Ovos, e Segmento e Anexos Embrionários Flashcards
OVOS
Pode-se definir ovo como sendo o zigoto resultante da fecundação do óvulo. Este zigoto é formado devido à união de dois gametas, ou seja, é produzido pela fertilização entre duas células haplóides, um óvulo de uma fêmea e um espermatozóide de um macho, que se juntam para formar uma única célula diplóide. O ovo formado contendo o embrião, pode se desenvolver internamente como também externamente, dependendo da espécie.
Ovos de diversos tamanhos: aveztruz, galinha e codorna. Foto: nik7ch / Shutterstock.com
Ovos de diversos tamanhos: aveztruz, galinha e codorna. Foto: nik7ch / Shutterstock.com
Nos animais ovíparos (animais que põem ovos), tais como as aves, os insetos, os peixes, os moluscos e duas espécies de mamíferos (ornitorrinco e équidnas), assim que o ovo é formado, estes animais os depositam em terra ou na água, para que haja o desenvolvimento embrionário externamente. No entanto, espécies denominadas ovovivíparas ao invés de expelirem os ovos param se desenvolverem externamente, carrega-nos dentro de seus corpos até que possam eclodir (internamente) e nascer um novo ser, muito comum em alguns peixes, répteis e invertebrados. Já os animais vivíparos o ovo é formado, porém desenvolvido dentro do útero, sendo o embrião nutrido diretamente pela mãe, diferentemente dos ovíparos e ovovivíparos onde o embrião é nutrido por nutrientes contidos no ovo.
Os ovos da maioria dos animais possuem formato elipsóide ou ovóide e são delimitados por uma membrana interna denominada vitelo, que é muito nutritiva e composta principalmente por fibras de proteína. A quantidade e a distribuição do vitelo variam em cada espécie. Portanto, podemos classificar os ovos em:
Oligolécitos ou Isolécitos: Estes ovos possuem uma quantidade reduzida de vitelo, distribuídos uniformemente pelo citoplasma. São ovos encontrados nos mamíferos placentários, anfioxos e equinodermos.
Heterolécitos ou Mesolécitos: São ovos cuja composição vitelina ocupa cerca da metade do volume citoplasmático (pólo vegetativo), distribuída de forma não-homogênea. São ovos encontrados nos anelídeos, anfíbios e moluscos.
Telolécito ou Megalécito: São ovos cuja concentração de vitelo é grande e ocupa quase todo o ovo. São ovos encontrados nas aves, peixes e répteis.
Centrolécito: São ovos cujo vitelo circunda o núcleo, encontrados nos artrópodes.
Os ovos presentes em ambientes terrestres, como os dos répteis, das aves e monotremados são protegidos por uma casca que funciona como um escudo protetor contra possíveis predadores (gambás, raposas, gaivotas, corvos, etc). Estes ovos ainda possuem minúsculos poros que permitem que o embrião possa respirar. Nesta categoria de ovos terrestres existe uma espécie conhecida por produzir ovos imensos. São as avestruzes, que além de se destacarem por serem aves exóticas recebem os méritos de serem as campeãs dos ovos grandes (ovos de 16 cm de comprimento). Os ovos de avestruz chegam a pesar aproximadamente 1.5 kg e são tão resistentes, que suportam perfeitamente o peso de um adulto sentado sobre eles.
Existe também uma espécie que merece ser destacada, mas não pelos ovos grandes, e sim pelos menores ovos do mundo. É a espécie de beija-flor Mellisuga helenae, comumente conhecida como o beija-flor de helena. Esta espécie põe ovos com menos de 10 milímetros e peso abaixo de 1 grama.
Já os ovos presentes em ambientes aquáticos, como os dos peixes e anfíbios, são gelatinosos e não possuem casca. Neste meio, um grande número de ovos é colocado de uma só vez por várias espécies, como os bacalhaus.
As cores dos ovos são variadas dependendo da espécie. A cor padrão dos ovos dos animais vertebrados é o branco, porém alguns tipos de aves, especialmente as passeriformes produzem ovos coloridos.
Na culinária os ovos são muito apreciados, especialmente os de galinha. São consumidos em variadas formas desde cru até cozidos, sendo uma fonte riquíssima de proteínas. Porém, as pessoas que possuem o hábito de consumi-los cru, correm um grande risco de contrair uma bactéria denominada Salmonella, que pode causar grave intoxicação alimentar.
SEGMENTAÇÃO
Após ocorrer a fecundação, começa a fase de desenvolvimento do embrião.
As divisões mitóticas do zigoto são chamadas de clivagem, formando duas células-filhas, chamadas blastômero, que sofrem sucessivas divisões, formando a mórula, que contém de 12 a 16 blastômeros.
Existem dois tipos de segmentação:
Segmentação holoblástica
Este tipo de segmentação ocorre em todo o ovo e pode ser subdividida em holoblástica igual, desigual e subigual. Normalmente ocorre em ovos isolécitos, heterolécitos e alécitos.
Holoblástica igual: Na terceira clivagem do zigoto são formados oito blastômeros de tamanhos iguais. Os mamíferos apresentam este tipo de segmentação.
