Neonatologia Flashcards
Quais são os fatores de risco para Apnéia Transitória do recém nascido?
Como é relacionada a uma imaturidade do centro respiratório, que responde paradoxalmente a hipóxia, ocorre em prematuros, especialmente os com IG menor que 36 semanas.
Quais são os fatores que indicam gravidade na apnéia transitória do recém nascido?
> 20 segundos
Cianose central
Bradicardia
Qual o tratamento da apnéia transitória do recém nascido?
Aminofilias, metilxantinas, cafeína, CPAP. Geralmente tem resolução espontânea com 36-37 semanas de IG corrigida
A apneia transitória do recém nascido está relacionado a morte súbita no berço?
NAO!
Qual a fisiopatologia da membrana hialina?
A pequena produção de surfactante pulmonar leva a um colabamento dos alvéolos.
Como evitar a síndrome da membrana hialina?
Dar betametasona para gestantes com IG 24-34semanas em parto prematuro por 48 horas, acelerando assim a maturação pulmonar.
Qual o momento do dia em que a apneia transitória do recém nascido tende a piorar?
Durante o sono REM
Quais são os fatores de risco para a síndrome da membrana hialina?
IG menor que 35 semanas, sexo masculino, segundo gemelar, cesárea, hipotermia, hipovolemia, diabetes gestacional, asfixia, Rh materno -
Qual o quadro clínico da membrana hialina ou da síndrome de angústia respiratória? Qual o seu sinal radiográfico?
inicia-se minutos após o nascimento, com quadro indistinguível de pneumonia com sepse. No RX, há um pulmão branco com aerobroncogramas
Qual a conduta frente a um quadro de síndrome de angústia respiratória do RN?
Colher culturas e iniciar ATB empírico (indistinguível de pneumonia neonatal)
Surfactante na traqueia
Suporte ventilatório (invasivo ou CPAP; CPAP de imediato diminui necessidade de VM)
Quais são as complicações possíveis de ocorrer na síndrome da membrana hialina?
Persistência do canal arterial -> não consegue deixar a VM por ICC
Broncodisplasia pulmonar -> dependência de O2 mesmo após 36S de IG corrigida, tendo usado O2 por pelo menos 4 semanas
Quais são os sinais de melhora na síndrome da membrana hialina?
Aumento da diurese
Diminuição da necessidade de oxigênio
Quais são as indicações de suporte ventilatório invasivo na Síndrome da membrana hialina?
Saturação de oxigênio periférico menor que 90%
PCO2 > 60mmHg
pH < 7,2 (acidose)
Como evitar a broncodisplasia pulmonar em RN de muito baixo peso com s. membrana hialina?
Vitamina A!
Como evitar a persistência do canal arterial na síndrome da membrana arterial?
Evitar hiperhidratação e hiperalimentação pela via venosa.
Qual a conduta frente a uma broncodisplasia pulmonar?
Tratamento com diuréticos e beta-bloqueadores e talvez corticoide (controverso). Profilaxia com palivizumabe contra o vírus sincicial respiratório nos primeiros 2 anos de vida para evitar bronquiolite respiratório. São feitas 5 doses no ano, nos meses que antecedem o inverno.
Qual o sinal radiográfico da broncodisplasia pulmonar?
O RX é em vidro fosco!
Qual a definição e a fisiopatologia da taquipnéia transitória do recém nascido? Qual o principal fator de risco?
RN que nascem de cesáreas eletivas por vezes não possuem a maturidade necessária para reabsorver o líquido pulmonar, causando uma taquidispnéia que melhora com FiO2 baixa (40%), e que melhora espontaneamente em 4 dias. O RX possui áreas de hipotransparência.
Qual a definição da Síndrome da Aspiração meconial?
Obstrução das pequenas vias aéreas devido a liberação de mecônio, relacionado ao sofrimento fetal, levando a um äir trapping”(mecanismo em válvula), estresse repiratóriio e eventualmente asfixia.
Quais são os sinais clínicos da Síndrome de Aspiração meconial?
Tórax em tonel com pneumomediastino (enfisema subcutâneo) e pneumotórax, eventualmente
Qual a conduta frente a uma Síndrome de Aspiração Meconial?
Ventilar de imediato. Aspirar e intubar estão proscritos! O óxido nítrico pode ajudar, levando a dilatação dos alvéolos ventilados, melhorando a hematose.
Qual a diferença entre o capput succedaneum e o cefalo-hematoma?
O caput succedaneaum, diferente do cefalo-hematoma, não é delimitado por um único osso.
Qual a FC normal do recém-nascido?
