Hepatite e Cirrose Flashcards
O que é cirrose?
- Máximo grau de deformação do tecido hepático por conta de fibroses
- É irreversível
Cirrose é o principal fator de risco para qual câncer?
Carcinoma Hepatocelular
A cirrose pode ser classificada em compensada e descompensada. Como se caracteriza cada uma delas?
Compensada: função hepática preservada. A pressão portal, embora aumentada, está inferior ao valor limite para desenvolvimento de varizes ou ascite.
Descompensada: ascite, sangramento/hemorragia varicosa, encefalopatia hepática ou icterícia - consequências da hipertensão portal e insuficiência hepática
Quais as etiologias possíveis da cirrose?
- Hepatite C
- Doença hepática alcoólica
- Doença hepática gordurosa não alcoólica
- Hepatite B crônica
Como é a fisiopatologia da cirrose?
Deposição de colágeno no espaço de Disse leva à perda da defenestração das células endoteliais sinusoidais (“capilarização” dos sinusóides).
- Alterações estruturais: fibrose, capilarização dos sinusóides, nódulos regenerativos
- Alterações dinâmicas: aumento do tônus vasomotor sinusoidal. Consequência: aumento da resistência intra-hepática.
- A vasodilatação esplâncnica reduz o volume circulante efetivo no corpo todo, ativando o mecanismo do SRAA, SNS e ADH, formando uma circulação hiperdinâmica
Quais as complicações possíveis decorrentes da cirrose?
Hipertensão portal: desenvolvimento de varizes gastroesofágicas (pode desenvolver hemorragia varicosa) e de ascite (pode desenvolver peritonite bacteriana e síndrome hepatorrenal).
- Resultante do aumento da resistência do fluxo portal e da elevação do influxo venoso portal.
- Componente funcional: vasoconstrição ativa
- Componente fixo: deposição de tecido fibroso
- Estes dois fatores que levam a uma hipertensão sinusoidal, juntamente com a retenção aumentada de sódio, acarretam ascite (acúmulo de líquido intraperitoneal).
- A peritonite bacteriana espontânea ocorre em pacientes com mecanismos de defesa reduzidos para ascite, como o baixo nível de complemento no líquido ascítico. Outro fator que promove a translocação bacteriana na cirrose é o crescimento bacteriano excessivo atribuído à diminuição na motilidade intestinal e tempo de trânsito intestinal.
Insuficiência hepática: incapacidade do fígado de excretar a bilirrubina (causando icterícia) e outros componentes tóxicos. Isso ocasiona encefalopatia hepática por acúmulo de amônia, a qual danifica os astrócitos.
Graus da encefalopatia:
Grau 1: alterações na consciência com variação comportamental de inversão do padrão de sono-vigília e transtornos de memória
Grau 2: confusão, comportamento bizarro e desorientação
Grau 3: letargia e desorientação profunda
Grau 4: coma
Como é a clínica da cirrose, considerando se é compensada ou descompensada?
Se compensada: assintomática ou fadiga inespecífica, libido diminuída e distúrbios de sono.
Se descompensada: manifesta-se nas complicações
- Insuficiência hepática: encefalopatia, icterícia
- Hipertensão portal: varizes esofágicas (Risco de vida por sangramento descontrolado), ascite, peritonite bacteriana espontânea
As varizes esofágicas possuem alto risco de sangramento digestivo alto → hematêmese.
a) Como é o tratamento?
b) Como é a profilaxia de ressangramento?
a) Ligadura ou escleroterapia + octreotide (análogo de somatostatina)
- Sempre tem que estar associado a tratamento medicamentoso (evita ressangramento precoce) e ATB melhora de sobrevida
b) Visto que há 70% de risco de recorrência, o tratamento é medicamentoso (beta-bloqueador ou nitrato) e EDA com ligadura repetida.
Quais exames pedir na investigação da cirrose?
- Biópsia
- TC: contorno hepático nodular, vasos colaterais
- Marcadores de função de hepática
- EDA: pode mostrar fonte do sangramento da variz
- Ultrassom
- RM
- Punção do líquido ascítico (paracentese diagnóstica): se suspeita de peritonite bacteriana espontânea, aparecerá polimorfonucleares
Como é o tratamento da cirrose?
Se compensada:
- Tratar a doença hepática subjacente: reduz fibrose e evita descompensação
- Evitar fatores que piorem a doença hepática: álcool, fármacos hepatotóxicos, infecções virais sobrepostas
- Rastreamento para varizes e carcinoma hepatocelular
Se descompensada: agir dependendo da complicação
- Síndrome hepatorrenal: vasoconstritor, albumina, TIPS e diálise extracorpórea de albumina
- Síndrome hepatopulmonar: transplante de fígado
- Peritonite bacteriana espontânea (PBE): antibiótico cefalosporina 3ª geração IV (começar com amplo espectro e, após resultado de cultura especificar)
- Encefalopatia: reduzir ingesta proteica
- Ascite: reduzir ingesta de sal, diuréticos
- Varizes: ligadura, ATB profilático e profilaxia com BB e nitrato
Qual o prognóstico do paciente com cirrose?
A taxa de sobrevida dentro de dez anos de pacientes que permanecem no estágio compensado é de aproximadamente 90%, enquanto a dos pacientes descompensados é de 50%.