Holoblástica desigual: Os oito blastômeros formados possuem tamanhos diferentes, os menores são chamados de micrômeros e os maiores de macrômeros. Anfíbios possuem este tipo de segmentação.
Holoblástica subigual: Também forma oito blastômeros diferentes, porém não há grandes diferenças no tamanho.
Segmentação meroblástica
Esta segmentação é subdividida de acordo com a diferença de distribuição de vitelo nos ovos.
Meroblástica discoidal: Ocorre em ovos telolécitos, mas apenas na região sem vitelo.
Meroblástica superficial: Ocorre em ovos centrolécitos. As células embrionárias se localizam na região superficial do ovo.
Segmentação em Seres Humanos
Ocorrendo a fecundação, o ovócito secundário completa sua meiose e forma o zigoto. O desenvolvimento do zigoto ocorre ainda da tuba uterina. Os mamíferos possuem a segmentação do tipo holoblástica igual, ou seja, as células são do mesmo tamanho e o zigoto se divide completamente.
Alguns dias após a fecundação, o embrião é chamado de mórula. As células da mórula recebem um líquido proveniente do útero através dos espaços formados entre as células, que neste estágio estão unidas entre si mais frouxamente. A cavidade cheia de líquido recebe o nome de blastocela, e inicia-se o estágio de blástula. A entrada deste líquido faz com que as células se separem em duas partes: o trofoblasto, que vai dar origem à placenta, e o embrioblasto, que vai dar origem ao embrião. A estrutura formada é chamada blastocisto, que se nutre de secreções uterinas e após alguns dias fixa-se no endométrio.
A fixação do embrião na mucosa uterina recebe o nome de nidação. Após a fixação, o trofoblasto (camada externa de células) se prolifera rapidamente, dando origem a duas camadas: o citrofoblasto, camada que envolve o embrião e o sinciciotrofoblasto, massa de citoplasma com vários núcleos. O sinciciotrofoblasto auxilia na fixação e nutrição do embrião, produzindo enzimas que digerem alguns tecidos do útero, abrindo espaços para o embrião se fixar. Este processo também provoca uma vascularização da região, auxiliando na vascularização para nutris o embrião.
Após a implantação do embrião na parede do útero, inicia-se a formação dos tecidos, do saco vitelino, do celoma e da cavidade amniótica.
ANEXOS EMBRIONÁRIOS
Os Anexos Embrionários (alantoide, âmnio, cório e vesícula vitelina) são estruturas que se formam a partir dos folhetos embrionários ectoderma, endoderma e mesoderma.
Eles surgem durante a gestação, mas não fazem parte do embrião. Por esse motivo também são chamados de estruturas extra embrionárias e desaparecem com o nascimento.
Têm a função de auxiliar o desenvolvimento do embrião. Isso é feito mediante a cedência de nutrientes, da proteção e da troca entre o embrião e o meio externo através do corpo materno (respiração e excreção).
Vesícula Vitelina
A vesícula vitelina, também conhecida como saco vitelínico ou saco vitelino é o primeiro anexo que é formado.
Apresenta aspecto de uma bolsa e surge da endoderma. Além da endoderma, a mesoderma também participa da sua formação, uma vez que a mesoderma reveste a endoderma.
Pelo fato de surgir da endoderma, que é o folheto embrionário que forma alguns órgãos do sistema digestório, a vesícula vitelina está ligada ao intestino do embrião.
Dentro dela está o vitelo, que são os nutrientes que alimentam o embrião. A função da vesícula vitelina é, portanto, nutrir o embrião.
Esse anexo embrionário é muito importante na nutrição das aves, dos peixes e dos répteis. Nos mamíferos, sua função é reduzida, pelo fato de que nesses casos é a placenta que assume esse papel.
Alantoide
O alantoide é uma bolsa que surge da endoderma. Logo, seu exterior é revestido de mesoderma e, tal como a vesícula vitelina, está ligado ao intestino do embrião.
A função do alantoide é armazenar as excretas. As excretas surgem das sobras das substâncias produzidas durante o metabolismo do embrião.
Âmnio
O âmnio tem o aspecto de uma bolsa e envolve todo o embrião. Surge da ectoderma e da mesoderma.
A principal função do âmnio é garantir a hidratação e a proteção do embrião. Além de hidratar, ele absorve o impacto de choques mecânicos e resguarda o embrião para que ele não sofra deformações por aquilo que a Medicina chama de aderência.
Cório
Cório, córion ou serosa é o anexo embrionário que se localiza na parte mais exterior do embrião. É uma membrana que envolve todos os anexos embrionários e que surge da ectoderma e da mesoderma.
Nas aves, pode ser vista numa espécie de pele presente nos ovos.
A função do cório é promover as trocas gasosas, ou seja, garantir a respiração do embrião. Além disso, ele protege o embrião e, no caso dos mamíferos, forma a placenta.
E a Placenta e o Cordão Umbilical?
A placenta e o cordão umbilical também são anexos embrionários, mas que estão presentes apenas nos mamíferos.
A placenta é um órgão formado por associação entre tecidos maternos e tecidos embrionários. Ela garante a passagem de nutrientes da mãe para o feto, a troca gasosa e a remoção das excretas.
Tudo isso através do cordão umbilical, que liga a mãe ao feto.