Neuro Flashcards

1
Q

Qual é o mnemônico usado para saber a ordem do exame neurológico?

A

Ih, Maria Eugênia foi toda contente reencontrar seu namorado inteligente, mas fugiu.

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2
Q

Qual é a ordem do exame neurológico?

A
  1. Inspeção
  2. Marcha
  3. Estática
  4. Força
  5. Tônus
  6. Coordenação
  7. Reflexos
  8. Sensibilidade
  9. Nervos cranianos
  10. Irritação meníngea
  11. Movimentos involuntários
  12. Funções Cognitivas
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3
Q

O que é importante examinar no exame da marcha? (7)

A
  1. Sequência no andar
  2. Comprimento e simetria dos passos
  3. Elevação dos joelhos e balanço dos braços
  4. Sequência calcanhar-planta-ponta
  5. Movimento de virada (deve ser único)
  6. Estabilidade do quadril
  7. Tempo com os dois pés no chão (o normal é 2/3 do tempo)
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4
Q

Marcha normal, sem alterações patológicas:

A

Marcha atípica

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5
Q

Cite 9 tipos de marchas típicas:

A
  1. Marcha ceifante
  2. Marcha escarvante (parética)
  3. Marcha cerebelar (atáxica, ébria)
  4. Marcha talonante ou tabética
  5. Marcha anserina
  6. Marcha parksoniana
  7. Marcha apráxica
  8. Marcha paraparética espástica (tesoura)
  9. Marcha claudicante ou antálgica
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6
Q

Marcha ceifante

A

Lesão no encéfalo (síndrome do 1º neurônio motor), que promove espasticidade da musculatura anti-gravitacional contralateral - MS fletido e MI em extensão. Como o joelho não flexiona, descreve semicírculos durante a marcha.

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7
Q

Causa de marcha ceifante:

A

AVE

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8
Q

Marcha escarvante:

A

Lesão do 2º neurônio motor, havendo flacidez da musculatura. Há lesão do nervo fibular, e o paciente não faz a dorsiflexão dos pés, fazendo com que elevem o joelho acima do normal para que o pé não arraste no chão

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9
Q

Marcha cerebelar:

A

Ocorre por lesões cerebelares. Base alargada, passos irregulares em tamanho e velocidade, oscilação, decomposição do movimento de virada e uso da visão.
- Lateropulsão da marcha para o lado da lesão

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10
Q

Marcha anserina:

A

Hiperlordose e inclinação do tronco ora para a direita, ora para a esquerda

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11
Q

Causas de marcha anserina:

A
  • Gravidez
  • Doenças musculares (fraqueza dos mm. pélvicos e das coxas)
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12
Q

Marcha parksoniana:

A

Lenta, de passos miúdos, movimentos empobrecidos, sem balanço dos braços, tronco inclinado para a frente por instabilidade, tremor, rigidez, hesitação para começar o movimento

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13
Q

Marcha talonante ou tabética:

A

Perda ou altreração da propriocepção.
- Aumento da base de sustentação, uso da visão para não se desequilibrar, pisada no chão com muita força

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14
Q

Causas de marcha talonante ou tabética:

A
  • Sílifis terciária (Tabes dorsalis), que acomete o cordão posterior da medula, por onde passam as vias proprioceptivas;
  • Deficiência de vitamina B12
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15
Q

Quais podem ser os achados na inspeção do exame neurológico?

A
  • Manchas café com leite
  • Neurofibromas
  • Angiofibromas
  • Mancha em vinho do porto (Sd. Sturge-Weber);
  • Herpes-Zóster
  • Hanseníase (máculas anestésicas)
  • Sinal de Gowers (miopatia proximal grave)
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16
Q

Quando o sinal de Gowers é positivo? E qual é uma possível causa?

A
  • Quando o paciente usa as mãos para escalar o próprio corpo a partir de uma posição agachada;
  • Distrofia muscular de Duchenne
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17
Q

Postura de Wernicke-Mann:

A
  • Flexão do MMSS e extensão do MMII acometidos.
  • Posição clássica do paciente com marcha ceifante
  • Pacientes que sofreram AVE
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18
Q

Decorticação x Descerebração:

A

Decorticação:
- Lesão a nível do mesencéfalo;
- Interrupção do trato corticoespinhal (flexor), levando outros tratos a predominarem;
- Postura em extensão dos MMII e flexão dos MMSS

Descerebração:
- Lesão a nível da ponte
- Interrupção do trato corticoespinhal e do rubroespinhal, levando os outros a predominarem;
- Postura em extensão generalizada

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19
Q

De quais fatores depende a ortostase? (5)

A
  1. Visão
  2. Propriocepção
  3. Sistema vestibular
  4. Cerebelo (para ele convergem informações dos 3 primeiros)
  5. Integridade muscular
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20
Q

Qual é o fator da ostostase que sem, o indivíduo não fica de pé?

