TB pulmonar ou laríngea.

A

→ Recém-nascido exposto a caso bacilífero
→ Não aplicar BCG e iniciar isoniazida ou rifampicina por três meses
→ Fazer PT
* Se ≥ 5mm: Manter Isoniazida por mais três meses ou rifampicina por mais um mês
* Se < 5mm: Suspender medicações e aplicar BCG

54
Q

Avaliação dos contatos com caso confirmado de tuberculose bacilífera

A

Questionar a presença de sintomas de tuberculose
Asintomático, Fazer PT:
* < 5mm, repetir em 8 semanas → Sem conversão (Alta) → Com conversão (Incremento de pelo menos 10mm em relação à PT anterior)
* ≥ 5mm, fazer radiografia de tórax → Normal (Tratar ILTB) → Alterada (Continuar investigação)

55
Q

Populações com indicação de investigação de ILTB

A
  • Contatos (nos últimos dois anos) adultos e crianças de TB pulmonar e laringea
  • PVHIV com LT CD4+≥ 350 cel/mm³
  • Pessoas em uso de inibidores de TNF alfa ou corticosteroides (equivalente a > 15 mg/dia de prednisona por mais de um mês)
  • Pessoas com alterações radiológicas fibróticas sugestivas de sequela de TB
  • Pré-transplante que irão fazer terapia imunossupressora
  • Pessoas com silicose
  • Neoplasia de cabeça e pescoço, linfomas e outras neoplasias hematológicas
  • Neoplasias em terapia imunossupressora
  • Insuficiência renal em diálise
  • Diabetes mellitus
  • Baixo peso (<85% do peso ideal)
  • Tabagistas (21 maço por dia)
  • Calcificação isolada (sem fibrose) na radiografia de tórax
  • Profissionais de saúde, pessoas que vivem ou trabalham no sistema prisional ou em instituições de longa permanência