Princípios | Princípios da Legalidade e da Reserva Legal Flashcards
O Princípio da Legalidade é um princípio limitador do poder punitivo do Estado.
CERTO OU ERRADO
Certo
O que são os Princípios aplicáveis ao Direito Penal?
Princípios são valores fundamentais (primícias éticas) que inspiram a criação,
aplicação e manutenção do ordenamento jurídico. No Direito Penal, os princípios
têm a função de orientar o legislador e o aplicador da lei penal, com a finalidade de
limitar o poder punitivo estatal mediante a imposição de garantias aos cidadãos. Os
princípios podem ser explícitos ou implícitos.
Quais são os desdobramentos do Princípio da Legalidade?
Princípio da Reserva Legal;
Princípio da Anteriodade;
Princípio da Taxatividade;
Princípio da Proibição da Analogia “in malam partem”.
Quem possui competência para legislar sobre o direito penal?
A União, o Congresso Nacional (poder legislativo federal), através do processo legislativo, pode criar, alterar ou revogar leis penais. Os estados e municípios não têm competência para legislar sobre matéria penal.
Art. 22, I, CF/88.
Artigo 22: Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.
Sabendo que apenas o Cong. Nac. pode legislar para o dir. penal, vamos considerar que ele é uma fábrica. Ele precisa se fazer conhecido pelo público de alguma forma, quais seriam esses produtos vendidos pela fábrica?
A fábrica teria dois produtos, as Leis Ordinárias e as Leis Complementares.
Medida provisória não pode tratar de direito penal incriminador.
C ou E
C
Exceção, se a medida trouxer benefícios para o agente, sem prejuízos, ela pode ser aplicada, de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal.
Ex.: Estatuto do desarmamento, começou com medida provisória.
🔹 Lei Ordinária
É a espécie mais comum de lei no ordenamento jurídico. Suas características principais são:
✅ Quórum de aprovação: Maioria simples (ou seja, maioria dos presentes na votação, desde que haja o número mínimo de parlamentares – quórum de instalação).
✅ Objeto: Pode tratar de qualquer tema, exceto aqueles reservados à lei complementar.
✅ Hierarquia: Está no mesmo nível das leis complementares, ou seja, não há hierarquia entre elas.
✅ Exemplo: Código Penal, Código Civil, Estatuto da Criança e do Adolescente.
🔹 Lei Complementar
Possui um rito mais rigoroso e é exigida pela Constituição para regulamentar temas específicos:
✅ Quórum de aprovação: Maioria absoluta (ou seja, metade mais um do total de membros da Casa Legislativa, independentemente do número de presentes).
✅ Objeto: Trata de matérias que a própria Constituição determina que devem ser reguladas por lei complementar, como:
Normas gerais sobre Direito Tributário (art. 146 da CF/88);
Organização da administração pública (art. 37 da CF/88);
Definição de crimes de responsabilidade (art. 85 da CF/88);
Regime jurídico dos servidores públicos (art. 39 da CF/88);
Normas gerais para a elaboração de planos plurianuais e orçamentos (art. 165 da CF/88).
✅ Exemplo: Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000).
🔹 Princípio da Legalidade – Conceito Geral
O princípio da legalidade estabelece que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, senão em virtude de lei. Está previsto no art. 5º, II, da Constituição Federal de 1988:
“Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.”
Esse princípio garante segurança jurídica e evita abusos do Estado, pois limita o poder estatal e protege os cidadãos contra arbitrariedades.
🔹 Princípio da Legalidade no Direito Penal está previsto no art. 1º do Código Penal:
“Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.”
Isso significa que ninguém pode ser punido por uma conduta que não estava prevista como crime antes de sua prática. Esse princípio também é conhecido pela expressão latina “nullum crimen, nulla poena sine lege”.
E relação ao Princípio da Legalidade apllicado ao Direito Penal, quais são as regras que derivam da legalidade penal?
Lex praevia – A lei deve ser anterior ao fato.
Lex scripta – Somente lei escrita pode definir crimes e penas (costumes não podem criar crimes).
Lex stricta – Proibição de interpretação extensiva ou analogia prejudicial ao réu.
Lex certa – A lei penal deve ser clara e precisa.
No Direito Administrativo, a legalidade tem um viés diferente, como o esse Princípio atua para os agentes públicos?
Para os agentes públicos, só é permitido fazer o que está previsto na lei. Isso significa que a Administração Pública só pode agir conforme a lei determina.
Qual é a diferença da aplicação do Princípio da Legalidade entre os cidadãos e os agentes públicos?
Para os cidadãos, tudo o que não é proibido é permitido.
Para os agentes públicos, só é permitido o que a lei autoriza.