A

Integridade muscular

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21
Q

Qual o nome do exame da estática?

A

Teste de Romberg

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22
Q

Teste de Romberg:

A

Ocorre em 2 etapas:
1. Com os olhos abertos (exame do cerebelo): peça ao paciente para ficar de pé, com os pés juntos. Se houver lesão no vermis cerebelar, o paciente aumenta a base de sustentação ou se desequilibra.
2. Com os olhos fechados: pede ao paciente para, na mesma posição, fechar os olhos. Se ele se desequilibra ou cai, há o Sinal de Romberg positivo.

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23
Q

Teste de Romberg sensibilizado:

A

Solicita ao paciente que coloque um pé na frente do outro, diminuindo sua base de sustentação.
- Caso não se mantenha equilibrado, há disbasia na manobra sensibilizada.

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24
Q

Como diferenciar se um teste de Romberg positivo é por um problema na propriocepção ou no sistema vestibular?

A
  • Alterações na propriocepção: queda para qualquer lado imediatamente, sem período de latência.
  • Alterações no sistema vestibular: queda para o lado da lesão, com período de latência.
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25
Causas de Romberg positivo por alterações na propriocepção:
- Tabes Dorsalis - Deficiência de vitamina B12
26
O tônus se deve à atividade de qual neurônio?
Motoneurônio gama
27
Tônus:
Tensão muscular no repouso (grau de contração mínima)
28
Inibe o motoneurônio gama:
1º neurônio motor e sistema nigroestriatal
29
Estimula o neurônio gama:
Cerebelo
30
Síndrome do 1º neurônio motor:
- Não há inibição do motoneurônio gama >> **espasticidade - hipertonia muscular** - Força: diminuída - Tônus: hipertonia espástica - Reflexos profundos: Hiper-reflexia - Reflexos patológicos: **Sinal de Babinski** - Fasciculações: ausentes
31
Síndrome do 2º neurônio motor:
- Força: diminuída // atrofia muscular - Tônus: **Hipotonia** // flacidez - Reflexos profundos: **Hiporreflexia** - Não há reflexos patológicos - Fasciculações presentes
32
Paresia:
Redução da força
33
Plegia
Ausência de força
34
Parestesia
Formigamento
35
Prefixo "para":
Da cintura para baixo - MMII
36
Prefixo "tetra":
Os 4 membros
37
Como se pode avaliar o tônus muscular? (5)
1. Palpação, para identificar a turgidez da musculatura; 2. Rolamento: examinador realiza o rolamento da coxa e observa os pés do paciente. Na **hipotonia** o movimento distal é bem amplo, e na **hipertonia** o arco proximal descrito é igual ao distal. 3. Balanceio do segmento distal através do proximal: a amplitude do movimento distal é proporcional ao grau de hiper ou hipotonia. 4. Mobilização passiva: avaliando a resistência imposta ao movimento 5. Manobras punho-ombro e calcanhar nádegas: pacientes hipotônicos encostam
38
Hipertonia elástica (6):
- Espasticidade - Síndrome piramidal - Síndrome do 1º NM - Inspeção: Postura de Wernicke-Mann - Mobilização passiva: **Sinal do Canivete** - Causa: AVE
39
Hipertonia Plástica (5):
- Rigidez; - Síndrome extra-piramidal - Inspeção: flexão generalizada (postura do esquiador) - Mobilização passiva: **Sinal da Roda Dentada** - Causa: Síndrome de Parkinson
40
Como a força é graduada?
De 0 a 5 pela Escala MRC: - Grau 0: ausência de movimento - Grau 1: há mioclonias, mas não há movimento. - Grau 2: há movimento, mas não vence a gravidade - Grau 3: pct vence a gravidade mas não resiste ao examinador - Grau 4: pct faz todos os movimentos e resiste ao examinador, mas há redução da força de um lado comparativamente - Grau 5: força normal
41
Como o exame físico de força deve ser realizado?
Contra a gravidade e contra resistência
42
Como é o exame físico de força contra a gravidade?
Faz-se a **prova ou manobra de Mingazzini** para os MMSS e MMII, e a **manobra de Barré** para os MMII.
43
Como é o exame físico de força contra resistência?
Examinador testa a resistência dos grupamentos musculares comparativamente e classifica a força de acordo com a escala de força MRC
44
Manobra de Mingazzini (MMSS)
