Abdome Flashcards
Como dividir o abdome em 4 quadrantes?
- Uma linha vertical mediana
- Uma linha horizontal que passa pela cicatriz umbilical
- Quadrante superior direito (QSD)
- Quadrante superior esquerdo (QSE)
- Quadrante inferior direito (QID)
- Quadrante inferior esquerdo (QIE)
Como dividir o abdome em 9 regiões?
- Duas linhas verticais - hemiclavicular direita e esquerda
- Duas linhas horizontais- uma que passa pelo limite do rebordo costal e outra que passa pelas cristas ilíacas.
Como o abdome é limitado posteriormente?
Linha que passa pelo limite inferior do rebordo costal e outra que passa pelas cristas ilíacas - delimita as regiões lombares direita e esquerda
Qual a regra que deve ser lembrada ao se deparar com um paciente com distensão abdominal?
Regra dos 5F 1T
Fluidos
Flatos
Fezes
Feto
Fat
Tumor
O que avaliar na inspeção estática do abdome (6)?
- Tipo de abdome
- Circulação colateral
- Alterações na pele
- Cicatrizes, abaulamentos, retrações
- Distensão abdominal
- Peristaltismo visível
O que observar na inspeção dinâmica do abdome (4)?
- Tipo respiratório
- Pulsações
- Movimentos peristálticos visíveis
- Presença de hérnias e massas
Síndrome de Budd Chiari:
Causada por coágulos de sangue que obstruem completamente ou parcialmente o fluxo de sangue para o fígado.
- Obstrução das veias hepáticas
- Hipertensão porta
- Hepatomegalia
- Ascite
Abdome normal: plano, simétrico, sem abaulamentos ou alteração de volume:
Abdome atípico
Quais os tipos de circulação colateral possíveis de serem observados na inspeção do abdome?
- Tipo porta: obstrução da veia porta. Região periumbilical, centrífugo - cabeça de medusa;
- Tipo cava superior: obstrução da VCS. Circulação colateral na parte anterior do tórax, com o fluxo na direção toracoabdominal;
- Tipo cava inferior: obstrução da VCI. Circulação colateral na parte inferior do abdome, com sentido abdome-tórax.
Percepção dos movimentos peristálticos em caso de obstrução do ID:
Peristalse visível próximo a cicatriz umbilical, sem propagação especial
Percepção dos movimentos peristálticos em caso de obstrução no estômago (pilórica):
Peristalse visível em epigástrio ou mesogástrio, com frequência fixada em 3 ondas peristálticas por minuto
Percepção dos movimentos peristálticos em caso de obstrução no cólon:
Peristalse visível nas áreas de projeção das alças cólicas na parede abdominal, com propagação no sentido do peristaltismo que o respectivo segmento apresenta em condições normais
Manobras úteis para se pesquisar hérnias e massas na parede abdominal ou intra-abdominais:
- Manobra de Valsalva
- Manobra de Smith-Bates
Tipos de hérnias abdominais (7):
- Epigástrica
- Insicional
- Umbilical
- de Spiegel (ventrolateral)
- Inguinal direta
- Inguinal indireta
- Femoral
Hérnia inguinal direta x indireta:
Direta: o saco herniário não passa pelo canal inguinal, projetando-se medialmente aos vasos epigástricos inferiores.
Indireta: saco herniário atravessa o canal inguinal interno em direção ao canal inguinal.
Diástase abdominal:
Afastamento dos músculos retos abdominais
Quantos ruídos hidroaéreos é o normal na ausculta do abdome?
de 5 a 34 borborigmos ou ruídos hidroaéreos por minuto, ou 1 a cada 4 ou 5 incursões respiratórias
Hiperperistaltismo (conceito e causas (4)):
Mais de 34 ruídos hidroaéreos por minuto.
- Peristalse de luta
- Diarreia
- Doenças disabsortivas
- Transtornos de motilidade
Hipoperistaltismo (conceito e causas (3)):
Menos de 5 ruídos hidroaéreos por minuto.
