Cardiologia Flashcards
Qual a diferença entre congestão pulmonar e edema agudo de pulmão? Qual tipo de dispneia é encontrada em cada um?
Congestão pulmonar: quando os vasos pulmonares, sobretudo capilares, estão congestos de sangue, podendo extravasar líquido para o interstício.
- Encontra-se aqui a dispneia de decúbito.
Edema agudo de pulmão: acúmulo de líquido no interior dos alvéolos, resultante do acúmulo de pressão nos capilares pulmonares, que faz com que o líquido extravase para os alvéolos, prejudicando as trocas gasosas.
- Encontra-se aqui a dispneia paroxística noturna
Causas de sopros funcionais (inocentes):
Não estão relacionados a lesões orovalvares.
Quadros de hipercinese:
- Febre
- Anemia
- Hipertireoidismo
- Gravidez
- Hipoxemia crônica
Qual a diferença entre sopros funcionais e sopros orgânicos?
Os funcionais são inocentes, ou seja, não estão relacionados com lesões orovalvares. Os orgânicos já estão relacionados com alterações estruturais, valvares ou não.
Como podemos caracterizar os sopros? (7)
- Situação no ciclo
- Duração
- Localização
- Irradiação
- Intensidade
- Timbre ou tonalidade (qualidade)
- Variações
Como se caracterizam os sopros em relação à situação no ciclo cardíaco?
Sistólico, diastólico ou contínuo
Como se caracterizam os sopros em relação à duração?
Proto, meso, tele ou holo sistólicos/diastólicos
Qual a provável causa de um sopro irradiado para a região axilar?
Insuficiência mitral
Qual a provável causa de um sopro irradiado para os vasos do pescoço?
Estenose aórtica
Além das bulhas e seus desdobramentos, quais outros ruídos podem existir na ausculta cardiológica?
- Clicks de ejeção
- Estalidos de aertura
- Sopros
- Atrito pericárdico
- Knock pericárdico
O que um atrito periárdico pode indicar?
Pericardite fibrinosa
O que um knock pericárdico pode indicar?
Pericardite constritiva
Quando o atrito pericárdico é perceptível?
Na sístole e na diástole, sem relação fixa com as bulhas
Quando o knock pericárdico é perceptível?
No enchimento rápido (protodiastólico)
Como é caracterizado um estalido de abertura quanto a sua duração e situação no ciclo?
Protodiastólico, logo após B2
Pelo que é provocado o estalido de abertura?
É provocado pela abertura passiva da valva deformada, em função da diferença de pressão atrioventricular
Em quais patologas valvares é comum ouvir estalido de abertura?
- Estenose mitral
- Estenose tricúspide
Qual é a principal causa etiológica de estalidos de abertura valvares?
Febre reumática
Quais são as causas de patologia valvar em que mais comumente se auscultam cliques de ejeção?
- Estenose aórtica
- Estenose pulmonar
Além de estenose valvar, qual é uma outra causa valvar em que comumente se pode auscultar cliques de ejeção?
Prolapso das valvas mitral ou tricúspide
Manobra de Rivero-Carvallo:
Paciente em decúbito dorsal inspira profundamente, sem prender a respiração, e o examinador ausculta seu coração com o estetoscópio no foco tricúspide.
Qual é o resultado da manobra de Rivero-Carvallo?
Intensifica sopros e bulhas no coração DIREITO, sem interferir no coração esquerdo
Para que, classicamente é usada a manobra de Rivero-Carvallo? (2)
- Para diferenciar um sopro causado por insuficiência mitral de um causado por insuficiência tricúspide
- Para diferenciar o desdobramento fisiológico de B2 de um patológico (esteto no foco pulmonar)
O que significa manobra de Rivero-Carvallo positiva ou negativa?
- Positiva: sopro aumentou - insuficiência tricúspide
- Negativa: sopro diminuiu/não alterou: insuficiência mitral
Manobra de Handgrip e seu efeito:
Paciente aperta as mãos uma contra a outra, aumentando a resistência vascular periférica, aumentando a pós carga (aumento da resistência que o VE tem que vencer).
- Intensifica sopros de insuficiência aórtica e insuficiência mitral, e diminui sopros de estenose aórtica.
Rapid Squatting e seu efeito nos sopros:
Paciente se agacha, comprimindo os vasos dos MMII e abdominais, aumentando a resistência venosa periférica (aumento de pós carga) e aumentando também o retorno venoso (pré-carga).
- Intensifica todos os sopros de causas valvares
Manobra de Valssalva e seu efeito nos sopros:
- Paciente sopra com o nariz e boa fechados (semelhante á força exercida para defecar), aumentando a pressão intratorácica, diminuindo a pré-carga.
