Abdome Flashcards

1
Q

Como dividir o abdome em 4 quadrantes?

A
  • Uma linha vertical mediana
  • Uma linha horizontal que passa pela cicatriz umbilical
  • Quadrante superior direito (QSD)
  • Quadrante superior esquerdo (QSE)
  • Quadrante inferior direito (QID)
  • Quadrante inferior esquerdo (QIE)
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2
Q

Como dividir o abdome em 9 regiões?

A
  • Duas linhas verticais - hemiclavicular direita e esquerda
  • Duas linhas horizontais- uma que passa pelo limite do rebordo costal e outra que passa pelas cristas ilíacas.
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3
Q

Como o abdome é limitado posteriormente?

A

Linha que passa pelo limite inferior do rebordo costal e outra que passa pelas cristas ilíacas - delimita as regiões lombares direita e esquerda

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4
Q

Qual a regra que deve ser lembrada ao se deparar com um paciente com distensão abdominal?

A

Regra dos 5F 1T

Fluidos
Flatos
Fezes
Feto
Fat
Tumor

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5
Q

O que avaliar na inspeção estática do abdome (6)?

A
  1. Tipo de abdome
  2. Circulação colateral
  3. Alterações na pele
  4. Cicatrizes, abaulamentos, retrações
  5. Distensão abdominal
  6. Peristaltismo visível
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6
Q

O que observar na inspeção dinâmica do abdome (4)?

A
  1. Tipo respiratório
  2. Pulsações
  3. Movimentos peristálticos visíveis
  4. Presença de hérnias e massas
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7
Q

Síndrome de Budd Chiari:

A

Causada por coágulos de sangue que obstruem completamente ou parcialmente o fluxo de sangue para o fígado.
- Obstrução das veias hepáticas
- Hipertensão porta
- Hepatomegalia
- Ascite

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8
Q

Abdome normal: plano, simétrico, sem abaulamentos ou alteração de volume:

A

Abdome atípico

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9
Q

Quais os tipos de circulação colateral possíveis de serem observados na inspeção do abdome?

A
  1. Tipo porta: obstrução da veia porta. Região periumbilical, centrífugo - cabeça de medusa;
  2. Tipo cava superior: obstrução da VCS. Circulação colateral na parte anterior do tórax, com o fluxo na direção toracoabdominal;
  3. Tipo cava inferior: obstrução da VCI. Circulação colateral na parte inferior do abdome, com sentido abdome-tórax.
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10
Q

Percepção dos movimentos peristálticos em caso de obstrução do ID:

A

Peristalse visível próximo a cicatriz umbilical, sem propagação especial

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11
Q

Percepção dos movimentos peristálticos em caso de obstrução no estômago (pilórica):

A

Peristalse visível em epigástrio ou mesogástrio, com frequência fixada em 3 ondas peristálticas por minuto

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12
Q

Percepção dos movimentos peristálticos em caso de obstrução no cólon:

A

Peristalse visível nas áreas de projeção das alças cólicas na parede abdominal, com propagação no sentido do peristaltismo que o respectivo segmento apresenta em condições normais

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13
Q

Manobras úteis para se pesquisar hérnias e massas na parede abdominal ou intra-abdominais:

A
  1. Manobra de Valsalva
  2. Manobra de Smith-Bates
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14
Q

Tipos de hérnias abdominais (7):

A
  1. Epigástrica
  2. Insicional
  3. Umbilical
  4. de Spiegel (ventrolateral)
  5. Inguinal direta
  6. Inguinal indireta
  7. Femoral
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15
Q

Hérnia inguinal direta x indireta:

A

Direta: o saco herniário não passa pelo canal inguinal, projetando-se medialmente aos vasos epigástricos inferiores.
Indireta: saco herniário atravessa o canal inguinal interno em direção ao canal inguinal.

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16
Q

Diástase abdominal:

A

Afastamento dos músculos retos abdominais

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17
Q

Quantos ruídos hidroaéreos é o normal na ausculta do abdome?

A

de 5 a 34 borborigmos ou ruídos hidroaéreos por minuto, ou 1 a cada 4 ou 5 incursões respiratórias

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18
Q

Hiperperistaltismo (conceito e causas (4)):

A

Mais de 34 ruídos hidroaéreos por minuto.
- Peristalse de luta
- Diarreia
- Doenças disabsortivas
- Transtornos de motilidade

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19
Q

Hipoperistaltismo (conceito e causas (3)):

A

Menos de 5 ruídos hidroaéreos por minuto.
- Obstrução
- Inflamação peritoneal
- Isquemia da parede abdominal

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20
Q

Como os ruídos hidroaéreos são classificados?