100 a 160 bpm.
Qual a definição de taquipneia no recém-nascido?
FR >60 rpm.
Quantos vasos deve conter o cordão umbilical?
3: 2 artérias e 1 veia.
Quais são os reflexos presentes ao nascimento? Até que idade eles estão presentes?
São os reflexos primitivos que devem desaparecer até os 4 meses de idade: Sucção e rotação Moro Tônico cervical assimétrico Preensão palmo-plantar Reação da marcha
Quais são as consequências do diabetes gestacional para o bebê?
Bebê GIG
Hipoglicemia neonatal
Insuficiência de surfactante (insulina é contrarregular do corticóide necessário para produzir surfactante)
Quem tem mais risco de hipoglicemia neonatal: mães com diabetes prévio ou mães com diabetes gestacional?
Bebês de mães diabéticas prévias!
Qual o nível glicêmico normal para recém nascidos?
> 45mg/dl. Até 35 nas primeiras 3 horas de vida, maior que 40 entre 3 e 24 horas de vida.
Quais são os fatores de risco para hipoglicemia neonatal?
Bebês PIG, GIG e com restrição de crescimento (sem reserva de glicose)
Erros inatos do metabolismo, como galactosemia
Aumento do metabolismo
Como controlar a hipoglicemia neonatal?
Alimentar com leite materno e repetir glicemia em 30-60 minutos se glicemia entre 25-45 (na fita: entre 20-40) e assintomático. Caso não responda, passar a fazer infusão de 6mg/kg/min de glicose.
Caso seja sintomático ou tenha glicemia abaixo de 25 (fita <20), fazer 200mg/kg de bolus de glicose, (ou 400mg/kg se convulsão) mantendo hidratação venosa com 6mg/kg/min de glicose, iniciando amamentação o mais rápido possível.
Caso não consiga manter a glicemia >45, aumentar a infusão de glicose até 12mg/kg/min, podendo também se tentar corticóide e glucagon.
Nos casos de insulinemia persistente (como nesidioblastose), pode-se usar o diazóxido, que inibe a liberação de insulina pelas células beta. Nos casos de tumores secretores de insulina, pode-se fazer pancreatectomia subtotal.
Quais são as alterações mais frequentemente encontradas em bebês filhos de mães diabéticas?
Cardiopatias, incluindo cardiomegalia
Agenesia lombossacral
De forma geral, outras alterações como hidronefrose, s. cólon esquerdo curto, ureter duplo e atresia duodenal são mais comuns em mães diabéticas que não diabéticas, mas não são as mais comuns entre esses bebês.
Quais são os fatores de risco para hemorragia periventricular?
Prematuridade (principal!) Baixo peso a nascer Estresse respiratório Asfixia Hipotensão
Qual o exame utilizado para classificar a gravidade da hemorragia intraventricular? Qual a sua classificação?
USG transfontanela. A classificação mais utilizada é a de VOLPE, com base no número de ventrículos com sangue.
Qual a principal complicação da hemorragia intraventricular?
Hidrocefalia ocorre em 10-15% dos casos. Outra complicação, nos casos mais graves, é a leucomalácia
Como prevenir a hemorragia periventricular?
Uso de corticóide em gestantes com trabalho de parto prematuro.
Qual o nome do sinal associado a paralisia alta do plexo braquial?
Sinal de Erb-Duchenne: braço em rotação interna e pronação, com abdução ativa impossível (sinal do Garçom)
Qual a principal causa de paralisia do plexo braquial? Quais são seus tipos e qual é o tipo mais comum?
45% estão associadas a distócias de ombro! 80% são neuropraxias (dano sem ruptura), reversíveis.
Alta: C5-C6. É o mais comum (75% dos casos)
Baixa: C7-C8
Total: lesão de gânglio simpático e território de T1
Qual o tratamento para paralisia do plexo braquial?
Imobilização por 3-6 meses e cirurgia após, se necessário.
Qual o prognóstico de um neonato com lesão hipóxico-isquêmica?
15-20% de mortalidade, com 25-30% dos sobreviventes com sequelas permanentes. A convulsão nas primeiras 24 horas em neonato com LHI demonstra lesão grave. O prognóstico é determinado pelo Apgar e respirações normais com 20 minutos de vida, e sinais neurológicos anormais com 2 semanas de vida.
Qual deve ser a conduta frente a uma lesão hipóxico-isquêmica?
Hipotermia induzida nas primeiras 6 horas, para evitar a morte neuronal.
Quais são as principais causas de convulsões neonatais?