- Peça ao paciente para estender os braços com as mãos pronadas - peça para fechar os olhos e manter a posição por 20 a 30s - OBS: Pode-se fazer o **teste do desvio pronador** pedindo ao pct que supine as mãos - nas hemiparesias leves, há tendência à pronação - Se houver paresia, os braços tendem a cair
45
Manobra de Mingazzini (MMII):
- Paciente em decúbito dorsal, flexiona as pernas sobre as coxas (90º) e as coxas sobre o quadril (90º), mantendo a posição. - Se as pernas caírem, é sinal de paresia da musculatura extensora da perna (quadriceps) ou flexora do quadril (psoas)
46
Manobra de Barré:
- Pct em decúbito ventral, flexiona as pernas sobre as coxas (90º) e mantém - Oscilações ou queda das pernas indicam paresia dos mm. flexores da perna
47
Além das manobras no exame de força, o que mais pode ser feito?
O examinador deve testar a força dos grupamentos musculares, sempre contra a gravidade e contra a resistência, e sempre comparativamente, faz de um lado e depois do outro. - Pode se testar a musculatura da cabeça, MMSS e MMII.
48
Qual órgão é o responsável pela função de coordenação?
Cerebelo
49
Ataxia:
Distúrbio na coordenação dos movimentos
50
Quais partes do corpo são testadas no exame físico de coordenação motora?
Tronco, MMSS e MMII
51
Diadococinesia
Capacidade de realizar movimentos alternados
52
Incapacidade de realizar movimentos alternados
Disdiadococinesia
53
Como se testa a coordenação motora do tronco (vermis)?
- Peça ao paciente que se sente a partir da posição deitada, sem usar os braços
54
Manobra de Fournier (sensibilizada)
- Peça ao paciente sentado, que se levante sem usar as mãos, ande em linha reta e faça o movimento de virada, sentando-se novamente
55
O que pode acontecer na manobra de Fournier, caso haja doença vermiana?
O exame pode apresentar marcha cerebelar, decomposição do movimento de virada, e ao se sentar o paciente se joga
56
Dissinergia (ataxia) de tronco
Paciente não consegue se sentar a partir da posição deitada, ou o faz levantando as pernas para auxiliar (elevação > 15cm)
57
No exame do vérmis cerebelar, deve-se buscar alterações em que?
- Coordenação da musculatura axial - Marcha - Fala - Musculatura extrínseca voluntária do olho
58
Disartria
Decomposição da fala
59
Quais manobras podem ser usadas para se avaliar os hemisférios cerebelares?
- Manobra dedo-nariz - Manobra calcanhar-joelho - Exame da diadococinesia - Manobra ou Prova do Rechaço (Stweart-Holmes)
60
Manobra dedo-nariz
- Paciente toca o nariz e estende o braço repetidamente. Posso pedir para fechar os olhos
61
Manobra dedo-nariz sensibilizada
Paciente toca o nariz, o dedo do examinador e estende o braço, repetindo o movimento
62
Quais alterações podem ser encontradas na manobra dedo-nariz? (4)
1. Assinergia (decomposição do movimento) 2. Dismetria (erro do alvo) 3. Tremor de intenção 4. Discronometria (alteração da velocidade do movimento)
63
Exame de diadococinesia
Solicitar que o paciente alterne entre supinação e pronação, o mais rápido possível
64
Alteração do exame de diadococinesia (1)
Disdiadococinesia: erro na sucessão dos movimentos
65
Manobra ou prova do rechaço:
- Paciente tenta fazer fflexão do antebraço contra resistência imposta pelo examinador, que subitamente para de oferecer resistência ao movimento - Espera-se que o paciente consiga parar o movimento
66
Alteração na manobra do rechaço:
- Ataxia ou assinergia: o paciente não consegue segurar o movimento e pode se bater
67
Manobra calcanhar-joelho:
- Paciente em decúbito dorsal, encosta com o calcanhar de um membro no joelho do outro, escorrega pela tíbia (preferencialmente sem tocá-la) e encosta no pé. Depois volta ao joelho.
68
Alterações da manobra calcanhar-joelho (4):
1. Assinergia: decomposição do movimento 2. Dismetria: pct erra o local do joelho ou do pé 3. Tremor de intenção 4. Discronometria: alteração da velocidade do movimento
69
Como é composto o arco reflexo? Ele é responsável pelo que?
Neurônio sensitivo > interneurônio > neurônio motor. - Responsável pelos reflexos medulares e independe de comando central
70
Os reflexos podem ser divididos em:
Reflexos superficiais, profundos e patológicos
71
Reflexos superficiais (3):
1. **Cremastérico**: estimula-se a superfície interna da coxa e como resposta há a elevação do testículo ipslateral; 2. **Cutâneos abdominais**: estimula-se a superfície abdominal em 3 níveis delimitados pela cicatriz umbilical, de fora para dentro, havendo contração da musculatura abdominal como resposta; 3. **Cutâneo plantar**: estimula-se a região lateral da face plantar do calcanhar até o 2º metatarso, e como resposta há a flexão dos dedos
72
Raízes do reflexo cremastérico
L1-L2
73
Raízes do reflexo cutâneo abdominal
T7 a T11
74
Raízes do reflexo cutâneo plantar
S1
75
Reflexos profundos:
Pesquisados a partir da percussão dos tendões musculares com um martelo de percussão, seguindo ordem de proximal para distal
76
Reflexos profundos pesquisados (6)
1. **Bicipital**: percute o tendão do bíceps e espera-se flexão do antebraço 2. **Tricipital**: percute tendão do tríceps e espera-se extensão do antebraço 3. **Braquiorradial ou estilorradial**: percute na cabeça do rádio e espera-se flexão do antebraço e pronação da mão 4. **Flexor dos dedos**: percute no tendão desse músculo e espera-se flexão dos dedos 5. **Patelar**: Percute no tendão patelar e espera-se extensão da perna 6. **Aquileu**: percute no tendão de aquiles e espera-se flexão plantar
77
Clônus:
Contrações musculares involuntárias e rítmicas em resposta a estiramento do músculo, presente em hiperrreflexias muito exacerbadas. - Pode ser pesquisado em pés, mãos e patela
78
Manobra de Jendrassik
- Para distrair o paciente - Solicitar que enganche uma mão na outra e faça força para separá-las enquanto o examinador pesquisa os reflexos profundos dos MMII
79
Qual é a gradação dos reflexos?
Vai de zero a quatro cruzes: 0: abolido +/4: hiporreflexia ++/4: normorreflexia +++/4: hiperrreflexia ++++/4: reflexo policinético (hiperreflexia + clônus) - OBS: Sempre comparar um lado com o outro para graduar, procurando assimetrias
80
Quais são os reflexos patológicos?
- Sinal de Babinski - Sinal de Hoffmann - Sinal de Tromner
81
Sinal de Babinski
Dorsiflexão do hálux podendo ser acompanhada de abertura em leque dos outros dedos ao se pesquisar o reflexo cutâneo plantar
82
Suscedâneos de Babinski (5)
1. **Chaddock**: estimula-se a face lateral do pé, do maléolo lateral até o quinto pododáctilo; 2. **Oppenheim**: pressão sobre a face medial da tíbia, de cima abaixo; 3. **Gordon**: compressão da musculatura da panturrilha 4. **Shaefer**: compressão do tendão de Aquiles; 5. **Austregésilo-Esposel**: compressão do quadríceps na região distal da coxa
83
Sinal de Brissaud
Na pesquisa do reflexo cutâneo plantar, evoca-se contração do músculo tensor da fáscia-lata. Também é um suscedâneo de Babinski
84
Significado semiológico dos sinais de Babinski, Hoffmann e Tromner:
Lesão do trato corticoespinhal ou do córtex motor
85
Sinal de Tromner
Examinador segura a mão do paciente pela articulação metacarpofalangiana distal do dedo médio e com a outra mão dá um golpe rápido de baixo para cima
86
Sinal de Hoffmann
Examinador segura a mão do paciente completamente relaxada e com a outra mão segurando o dedo médio como um cigarro, comprime e solta a ponta desse dedo rapidamente
87
Sinal de Hoffmann e Tromner presentes, o que se encontra?
- Abdução e flexão do polegar - Flexão do indicador - Pode haver flexão dos outros dedos
88
Quantos são os tipos de sensibilidade?
1. Superficial 2. Profunda 3. Complexa
89
Sensibilidade superficial
1. Tátil 2. Dolorosa 3. Térmica
90
Sensibilidade profunda
1. Vibratória (palestesia) 2. Pressórica (barestesia) 3. Proprioceptiva (Batiestesia)
91
Exame da sensibilidade tátil (superficial)
Com um objeto, toque os dermátomos e pergunte ao paciente o que ele está sentindo, e onde está sentindo. - Paciente sempre de olhos fechados - Exame sempre comparativo (de um lado e de outro)
92
Exame de sensibilidade tátil alterado
Hipoestesia ou anestesia tátil
93
Exame de sensibilidade dolorosa alterado
- Hipo ou analgesia - Hiperalgesia - Alodinia (um estímulo não doloroso causa dor)
94