A

Normais/presentes; diminuídos; aumentados

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21
Q

Em qual quadrante os ruídos hidroaéreos são mais audíveis?

A

QID

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22
Q

Qual a semiotécnica da ausculta abdominal?

A

Auscultar por 1 minuto em cada quadrante, quantificando a peristalse em cada minuto.
(Na prática, se auscultar peristalse normal no primeiro quadrante, não precisa ir para os próximos. Caso não ausculte, obrigatoriamente deve-se ir para o próximo).

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23
Q

Como proceder na ausculta em caso de silêncio abdominal?

A
  • Caso não se ouça RHA, deve-se auscultar no mínimo 5 minutos em cada quadrante para se dizer que há silêncio abdominal (sugere ausência de peristaltismo)
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24
Q

Peristalse de luta:

A

Fase inicial da obstrução intestinal, em que tenta-se vencer a obstrução.

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25
Q

Vascolejo:

A

Qualidade do som abdominal alterada, como se fosse uma pessoa pisando numa poça d’água. Ocorre em situações em que há retenção de líquido da alça intestinal

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26
Q

O que se pesquisa na ausculta do abdome? (3)

A
  1. Procura de ruídos hidroaéreos
  2. Sopros vasculares
  3. Atritos
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27
Q

Sopros vasculares (4):

A
  1. Sopros aórticos
  2. Sopros em artérias renais
  3. Sopros em artérias femorais
  4. Sinal de Cruveilhier-Baumgarten
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28
Q

Como pesquisar sopros aórticos? Quais as possíveis causas?

A
  1. Devem ser pesquisados desde o apêndice xifoide até a cicatriz umbilical.
  2. Causas: dissecção aórtica e insuficiência aórtica
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29
Q

Onde a artéria aorta se divide nas ilíacas comuns?

A

Na altura da cicatriz umbilical

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30
Q

Como pesquisar sopros em artérias renais? Quais as possíveis causas?

A

Na região mediana entre apêndice xifóide e cicatriz umbilical, onde emergem.
- Causa: estenose das aa. renais

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31
Q

Causa de HAS secundária:

A

Estenose de artérias renais (comum em jovens e idosos)

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32
Q

O que indica um sopro em artéria femoral?

A

Aterosclerose

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33
Q

Sinal de Cruveilhier-Baumgarten:

A

Murmúrio auscultado quando se coloca o estetoscópio sobre as veias superficiais abdominais dilatadas (cabeça de medusa).
- Ocorre pelo fluxo sanguíneo aumentado e turbilhonado nesses vasos, indicando hipertensão portal

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34
Q

Atritos abdominais (2):

A
  1. Atrito hepático: auscultado quando há inflamação da cápsula de Glisson ou do peritônio, ou carcinoma hepatocelular;
  2. Atrito esplênico: auscultado quando há infarto esplênico ou iminência de sangramento de varizes esofágicas
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35
Q

Semiotécnica da percussão abdominal:

A

Percute-se os 9 quadrantes, seguindo uma “sequência em caracol”.
Se houver alguma região dolorosa, percute-se ela por último.

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36
Q

Em que condições pode ser observada macicez à percussão abdominal? (9)

A
  1. Vísceras maciças normais
  2. Vísceras maciças aumentadas
  3. Ascites volumosas
  4. Estômago cheio (macicez na porção lateral do espaço de Traube)
  5. Derrame pleural extenso
  6. Fecaloma
  7. Distensão da bexiga
  8. Tumores
  9. Útero gravídico
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37
Q

Espaço de Traube (limites):

A

Região triangular delimitada por:
1. Linha axilar anterior
2. 6º EIC esquerdo
3. Rebordo costal

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38
Q

Linha que divide o espaço de Traube em medial e lateral:

A

Linha de Piorry - parte da fúrcula esternal e vai até a extremidade distal da 1ª costela flutuante esquerda

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39
Q

Espaço de Traube à percussão, em condições normais:

A

Timpânico (a região lateral pode estar maciça se o estômago estiver cheio).