- Obstrução
- Inflamação peritoneal
- Isquemia da parede abdominal
Como os ruídos hidroaéreos são classificados?
Normais/presentes; diminuídos; aumentados
Em qual quadrante os ruídos hidroaéreos são mais audíveis?
QID
Qual a semiotécnica da ausculta abdominal?
Auscultar por 1 minuto em cada quadrante, quantificando a peristalse em cada minuto.
(Na prática, se auscultar peristalse normal no primeiro quadrante, não precisa ir para os próximos. Caso não ausculte, obrigatoriamente deve-se ir para o próximo).
Como proceder na ausculta em caso de silêncio abdominal?
- Caso não se ouça RHA, deve-se auscultar no mínimo 5 minutos em cada quadrante para se dizer que há silêncio abdominal (sugere ausência de peristaltismo)
Peristalse de luta:
Fase inicial da obstrução intestinal, em que tenta-se vencer a obstrução.
Vascolejo:
Qualidade do som abdominal alterada, como se fosse uma pessoa pisando numa poça d’água. Ocorre em situações em que há retenção de líquido da alça intestinal
O que se pesquisa na ausculta do abdome? (3)
- Procura de ruídos hidroaéreos
- Sopros vasculares
- Atritos
Sopros vasculares (4):
- Sopros aórticos
- Sopros em artérias renais
- Sopros em artérias femorais
- Sinal de Cruveilhier-Baumgarten
Como pesquisar sopros aórticos? Quais as possíveis causas?
- Devem ser pesquisados desde o apêndice xifoide até a cicatriz umbilical.
- Causas: dissecção aórtica e insuficiência aórtica
Onde a artéria aorta se divide nas ilíacas comuns?
Na altura da cicatriz umbilical
Como pesquisar sopros em artérias renais? Quais as possíveis causas?
Na região mediana entre apêndice xifóide e cicatriz umbilical, onde emergem.
- Causa: estenose das aa. renais
Causa de HAS secundária:
Estenose de artérias renais (comum em jovens e idosos)
O que indica um sopro em artéria femoral?
Aterosclerose
Sinal de Cruveilhier-Baumgarten:
Murmúrio auscultado quando se coloca o estetoscópio sobre as veias superficiais abdominais dilatadas (cabeça de medusa).
- Ocorre pelo fluxo sanguíneo aumentado e turbilhonado nesses vasos, indicando hipertensão portal
Atritos abdominais (2):
- Atrito hepático: auscultado quando há inflamação da cápsula de Glisson ou do peritônio, ou carcinoma hepatocelular;
- Atrito esplênico: auscultado quando há infarto esplênico ou iminência de sangramento de varizes esofágicas
Semiotécnica da percussão abdominal:
Percute-se os 9 quadrantes, seguindo uma “sequência em caracol”.
Se houver alguma região dolorosa, percute-se ela por último.
Em que condições pode ser observada macicez à percussão abdominal? (9)
- Vísceras maciças normais
- Vísceras maciças aumentadas
- Ascites volumosas
- Estômago cheio (macicez na porção lateral do espaço de Traube)
- Derrame pleural extenso
- Fecaloma
- Distensão da bexiga
- Tumores
- Útero gravídico
Espaço de Traube (limites):
Região triangular delimitada por:
1. Linha axilar anterior
2. 6º EIC esquerdo
3. Rebordo costal
Linha que divide o espaço de Traube em medial e lateral:
Linha de Piorry - parte da fúrcula esternal e vai até a extremidade distal da 1ª costela flutuante esquerda
Espaço de Traube à percussão, em condições normais:
Timpânico (a região lateral pode estar maciça se o estômago estiver cheio).