🔹 Princípio da Anterioridade no Direito Penal
No Direito Penal, o princípio da anterioridade está previsto no art. 5º, XXXIX, da Constituição Federal e no art. 1º do Código Penal:
CF/88 - Art. 5º, XXXIX: “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.”
CP - Art. 1º: “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.”
📌 O que isso significa?
Uma conduta só pode ser considerada crime se houver uma lei anterior dizendo que aquilo é crime.
Da mesma forma, nenhuma pena pode ser aplicada sem que já exista uma previsão legal anterior.
O Estado não pode punir alguém com base em uma lei criada depois do fato ocorrido (Princípio da Legalidade > Princípio da Anterioridade)
C ou E
C
👉 Expressão latina: “nullum crimen, nulla poena sine lege praevia” (Nenhum crime, nenhuma pena sem lei anterior).
🔹 Princípio da Anterioridade no Direito Tributário
No Direito Tributário, esse princípio impede que o governo cobre impostos de forma inesperada. Ele está no art. 150, III, “b” da Constituição Federal:
“Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (…) cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.”
📌 O que isso significa?
O governo não pode criar ou aumentar tributos de surpresa.
Um imposto criado ou aumentado só pode ser cobrado no ano seguinte.
🛑 Exceções: Nem todos os tributos seguem esse princípio. Algumas contribuições, como o IOF e as contribuições parafiscais, podem ser cobradas imediatamente
Podemos listar como princípios gerais aplicáveis ao direito penal, dentre
outros, o seguinte:
a) princípio da dignidade da pessoa humana;
b) princípio da
legalidade;
c) princípio da reserva legal;
d) princípio da irretroatividade da lei penal;
e) princípio da instranscendência da pena;
f) princípio da humanidade;
g) princípio da insignificância;
h) princípio do non bis in idem;
i) princípio da adequação social.
“Nulla poena sine crimine, nullum crimen sine lege”
É a definição do Princípio da Legalidade.
“Não há pena sem crime, não há crime sem lei”.
O que possuem em comum os artigos: Art.5º, XXXIX da CF. e Art. 1º do CP. ?
Ambos definem a mesma coisa:
Art.5º, XXXIX da CF. - não há crime sem Lei anterior que o defina, nem pena
sem prévia cominação legal;
Art. 1º do CP. - Não há crime sem Lei anterior que o defina. Não há pena sem
prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Não basta que esteja na lei, a fixação normativa tem de ser anterior à conduta do sujeito, para que ele possa tomar conhecimento e saber quue, caso ele venha a delinquir, ele vai ter essa espécie de responsabilização.
C ou E
C
A proibição da retroatividade da lei penal gravosa: PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE OU DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL - Para que haja incriminação do fato que se pretende punir, a Lei deve ser prévia (anterior) a prática desse fato, proibindo-se a retroatividade da lei, salvo
para benefício do réu (art. 5º, XXXIX, CF, e art. 1º, CP) - (a lei penal deve ser anterior).
🔹 Princípio da Reserva Legal no Direito Penal
📌 Está previsto na Constituição Federal (art. 5º, XXXIX) e no Código Penal (art. 1º):
CF/88 - Art. 5º, XXXIX: “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.”
CP - Art. 1º: “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.”
O que isso significa?
Isso significa que somente uma lei formal, aprovada pelo Congresso Nacional, pode criar crimes ou estabelecer penas. Nenhuma outra fonte normativa (como decretos, portarias ou costumes) pode fazer isso.
🔹 Diferença entre Princípio da Legalidade e da Reserva Legal
Embora sejam parecidos, há uma diferença sutil entre os dois:
✅ Princípio da Legalidade: Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. (regra geral)
✅ Princípio da Reserva Legal: Somente lei formal pode definir crimes e penas. (ênfase na exigência de lei específica)
💡 Resumo prático:
O princípio da legalidade exige que haja uma lei para punir alguém.
O princípio da reserva legal determina que essa lei deve ser uma lei formal (ou seja, aprovada pelo Congresso, e não um simples decreto ou regulamento).
🔹 O Que NÃO Pode Criar Crimes e Penas?
🚫 Costumes – Práticas sociais não podem definir crimes.
🚫 Regulamentos ou Portarias – Não podem criar crimes ou aumentar penas.
🚫 Medidas Provisórias – O STF entende que não podem criar crimes nem penas, pois não passam pelo processo legislativo tradicional.
🔹 Exemplo Prático sobre legislação penal:
Imagine que um prefeito edite um decreto proibindo o consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos e estabeleça pena de prisão para quem descumprir. Esse decreto não tem validade penal, porque apenas uma lei formal pode criar crimes e definir penas!