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40
Q

Espaço de Traube maciço:

A
  • Se for a região lateral: não necessariamente patológico, podendo indicar estômago cheio;
  • Se for a região medial: quadro patológico - esplenomegalia (principalmente), adenocarcinoma gástrico, ascites volumosas, derrame pleural e fecaloma.
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41
Q

Quando a palpação do baço é obrigatória?

A

Quando o espaço de Traube está maciço

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42
Q

Ascite:

A

Acúmulo anormal de líquido rico em proteínas no interior do abdôme

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43
Q

Pesquisa de ascite (principais manobras) (4):

A
  1. Sinal da poça (a partir de 150ml de líquido)
  2. Macicez móvel de decúbito (300ml-1L)
  3. Semicírculo de Skoda (1-3L)
  4. Sinal de Piparote (>3L)
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44
Q

Sinal da poça:

A

Paciente em posição genupalmar (de 4) - detecta-se macicez periumbilical à percussão.
- Usada para detectar ascites de volume pequeno

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45
Q

Semiotécnica da hepatimetria:

A

Percute-se, primeiramente, na linha hemiclavicular direita, de cima para baixo, buscando a transição do som claro pulmonar para submaciço (onde o fígado se sobrepõe ao pulmão direito) - é o limite superior do fígado (geralmente no 5º EIC). Depois, percute-se de baixo para cima, a partir da região inguinal direita, até que se ache macicez - é o limite inferior do fígado.

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46
Q

Hepatimetria normal:

A

6 a 12cm em linha hemiclavicular direita

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47
Q

Sinal da arranhadura hepática:

A

Hepatimetria realizada auscultando-se a diferença de sons ao estetoscópio provocados ao arrastar a tampa de uma caneta em diferentes locais do hipocôndrio direito

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48
Q

Como o fígado cresce?

A

Para baixo, em direção à fossa ilíaca direita

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49
Q

Sinal de Chilaiditi:

O que é? Significado clínico?

A

Sinal radiológico - interposição de alça intestinal sobre a loja hepática

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50
Q

Espaço de Traube maciço pode significar:

A

Esplenomegalia

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51
Q

Como o baço cresce?

A

Em direção à fossa ilíaca direita

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52
Q

Como é classificada a palpação do abdome?

A

Palpação superficial e palpação profunda

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53
Q

Como é feita a palpação superficial do abdome?

A

Com uma mão, fazendo movimentos circulares no abdome

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54
Q

O que se pesquisa à palpação superficial do abdome? (6)

A
  • Dor
  • Tensão da parede
  • Sensibilidade
  • Temperatura
  • Busca-se hérnias
  • Pesquisa-se a presença de diástase do reto abdominal
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55
Q

Hipertonia abdominal involuntária:

A

Abdome em tábua

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56
Q

Hiperestesia cutânea:

A

Comum em casos de peritonite, em que só de tocar de leve o abdome, o paciente já sente dor

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57
Q

Como é feita a palpação profunda do abdome?

A

É bimanual, sempre de fora para dentro, percorrendo todos os quadrantes

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58
Q

O que se pesquisa à palpação profunda do abdome? (3)

A
  • Avaliação de órgãos
  • Presença de massas
  • Palpação de linfonodos inguinais
59
Q

Como classificar massas abdominais encontradas à palpação profunda? (5)

A

Devem ser classificadas quanto à:
1. Localização
2. Tamanho e forma
3. Consistência
4. Pulsações
5. Mobilidade com a respiração

60
Q

Sinais e sintomas de irritação peritoneal (4):

A
  1. Hipersensibilidade à palpação superficial;
  2. Abdome em tábua;
  3. Dor ao mínimo toque;
  4. Descompressão dolorosa
61
Q

Orgãos impalpáveis em situação normal (5):

A
  1. Apêndice cecal
  2. Vesícula biliar
  3. Flexuras do cólon
  4. Intestino delgado
  5. Baço
62
Q

Causas de irritação peritoneal (4):

A
  1. Ar livre na cavidade (pneumoperitônio)
  2. Sangue livre na cavidade (hemoperitônio)
  3. Apendicite aguda
  4. Colecistite aguda
63
Q

Regra de Courvoisier-Terrier:

A

Vesícula palpável e indolor, na vigência de icterícia. Indica compressão extrínseca por tumor (ex: tumor de cabeça de pâncreas).