Espaço de Traube maciço:
- Se for a região lateral: não necessariamente patológico, podendo indicar estômago cheio;
- Se for a região medial: quadro patológico - esplenomegalia (principalmente), adenocarcinoma gástrico, ascites volumosas, derrame pleural e fecaloma.
Quando a palpação do baço é obrigatória?
Quando o espaço de Traube está maciço
Ascite:
Acúmulo anormal de líquido rico em proteínas no interior do abdôme
Pesquisa de ascite (principais manobras) (4):
- Sinal da poça (a partir de 150ml de líquido)
- Macicez móvel de decúbito (300ml-1L)
- Semicírculo de Skoda (1-3L)
- Sinal de Piparote (>3L)
Sinal da poça:
Paciente em posição genupalmar (de 4) - detecta-se macicez periumbilical à percussão.
- Usada para detectar ascites de volume pequeno
Semiotécnica da hepatimetria:
Percute-se, primeiramente, na linha hemiclavicular direita, de cima para baixo, buscando a transição do som claro pulmonar para submaciço (onde o fígado se sobrepõe ao pulmão direito) - é o limite superior do fígado (geralmente no 5º EIC). Depois, percute-se de baixo para cima, a partir da região inguinal direita, até que se ache macicez - é o limite inferior do fígado.
Hepatimetria normal:
6 a 12cm em linha hemiclavicular direita
Sinal da arranhadura hepática:
Hepatimetria realizada auscultando-se a diferença de sons ao estetoscópio provocados ao arrastar a tampa de uma caneta em diferentes locais do hipocôndrio direito
Como o fígado cresce?
Para baixo, em direção à fossa ilíaca direita
Sinal de Chilaiditi:
O que é? Significado clínico?
Sinal radiológico - interposição de alça intestinal sobre a loja hepática
Espaço de Traube maciço pode significar:
Esplenomegalia
Como o baço cresce?
Em direção à fossa ilíaca direita
Como é classificada a palpação do abdome?
Palpação superficial e palpação profunda
Como é feita a palpação superficial do abdome?
Com uma mão, fazendo movimentos circulares no abdome
O que se pesquisa à palpação superficial do abdome? (6)
- Dor
- Tensão da parede
- Sensibilidade
- Temperatura
- Busca-se hérnias
- Pesquisa-se a presença de diástase do reto abdominal
Hipertonia abdominal involuntária:
Abdome em tábua
Hiperestesia cutânea:
Comum em casos de peritonite, em que só de tocar de leve o abdome, o paciente já sente dor
Como é feita a palpação profunda do abdome?
É bimanual, sempre de fora para dentro, percorrendo todos os quadrantes
O que se pesquisa à palpação profunda do abdome? (3)
- Avaliação de órgãos
- Presença de massas
- Palpação de linfonodos inguinais
Como classificar massas abdominais encontradas à palpação profunda? (5)
Devem ser classificadas quanto à:
1. Localização
2. Tamanho e forma
3. Consistência
4. Pulsações
5. Mobilidade com a respiração
Sinais e sintomas de irritação peritoneal (4):
- Hipersensibilidade à palpação superficial;
- Abdome em tábua;
- Dor ao mínimo toque;
- Descompressão dolorosa
Orgãos impalpáveis em situação normal (5):
- Apêndice cecal
- Vesícula biliar
- Flexuras do cólon
- Intestino delgado
- Baço
Causas de irritação peritoneal (4):
- Ar livre na cavidade (pneumoperitônio)
- Sangue livre na cavidade (hemoperitônio)
- Apendicite aguda
- Colecistite aguda
Regra de Courvoisier-Terrier:
Vesícula palpável e indolor, na vigência de icterícia. Indica compressão extrínseca por tumor (ex: tumor de cabeça de pâncreas).
Icterícia obstrutiva cursa com:
Colúria e hipo/acolia fecal
Manobra manual para ver se uma hérnia é redutível:
Manobra de Taxe
Tipos de hérnias (3):
- Hérnia redutível: saco herniário volta à cavidade abdominal espontaneamente ou por manobra manual;
- Hérnia encarcerada: são irredutíveis, pois há aderência do conteúdo herniado. Não há alteração circulatória nem interrupção de trânsito.
