Neoplasia Gástrica Flashcards
Quais as partes do estômago?
Cárdia – Fundo – Curvatura Menor – Corpo – Curvatura Maior – Antro-Pilórica – Piloro
Em relação a epidemiologia do adenocarcinoma gástrico:
a) Qual sexo é mais afetado?
b) Quais fatores de risco?
c) Corresponde a que porcentagem de todos os tumores malignos do estômago?
a) Mais comum em homens
b) Anemia perniciosa (destrói as células do estômago ao gerar uma gastrite atópica), dieta (alto teor de carbo, nitratos/defumados), tabagismo, H. pylori, presença de pólipos
c) Corresponde a 95% dos tumores malignos do estômago
Qual o quadro clínico de um adenocarcinoma gástrico?
Inespecífico com epigastralgia, indigestão.
Pode ter perda de peso, fadiga, vômitos, disfagia.
Geralmente são sintomas de sangramento ou obstrutivo, quando o paciente já está avançado
Quais os diagnósticos diferenciais do adenocarcinoma gástrico?
Doença ulcerosa péptica
Colecistite crônica
Estenose péptica
O que aparece no exame físico de um paciente com adenocarcinoma gástrico?
- Massa abdominal palpável em epigástrio
- Linfonodo de Virchow
- Massa periumbilical - Nódulo irmão Maria José: disseminação peritoneal de tumor de aparelho digestivo permite palpação de massa periumbilical
- Massa pélvica durante o toque retal (na parede anterior do reto)
- Ascite
Qual a indicação e quais exames devem ser feitos na suspeita de uma carcinomatose gástrica?
INDICAÇÃO: paciente com anemia, hematêmese, perda de peso. Um paciente com epigastralgia, por exemplo, deve ser encaminhado para o tratamento com inibidor de bomba de K; se não melhorar, então é encaminhado pros exames EDA + biópsia
EXAMES: EDA + biópsias
Qual é sempre a conduta de uma úlcera gástrica?
Como fazer esse exame?
Sempre biópsia! Assim é possível realizar o estadiamento.
Realizar nos quatro quadrantes da borda, nunca no fundo pois há deposição de fibrina, que pode vir negativa.
A classificação MACROscópica dos carcinomas gástricos é denominada …………. ?
Classificação de Borrmann
Como se caracteriza Borrmann I?
Lesão polipóide ou vegetante, bem delimitada.
Tipo protrusão.
Como se caracteriza Borrmann II?
Lesão ulcerada, bem delimitada, com bordas elevadas
Tipo depressão.
Como se caracteriza Borrmann III?
Lesão ulcerada, infiltrativa em parte ou em todas as suas bordas
Tipo depressão.
Como se caracteriza Borrmann IV?
Lesão difusamente infiltrativa, não se notando limite entre tumor e a mucosa normal
Também chamada de Linite Plástica
A classificação MICROscópica dos carcinomas gástricos é denominada …………. ?
Lauren
☆
Na classificação de Lauren, quais as características do tipo intestinal ou difuso?
TIPO INTESTINAL:
idade avançada, gastrite prévia, bem diferenciado
TIPO DIFUSO:
mais jovens, pouco diferenciado, sangue tipo A, genético, metástases mais rápidas (peritonial principalmente)
Sobre o câncer gástrico precoce (CGP)
a) O que é?
b) Qual é um marcador tumoral para o CGP?
c) Quais as indicações para realizar uma mucosectomia nele?
a) Tumor que invade até submucosa, independente do status linfonodal acometido, ou seja, LIMITADOS À MUCOSA E SUBMUCOSA
b) Marcador tumoral = CEA
c) INDICAÇÕES PARA RESSECÇÃO POR MUCOSECTOMIA:
- Limitado à mucosa
- Sem invasão linfovascular na biópsia
- < 2 cm
- Sem ulceração
- Bem ou moderadamente diferenciados na biópsia
Paciente realiza EDA + biópsia.
Detecta que é neoplasia.
O que é feito agora?
Estadiamento
EcoEDA: verifica a invasão da parede - T e N
TC abd/tórax com contraste: avalia a doença metastática - M
Laparoscopia: pode alterar o estadiamento em 25 a 35% dos casos, verificando se há carcinomatose ou não
Qual é o nome do exame e o que há de relevante na imagem?
TC com contraste do abd
Mostra metástases de uma carcinomatose gástrica no fígado.
Esquerdo: lesão única
Direito: várias lesões
Mesmo no lado esquerdo, que só há 1 lesão, não há indicação de ressecção desse tumor metastático. Isso acontece pq em metastáses de neoplasias gástricas no fígado, a literatura diz que uma hepatectomia nesse paciente não altera a sobrevida.