64
Q

Icterícia obstrutiva cursa com:

A

Colúria e hipo/acolia fecal

65
Q

Manobra manual para ver se uma hérnia é redutível:

A

Manobra de Taxe

66
Q

Tipos de hérnias (3):

A
  1. Hérnia redutível: saco herniário volta à cavidade abdominal espontaneamente ou por manobra manual;
  2. Hérnia encarcerada: são irredutíveis, pois há aderência do conteúdo herniado. Não há alteração circulatória nem interrupção de trânsito.
  3. Hérnia estrangulada: encarceramento leva a comprometimento vascular - há isquemia do conteúdo herniado, causando dor intensa e sinais flogísticos - é uma emergência cirúrgica
67
Q

Por que é importante aprofundar a mão em busca de palpar o fígado durante a inspiração do paciente?

A

Porque na inspiração, o diafragma empurra o fígado para baixo, facilitando a palpação

68
Q

O que deve ser avaliado à palpação do fígado? (6)

A
  1. Tamanho: quando palpável, não ultrapassa 2cm do rebordo costal. Se passar, pode ser hepatomegalia ou ptose hepática;
  2. Borda inferior: fina (normal) ou romba.
  3. Superfície: lisa (regular) ou irregular.
  4. Sensibilidade: indolor ou dolorosa
  5. Consistência: elástica (normal) ou diminuída (amolecida) ou firme (aumentada)
  6. Refluxo hepatojugular: presente ou ausente.
69
Q

Lobo de Riedel:

A

Alteração não patológica na morfologia do fígado, que terá um lobo direito aumentado

70
Q

Como é feita a palpação do baço?

A

Através da manobra ou posição de Schuster, que induz a movimentação do baço em direção ao rebordo costal, facilitando a palpação.
- O examinador tenta palpar com a mão direita, desde a FID até o HCE, aprofundando a mão durante a expiração e tentando palpar na inspiração.

71
Q

Manobras utilizadas na palpação do baço (3):

A
  1. Manobra de Schuster
  2. Manobra de Mathieu-Cardarelli
  3. Manobra bimanual
72
Q

Manobra de Mathieu Cardarelli (em garra):

A

Examinador do lado esquerdo do paciente, realizando a palpação em garra do baço

73
Q

Manobra bimanual

Palpação de baço

A

Paciente em decúbito dorsal, examinador coloca a mão esquerda na região dorsal do paciente e traciona anteriormente; com a mão direita, tenta palpar o baço desde a FID até o HCE, aprofundando a mão na expiração, e tentando palpar na inspiração.

74
Q

Qual é o tamanho normal do baço?

A

Equivale a uma mão fechada

75
Q

Sinal de Kehr:

O que é? O que indica?

A

É positivo quando há dor aguda, intensa e repentina sentida na ponta do ombro esquerdo, desencadeada principalmente quando o paciente está na posição de Tredelemburg (deitado com os pés mais elevados que a cabeça).
- Indica: ruptura esplênica, gravidez ectópica - HEMOPERITÔNIO

76
Q

Sinal de Boas:

O que é? O que indica?

A

Dor referida na ponta da escápula direita.
- Indica colecistite

77
Q

Qual rim é mais baixo? Por que?

A

Rim direito, por causa do fígado

78
Q

Causas de rim palpável:

(3)

A
  1. Hidronefrose
  2. Tumores renais
  3. Rim policístico
79
Q

Manobras para palpação de rim

(3)

A
  1. Método de Guyon (manobra do rechaço renal)
  2. Manobra de Israel
  3. Método de Goelet
80
Q

Método de Guyon (manobra do rechaço renal):

A

Paciente em decúbito dorsal, examinador posiciona mão esquerda na região dorsal e traciona para frente. A mão direita se aprofunda no flanco durante a inspiração.

81
Q

Manobra de Israel:

A

Paciente em decúbito lateral, com o MS sobre a cabeça. O examinador tenta “pinçar” o rim com as duas mãos - uma se aprofunda na região abdominal e a outra na região dorsal

82
Q

Método de Goelet:

A

Paciente de pé, com o joelho ipsilateral ao rim que será palpado fletido; examinador posiciona uma de suas mãos na região dorsal, e traciona anteriormente, enquanto a outra mão tenta palpar o rim ao se aprofundar na região abdominal

83
Q

Pontos ureterais:

O que são? Quais são?