- Hérnia estrangulada: encarceramento leva a comprometimento vascular - há isquemia do conteúdo herniado, causando dor intensa e sinais flogísticos - é uma emergência cirúrgica
Por que é importante aprofundar a mão em busca de palpar o fígado durante a inspiração do paciente?
Porque na inspiração, o diafragma empurra o fígado para baixo, facilitando a palpação
O que deve ser avaliado à palpação do fígado? (6)
- Tamanho: quando palpável, não ultrapassa 2cm do rebordo costal. Se passar, pode ser hepatomegalia ou ptose hepática;
- Borda inferior: fina (normal) ou romba.
- Superfície: lisa (regular) ou irregular.
- Sensibilidade: indolor ou dolorosa
- Consistência: elástica (normal) ou diminuída (amolecida) ou firme (aumentada)
- Refluxo hepatojugular: presente ou ausente.
Lobo de Riedel:
Alteração não patológica na morfologia do fígado, que terá um lobo direito aumentado
Como é feita a palpação do baço?
Através da manobra ou posição de Schuster, que induz a movimentação do baço em direção ao rebordo costal, facilitando a palpação.
- O examinador tenta palpar com a mão direita, desde a FID até o HCE, aprofundando a mão durante a expiração e tentando palpar na inspiração.
Manobras utilizadas na palpação do baço (3):
- Manobra de Schuster
- Manobra de Mathieu-Cardarelli
- Manobra bimanual
Manobra de Mathieu Cardarelli (em garra):
Examinador do lado esquerdo do paciente, realizando a palpação em garra do baço
Manobra bimanual
Palpação de baço
Paciente em decúbito dorsal, examinador coloca a mão esquerda na região dorsal do paciente e traciona anteriormente; com a mão direita, tenta palpar o baço desde a FID até o HCE, aprofundando a mão na expiração, e tentando palpar na inspiração.
Qual é o tamanho normal do baço?
Equivale a uma mão fechada
Sinal de Kehr:
O que é? O que indica?
É positivo quando há dor aguda, intensa e repentina sentida na ponta do ombro esquerdo, desencadeada principalmente quando o paciente está na posição de Tredelemburg (deitado com os pés mais elevados que a cabeça).
- Indica: ruptura esplênica, gravidez ectópica - HEMOPERITÔNIO
Sinal de Boas:
O que é? O que indica?
Dor referida na ponta da escápula direita.
- Indica colecistite
Qual rim é mais baixo? Por que?
Rim direito, por causa do fígado
Causas de rim palpável:
(3)
- Hidronefrose
- Tumores renais
- Rim policístico
Manobras para palpação de rim
(3)
- Método de Guyon (manobra do rechaço renal)
- Manobra de Israel
- Método de Goelet
Método de Guyon (manobra do rechaço renal):
Paciente em decúbito dorsal, examinador posiciona mão esquerda na região dorsal e traciona para frente. A mão direita se aprofunda no flanco durante a inspiração.
Manobra de Israel:
Paciente em decúbito lateral, com o MS sobre a cabeça. O examinador tenta “pinçar” o rim com as duas mãos - uma se aprofunda na região abdominal e a outra na região dorsal
Método de Goelet:
Paciente de pé, com o joelho ipsilateral ao rim que será palpado fletido; examinador posiciona uma de suas mãos na região dorsal, e traciona anteriormente, enquanto a outra mão tenta palpar o rim ao se aprofundar na região abdominal
Pontos ureterais:
O que são? Quais são?
São os pontos de constrição fisiológica dos ureteres.
