Nefropediatria Flashcards

1
Q

Glomerulonefrite difusa aguda pós-streptocócica: clínica e propedêutica

A

Hematúria (macroscópica), oligúria, edema, hipertensão arterial, proteinúria de grau variável (geralmente não nefrótica), azotemia

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2
Q

Exames investigatórios e algumas alterações na glomerulonefrite PE

A
  • Urina pode apresentar dismorfismo
    eritrocitário;
  • Relação P/C em amostra de urina;
  • Creatinina, ureia ou cistina C;
  • Eletrólitos séricos e gasometria venosa;
  • Hemograma, PCR, VHS;
  • Complemento total e frações (CH50 e C3 reduzidos e C4 NORMAL);
  • ASLO (positivo nos casos de origem da faringotonsilite), antiDNAseB (positivo quando decorre de piodermite), antiestreptoquinase, anti-hialuronidase;
  • FAN; anticorpos antinucleares, anti-DNA (quando se pensa em lupus e vasculites)
  • Anca-c, Anca-p;
  • Sorologias;
  • Bx renal..
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3
Q

Incubação da GPE

A
  • Pós faringite: 1-2 semanas;
  • Pós piodermite: 3-6 semanas.
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4
Q

Clínica e complicações da GPE

A

Clínica:
- Edema periorbitario (sinal mais importante);
- Hematúria micro ou macro;
- Oligúria;
- HAS (aumento do volume circulatório);

Complicações:
- Renal: DHE, DAB, necessidade de terapia de substituição renal;
- Cardiopulmonar: IC, EAP;
- Neurológicas: encefalopatia hipertensiva, síndrome PRES (RNM como lesão de substância branca).

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5
Q

Diagnóstico da GPE

A

Síndrome nefrítica aguda + Evidência de infecção estreptocócica prévia + C3 reduzido (Não é patognomônico, lupus também reduz)

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6
Q

Quando realizar Bx renal na GPE?

A
  • Quadros de GNRP;
  • HA, hematúria MACROSCÓPICA e alteração da função renal persistentes por mais de 3-4 semanas;
  • Proteinúria significativa por mais de 6 semanas ou de caráter nefrótico por mais de 4 semanas;
    Hipocomplementemia persistente
    por mais de 8
    semanas.
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7
Q

Tratamento da GPE

A

Suporte! Não há tratamento específico.
• Foco em monitorar, prevenir e manejar complicações;
• Repouso relativo;
• Restrição hídrica:
- 20 mL/kg/dia ou 300-400 mL/m2/dia + perdas (melhora do edema)
• Dieta assódica/ hipossódica;
• Manejo da HA:
- Diuréticos de alça, tiazídicos, BCC;
- Se emergência: via parenteral (nitroprussiato de sódio)
- Cuidado com IECA/ BRA!
• Avaliar a necessidade de diálise (se tratamento supracitado for refratário).

Antibioticoterapia:
- NÃO afeta história natural da GNDA-PE!
-Objetivo: limitar a disseminação de cepas nefritogênica
-Opções terapêuticas: penicilina e seus derivados
(eritromicina, se alergia).

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8
Q

Classificação da síndrome nefrótica em ped

A

A classificação se correlaciona com o prognóstico;
§ Nos casos de SNCR e/ou GESF há maior chance de evolução para falência crônica renal e necessidade de terapia renal substitutiva (diálise ou transplante).

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9
Q

Clínica da síndrome nefrótica em ped

A

Tríade de achados clínico-laboratoriais:
§ Edema;
§ Hiperlipidemia;
§ Hipoalbuminemia.
PEDIATRIA | NEFROLOGIA | Nefrítica, nefrótica, SHU14

§ O edema pode evoluir para derrames cavitários e anasarca, e manifestar taquipneia (por afecção pulmonar ou limitação por ascite).
○ Urina:
§ Espumosa (decorre da proteinúria).
○ Pressão arterial:
§ LHM: normal ou HA transitória;
§ GESF: HA mais importante (pode ser necessário controle pressórico
com medicação).

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10
Q

Complicações da síndrome nefrótica em ped

A

Infecciosas:
§ Maior risco de infecção devido à hipogamaglobulinemia, perda urinária IgG, hipoalbuminemia, redução de fatores da via alternada
do complemento, redução transferrina, déficit de opsonização, uso de medicação imunossupressora.
§ Principais agentes envolvidos: Pneumococo e gram negativo;
§ Destaque: Peritonite Bacteriana Espontânea (Especialmente PNEUMOCOCO e GRAM NEGATIVOS).

Hipercoagulabilidade, Renais, Neurológicas (Tromboembolismo cerebral e do seio venoso cerebral), derrames cavitários, Miscelânia (anemia refratária, hipotireoidismo, etc)

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11
Q

Quando fazer Bx renal na síndrome nefrótica em ped?

A

Idade < 1 ano ou > 10 anos (alguns recomendam > 16 anos);
Hematúria macroscópica ou hematúria microscópica persistente;
Hipertensão grave;
Hipocomplementenemia;
Disfunção renal;
Sintomas extrarrenais (exantema, púrpura);
Síndrome nefrótica corticorresistente;
Avaliação de potencial nefrotoxicidade dos inibidores de calcineurina.

Em crianças de 1-10 anos, com síndrome nefrótica clássica ecomplemento normal, NÃO PRECISA! devem
ser consideradas e tratadas como portadoras de LHM.