A

São os pontos de constrição fisiológica dos ureteres.
1. Ponto ureteral superior: na origem do ureter na JUP (junção ureteropélvica); na interseção da linha da cicatriz umbilical com o bordo externo do m. reto abdominal;
2. Ponto ureteral médio: cruzamento dos ureteres com os vasos ilíacos; bordo externo do m. reto abdominal, na altura da crista ilíaca anterossuperior;
3. Ponto ureteral inferior: desembocadura do ureter na bexiga.

84
Q

Ponto cístico:

A

Onde se encontra a vesícula biliar.
- Encontrado na interseção da linha hemiclavicular com o rebordo costal direito.

85
Q

Sinal de Murphy:

A

Dor à compressão do ponto cístico. Paciente suspende a inspiração.
- Indicativo de colecistite

86
Q

Identifique o ponto azul e os pontos verdes:

A

Azul: Ponto epigástrico
Verdes: Pontos ureterais (superior e médio)

87
Q

Ponto de McBurney:

A

Junção entre o terço médio e o terço lateral da linha imaginária que une o umbigo à espinha ilíaca anterossuperior.
- É o ponto apendicular

88
Q

Sinal de Blumberg:

A

Dor à descompressão súbita do ponto de McBurney

89
Q

Tríade de Charcot:

A
  1. Icterícia
  2. Febre com calafrios
  3. Dor abdominal (HCD)
  • Sintomas clássicos da Colangite aguda
90
Q

Sinal de Rovsing

A

Sinal que indica possibilidade de apendicite aguda quando positivo.
- Examinador faz a palpação “ordenhando” o IG, do quadrante inferior esquerdo em direção ao QID, e paciente refere dor.

91
Q

Sinal do Psoas

A

Hiperextensão passiva do MMII direito, com o pct em decúbito lateral. Caso o paciente sinta dor com o movimento, é sinal de apendicite aguda

92
Q

Sinal do obturador

A

Flexão passiva da perna sobre a coxa e sobre a pelve, procedendo com uma rotação interna da coxa, com o pct em decúbito dorsal, promovendo o estiramento do mm. obturador interno. Se houver dor em região hipogástrica, indica apendicite aguda.

93
Q

Diarreia aguda x crônica

A

Aguda: duração < 2 semanas
Crônica: duração > 4 semanas

94
Q

Diarreia alta x baixa:

A

Alta: grande volume e com menos episódios; cólicas periumbilicais, náuseas e vômitos; sem urgência de evacuação e com presença de restos alimentares nas fezes pastosas;
Baixa: menor volume e mais episódios; tenesmo; cólicas infraumbilicais, urgência de evacuação, presença de muco, pus ou sangue nas fezes liquefeitas

95
Q

Icterícia:

A

Coloração amarelada da pele, esclera e mucosas devido à impregnação de bilirrubina nos tecidos

96
Q

Icterícia obstrutiva:

A

Hiperbilirrubinemia por bilirrubina conjugada.
- Colúria e acolia fecal

97
Q

Insuficiência hepática:

Definição e etiologia

A

Perda de função do fígado.
- Cirrose, hepatites, febre amarela, leptospirose, etc

98
Q

Sinais e sintomas de insuficiência hepática (10):

A
  • Hálito hepático
  • Icterícia
  • Ascite equimose
  • Eritema palmar
  • Telangiectasias
  • Ginecomastia
  • Atrofia testicular
  • Circulação colateral
  • Atrofia muscular
  • Aumento das parótidas
99
Q

Hemorragia digestiva alta:

Conceito e sinais e sintomas (3)

A

Sangramento é acima do ângulo de Treitz. Causada frequentemente por lesões do estômago e duodeno.
- Hematêmese
- Melena
- Enterorragia

100
Q

Hemorragia digestiva baixa:

Conceito e sinais e sintomas (3)

A

Sangramento é abaixo do ângulo de Treitz.
- Causas: tumores, divertículo de Meckel, Doença de Chron, volvo de ID, trombose mesentérica, diverticulite, colite ulcerativa, diarreia aguda, amebíase.
- Melena
- Hematoquezia
- Enterorragia

101
Q

Constipação:

A

Fezes endurecidas, esforço excessivo evacuatório, evacuações infrequentes, tenesmo.

102
Q

Qual a frequência normal de evacuação?