Como prevenir a cirrose?
- Abstinência alcoólica
- Redução do comportamento de alto risco para a hepatite
- Redução de peso
- Vacinação contra hepatite B
Como é o quadro clínico da hepatite viral de acordo com as fases:
- Ictérica
- Hepatomegalia
- Convalescente
Fase icterícia (nem sempre icterícia é manifestada)
Pode ter acolia
Maioria evolui com cura
Dor em HCD, hepatomegalia
Fígado palpável e doloroso mas com bordas lisas e consistência fibroelástica mantida
Fase convalescente
Hep A e E: geralmente cura
Hep B: 2 - 10% cronifica
Hep C: 80% forma crônica → gera lesão até um extremo de falência hepática, potencialmente com cirrose de forma intermediária
A forma crônica ocorre, porque continua existindo replicação viral
Como podemos classificar a hepatite, de acordo com a etiologia?
Virais:
- Hepatotrópico: tipos A, B, C, D e E, febre amarela
- Não hepatotrópico: caxumba, CMV, EBV, herpes
Tóxicas: álcool e medicamentos
Auto-imunes: colangite biliar primária, colangite esclerosante primária
Metabólicas: doença hepática gordurosa não alcoólica, doença de Wilson
Febrícula, mal estar geral, dor abdominal e icterícia é uma apresentação clínica comum da hepatite na forma ……
AGUDA
A hepatite crônica é assintomática?
CERTO
Caracterize as Hepatites A-E em relação a forma de transmissão
A: ORAL- FECAL
B: PARENTERAL
C: PARENTERAL
D: PARENTERAL
E: ORAL-FECHAL
Todas as Hepatites podem ser agudas. Mas quais podem se cronificar?
Podem ser crônicas:
A: Não
B: Sim
C: Sim
D: Sim, em coinfectados com HBV
E: Não, apenas eventualmente em imunossuprimidos
Qual o tratamento da Hepatite A?
Suporte
Qual é o tratamento da Hepatite B na forma aguda?
- Resolução espontânea em 95 a 99% dos casos
- Só é feito quando a forma apresenta-se como grave ou fulminante
Qual é o tratamento da Hepatite B crônica? Além disso:
a) Por que o iming do tratamento altera o desfecho?
b) Qual é o marcador de atividade da doença?
b - i) Para quais outras 2 doenças também é marcador de risco de progressão?
c) Quando se obtem o sucesso da terapia?
IFN, lamivudina, tenofovir, etc.
a) Fibrose de menor grau é reversível quando a replicação do vírus é interrompida
b) Marcador de atividade da doença: carga viral - HBV DNA, melhor do que HBeAg.
Hbe é o antígeno avaliado, já que representa replicação viral
Se HbeAg positivo > 6 meses, significa que cronificou
Tratamento na forma crônica busca diminuir cirrose e impedir avanço para hepatocarcinoma
b - i) Cirrose e HCC
c) Quando há soroconversão, ou seja, HBeAg negativo
Para quem é destinado o tratamento da Hepatite B na forma crônica?
1) HBV dna > 2000 + sinal de Hepatite ativa (aumento ALT, fibrose na biópsia > F1, alteração na elastografia)
2) Cirróticos por vírus B e HBV DNA positivo
O ideal é fazer biópsia para avaliar o grau de fibrose hepática
Somente se tem suspeita clínica forte para cirrose
Não se faz para hepatite aguda
Sobre o tratamento da hepatite C aguda:
a) qual é?
b) quanto tempo usa?
c) qual o objetivo?
a) interferon para Hep C; decréscimo de forma crônica
b) 24 semanas
c) Prevenção de transmissão: tratamento não visa tanto impedir a cronificação, pois há tratamento para a forma crônica; busca-se a diminuição de transmissão
Pq é importante o tratamento da Hepatite C crônica?
Objetivo é cura, com eliminação sustentada do vírus. HCV DNA negativo por 3 a 6 meses após fim do tratamento
Reduz mortalidade geral e por HCC
Pacientes já com cirrose devem ser tratados, mas continuam com risco de desenvolver HCC. PRECISAM de seguimento!
O que esse paciente tem?
Resposta: hepatite aguda
HBsAg + → doença ativa, paciente teve contato
Anti-HBc IgM + → Recente
Anti-HBc total + → (Anti-HBc total = Anti-HBc IgM + Anti-HBc IgG)
Anti-HBsAg - → não tem anticorpos ainda
O que esse paciente tem?
Resposta: Crônica não curada
HBsAG + → paciente teve contato
Anti-HBc IgM - → não é recente
Anti-HBc total + ( IgM negativo, IgG positivo) → não está curado
Anti-HBsAg - → não tem anticorpos ainda
O que esse paciente tem?
Resposta: curado
HBsAg - → doença não está mais ativa
Anti-Hbc IgM → não é recente
Anti-HBc total → IgG positivo, teve contato
* Não é vacinado, HBc estaria negativo; não teve contato com o vírus
* Na vacina só tem o antígeno S
Anti-HBsAg + → tem anticorpos contra Hepatite B
Qual é a interpretação de cada uma das linhas da tabela abaixo?