Exame de sensibilidade térmica (superficial), e como ele dá alterado:
- Usa-se tubos de ensaio com água quente ou fria para encostar na pele do paciente e perguntá-lo se está quente ou frio. Sempre comparativo. - Exame alterado: hipo ou anestesia térmica; alodinia.
95
Sensibilidade superficial x profunda:
- **Superficial**: O receptor está na pele; a via responsável é a espinotalâmica, e há distribuição dermatodérmica. - **Profunda**: Os receptores estão mais profundos; a via responsável é a cordonal posterior, e não há distribuição dermatodérmica.
96
Exame da sensibilidade vibratória (palestesia):
- Usa um diapasão de 128Hz, encostando-o em proeminências ósseas. Importante mostrar ao paciente a sensação vibratória antes de o exame começar. - Exame alterado: Hipo ou apalestesia
97
Causas de alteração na sensibilidade vibratória (palestesia)
- Lesão periférica (diabetes mellitus, carência de vit. B12, polineuropatias) - Lesão do cordão posterior da medula (carência de vit. B12, neurossífilis)
98
Exame da sensibilidade proprioceptiva (batiestesia)
Pegue o hálux do paciente pelas laterais e movimente para cima e para baixo, parando em uma posição e perguntando a ele se está para cima ou para baixo. - Exame alterado: hipo ou abatiestesia
99
Sensibilidade complexa:
1. Estereognosia 2. Grafestesia 3. Sensibilidade discriminativa
100
Estereognosia e exame alterado:
Capacidade de reconhecer objetos com as mãos, sem a visão. - Exame alterado: astereognosia ou agnosia tátil (lesão do lobo parietal contralateral)
101
Grafestesia
Capacidade de perceber a escrita ou o desenhar sobre a pele, sem a visão.
102
Quais são os 12 pares de nervos cranianos?
I. Olfatório II. Óptico III. Oculomotor IV. Troclear V. Trigêmio VI. Abducente VII. Facial VIII. Vestibulo-coclear IX. Glossofaríngeo X. Vago XI. Acessório XII. Hipoglosso
103
Função e exame do primeiro par de nervos cranianos:
Nervo olfatório - função: olfação - Exame: Usar odores conhecidos pelo paciente e pedir para que ele identifique, utilizando uma narina de cada vez. Ele deve responder: se sente ou não o cheiro, se é agradável ou não, e do que é o cheiro.
104
Exame do primeiro par de nervos cranianos alterado:
- Anosmia: perda total do olfato - Hiposmia: perda parcial do olfato - Hiperosmia: aumento do olfato - Parosmia: confusão de cheiros - Cacosmia: sensação de cheiro ruim na ausência de qualquer coisa capaz de gerar tal cheiro
105
Segundo par de nervos cranianos e funções:
II. Óptico - Funções: visão central, periférica e fundos oculares
106
Como o segundo par de nervos cranianos é examinado?
O nervo óptico é examina em 4 etapas: 1. **Acuidade Visual**: usa-se a Cartela de Snellen, ou examina-se grosseiramente fazendo números com a mão na frente do paciente e pedindo para que ele identifique. 2. **Fundo de olho**: exame feito com oftalmoscópio. 3. **Campimetria**: Usa-se o teste de confrontação, em que o médico fica a cerca de 1m, na altura do paciente, e cada um oclui o olho correspondente. O paciente, olhando sempre para o médico e sem mexer a cabeça ou os olhos, vai ver o médico posicionar o dedo ou um objeto entre os dois, e o médico abre os braços afastando o objeto para os lados, para cima e para baixo, até o paciente deixar de enxergar. Enquanto o médico enxerga, o paciente deve enxergar também. 4. **Reflexos**: Fotomotor direto, indireto e de acomodação
107
Escotoma:
Área de cegueira absoluta ou relativa circundada por campo periférico normal
108
Anopsia ou amaurose
Lesão do nervo óptico correspondente, por trauma ou glaucoma. Cegueira unilateral
109
Hemianopsia
perda de metade do campo visual - Homônima: ambas as metades D ou E dos campos visuais, considerados separadamente - Heterônima: ambas as metades temporais ou nasais
110
Lesão em A:
- Amaurose direita (perda de ambos os campos visuais do olho direito)
111
Lesão em B
- **Hemianopsia heterônima bitemporal** - Lesão no quiasma óptico, lesando ambas as fibras das retinas nasais que cruzam ali, fazendo com que se perca os campos temporais em ambos os olhos.
112
Lesão em C:
- **Hemianopsia homônima esquerda** - Lesão no trato óptico esquerdo, perdendo-se as fibras temporais do olho direito, que traziam a imagem do campo visual esquerdo, e as fibras nasais do olho esquerdo, que traziam a imagem também do campo visual esquerdo.
113
Lesão em D:
- **Hemianopsia homônima direita** - Lesão no trato óptico direito, perdendo-se as fibras temporais do olho esquerdo, que traziam a imagem do campo visual direito, e as fibras nasais do olho direito, que traziam a imagem também do campo visual direito.
114
Lesão em E:
Quadrantopsia homônima esquerda
115
Causa frequente de hemianopsia heterônima bitemporal:
Lesão do quiasma óptico por tumor de hipófise
116
O exame dos reflexos pupilares avalia a função de qual par de nervos cranianos?
2º par (nervo óptico) e 3º par (nervo oculomotor)
117
Quais são os reflexos pupilares pesquisados no exame do 2º e 3º par de NC?
1. **Reflexo Fotomotor direto**: Ilumina-se um olho, tapando o outro, e vê-se a pupila desse olho contrair (miose) 2. **Reflexo fotomotor indireto ou consensual**: Ilumina-se um olho, e a pupila do outro olho contrai 3. **Reflexo de acomodação**: coloca-se um objeto na frente do paciente e aproxima esse objeto. O que se espera é que os olhos convirjam e que a pupila se contraia. Quando se afasta, a pupila dilata (midríase)
118
Pupilas de Argyll-Robertson:
Relacionadas com a neurossífilis. As pupilas respondem ao reflexo de acomodação, mas não respondem aos reflexos fotomotores direto e indireto. Pupilas em miose
119
Quais são os 6 músculos responsáveis pela motricidade ocular e quem os inerva?
1. **Reto superior**: elevação do olho. **Nervo oculomotor (III)**. 2. **Reto inferior**: depressão do olho. **Nervo oculomotor (III)**. 3. **Reto lateral**: abdução do olho. Inervado pelo **nervo abducente (VI)**. 4. **Reto medial**: adução do olho. **Nervo oculomotor (III)**. 5. **Oblíquo superior**: depressão e leve adução do olho. Inervado pelo **nervo troclear (IV)**. 6. **Oblíquo inferior**: elevação e leve abdução do olho. **Nervo oculomotor (III)**.
120
Além dos músculos extrínsecos do olho, o que mais o 3º par de nervos cranianos inerva?
- O músculo levantador da pálpebra - O esfíncter da pupila
121
Como é feito o exame do III, IV e VI pares de nervos cranianos?
III. Oculomotor IV. Troclear VI. Abducente - Exame: examinador fica a frente do paciente e o orienta a não mexer a cabeça, acompanhando a movimentação de seu dedo apenas com os olhos, e faz, com o dedo o desenho de um asterísco no ar.
122
Lesão do III par de NC:
Perda de mirada medial, para cima e para baixo; ptose palpebral. **Estrabismo divergente**.
123
Lesão do VI par de NC:
Perda de mirada lateral. **Estrabismo convergente**.
124
Lesão do IV par de NC:
Olho lesado fica desviado para cima e para lateral
125
Síndrome de Claude Bernard-Horner:
Miose + enoftalmia + ptose palpebral + anidrose. - Lesão do simpático cervical - traumatismo, neoplasia do ápice pulmonar
126
V par de nervos cranianos:
Trigêmio (nervo misto, sendo majoritariamente sensitivo, mas também motor)
127
Quais os ramos sensitivos do V par de NC?
V1. Oftálmico V2. Maxilar V3. Mandibular - São responsáveis pela sensibilidade geral da metade anterior da cabeça
128
Como é feito o exame do V par de NC:
Dividido em 2 etapas: exame das raízes sensoriais e da raíz motora. **Raiz sensorial**: Testa-se cada um dos 3 ramos, de forma semelhante ao exame de sensibilidade tátil superficial; testa-se, em especial, o ramo oftálmico, com a pesquisa do **reflexo córneo-palpebral** (encosta-se algo na córnea, o que faz com que o paciente se afaste e pisque). **Raiz motora**: pede-se ao paciente para fazer os movimentos da mastigação.
129
Qual é a raiz motora do V par de NC?
- Nervo mastigador; inerva os músculos temporal, masseter e pterigoideos.
130
VII par de NC e sua função:
**Nervo facial** - Funções: responsável pela musculatura da mímica facial e pelo músculo platisma, além de inervar as glândulas submandibulares, sublinguais e lacrimais
131
Como é feito o exame do VII par de NC?