A

No mínimo 3 vezes por semana

103
Q

Abdome agudo:

A

Síndrome dolorosa aguda, de intensidade variável, e que necessita de tratamento imediato

104
Q

Tipos de abdome agudo:

A
  • Perfurativo
  • Inflamatório
  • Vascular
  • Obstrutivo
  • Hemorrágico
105
Q

Causas de abdome agudo inflamatório (5):

A
  1. Apendicite aguda
  2. Pancreatite aguda
  3. Colecistite aguda
  4. DIP (doença inflamatória pélvica)
  5. Diverticulite aguda
106
Q

Causas de abdome agudo obstrutivo (4):

A
  1. Bridas e aderências
  2. Hérnia estrangulada
  3. Neoplasias
  4. Fecaloma
107
Q

Causas de abdome agudo perfurativo (4):

A
  1. Úlcera perfurada
  2. Trauma
  3. Doença inflamatória intestinal
  4. Corpo estranho
108
Q

Causas de abdome agudo vascular/isquêmico (2):

A
  1. Infarto intestinal
  2. Aneurisma de aorta intestinal
109
Q

Causas de abdome agudo hemorrágico (4):

A
  1. Gravidez ectópica rota
  2. Cisto de ovário hemorrágico
  3. Rotura espontânea de baço
  4. Rotura de tumor hepático
110
Q

Abdome agudo inflamatório:

Conceito

A

Distúrbios intra-abdominais que geram quadro de peritonite secundária a processo infeccioso ou inflamatório

111
Q

Sintomas de abdome agudo inflamatório:

A
  1. Dor lenta, insidiosa e progressiva, que piora com movimento e tem início localizado, mas depois se generaliza
  2. Náuseas
  3. Vômitos
  4. Febre
  5. Taquicardia
112
Q

Apendicite aguda:

Conceito

A

Processo inflamatório do apêndice vermiforme, secundário a obstrução de sua luz, com proliferação bacteriana local.
- É uma causa de abdome agudo inflamatório

113
Q

Como é a dor na apendicite aguda?

A

Dor inicialmente periumbilical, que migra para a FID. Acompanhada de náuseas, vômitos e estado febril

114
Q

Sinal de Lapinsky:

A

Examinador faz palpação profunda do ponto de McBurney, e o paciente faz elevação do MMII direito esticado. É positivo quando pct refere dor em FID

115
Q

Sinal de Lenander:

A

Diferença de temperatura axilar e retal em torno de 1ºC ou acima disso.

116
Q

Sinal de Aaron:

A

Positivo quando há dor referida em epigástrio à compressão firme e contínua do ponto de McBurney

117
Q

Sinal de Dunphy:

A

Dor em FID quando o paciente tosse

118
Q

Manobras/sinais usados no auxílio do diagnóstico de apendicite aguda (8):

A
  1. Sinal de Blumberg
  2. Sinal de Lenander
  3. Sinal do obturador
  4. Sinal do psoas
  5. Sinal de Rovsing
  6. Sinal de Lapinsky
  7. Sinal de Aaron
  8. Sinal de Dunphy
119
Q

Colecistite aguda:

Conceito

A

Inflamação da vesícula biliar, secundária, principalmente, à colelitíase. Ocorre obstrução do ducto cístico por cálculo, inflamando e distendendo a vesícula.
- É uma causa de abdome agudo inflamatório

120
Q

Como é a dor na colecistite aguda?

A

Dor contínua em HCD, com característica de cólica (cólica biliar), de início súbito e grande intensidade, que piora com a alimentação, e pode irradiar-se para ângulo da escápula ou para o ombro direito.

121
Q

Qual é o sinal clássico utilizado para auxílio no diagnóstico de colecistite aguda?

A

Sinal de Murphy

122
Q

Colangite aguda:

Conceito

A

Inflamação da vias biliares, cuja principal causa é colelitíase.
- É um tipo de abdome agudo inflamatório

123
Q

Como é a dor na colangite aguda?

A

Dor em aperto, que pode irradiar para o ombro direito

124
Q

Pancreatite aguda:

Conceito

A

Processo inflamatório do pâncreas, que resulta em autodigestão da glândula.
- É uma causa de abdome agudo inflamatório

125
Q

Quais são as principais causas de pancreatite aguda?

A

Colelitíase e alcoolismo

126
Q

Como é a dor na pancreatite aguda?

A

Dor alucinante, súbita, em barra/faixa (flancos e epigástrio), que melhora com posição genupeitoral (prece maometana) e piora com alimentação, tosse e respiração profunda.