1. Ponto ureteral superior: na origem do ureter na JUP (junção ureteropélvica); na interseção da linha da cicatriz umbilical com o bordo externo do m. reto abdominal;
2. Ponto ureteral médio: cruzamento dos ureteres com os vasos ilíacos; bordo externo do m. reto abdominal, na altura da crista ilíaca anterossuperior;
3. Ponto ureteral inferior: desembocadura do ureter na bexiga.
Ponto cístico:
Onde se encontra a vesícula biliar.
- Encontrado na interseção da linha hemiclavicular com o rebordo costal direito.
Sinal de Murphy:
Dor à compressão do ponto cístico. Paciente suspende a inspiração.
- Indicativo de colecistite
Identifique o ponto azul e os pontos verdes:
Azul: Ponto epigástrico
Verdes: Pontos ureterais (superior e médio)
Ponto de McBurney:
Junção entre o terço médio e o terço lateral da linha imaginária que une o umbigo à espinha ilíaca anterossuperior.
- É o ponto apendicular
Sinal de Blumberg:
Dor à descompressão súbita do ponto de McBurney
Tríade de Charcot:
- Icterícia
- Febre com calafrios
- Dor abdominal (HCD)
- Sintomas clássicos da Colangite aguda
Sinal de Rovsing
Sinal que indica possibilidade de apendicite aguda quando positivo.
- Examinador faz a palpação “ordenhando” o IG, do quadrante inferior esquerdo em direção ao QID, e paciente refere dor.
Sinal do Psoas
Hiperextensão passiva do MMII direito, com o pct em decúbito lateral. Caso o paciente sinta dor com o movimento, é sinal de apendicite aguda
Sinal do obturador
Flexão passiva da perna sobre a coxa e sobre a pelve, procedendo com uma rotação interna da coxa, com o pct em decúbito dorsal, promovendo o estiramento do mm. obturador interno. Se houver dor em região hipogástrica, indica apendicite aguda.
Diarreia aguda x crônica
Aguda: duração < 2 semanas
Crônica: duração > 4 semanas
Diarreia alta x baixa:
Alta: grande volume e com menos episódios; cólicas periumbilicais, náuseas e vômitos; sem urgência de evacuação e com presença de restos alimentares nas fezes pastosas;
Baixa: menor volume e mais episódios; tenesmo; cólicas infraumbilicais, urgência de evacuação, presença de muco, pus ou sangue nas fezes liquefeitas
Icterícia:
Coloração amarelada da pele, esclera e mucosas devido à impregnação de bilirrubina nos tecidos
Icterícia obstrutiva:
Hiperbilirrubinemia por bilirrubina conjugada.
- Colúria e acolia fecal
Insuficiência hepática:
Definição e etiologia
Perda de função do fígado.
- Cirrose, hepatites, febre amarela, leptospirose, etc
Sinais e sintomas de insuficiência hepática (10):
- Hálito hepático
- Icterícia
- Ascite equimose
- Eritema palmar
- Telangiectasias
- Ginecomastia
- Atrofia testicular
- Circulação colateral
- Atrofia muscular
- Aumento das parótidas
Hemorragia digestiva alta:
Conceito e sinais e sintomas (3)
Sangramento é acima do ângulo de Treitz. Causada frequentemente por lesões do estômago e duodeno.
- Hematêmese
- Melena
- Enterorragia
Hemorragia digestiva baixa:
Conceito e sinais e sintomas (3)
Sangramento é abaixo do ângulo de Treitz.
- Causas: tumores, divertículo de Meckel, Doença de Chron, volvo de ID, trombose mesentérica, diverticulite, colite ulcerativa, diarreia aguda, amebíase.
- Melena
- Hematoquezia
- Enterorragia
Constipação:
Fezes endurecidas, esforço excessivo evacuatório, evacuações infrequentes, tenesmo.
Qual a frequência normal de evacuação?