Pede ao paciente para levantar as sobrancelhas, fechar os olhos com força, franzir o nariz, rir mostrando os dentes, rir sem mostrar os dentes, encher a bocheca de ar, faça de conta que vai assobiar, contraia o platisma.
132
Paralisia facial central:
- É supranuclear: ocorre acometimento do trato córticonuclear ou do córtex de um lado; - Paralisia apenas no **quadrante inferior contralateral** - Comumente observada após AVEs
133
Paralisia facial periférica:
- É infranuclear: ocorre por lesão do nervo facial - **Paralisia de toda a hemiface ipsilateral** - A causa mais comum é idiopática - Paralisia de Bell
134
Achados na paralisia facial periférica:
- Apagamento do sulco nasolabial - Desvio da comissura labial para o lado são - Incapacidade de assobiar - Lagoftalmia - Sinal de Bell (quando o paciente tenta fechar os olhos, é possível ver a esclera de seus olhos)
135
Perda parcial e total do paladar, respectivamente, e sensação de gosto ruim:
- Hipogeusia - Ageusia - Parageusia
136
VIII NC e sua função:
**Vestibulo-coclear** - Possui dois ramos: - **Ramo vestibular**: responsável pela marcha e estática (equilíbrio) - **Ramo coclear**: responsável pela audição
137
Como se faz o exame do ramo vestibular do VIII par de NC?
O exame do ramo vestibular compreende: - Pesquisa de nistagmo - Lateropulsão (para o lado da lesão) durante a marcha - Desvio postural - Sinal de Romberg (se positivo, o desequilíbrio do corpo é para o lado da lesão e há período de latência) - Provas calórica e rotatória (estímulo dos labirintos com água quente e fria, e uma cadeira giratória) -
138
Como se faz o exame do ramo coclear do VIII par de NC?
- Posso reduzir gradativamente a voz, sussurrar e atritar os dedos para ver se o paciente ouve. - **Teste de Rinne** - **Teste de Webber**
139
Teste de Rinne
Usado para se testar o ramo coclear do nervo vestíbulococlear (VIII par de NC). - Primeiro, encosta-se o cabo do diapasão vibrando no processo mastóide do paciente e peça que ele informe quando parar de ouvir. Quando o fizer, coloque a parte vibrante do diapasão ao lado da orelha e pergunte ao paciente se ele ouve. - **Teste positivo (normal)**: paciente continua ouvindo o ruído. O normal é que a condução aérea > óssea. **Teste negativo (alterado)**: paciente não ouve nada na segunda etapa. Condução óssea > aérea, indicando deficiência auditiva de condução.
140
Teste de Webber
- Coloca-se o cabo do diapasão vibrando no topo da cabeça do paciente e pergunta se ele ouve o ruído igualmente nos dois ouvidos. Se sim, o teste é normal. - **Surdez de condução**: ruído ouvido melhor no lado lesado - **Surdez neurossensorial**: Weber lateralizado para o lado normal
141
Prova de Schwabach:
Estudo da duração da condução óssea em segundos. O valor normal é de cerca de 20s. - **Schwabach prolongado**: comprometimento do ouvido médio ou surdez de condução - **Schwabach encurtado**: comprometimento do ouvido interno ou surdez neurossensorial
142
Tamanho normal da pupila:
Entre 2-4mm de diâmetro
143
Síndrome de Ménière:
Acometimento simultâneo das raízes vestibular e coclear - Crises de zumbidos, vertigens, náuseas, desequilíbrio, vômitos e hipoacusia progressiva
144
O que os nervos IX e X inervam conjuntamente?
Responsáveis pela motricidade do palato mole, úvula e musculatura da deglutição
145
Como se examinam os nervos IX e X?
Peça ao paciente para abrir a boca e falar "A". O que se espera é que o véu palatino e a úvula subam. Se houver lesão de um lado, esse lado não se eleva, e a **úvula se eleva para o lado são** - **Sinal da Cortina**. A lesão pode ser tanto do nervo glossofaríngeo quanto do vago. - O reflexo do vômito também testa o nervo vago.
146
XI par de NC e sua função:
Nervo acessório - inerva o trapézio e o esternocleidomastóideo.
147
Como se testa o XI par de NC?
- Peça ao paciente que vire a cabeça e o pescoço contra resistência imposta pelo médico; - Peça ao paciente para elevar os ombros contra resistência imposta.
148
XII par de NC e função:
Nervo hipoglosso - responsável pela inervação motora da língua.
149
Como avaliar o XII par de NC?
- Inspeção da língua no interior da boca; - Solicite que o paciente coloque a língua para fora e a movimente em todas as direções; - Solicite que o paciente force a língua contra a bochecha