Síndrome hipóxica-isquêmica (principal) Hipoglicemia Hiponatremia Hemorragia intracraniana Doenças metabólicas (dependência de pirodoxina; B6) Má formação na SNC
Quando devemos suspeitar da dependência de pirodoxina?
Convulsões sem resposta a anticonvulsivantes mas com resposta a 100mg IV de pirodoxina, sem histórico de hipóxia ou outras causas aparentes pelos exames.
Quais são os parâmetros avaliados pela escala de Apgar? Qual a pontuação mínima e máxima atribuída a cada um deles?
Frequência cardíaca Esforço respiratório Tônus muscular Irritabilidade reflexa Cor Cada parâmetro pode receber 0, 1 ou 2.
Qual a fisiopatologia da doença hemorrágica do RN e como previni-la?
Ocorre devido a queda transitória dos fatores de coagulação dependente da vitamina K (2,7,9 e 10), devido a pouca reserva materna, pouca quantidade de vitamina K no leite materno e flora bacteriana intestinal ausente. A prevenção é feita com 1mg IM de vitamina K ao nascer.
Qual o tratamento da doença hemorrágica do RN?
1-5mg de vitamina K IM.
Quais são os FR para doença hemorrágica do RN?
Uso de fenobarbital ou fenitoína pela mãe.
Como diferenciar doença hemorrágica do RN com síndrome do sangue deglutido?
Através do teste de Apt. A não reação indica presença de hemoglobina fetal, e, portanto, hemorragia. Caso seja reagente (ou positivo), há hemoglobina adulta, e o sangue provêm da deglutição de sangue materno.
Qual a definição de policitemia neonatal e suas causas?
Definida como hematócrito maior ou igual a 65%, causado por diabetes materno, PIG, hipóxia fetal crônica (estimulo a eritropoietina).
Quais são as possíveis complicações da policitemia neonatal e qual o seu tratamento?
Pela hiperviscoisidade e estase, a microcirculação está comprometida, causadando hipertensão pulmonar, falência renal e enterocolite necrotizante. O tratamento é feito com exsanguíneo transfusão com soro fisiológico se HT maior ou igual a 70% ou sinais de hiperviscosidade.
Quais são os testes de triagem neonatal realizados atualmente no brasil?
Teste do pézinho
Teste do olhinho
Teste do coraçãozinho
Teste da orelinha
Quais patologias o teste do olhinho objetiva rastrear? Quando o teste do olhinho é considerado positivo?
Ausência de reflexo vermelho, que normalmente seria propriciado pela luz do oftalmoscópico a 20-30 cm do olho da criança. A ausência de reflexo demonstra que há alteração na transparência dos meios oculares existentes até a retina. Objetiva rastrear catarata congênita (principalmente), glaucoma congênita, retinopatia da prematuridade e retinoblastoma.
Como é feito o teste do coraçãozinho e qual o seu objetivo?
É a comparação da oximetria entre MSD e um dos MMII entre 24-48h de vida, antes da alta hospitalar. Caso haja uma diferença maior que 2% entre os dois em duas tentativas com diferença de 1 hora, é considerado positivo e indica possibilidade de cardiopatia congênita crítica, e indica necessidade de um ecocardiograma.
Para quem está indicado o teste de coraçãozinho?
Para todos os RN aparentemente saudáveis com IG maior que 34 semanas.
Qual a técnica utilizada no teste da orelinha? O que objetiva rastrear e para quem está indicado?
São as emissões otoacústicas evocadas (EOAs). Está indicado para RN’s sem fatores de risco, e indica causas de surdez pré-neuronal ou condutiva, apenas.
Quais são as doenças diagnosticadas no teste do pézinho?
Fase I - fenilcetonúria e hipotireoidismo congênita
Fase II- anemia falciforme e hemoglobinopatias
Fase III- fibrose cística
Fase IV- def. biotinidase e hiperplasia adrenal congênita (atualmente em fase final de implementação).
Caso o exame de fibrose cística do programa nacional de triagem neonatal venha alterado, como prosseguir?
Repetir o IRT se a criança tiver até 30 dias
Se a criança tiver 30 dias o IRT perde seu valor, e deve-se medir o cloro no suor (>60 confirma o diagnóstico) ou teste genético.
Qual o quadro clínico da deficiência da biotinidase? Qual o tratamento?
Quadro clínico inicia-se após 7 semanas de vida, com quadro neurológico e cutâneo (convulsões, retardo no crescimento, cabelos quebradiços, lesões ulceradas). É uma doença autossômica recessiva, cujo tratamento é a reposição de biotina.