No mínimo 3 vezes por semana
Abdome agudo:
Síndrome dolorosa aguda, de intensidade variável, e que necessita de tratamento imediato
Tipos de abdome agudo:
- Perfurativo
- Inflamatório
- Vascular
- Obstrutivo
- Hemorrágico
Causas de abdome agudo inflamatório (5):
- Apendicite aguda
- Pancreatite aguda
- Colecistite aguda
- DIP (doença inflamatória pélvica)
- Diverticulite aguda
Causas de abdome agudo obstrutivo (4):
- Bridas e aderências
- Hérnia estrangulada
- Neoplasias
- Fecaloma
Causas de abdome agudo perfurativo (4):
- Úlcera perfurada
- Trauma
- Doença inflamatória intestinal
- Corpo estranho
Causas de abdome agudo vascular/isquêmico (2):
- Infarto intestinal
- Aneurisma de aorta intestinal
Causas de abdome agudo hemorrágico (4):
- Gravidez ectópica rota
- Cisto de ovário hemorrágico
- Rotura espontânea de baço
- Rotura de tumor hepático
Abdome agudo inflamatório:
Conceito
Distúrbios intra-abdominais que geram quadro de peritonite secundária a processo infeccioso ou inflamatório
Sintomas de abdome agudo inflamatório:
- Dor lenta, insidiosa e progressiva, que piora com movimento e tem início localizado, mas depois se generaliza
- Náuseas
- Vômitos
- Febre
- Taquicardia
Apendicite aguda:
Conceito
Processo inflamatório do apêndice vermiforme, secundário a obstrução de sua luz, com proliferação bacteriana local.
- É uma causa de abdome agudo inflamatório
Como é a dor na apendicite aguda?
Dor inicialmente periumbilical, que migra para a FID. Acompanhada de náuseas, vômitos e estado febril
Sinal de Lapinsky:
Examinador faz palpação profunda do ponto de McBurney, e o paciente faz elevação do MMII direito esticado. É positivo quando pct refere dor em FID
Sinal de Lenander:
Diferença de temperatura axilar e retal em torno de 1ºC ou acima disso.
Sinal de Aaron:
Positivo quando há dor referida em epigástrio à compressão firme e contínua do ponto de McBurney
Sinal de Dunphy:
Dor em FID quando o paciente tosse
Manobras/sinais usados no auxílio do diagnóstico de apendicite aguda (8):
- Sinal de Blumberg
- Sinal de Lenander
- Sinal do obturador
- Sinal do psoas
- Sinal de Rovsing
- Sinal de Lapinsky
- Sinal de Aaron
- Sinal de Dunphy
Colecistite aguda:
Conceito
Inflamação da vesícula biliar, secundária, principalmente, à colelitíase. Ocorre obstrução do ducto cístico por cálculo, inflamando e distendendo a vesícula.
- É uma causa de abdome agudo inflamatório
Como é a dor na colecistite aguda?
Dor contínua em HCD, com característica de cólica (cólica biliar), de início súbito e grande intensidade, que piora com a alimentação, e pode irradiar-se para ângulo da escápula ou para o ombro direito.
Qual é o sinal clássico utilizado para auxílio no diagnóstico de colecistite aguda?
Sinal de Murphy
Colangite aguda:
Conceito
Inflamação da vias biliares, cuja principal causa é colelitíase.
- É um tipo de abdome agudo inflamatório
Como é a dor na colangite aguda?
Dor em aperto, que pode irradiar para o ombro direito
Pancreatite aguda:
Conceito
Processo inflamatório do pâncreas, que resulta em autodigestão da glândula.
- É uma causa de abdome agudo inflamatório
Quais são as principais causas de pancreatite aguda?
Colelitíase e alcoolismo
Como é a dor na pancreatite aguda?
Dor alucinante, súbita, em barra/faixa (flancos e epigástrio), que melhora com posição genupeitoral (prece maometana) e piora com alimentação, tosse e respiração profunda.