150
Que alterações podem ser encontradas na avaliação do XII par de NC?
Se houver lesão unilateral: - Ao exteriorizar a língua, ela desvia para o lado da lesão; - Dentro da boca, ela desvia para o lado são; - Atrofia e fasciculações da metade comprometida. Se for lesão bilateral: - Atrofia e fasciculações, paralisia, disastria (dificuldade de falar normalmente), e dificuldade na mastigação e deglutição.
151
Sinais e sintomas da síndrome meníngea (9):
- Rigidez nucal - Delírio e confusão mental - Cefaleia - Convulsões - Fotofobia - Vômitos - Hiperreflexia profunda - Hiperestesia cutânea - Paralisias
152
Como e por que se pesquisa rigidez nucal?
Pesquisa-se procurando irritação meníngea; - Com o paciente em decúbito dorsal, coloque uma das mãos na região occipital e tente fletir sua cabeça. - É tipicamente encontrada na meningite e hemorragia subaracnóidea
153
Quais são os exames feitos na pesquisa de irritação meníngea? (6)
1. Exame de rigidez nucal 2. Prova de Brudzinski 3. Prova de Kernig 4. Prova de Laségue 5. Sinal de Bikele 6. Sinal de Neri
154
Prova de Brudzinski
Paciente em decúbito dorsal e membros estendidos, examinador tenta fazer a flexão do pescoço. **Sinal de Brudzinski**: é positivo quando o paciente flete os membros inferiores em resposta à prova.
155
Prova de Kernig
- Paciente com os joelhos e coxas fletidos em 90º; - Examinador faz a extensão súbita da perna, deixando a coxa fletida sobre o quadril. **Sinal de Kernig**: é positivo quando o paciente sente dor e tenta impedir o movimento oferecendo resistência.
156
Sinal de Bikele
- Paciente sentado, faz abdução dos ombros e dobra o cotovelo. Roda-se então, externamente o ombro e estende o cotovelo. - É positivo quando houver resistência à extensão do cotovelo, com dor.
157
Prova de Laségue
- Paciente em decúbito dorsal e MMII estendidos, o examinador levanta um dos MMII. **Sinal de Lasegue positivo**: quando o paciente refere dor na face posterior do membro examinado logo no início (cerca de 30º de elevação).
158
Prova de Bragard
Faz-se a prova de Lasegue, e depois tenta-se fazer dorsiflexão do pé; - **Sinal de Bragard**: paciente sente muita dor - É uma forma de Lasegue sensibilizado
159
Sinal de Betcherew:
- Laségue cruzado - Ao realizar a prova de Lasegue, paciente refere dor no membro do lado oposto
160
As provas neurológicas de pesquisa de irritação meníngea são utilizadas para o diagnóstico de quais doenças?
Meningite, hemorragia subaracnóidea e radiculopatia ciática
161
Quais são as possíveis síndromes neurológicas?
1. Síndrome do 1º neurônio motor 2. Síndrome do 2º neurônio motor 3. Síndrome cerebelar 4. Hipertensão intracraniana 5. Síndromes medulares
162
Síndrome cerebelar (10)
1. Incoordenação motora (ataxia) 2. Dismetria (não mede os movimentos) 3. Marcha cerebelar (ébria) 4. Disdiadococinesia 5. Tremor de ação/intenção 6. Hipotonia muscular 7. Dissinergia (assinergia) 8. Disartria (palavra escandida) 9. Disbalia (desequilíbrio) 10. Disgrafia
163
Síndrome cerebelar vermicular x hemisférica
Vermicular: ataxia de tronco Hemisférica: ataxia de membros
164
Síndrome de hipertensão intracraniana (5)
Qualquer condição que aumente a pressão intracraniana (tumor, meningite, abscessos, etc). 1. Cefaleia 2. Vômitos matinais (em jato) 3. Diplopia 4. Alterações pupilares e papiledema 5. Tríade de Cushing
165
Tríade de Cushing
Conjunto de sintomas que indica pressão intracraniana muito elevada: - Hipertensão arterial sistêmica - Bradicardia - Alteração do ritmo respiratório
166
Síndrome de Brown-Sequard (hemissecção medular)
Lesão na metade lateral da medula espinhal, provocando alterações na função motora, sensibilidade ou autonômica. **Do lado da lesão**: - Síndrome piramidal, destacando-se paralisia; - Síndrome cordonal posterior, evidenciada pela abolição das sensibilidades vibratória e proprioceptiva; **Do lado oposto da lesão**: - Síndrome sensitiva - abolição da sensibilidade superficial
167
Siringomielia
Cavidade (cisto) cheia de líquido que surge na medula espinhal