- Há a diminuição de todos os sopros causados por problemas valvares; aumento do desdobramento paradoxal de B2.
Manobra de Muller e para que é usada:
- Paciente inspira forçadamente, com nariz e boca fechados, promovendo aumento de pré-carga e eliminando ruídos respiratórios.
- tem valor semiológico na avaliação dos desdobramentos de B2.
Manobra de Pachon:
- Paciente em decúbito lateral esquerdo, e MMSS esquerdo acima da cabeça, para aumentar a relação do ápice cardíaco com a parede torácica.
- Aumenta o sopro mitral
Quais são as fases da sístole ventricular?
Contração isovolumétrica e ejeção rápida e lenta
Qual é a situação das valvas na fase de contração isovolumétrica (sístole)
Tanto valvas AV quanto semilunares estão fechadas
Tempo e DC da ejeção rápida e da lenta
Rápida: 1/3 do tempo; 70% do DC;
Lenta: 2/3 do tempo; 30% do DC
O que marca o fim da sístole?
O fechamento das semilunares (B2)
O que marca o início da sístole?
O fechamento das valvas atrioventriculares (B1)
Quais são as fases da diástole?
- Relaxamento isovolumétrico
- Enchimento ventricular rápido
- Enchimento ventricular lento
- Reforço pré-sistólico/contração atrial
Única fase ativa da diástole
Reforço pré-sistólico/contração atrial
Qual valva atrioventricular fecha primeiro? (B1)
Mitral
Qual ventrículo começa a sístole primeiro e qual inicia e completa a ejeção primeiro?
VE começa a sístole primeiro;
VD inicia a ejeção primeiro;
VE complera sua ejeção primeiro.
Qual a porcentagem de volume de sangue vai para o VE na contração atrial?
20%
Qual valva semilunar se fecha primeiro? (B2)
Valva aórtica
Qual valva AV se abre primeiro?
Tricúspide
Qual pulso palpar para identificar B1?
Carotídeo
Ordem dos fenômenos do ciclo cardíaco (11):
- Fechamento das valvas AV (B1) // início da sístole
- Contração isovolumértica
- Abertura das semilunares
- Ejeção ventricular rápida
- Ejeção ventricular lenta
- Fechamento das valvas semilunares (B2) // início da diástole
- Relaxamento isovolumétrico
- Abertura das valvas AV
- Enchimento ventricular rápido
- Enchimento ventricular lento
- Reforço pré-sistólico (contração atrial)
Click de ejeção:
Ruído de abertura patológico das valvas semilunares endurecidas (calcificadas).
Em que momento do ciclo pode-se ouvir um click de ejeção?
No início da sístole (protossistólico), logo após B1
No ECG, qual onda representa a fase de ejeção ventricular lenta?
Onda T
Estalido de abertura:
Ruído de abertura patológico das valvas atrioventriculares endurecidas ou doentes
Em que momento do ciclo pode-se ouvir um estalido de abertura?
No início da diástole, (protodiastólico), logo após B2
Causa de B3 e momento do ciclo em que ocorre:
Ruído DIASTÓLICO por sobrecarga de volume.
Ocorre no início da diástole - protodiastólico, logo depois de B2 (“tum-trá”)
Causa de B4 e momento do ciclo em que ocorre:
Ruído DIASTÓLICO por sobrecarga de pressão.
Ocorre no final da diástole - telediastólico, logo antes de B1 (“trum-tá”)
Ruído protodiastólico:
- Estalido de abertura
- B3
Ruído protossistólico:
- Click de ejeção
Ruído telediastólico:
- B4
Qual é a classificação do som quanto à intensidade das bulhas?