127
Q

Sinais que podem ser encontrados na pancreatite aguda? (3)

A
  • Sinal de Cullen e Grey-Turner (quando há extravasamento de exsudato hemorrágico);
  • Sinal de Fox: equimose em região inguinal e na base do pênis, também indicativo de hemorragia retroperitonial
128
Q

Abdome agudo obstrutivo:

Conceito

A

Ocorre quando há impedimento da progressão do conteúdo intestinal por causa mecânica ou funcional

129
Q

Causas mecânicas x funcionais de abdome agudo obstrutivo:

A
  1. Mecânica:
    - Bridas
    - Hérnia estrangulada
    - Volvo
    - Íleo biliar
    - Bolo de Ascaris
    - Massas e neoplasias
  2. Funcional:
    - Íleo paralítico
    - Doença de Hirschsprung
130
Q

Sinais e sintomas de abdome agudo obstrutivo (7):

A
  1. Dor abdominal tipo cólica
  2. Constipação ou diarreia
  3. Distensão abdominal
  4. Vômitos
  5. Parada da eliminação de flatos e fezes
  6. Sinais de choque hipovolêmico (tardiamente)
  7. Sinais de peritonite (indicam sofrimento de alça)
131
Q

O abdome agudo obstrutivo pode ser classificado quanto a (4):

A
  1. Localização: obstrução alta (delgado proximal) ou obstrução baixa (delgado distal ou cólon);
  2. Grau de oclusão: total ou parcial
  3. Evolução: aguda ou crônica
  4. Situação das alças: simples ou estranguladas - com ou sem sofrimento vascular
132
Q

Sinais radiológicos importantes no abdome agudo obstrutivo (4):

A
  1. Sinal do empilhamento de moedas (obst. alta)
  2. Distensão intestinal periférica
  3. Sinal do grão de café (volvo de IG)
  4. Sinal da dupla bolha gástrica
133
Q

Qual é a principal causa de abdome agudo isquêmico/vascular?

A

É o tromboembolismo da artéria mesentérica superior (ramo direto da aorta que irriga ID, ceco, e colon até o ângulo esplênico), podendo causar infarto mesentérico.

134
Q

Sinais e sintomas de abdome agudo vascular/isquêmico (5):

A
  1. Dor intensa, súbita e difusa, tipo cólica no momento do infarto, que diminui de intensidade posteriormente;
  2. Diarreia mucosanguinolenta (necrose de alça)
  3. Náuseas e vômitos
  4. Distensão abdominal
  5. Febre discreta
135
Q

Abdome agudo perfurativo:

Conceito

A

Quadro de peritonite secundária à perfuração de vísceras ocas, culminando em extravasamento de material para a cavidade abdominal.

136
Q

Como é a dor no abdome agudo perfurativo?

A

Dor súbita e intensa, em punhalada, que começa localizada e depois generaliza, podendo ser referida em ombro e pescoço.

137
Q

Além da dor característica, quais são os demais sinais e sintomas de abdome agudo perfurativo? (7)

A
  1. Sudorese
  2. Palidez
  3. Choque neurogênico
  4. Toxemia
  5. Choque séptico
  6. Hiperestesia cutânea local ou geral
  7. Abdome em tábua
138
Q

Sinais que podem ser encontrados no abdome agudo perfurativo (3):

A
  1. Sinal de Jobert (à percussão)
  2. Sinal de Blumberg (à palpação)
  3. Sinal de Cullen-Campf: dor ao toque retal pelo escoamento de suco gástrico e sua coleção na pelve
139
Q

Abdome agudo hemorrágico:

Conceito

A

Quadro de dor abdominal associado a choque hemorrágico por sangramento intracavitário

140
Q

Como o abdome agudo hemorrágico pode ser classificado?

A

Intraluminal: hemorragia digestiva;
Extraluminal: intra ou retroperitonial

141
Q

Quais são os sinais e sintomas de abdome agudo hemorrágico? (6)

A
  • Dor abdominal súbita difusa
  • Respiração torácica e superficial
  • Pulso filiforme
  • Hipotensão
  • Taquicardia (sinal mais precoce)
  • Podem estar presentes os sinais de Cullen, Grey-Turner e Fox, indicando hemorragia retroperitonial
142
Q

Sinal do grito de Douglas:

A

Ao toque vaginal, paciente sente muita dor à palpação do fundo de saco

143
Q

Sinal de Laffont:

A

Dor abdominal discreta com irradiação para os ombros, sugerindo hemoperitônio