Pré-operatório Flashcards
A avaliação pré-operatória consiste em duas partes:
- Avaliação clínica
- Avaliação anestésica
Objetivo da avaliação pré operatória
- Controlar fatores com impacto na evolução cirúrgica
- Diminuir a morbiletalidade perioperatória (período intraoperatório até 48 horas de pós-operatório) e pós-operatória tardia (após 48 horas até 30 dias de pós-operatório).
Anamnese e EF na avaliação clínica
- História da doença atual e de seu tratamento.
- Tolerância ao exercício.
- Última visita ao clínico.
- Comorbidades, medicações em uso e alergias.
- História social (drogas ilícitas, álcool, tabaco).
- Antecedentes anestésicos e cirúrgicos.
- Sangramentos e cicatrização.
- História anestésica familiar.
- Acesso venoso, pulsos, local das punções.
- Via aérea – Mallampati: avaliar se é uma via aérea difícil.
- Exames laboratoriais.
- Avaliar necessidade de consulta com especialistas.
Risco cardiovascular: Índice de Risco Cardíaco Revisado (IRCR) ou Índice de Lee
Estimativa de morbidade cardíaca perioperatória
* Doença arterial coronariana
* ICC
* Doença cerebrovascular (AVC ou AIT prévios)
* DM com insulinoterapia
* Creatinina pré-operatória > 2,0 mg/dL
* Cirurgia de alto risco (torácica, abdominal ou vascular suprainguinal
Classe I: 0 variavel, risco 0,4%
Classe II: 01 variável, risco 0,9%
Classe III: 02 variáveis, risco 7%
Classe IV: 3 ou mais variáveis, risco de 11%
< 2 preditores: cirurgia
≥ 2 preditores e capacidade funcional ≥ 4 METS: cirurgia
≥ 2 preditores e capacidade funcional < 4 METS: teste cardíaco não-invasivo
Avaliação da capacidade funcional
1 MET: atividades como cuidar de si mesmo, comer, vestir;
4 METs: trabalhos domésticos leves;
5 METs: subir um lance de escadas ou subir uma ladeira,
10 METs: prática de esportes extenuantes.
< 4 METs: comer, vestir, andar em volta da casa
4-10 (7) METs: subir um lance de escadas, andar rápido, trabalho doméstico
> 10 (7) METs: natação, tênis, futebol
Anestesia/cirurgia demandam 4 METs
< 4 METs = maior risco CV
MET: o consumo de oxigênio de um homem de 40 anos com 70 kg em repouso é de 3,5 ml/kg ou correspondente a 1 MET
Avaliação do risco cirúrgico
aa
Estratificação de risco cardíaco para procedimentos não cardíacos
Alto risco (≥ 5%):
1 - Cirurgia vascular de grande porte (aorta e ramos); cirurgia arterial periférica.
2 - Grandes cirurgias de emergência e urgência.
3 - Cirurgias prolongadas associadas a grande perda de sangue ou líquidos para terceiro espaço.
Médio risco (> 1% e < 5%):
1- Cirurgias intraperitoneais ou intratorácicas.
2 - Endarterectomia de carótida e correção endovascular de aneurisma de aorta abdominal.
3 - Cirurgia ortopédica.
4 - Cirurgia prostática.
5 - Cirurgia de cabeça e pescoço.
Baixo risco (< 1%):
1 - Procedimentos endoscópicos.
2 - Procedimentos ambulatoriais.
3 - Cirurgia oftalmológica.
4 - Cirurgia plástica.
5 - Cirurgia de mama.
6 - Herniorrafias.
Os pacientes que se submeteram a intervenção coronariana percutânea com colocação de stent precisam adiar os procedimentos não cardíacos eletivos por ………………… semanas
4 a 6 semanas
A ocorrência de infarto é considerada o principal preditor
clínico no contexto de risco de isquemia. As recomendações gerais são para que se espere ………………… semanas após a ocorrência de um IAM para o paciente ser operado
4 a 6 semanas
Risco Anestésico
ASA I: paciente saudável, não tabagista, sem consumo de álcool ou apenas consumo leve.
