Oncoginecologia: Endométrio e Vulva Flashcards
A maioria dos cânceres de endométrio são detectados em que estádio da doença?
75% são detectados no estádio I.
Quais costumam ser os sintomas do câncer de endométrio?
1- Metrorragia* e corrimento vaginal.
2- Hematométrio (coleção sanguínea no interior do útero).
3- Piométrio (coleção de pus no interior do útero).
4- Pressão ou desconforto pélvico.
A colpocitologia pode dar sinais de câncer de endométrio. Quais são eles?
Presença de células endometriais na colpocitologia após o 10° dia de ciclo principalmente em mulheres após os 40 anos ou na pos-menopausa (não serve para rastreio ou diagnóstico).
*pior prognóstico: carcinoma seroso.
Quais os limites de espessura de endométrio eu espero como normal em uma paciente menopausada?
A espessura endometrial máxima nas pacientes na pós-menopausa SEM uso de terapia hormonal é de 4-5mm.
Já em pacientes menopausadas em uso de terapia hormonal, é tolerado um endométrio de 8-10mm.
Em caso de suspeita: biópsia dirigida por histeroscopia.
A USGTV pode dar sinais de câncer de endométrio, quais são eles?
1- Coleções líquidas intrauterinas.
2- Espessamento endometrial.
3- Massa endometrial polipoide.
4- Endométrio hiperecogênico ou irregular com ecogenicidade mista.
Qual o método de escolha para obtenção de amostra endometrial?
Biópsia dirigida por histeroscopia.
Quais os métodos podem ser utilizados para se obter amostra de material endometrial?
1- Aspiração simples: ambulatorial, baixo custo, não gera desconforto. Porém apresenta boa precisão apenas nos cânceres invasivos.
2- Cureta de Novak: realizada no ambulatório, às cegas.
3- Curetagem fracionada: método de escolha na ausência de histeroscopia.
4- Histeroscopia.
Qual a principal causa de sangramento na pós-menopausa?
Atrofia endometrial.
O que causa a hiperplasia endometrial?
Estímulo estrogênico persistente (endógeno ou exógeno) em um endométrio proliferativo, não necessariamente excessivo, porém não antagonizado pela progesterona.
As hiperplasias endometriais são divididas em dois grupos. Quais são eles?
1- Hiperplasia benigna ou hiperplasia sem atipia (HSA).
2- Hiperplasia atípica (HA) ou neoplasia intraepitelial endometrial (NIE).
Quais são as condutas possíveis diante de uma hiperplasia sem atipia?
1- Expectante com biópsias regulares: varia entre 3-6 meses.
2- Emprego de progestágenos: cíclico ou continuo, oral ou intramuscular. Nova amostra de endométrio de 3-6m após início do tto.
3- Histerectomia: sugerida em pacientes que estão na pós-menopausa e apresentam persistência da lesão e do sangramento apesar da terapia com progestageno (ou seja, de exclusão).
Quais são as condutas possíveis diante de uma hiperplasia com atipia?
Clínico ou cirúrgico.
1- Em mulheres que desejam engravidar:
• Escolha: DIU mirena (> taxa de regressão que VO).
• Se via oral: necessariamente, de forma contínua.
**Realizar biópsias de endométrio a cada 3m.
2- Histerectomia: escolha preferencial.
(A anexetomia não é obrigatória).
Como se dá o estadiamento do câncer de endométrio?
O estadiamento de todas as neoplasias ginecológicas é cirúrgico, exceto o estadiamento da neoplasia de colo de útero.
Estadiamento de câncer de endométrio (FIGO). Estádio I?
Estádio 1: restrito ao útero.
IA: restrito ao endométrio ou invadindo menos da metade da espessura do miométrio.
IB: invasão de mais da metade da espessura miometrial.
Estadiamento de câncer de endométrio (FIGO). Estádio II?
Estádio II: tumor invade o estroma cervical, mas sem extensão além do útero.
Estadiamento de câncer de endométrio (FIGO). Estádio III?
Estádio III: tumor com extensão local ou regional do tumor.
IIIA: invasão até a seroso do corpo do útero ou dos anexos.
IIIB: invasão vaginal e/ou dos parametrios.
IIIC: metástase dos linfonodos pélvicos (IIIC1) ou para aorticos (IIIC2).
Estadiamento de câncer de endométrio (FIGO). Estádio IV?
Estádio IV: tumor invade a bexiga e/ou mucosa intestinal e/ou metástase à distância.
IVA: invade a bexiga e ou mucosa intestinal.
IVB: metástase à distância incluindo metástase infra abdominal e linfonodos inguinais.
Qual o tto para CE endometrioide estádio I?
Histerectomia total com salpingo-ooforectomia bilateral.
Se IA: não há indicação de linfadenectomia.
Em casos de desejo reprodutivo conduta específica.
*terapia adjuvante não é necessária.
Se IB: linfadenectomia para fins de estadiamento. Omentectomia não é obrigatória.