Qual é esse exame e o que indica?
Laparoscopia
As bolinhas brancas mostram carcinomatoses peritoniais, mais ou menos 4mm - isso justifica a vantagem de fazer uma laparoscopia durante o estadiamento, pois com o tamanho citado, por exemplo, a TC é incapaz de acusar o tumor.
Por que o estadiamento, e os exames usados para tal, do carcinoma gástrico é tão importante?
Qual a conduta para um paciente com:
- metástase
- tumor no estômago localizado e sem metástase
- com metástase descoberta na laparoscopia
Porque altera o desfecho do paciente!
Paciente com metastáse - não tem indicação cirúrgica
Paciente com tumor no estômago localizado sem metastáse - cirurgia
Paciente com metastáse descoberta na laparoscopia - quimioterapia
O tipo de cirurgia de um carcinoma gástrico depende de 3 fatores. Quais são?
- Local do tumor
- LN acometidos
- Presença ou não de metástases
Qual a vantagem do Y de Roux em relação a Billroth 2?
Y de Roux
B2 pode levar há um refluxo de bile e suco gástrico, podendo acometer o estômago e sendo fator de risco para neoplasia = chance de câncer de boca anastomótica/coto gástrico.
Assim, foi criada a cirurgia em Y, pois pode ser feita pré cólica (anterior ao cólon) ou transmesocólica (pode gerar uma hérnia ou uma estenose dependendo do tamanho do buraco que for aberto)
Em relação a linfadenectomia no paciente com carcinoma gástrico, quando fazemos D1, D2 ou D3?
D1 - para pacientes que não tolerariam a D2
D2 - padrão, mais completa, mais demorada e pode levar a uma morbidade maior (conduta principal no ocidente)
D3 - mais extenso, com maior morbidades para o paciente (conduta mais comum no oriente)
Qual a diferença entre Terapia Neoadjuvante e QT peri-operatória (adjuvante)?
Neoadjuvante = antes da cirurgia
QT perioperatória/adjuvante = antes e depois da cirurgia; benefício para tumores T3 ou T4 ou N+
Quando está indicado o tratamento paliativo no paciente com carcinoma gástrico?
- Obstrução
- Sangramento que não para
Usa-se: RT, QT, cirurgia
Em relação as NEOPLASIAS de TEG (transição esôfago gástrica), a classificação de Siewert considera a distância em cm para dizer se é um câncer de esôfago distal ou gástrico. Quais são essas 3 categorias?
CANCER DE ESOFAGO DISTAL:
I = 1 a 5cm acima da TEG
CANCER DE TEG
II = 1cm acima ou 2cm abaixo da TEG
CANCER GÁSTRICO:
III = 2 a 5cm abaixo da TEG
O tratamento dessas neoplasias de TEG vai depender, então, se é de esôfago distal ou gástrico
Outros possíves cânceres gástricos são linfoma e GIST. Sobre o LINFOMA:
a) Qual é o órgão mais frequente de linfoma GI?
b) Como são os sintomas?
c) Quais os mais comuns?
d) O que aparece na EDA?
e) Se for um tumor Células B, qual o tratamento?
f) Se for um tumor de MALT, qual o tratamento?
a) Estômago
b) Inespecíficos, assim como um carcinoma gástrico
c) MALT (mucosa) e grande cels b difuso (último é o mais comum)
d) Aspecto de gastrite ou ulcerações, sendo a biópsia a responsável por dizer o que é de fato
e) Quimioterapia
f) Erradicação do H. pylori pode ser suficiente para o tratamento
Outros possíves cânceres gástricos são linfoma e GIST. Sobre o GIST:
a) Qual é o órgão mais frequente acometido no TGI?
b) Como são os sintomas?
c) Se origina de que parte?
d) Como aparece no EDA?
e) O que a EcoEDA faz?
f) O que é importante na histologia?
g) Qual exame é feito para estadiamento?
h) Como é o tratamento?
a) Estômago
b) Desconforto abdominal, dor e sangramento (quando ficam grandes demais, pela isquemia)
c) Originados das células de Cajal, células neurais que realizam o marcapasso intestinal da peristalse
d) Lesão submucosa, com cor amarelada e eventualmente com ulceração
e) Biópsia por aspiração, já que alcança camadas mais profundas que a mucosa (máximo que endoscopia simples vê), considerando que o GIST acomete a submucosa ou muscular
f) Verificar músculo liso e componente neuroendócrino; c-kit
g) TC de abd e pelve com contraste
h) Como a disseminação do GIST é sempre hematogênica e nunca linfática, não se faz linfadenectomia.
