Problema 3 - Infecções do trato urinário Flashcards
Quais as duas (2) partes do trato urinário?
- Baixo (bexiga e uretra)
- Alto (rins e ureteres)
Fatores de risco obstrutivos para ITU (4)
- Hiperplasia prostática
- Litíase renal
- Anormalidades anatômicas
- Malignidade no trato urinário
Condições clínicas que são fatores de risco para ITU (5)
- Transplante renal ou outro órgão
- Sexo masculino
- Gestação
- Diabetes mellitus
- Cirurgia recente do trato urinário
Fisiopatologia da ITU
Micro-organismos migram para a bexiga através da uretra (mais comum)
Principal agente etiológico é a Escherichia coli, que tem fímbrias que favorecem a adesão no epitélio do trato urinário.
Principal agente etiológico da ITU
Escherichia coli
Outras bactérias que provocam ITU
- ITU ALTA (pielonefrite) – Enterobactérias (Proteus mirabilis; Klebsiella spp.; Enterobacter spp.) e Pseudomonas aeruginosa
- ITU BAIXA (cistite) – Staphylococcus coagulase-negativo (Saprophyticus), Enterococos e Enterobactérias
Sintomas típicos da Cistite aguda (3)
- disúria
- polaciúria
- desconforto suprapúbico
Tratamento para Cistite aguda não complicada
- ATB empírico 3-5 dias
- Persistência e/ou recorrência de sintomas em 2 semanas
- Coleta de urocultura e antibiótico direcionado
Não requer exame complementar para tratamento inicial.
Antibióticos para tratamento de cistite aguda
- Nitrofurantoína 100 mg, 6/6 h por 5 dias
- Sulfametoxazol + trimetoprima 800 + 160 mg, 12/12 h por 3 dias
- Fosfomicina 3 g Dose única
- Amoxicilina + clavulanato 500 + 125 mg, 12/12 h por 5-7 dias
- Ciprofloxacino 250 mg 12/12h por 3 dias
NITROFURANTOÍNA e FOSFOMICINA constituem as primeiras opções
Antibióticos PERMITIDOS para gestante para tratamento de cistite aguda
- Cefalexina
- Amoxicilina
- Fosfomicina
- Nitrofurantoína (evitar no primeiro trimestre e no último mês, por risco de hiperbilirrubinemia)
- Ampicilina
Tratamento para Cistite aguda em GESTANTE
- Coletar cultura e ATB 3-7 dias
- Urocultura de controle 1 a 2 semanas após
- Se cultura negativa: repetir mensalmente
Antibióticos EVITADOS para gestante para tratamento de cistite aguda
- Quinolonas
- Sulfametoxazol + trimetoprim
- Aminoglicosídeos
Definição de ITU de repetição
Presença de três ou mais infecções em um ano ou duas ou mais, em seis meses.
Profilaxia não antibiótica das ITUs de repetição (5)
Mudanças de comportamento:
* aumento da ingestão de líquidos
* micção pós coito
* evitar uso de espermicidas
* enxugar de frente para trás após defecar
* Para mulheres na pós-menopausa, o uso de estrogênio vaginal
Profilaxia antibiótica das ITUs de repetição
Se os episódios recorrentes de cistite não tiverem relação temporal com a atividade sexual
* nitrofurantoína (100 mg via oral, dose única diário por 3 meses a 6 meses)
* sulfametoxazol+trimetoprima (400+80 mg diariamente ou 3 vezes por semana por 3 meses a 6 meses)
ITU associada com atividade sexual
Indicado profilaxia antibiótica antes ou logo após o coito
* nitrofurantoína (100 mg via oral, dose única)
* sulfametoxazol+trimetoprima (400+80 mg, via oral, meio a um comprimido em dose única)
Gestantes com ITU de repetição
Proceder à antibioticoprofilaxia, respeitando as opções antimicrobianas seguras do período gestacional, e estendê-la até a segunda semana do puerpério.
Diagnóstico de pielonefrite
- sintomas urinários baixos associados à febre ou sinais sistêmicos (calafrios, alteração do estado mental);
- desconforto lombar (no exame físico, lembre-se do clássico sinal de Giordano, que é a punho-percussão lombar dolorosa), com piúria e/ou bacteriúria.
Indicações de internação hospitalar na pielonefrite (4)
- Pacientes com sepse/choque séptico precisam de internação hospitalar;
- Febre persistente;
- Impossibilidade de tolerar ingestão via oral;
- Gestantes (!!!)
Indicações de exame de imagem na pielonefrite
- gravidade clínica à admissão (sepse ou choque séptico);
- ausência de melhora clínica após 48-72 horas de antibioticoterapia direcionada;
- suspeita de obstrução urinária (redução de função renal e/ou oligúria).
Tratamento ambulatorial da Pielonefrite aguda
Há risco para germe multirresistente? Urocultura com germe MDR (multidroga resistente) institucionalizado? Uso recente de quinolona, SMT+TMP (Sulfametoxazol + Trimetoprima), cefalosporina de 3ª ou 4ª geração?