ASA II: doença sistêmica sem limitação.
- HAS bem controlada; DM sem complicação vascular; anemia; obesidade (30 < IMC < 40); gestação; tabagismo; consumo social de álcool; doença pulmonar leve.
ASA III: doenças que impõem limitação funcional significativa, mas não são incapacitantes.
- DM com complicação vascular ou pobremente controlado; História de infarto agudo do miocárdio (IAM) > 3 meses; história de doença coronária com uso de stent > 3 meses; história de AVC ou Ataque Isquêmico Transitório (AIT) > 3 meses; Angina pectoris estável, HAS não controlada; redução moderada da fração de ejeção; marcapasso implantado; IRC em diálise; obesidade mórbida (IMC > 40); hepatite crônica; abuso ou dependência do álcool; DPOC.
ASA IV:
- História de IAM < 3 meses; história de doença coronária com uso de stent < 3 meses; história de AVC ou AIT < 3 meses; isquemia coronária em curso (angina instável), disfunção valvar grave; redução grave da fração de ejeção; sepse; CIVD; DRA; DR em estágio terminal não dialisando regularmente; DPOC agudizado.
ASA V:
- Rotura de aneurisma aórtico; politrauma; hemorragia intracraniana com efeito de massa; isquemia intestinal na vigência de patologia cardíaca significativa ou de disfunção sistêmica de múltiplos órgãos.
ASA VI: Doador de órgãos
*A letra E deve ser acrescentada à classificação caso o procedimento cirúrgico seja emergencial: exemplo ASA IIE
Exames pré-operatórios
Com relação ao paciente:
* 45-54 anos: ECG para homens
* 55-70 anos: ECG + hemograma
* > 70 anos: ECG + hemograma (+ coagulograma) + eletrólitos + glicemia + função renal
* Outros exames na dependência depatologias de base
Com relação à cirurgia:
* Coagulograma: estimativa de perda > 2L, neurocirurgia, cirurgias cardíaca e torácica
* Rx de tórax: cirurgias cardíacas e torácica
Medicação de uso crônico
Manter (inclusive na dia):
* Corticoide
- adicionar hidrocortisona IV (REMIT)
* Anti-hipertensivo
* Insulina
- doses mais baixas
- NPH: 1/2 - 2/3 dose
- Glargina: 1/2 dose
- glicemia até 180 mg/dL
Suspender:
* Antidiabético oral (no dia)
- iSGLT2: 3-4 dias (ADA 2021)/ 24h (SBC 2017)
- Acarbose: 24h
* AINEs (1-3 dias)
* Antiagregante (7-10 dias)
- Coronariopatia: manter AAS
* Novos anticoagulantes (24-48h)
* Varfarina (4-5 dias)
- INR = 2-3 (anticoagulado)
- Operar: INR ≤ 1,5
- Anticoagulação de ponte (pacientes que precisam ficar anticoagulados): suspender a varfarina e adicionar a heparina (suspender HNF 6h antes/ HBPM: 24h)
* Fitoterápicos:
- Gingko (48h)
- Alho (7 dias)
- Ginseng (7 dias)
Profilaxia antibiótica
Objetivo: evitar infecção de FO ( S. aureus)
Quando realizar: 30-60 min antes da incisão
Limpa:
- Não penetra tratos biliares, respiratórios, GI e urinário
- Esquema: se osso ou prótese
Limpa-contaminada:
- Penetra de forma controlada (sem extravasamento)
- Esquema: direcionar, em geral cefazolina
Contaminada:
- Penetra sem controle; “ite” sem pus; trauma recente
- Esquema: direcionar, em geral cefazolina
Infectada:
- “ite” supurada, trauma antigo, contaminação fecal
- Esquema: ATBterapia
Tricotomia
- Não deve ser feita
* Se fizer: sem trauma e no momento da cirurgia
Jejum
- Líquidos claros: 2h
- Leite materno: 4h
- Leite não humano: 6 horas
- Sólidos: 6-8h