Neutropenia Febril Flashcards
Definição de neutropenia febril
Ocorrência de febre em pacientes com contagem absoluta de neutrófilos <500 ou expectativa de chegar a esse valor em até 48 horas
Definições de febre
1) Temperatura axilar >37,8ºC
2) Temperatura oral >38ºC (única ou sustentada por ao menos 1 hora)
Funcional
A pessoa pode não ter contagem baixa de neutrófilos, mas estes podem não ser funcionais (defeitos qualitativos nos neutrófilos, como o prejuízo à fagocitose ou ao combate a microrganismos)
Neutropenia profunda
Contagem de neutrófilos <100
Incidência de neutropenia febril
1) 10 a 50% dos pacientes com tumores sólidos
2) +80% dos pacientes com neoplasias hematológicas
(O risco é maior de 10 a 15 dias após o ciclo de quimioterapia)
É comum identificar o sítio de infecção em uma neutropenia febril?
20 a 30% dos casos apresentam sítio de infecção documentado
Mortalidade da neutropenia febril
11% (sepse ou choque séptico)
Características dos agentes causadores da neutropenia febril
1) 90% flora encontrada é bacteriana
2) 80% flora endógena —> oportunista por quebra da barreira cutâneo mucosa
História e exame físico na neutropenia febril
1) Sinais e sintomas localizatórios do foco: + 70% dos pacientes não apresentam
2) Tempo transcorrido entre a última sessão de QT – nadir da droga
3) Perigo de reativação de infecção ( TB )
4) Uso prévio de ATBs - indução de resistência
5) Causas não infecciosas de febre —> PCR / procalcitonina
6) Exame Físico rigoroso – sem sinais inflamatórios
7) Exames – Neutropenia febril + raio X tórax normal → infiltrado pulmonar na TC em 40% dos casos
- ITU e contagem de neutrófilos < 100/campo → apenas 44% com disúria e 11% com piúria
8) Emergência —> risco de sepse ou choque séptico
Exames complementares na neutropenia febril
1) Hemograma.
2) Ureia e creatinina.
3) Eletrólitos, transaminases, bilirrubina total e frações.
4) Lactato sérico.
5) Hemoculturas (mínimo duas amostras simultâneas em sítios diferentes, periféricas e/ou de cada via de cateter venoso central se presente).
6) Urocultura ou cultura de outros sítios se indicado clinicamente.
7) Radiografia de tórax.
Como estratificar pacientes com neutropenia febril em alto risco?
1) Neutropenia prolongada predita (> 7 dias de duração) e profunda (neutrófilos ≤ 100 células/µL) após QT citotóxica.
2) Condições clínicas exuberantes, como hipotensão, pneumonia, dor abdominal nova ou alterações neurológicas.
3) Disfunção hepática e/ou renal
4) Escore MASCC (Multinational Association for Supportive Care in Cancer) < 21 pontos.
Fatores de risco para infecções por Gram positivos
1) Uso de cateter central
2) Antibioticoterapia prévia com Quinolonas
3) Colonização por S. aureus oxacilina resistente
4) Mucositis
5) Instabilidade hemodinâmica (IA)
6) Infecção de pele ou partes moles
Terapia inicial empírica
Quinolona + amoxicilina + clavulanato para o baixo risco
Como seguir com a antibioticoterapia caso a terapia inicial não curse com melhora do quadro clínico?
Monoterapia: cefepime OU pipera + tazo OU Carbapeném
(Terapia que também é feita no alto risco)
Que terapia fazer no paciente de alto risco com risco de infecção por Gram positivo?
Vancomicina associada ao esquema inicial
Reavaliação do esquema inicial de ATB após 72 horas
1) Persiste febre e neutropenia
a) Escalonar cobertura para Gram Negativos ou Introduzir Vancomicina para cobertura de Gram positivos
2) Se foco foi identificado
a) introduzir esquema preferencial para sítio e microbiota
3) Persiste febre e neutropenia e paciente já está com Vancomicina e Carbapenêmico
a) Pensar em cepas multirresistentes
b) Ampliar cobertura para VRE e/ou KPC – Linesolida e/ou Polimixina B ou Ceftazidima + Avibactam