* SIM: ertapenem dose um dia, seguido de quinolona
* NÃO: dose inicial de ceftriaxone, ertapenem ou aminoglicosídeo, seguido de quinolona (ou quinolona direto)
Tratamento hospitalar da Pielonefrite aguda com PRESENÇA DE Sepse ou choque séptico
- Exame de imagem.
- Esquema ATB com cobertura ESBL e MRSA (Carbapenêmico + vancomicina)
- Direcionar conforme urocultura.
- Trocar para via oral, se possível
Tratamento hospitalar da Pielonefrite aguda com AUSÊNCIA DE Sepse ou choque séptico
- Exame de imagem se há suspeita de obstrução urinária
Há risco para germe multirresistente? Urocultura com MDR institucionalizado? Uso recente de quinolona, SMT+TMP, cefalosporina de 3ª ou 4ª geração?
* SEM RISCO DE RESISTÊNCIA (Ceftriaxone ou quinolona + vancomicina se Gram+)
* RISCO DE RESISTÊNCIA (Tazocin ou carbapenêmico + vancomicina se Gram+)
Antibioticoterapia do tratamento da pielonefrite aguda
- Ciprofloxacino 500 mg, 12/12h 5-7 dias
- Levofloxacino 750 mg, 24/24h 5-7 dias
- Amoxicilina + clavulanato 875 + 125 mg, 12/12h 10-14 dias
- Ceftriaxone 1 a 2 g/dia (endovenoso) 10-14 dias
- Meropenem 1 g, 8/8h (endovenoso) 10-14 dias
- Sulfametoxazol + trimetoprim 800/160 mg, 12/12h 7-10 dias
Diagnóstico de abscesso renal
- febre
- dor lombar
- paciente com resposta lentificada ou mesmo ausência de melhora durante tratamento de pielonefrite.
O diagnóstico é confirmado por TC.
Indicação de drenagem imediata de abscesso renal
- se abscesso renal a partir de 5 cm;
- se abscesso perinefrético a partir de 3 cm.
Pielonefrite enfisematosa
Até 90% dos casos ocorrem em pacientes com diabetes.
Infecção grave causada por bactérias produtoras de gás. E. coli (70% dos casos) e K. pneumoniae (quase 30%).
O diagnóstico é feito por imagem.
Tratamento cirúrgico associado à antibioticoterapia endovenosa.
Confirmação de Bacteriúria assintomática (3)
- Mulheres – 2 amostras com intervalo de até 15 dias
- Homens - Amostra única é suficiente
- Amostra colhida por cateter - Amostra única é suficiente
Indicações de tratamento na bacteriúria assintomática (2)
- Gestantes (PRINCIPAL INDICAÇÃO, OBRIGATÓRIO SABER!).
- Pré-operatório de cirurgia urológica (com risco de sangramento de mucosa do trato urinário).
NÃO devem ser submetidos a rastreio de bacteriúria assintomática, nem receber tratamento (4)
- Pacientes diabéticos
- Idosos
- Com cateter vesical
- Pré-operatório não urológico
Bacteriúria assintomática em gestante
- Solicitar urocultura a partir de 12 a 16 semanas de gestação.
- Feito o diagnóstico, tratar com opções terapêuticas guiadas pelo antibiograma por tempo de tratamento igual à cistite.
- após uma semana do término do tratamento, uma urocultura de controle deve ser realizada.
- repetir urocultura mensalmente
ITU relacionada a cateter vesical
A colonização do cateter é um fator de risco para infecção urinária.
O tratamento é indicado se houver sintomas de infecção, e a troca do cateter é necessária.
Parâmetros do EAS tipo 1 normal
Exame físico
* Cor
* Aspecto
* Odor
* Densidade urinária
Exame químico
* pH VR: 4,5 - 7,5
* Proteínas VR: Negativo
* Glicose VR: Negativo
* Hemoglobina VR: Negativo
* Nitrito VR: Negativo
Sedimentoscopia
* Leucócitos VR: até 10.000/mL
* Hemácias VR: até 8.000/mL
* Bactérias VR: raras ou ausentes
Critérios diagnósticos na Urocultura
- urina coletada normal, crescimento de 10^5 UFC/mL.
- urina coletada por cateter, crescimento de 10^2 UFC/mL.
Disúria
dor ou ardor ao urinar, em geral referida na uretra.
Polaciúria
aumento da frequência miccional
Estrangúria
micção lenta e dolorosa, que pode ser referida como jato urinário gota a gota
Urgência miccional
vontade súbita e incontrolável de urinar.
Poliúria
aumento do volume urinário, em geral > 3.000 mL/24h
Oligúria
redução do volume urinário, em geral < 400 mL/24h.
Anúria
ausência praticamente total de débito urinário, em geral < 50 mL/24h
Incontinência urinária
perda involuntária de urina.
Hesitação miccional
dificuldade em iniciar o jato urinário.
Pneumatúria
saída de ar durante a micção (lembrar de fístula urinária em doenças inflamatórias intestinais, doença diverticular e tuberculose intestinal!).
Enurese
micção involuntária e inconsciente, comum em crianças até 4 anos de idade. Não confundir com incontinência, quando o indivíduo tem a consciência de que perdeu urina.