*braquiterapia adjuvante é indicada para evitar recorrência vaginal.
Qual a conduta em pacientes estádio 1 de câncer de endométrio que tem desejo reprodutivo?
📍Iniciar tto medicamentoso (medroxiprogesterona ou megestrol ou SIU e/ou agonista de GnRH).
📍Após 6m, realizar USGTV e histeroscopia.
Se terapêutica bem sucedida: a gestação deve ser encorajada e a paciente encaminhada para clínica especializada em fertilidade.
Caso falha ou após gestação: histerectomia com salpingo-ooforectomia bilateral.
Qual o tto para CE endometrioide estádio II?
Histerectomia simples + linfadenectomia (a histerectomia radical não mostrou benefício em termo de sobrevida).
Qual o tto para CE endometrioide estádio III ou IV?
Histerectomia + linfadenectomia. A depender, a radioterapia como primeiro tratamento é a melhor escolha.
O que são sarcomas uterinos? Quais os fatores de risco?
Tumores mistos (Müllerianos e Mesenquinais) cuja variante maligna é chamada de sarcoma.
Fatores de risco: nuliparidade e obesidade.
Qual a principal via de disseminação dos sarcomas uterinos?
Hematogenica com metastase, principalmente, para o pulmão.
Qual o tto para sarcomas uterinos?
Cirurgia que pode ser complementada com radioterapia, apesar dos altos índices de recidiva.
Quais os fatores de risco para câncer de vulva?
Infecções venéreas, infecção pelo HPV, baixo nível socioeconômico, promiscuidade sexual, tabagismo, imunossupressão crônica, obesidade, diabetes e hipertensão.
Quais os sintomas mais comuns relacionados ao câncer de vulva?
Varia desde assintomático, a prurido crônico (70%), sangramento discreto, disuria, dor localizada, ulceração, nódulo endurecido.
Qual a principal via de disseminação do câncer de vulva?
Linfática.
Outras: contiguidade e hematogenica.
No que consiste o teste de Collins?
Aplicação de azul de toluidina sobre a vulva com posterior aplicação de ácido acético a 5%.
Os locais em que ocorrer a fixação, são os indicados para realizar biópsia.
Quando lesão esbranquiçada em vulva associada a prurido, dispareunia e queimação, no que pensar? Qual a conduta?
Líquen escleroso vulvar.
Conduta: biópsia.
Se confirmado: corticoide tópico de alta potência (propionato de clobetasol a 0,05%).
Qual o câncer de vulva mais comum?
Carcinoma escamoso.
Em segundo lugar: melonoma.
O escamoso subdivide-se em: típico, basaloide, verrucoso, condilomatoso.
Qual o estadiamento do câncer de vulva segundo o T (Tumor).
T= tumor primário. TTis= carcinoma pre-invasivo.
T1= confinado à vulva ou períneo com 2.0cm ou menos. T2= confinado à vulva ou períneo com mais de 2.0cm. T3= qq tamanho com invasão de uretra e/ou ânus. T4= qq tamanho infiltrando a mucosa da bexiga e ou do reto.
Qual o estadiamento do câncer de vulva segundo o N (linfonodo).
N0= linfonodos não palpáveis. N1= unilaterais metastáticos. N2= bilaterais metastáticos.
Quais os tipos de tto para câncer de vulva?
- Ressecção ampla da lesão: ressecção com margem de, no mínimo, 5mm. Ideal: 10mm.
- Vulvectomia simples: retirar grandes e pequenos lábios, vestíbulo, inclusive clítoris com coxim gorduroso até os músculos superficiais do períneo.
- Vulvectomia cutânea: visa preservação do clitoris e do coxim.
- Vulvectomia ampliada: retirar região púbica, sulcos genitofemorais e toda região do períneo até o ânus.
- Suprarradical: radical + linfadenectomia pélvica.
Qual o tto preconizado nos cânceres de vulva?
IA (estroma <1mm): excisão local radical sem linfadenectomia.
IB (estroma >ou= 1mm): excisão radical local com linfadenectomia.
II: Vulvectomia radical com dissecção dos linfonodos inguinais e femorais (margem de pelo menos 1cm).
III e IV: radioterapia + quimioterapia.
Quais as complicações após tto de câncer de vulva?
Mais frequente: hemorragia.
Recentes: infecção de ferida, necrose, deiscência.
Tardias: linfedema crônico, TVP, distopias, incontinências.
O tto do líquen escleroso da vulva tem o objetivo de prevenir o que?
Alterações anatômicas e transformação maligna.
Qual a diferença entre um resultado AGC (atipia de células glandulares) em uma paciente com <35 anos ou com 35 anos ou mais?
Na paciente com 35 anos ou mais com SUA ou células endometriais na citologia cervical oncótica, deve-se avaliar o canal endocervical com USTV ou histeroscopia pois essa atipia pode ser pode alteração endometrial e não só do canal cervical.
Qual a origem da artéria uterina?
Ilíaca interna ou hipogástrica.