Normofonético, hipofonético, hiperfonético
Sopro sistólico (B1-sopro-B2):
- Insuficiência AV
- Estenose semilunar
Sopro diastólico (B1-B2-sopro-B1)
- Insuficiência semilunar
- Estenose AV
Estenose aórtica grave (consequências) (8):
- Sopro sistólico no foco aórtico
- Pressão convergente
- Hipotensão
- Pulso de baixa amplitude
- Pulso parvus et tardus
- Hipertrofia concêntrica de VE
- Sobrecarga de pressão
- B4
Insuficiência mitral (consequências) (5):
- Sopro holossistólico no foco mitral
- B1 hipofonética
- Sobrecarga de volume
- B3
- Hipertrofia do coração, desviado para a axila
Sinais cardinais da doença cardíaca: (7)
- Dor torácica
- Fadiga
- Palpitação
- Dispneia
- Tosse
- Edema
- Tontura/vertigem/síncope
Dor torácica não isquêmica (3):
- Dissecção de aorta
- Pericardite
- Valvulopatias
Dor torácica isquêmica (4):
- IAM
- Angina estável
- Angina instável
- Síndrome coronariana aguda
Dor torácica não cardíaca (7):
- Osteomuscular
- Pulmonar
- Gastroesofágica
- Herpes-zóster
- Pancreatite
- Cólica biliar
- Ansiedade
Tipos de dor torácica (4):
A. Definitivamente anginosa
B. Provavelmente anginosa
C. Provavelmente não anginosa
D. Definiticamente não anginosa
Características da dor torácica tipo A e B:
- Constrição/compressão/queimação/peso
- Ocorre em repouso
- Tempo de duração > 20min
- Localização: retroesternal, ombro esquerdo, pescoço e face, epigástrica, região interescapular
Características da dor torácica tipo C e D:
- Facada/agulhada/pontada/piora ao respirar e com digitopressão
- Tem esforço ou estresse como fator desencadeante
- Tempo de duração < 5min ou contínua
- Localização: hemitórax direito e ombro direito
Platipneia (definição e causas (4)):
Dispneia em posição ortostática que melhora em decúbito.
- Síndrome hepatopulmonar
- Hipovolemia
- Pneumectomia
- Shunt intracardíaco
Ortopneia (definição e causas (1)):
Dispneia em decúbito dorsal, que melhora sentado ou em ortostase.
- Insuficiência cardíaca
Bendopneia (definição e causas (1)):
Dispneia ao se inclinar para frente
- ICC
Trepopneia (definição e causas (3)):
Dispneia ao decúbito lateral, que melhora com o decúbito contralateral.
- Insuficiência cardíaca
- Derrame pleural
- Obstrução de brônquio fonte
Dispneia paroxística noturna
Dispneia aguda e intensa que acorda o paciente a noite (3 a 4h após dormir)
- ICC - edema pulmonar agudo
Cianose + baqueteamento digital
Frequente em pacientes com cardiopatia congênita e doenças pulmonares
Tipos de cianose:
Central, periférica e mista
Cianose central (5):
- Diminuição do O2 inspirado
- Distúrbios ventilatórios
- Distúrbios de difusão
- Distúrbios de perfusão
- Shunt
Cianose periférica:
Perda exagerada de O2 a nível da rede capilar por estase venosa ou diminuição do calibre dos vasos da microcirculação
- Apresenta-se em áreas distais, sempre com pele fria
Cianose mista:
Associação de cianose central e periférica, típico da insuficiência cardíaca grave com congestão pulmonar e estase venosa periférica
Fáscies mitralis:
Decorrêcia de estenose mitral
- Nariz fino e manchas róseas púrpureas no rosto;
- Edema em MMII, hepatomegalia e estase jugular
Sinais que se relacionam à risco cardiovascular (12):
- Acantose nigricans
- Sinal de Frank
- Halo senil
- Xantelasma no olho, tendinosos e tuberosos na mão
- Obesidade centrípeta
- Apneia obstrutiva do sono
- Síndrome de Cushing
- Baqueteamento digital
- Turgência jugular
- Petéquias palatais
- Sinal de Cardarelli e Oliver
- Sinal de Levine
Atitude ou posição genupeitoral (prece maometana):
Paciente de joelhos, com o tronco fletido sobre as coxas e tórax em contato com o colchão/chão, rosto descansando sobre as mãos.
- Facilita o enchimento do coração em casos de derrame pericárdico
Sinais e posições típicas de cardiopatias (5):
- Sinal de Levine
- Atitude/posição genupeitoral
- Posição de cócoras
- Baqueteamento digital/unha em vidro de relógio
- Atitude de Blechmann (sinal do travesseiro)
Atitude/posição de Blechmann (sinal do travesseiro):
Paciente senta-se na cama, inclina-se para frente e abraça o travesseiro para diminuir a dor torácica ventilatório-dependente
- Pericardite aguda
- Derrame pericárdico
Pulso jugular x pulso carotídeo:
Pulso jugular: facilmente visível e pouco palpável; mais nítidos em decúbito, diminuindo ou desaparecendo na posição sentada; desaparecem pela compressão da veia.
Pulso carotídeo: pouco visível e facilmente palpável, intensidade das pulsações não se altera com a posição do paciente, pulsações não desaparecem à compressão.
Refluxo hepatojugular:
Examinador comprime região do hipocôndrio direito por cerca de 30s e observa se há enchimento e turgência da veia jugular externa direita.
Presente em qualquer disfunção do ventrículo direito, como na insuficiência cardíaca congestiva, pericardite constritiva e obstrução de veia cava superior