- Se > 2cm e ressecável = ressecção
- Se menor ou não ressecável (muito grande ou quando afeta outros órgãos) = imatinibe
Além disso, como o tumor acomete Submucosa ou Muscular, não é suficiente realizar apenas mucosectomia.
Quais são e como são os sintomas das Síndromes Pós Gastrectomias?
CASO CLÍNICO ~ NEOPLASIA GÁSTRICA
Homem, 62 anos de idade, com queixa de dor epigástrica, náusea, vômitos e perda ponderal de 12kg nos últimos 4 meses (10% do peso corporal). Etilista de 5 latas de cerveja aos finais de semana; tabagista 25 anos-maço. Realizou endoscopia digestiva alta, com achado de lesão ulcerada e estenosante em região de antro gástrico, impedindo a progressão do aparelho. Anatomopatológico compatível com adenocarcinoma gástrico, moderadamente diferenciado. Tomografia computadorizada de tórax, abdome e pelve com imagem compatível em antro gástrico, sem lesões metastáticas ou acometimento linfonodal. Em relação ao tratamento neste momento, pode-se afirmar que o tratamento adequado é:
a) Gastrectomia subtotal com linfadenectomia D2.
b) Gastrectomia total com linfadenectomia D2 e quimioterapia intraperitoneal.
c) Quimioterapia neoadjuvante seguida de gastrectomia subtotal com linfadenectomia D3.
d) Derivação com gastroenteroanastomose seguida de quimioterapia paliativa.
A
A gastrectomia deve ser subtotal, porque a neoplasia está acometendo apenas o antro (dá pra preservar o restante que não está acometido). A linfadenectomia não precisa ser D3, porque não há sinais de acometimento linfonodal.
Faríamos uma derivação com gastroenteroanastomose só se o paciente estivesse obstruído, sem conseguir comer.
CASO CLÍNICO ~ NEOPLASIA GÁSTRICA
Mulher de 42 anos realiza EDA para investigação de plenitude pós-prandial e perda ponderal de 20% de seu peso em três meses, sem medidas dietéticas. O exame evidencia lesão ulcerosa Borrmann III, pré-pilórica, em pequena curvatura, 10cm abaixo da JEG. O histopatológico confirma células de anel de sinete. As características dessa lesão quanto à classificação de Borrmann e o tipo tumoral de Lauren para esse caso, respectivamente, são:
a) pólipo séssil, tipo difuso.
b) linite plástica, tipo intestinal.
c) bordos elevados, tipo intestinal.
d) bordos elevados e infiltrados, tipo difuso.
D
Borrmann III→ É um Borrmann 3 pois trata-se de uma lesão ulcerada com centros infiltrativos ao seu redor e com bordos elevados
Por se tratar de uma paciente jovem e com presença de células em anel de sinete, trata-se de um tumor difuso segundo Laurenn
Em relação ao câncer gástrico, assinale a correta:
a) Maior prevalência geral entre as mulheres
b) Pacientes com anemia perniciosa têm risco aumentado de desenvolver câncer gástrico
c) Linite plástica é o termo usado para descrever o câncer gástrico tipo III de Borrmann
d) Lauren classifica o câncer gástrico em tipo intestinal e anaplásico
e) Câncer gástrico do tipo intestinal de Lauren é mais comum em pacientes jovens
B
a) Maior prevalência em homens
b) Anemia perniciosa é um dos fatores de risco, pois gera uma gastrite atópica
c) Linite descreveve câncer gástrico tipo IV de Borrmann
d) Classifica em difuso e intestinal
e) Difuso é mais comum em jovens e intestinal em idosos
CASO CLÍNICO ~ NEOPLASIA GÁSTRICA
D
A → Está relacionado ao tipo intestinal e não ao tipo difuso
B → Coto gástrico é um “resto” de estômago operado.
C → Varia de acordo com a etnia: orientais/ocidentais
D → Acometimento linfonodal e metástase são a mesma coisa, na prática.
Qual a vantagem do Y de Roux em relação a Billroth 2?
B2 pode levar há um refluxo de bile e suco gástrico, podendo acometer o estômago e sendo fator de risco para neoplasia = chance de câncer de boca anastomótica/coto gástrico.
Assim, foi criada a cirurgia em Y, pois pode ser feita pré cólica (anterior ao cólon) ou transmesocólica (pode gerar uma hérnia ou uma estenose dependendo do tamanho do buraco que for aberto)