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12
Q

Tratamento da síndrome nefrótica em ped

A

○ Situações de edema/ PA elevada:
§ Considerar dieta assódica/ hipossódica.
○ Diante de sinais de hipovolemia [taquicardia, hipotensão, hemoconcentração, redução de fração de excreção de sódio - FeNa - (< 0,2-0,5%)], o paciente pode se beneficiar de volume:
§ Alíquota de 10-20mL/ Kg de SF 0,9%;
§ Considerar a administração de ALBUMINA.
○ Ausência de hipovolemia, edema grave/ refratário:
§ Administração de diuréticos com cautela.
○ Se anasarca/ edema volumoso persistente:
§ Considerar a administração de ALBUMINA.
○ Corticoterapia com indução da remissão (tratamento específico).

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13
Q

Take-home messages da síndrome nefrótica em ped

A

○ Proteinúria maciça:
§ ≥50 mg/Kg/dia (urina 24h);
§ ≥40 mg/m²/h (urina 24h);
§ Relação P/C > 2 mg/mg (amostra isolada de urina).
○ Primária ou idiopática: 80-90% na pediatria.
§ LHM: mais comum.
○ SN = Proteinúria maciça + hipoalbuminemia + edema + hiperlipidemia.
○ Abre quadro entre 1-10 anos, com síndrome nefrótica e complemento normal condução como LHM;
§ Demais casos, considerar biópsia renal.
○ Mais propensos a: infecção, dislipidemia e hipercoagulabilidade.
○ Tratamento:
§ Suporte/ detecção e manejo de complicações;
§ Corticoterapia.

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14
Q

Definição, etiologia mais importante e fisiopatologia da Síndrome Hemolítico-urêmica

A

Microangiopatia trombótica, caracterizada pela tríade: anemia hemolítica microangiopática, trombocitopenia e lesão renal aguda. Etiologia mais importante na infância: Escherichia coli produtoras da toxina Shiga > causa danos diretos às células endoteliais + ativação
plaquetária, formando microtrombos > diminuição da taxa de filtração glomerular (TFG) nos glomérulos

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15
Q

Clínica e lab da Síndrome Hemolítico-urêmica

A

● SHU associada à diarreia: Ocorre 2-13 dias após a gastroenterite (porém, os quadros podem se sobrepor);
● SHU associada à infecção por pneumococo: SHU + quaro infeccioso por pneumococo (pneumonia, empiema e bacteremia).

●Anemia e plaquetopenia + esquizócitos + reticulócitos aumentados (tardio) + haptoglobina reduzida + Urina (Hematúria, leucocitúria, proteinúria e presença de cilindros)

Anemia hemolítica microangiopática:
§ Decorrente de lesão mecânica dos eritrócitos quando passam pela microvasculatura lesada e trombótica.
§ Isto é, não é por mecanismo imunomediado, assim, espera-se que o Coombs Direto seja negativo (exceto na SHU associada à infecção por pneumococo, quando o Coombs é positivo.

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16
Q

Complicações da Síndrome Hemolítico-urêmica

A

○ Renais:
§ IRA  DHE (destaque para hiperK), DAB, sobrecarga hídrica e uremia.
○ Cardiovasculares:
§ Sobrecarga volume, hipertensão e arritmias (DHE).
○ SNC: gravidade em ≤ 20% casos:
§ Irritabilidade, letargia, amaurose, trombose microvascular cursando com encefalopatia e convulsão.
○ Trato gastrointestinal:
§ Colite, enterite isquêmica, perfuração, intussuscepção e pancreatite.
○ Hematológicas:
§ Anemia grave, plaquetopenia intensa (apesar disso, eventos de sangramento graves são raros).

17
Q

Diagnóstico da Síndrome Hemolítico-urêmica

A

Tríade clássica (anemia hemolítica microangiopática, trombocitopenia e lesão renal aguda) + Anamnese revela pródromo de gastroenterite ou infecção pneumocócica.

18
Q

Tratamento da Síndrome Hemolítico-urêmica

A

Suporte. Nenhuma terapia testada até o momento (incluindo plasmaférese, corticoide, eculizumabe) demonstrou benefício superior ao tratamento de suporte na evolução da doença.

19
Q

Take-home messages da Síndrome Hemolítico-urêmica

A

○ SHU é caracterizada pela tríade:
§ Anemia hemolítica microangiopática;
§ Trombocitopenia;
§ LRA.
○ Causa mais comum na infância: E. coli produtora de toxina Shiga (STEC- SHU):
§ Pródromo de gastroenterite aguda.
○ Tratamento:
§ Suporte/ detecção e manejo de complicações;
§ Antibioticoterapia: se SHU associada à infecção pneumocócica.

20
Q

Exame padrão-ouro para identificar lesão cicatricial no parênquima renal

A

Cintilografia renal estática com DMSA

21
Q

Base do tratamento em síndrome nefrótica em ped

A

Corticoterapia e reposição de albumina

22
Q

Base do tratamento em síndrome nefrítica em ped

A

Repouso e restrição hidrossalina

23
Q

Se espera encontrar elevada titulação sérica de anti estreptolisina O (ASO) na GNPE. Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro!

24
Q

Os níveis séricos de CH50 e C3 devem estar elevados na GNPE. Verdadeiro ou falso?

A

Falso!