Sinais que podem ser encontrados na pancreatite aguda? (3)
- Sinal de Cullen e Grey-Turner (quando há extravasamento de exsudato hemorrágico);
- Sinal de Fox: equimose em região inguinal e na base do pênis, também indicativo de hemorragia retroperitonial
Abdome agudo obstrutivo:
Conceito
Ocorre quando há impedimento da progressão do conteúdo intestinal por causa mecânica ou funcional
Causas mecânicas x funcionais de abdome agudo obstrutivo:
-
Mecânica:
- Bridas
- Hérnia estrangulada
- Volvo
- Íleo biliar
- Bolo de Ascaris
- Massas e neoplasias -
Funcional:
- Íleo paralítico
- Doença de Hirschsprung
Sinais e sintomas de abdome agudo obstrutivo (7):
- Dor abdominal tipo cólica
- Constipação ou diarreia
- Distensão abdominal
- Vômitos
- Parada da eliminação de flatos e fezes
- Sinais de choque hipovolêmico (tardiamente)
- Sinais de peritonite (indicam sofrimento de alça)
O abdome agudo obstrutivo pode ser classificado quanto a (4):
- Localização: obstrução alta (delgado proximal) ou obstrução baixa (delgado distal ou cólon);
- Grau de oclusão: total ou parcial
- Evolução: aguda ou crônica
- Situação das alças: simples ou estranguladas - com ou sem sofrimento vascular
Sinais radiológicos importantes no abdome agudo obstrutivo (4):
- Sinal do empilhamento de moedas (obst. alta)
- Distensão intestinal periférica
- Sinal do grão de café (volvo de IG)
- Sinal da dupla bolha gástrica
Qual é a principal causa de abdome agudo isquêmico/vascular?
É o tromboembolismo da artéria mesentérica superior (ramo direto da aorta que irriga ID, ceco, e colon até o ângulo esplênico), podendo causar infarto mesentérico.
Sinais e sintomas de abdome agudo vascular/isquêmico (5):
- Dor intensa, súbita e difusa, tipo cólica no momento do infarto, que diminui de intensidade posteriormente;
- Diarreia mucosanguinolenta (necrose de alça)
- Náuseas e vômitos
- Distensão abdominal
- Febre discreta
Abdome agudo perfurativo:
Conceito
Quadro de peritonite secundária à perfuração de vísceras ocas, culminando em extravasamento de material para a cavidade abdominal.
Como é a dor no abdome agudo perfurativo?
Dor súbita e intensa, em punhalada, que começa localizada e depois generaliza, podendo ser referida em ombro e pescoço.
Além da dor característica, quais são os demais sinais e sintomas de abdome agudo perfurativo? (7)
- Sudorese
- Palidez
- Choque neurogênico
- Toxemia
- Choque séptico
- Hiperestesia cutânea local ou geral
- Abdome em tábua
Sinais que podem ser encontrados no abdome agudo perfurativo (3):
- Sinal de Jobert (à percussão)
- Sinal de Blumberg (à palpação)
- Sinal de Cullen-Campf: dor ao toque retal pelo escoamento de suco gástrico e sua coleção na pelve
Abdome agudo hemorrágico:
Conceito
Quadro de dor abdominal associado a choque hemorrágico por sangramento intracavitário
Como o abdome agudo hemorrágico pode ser classificado?
Intraluminal: hemorragia digestiva;
Extraluminal: intra ou retroperitonial
Quais são os sinais e sintomas de abdome agudo hemorrágico? (6)
- Dor abdominal súbita difusa
- Respiração torácica e superficial
- Pulso filiforme
- Hipotensão
- Taquicardia (sinal mais precoce)
- Podem estar presentes os sinais de Cullen, Grey-Turner e Fox, indicando hemorragia retroperitonial
Sinal do grito de Douglas:
Ao toque vaginal, paciente sente muita dor à palpação do fundo de saco
Sinal de Laffont:
Dor abdominal discreta com irradiação para os ombros, sugerindo hemoperitônio