Nefrolitiase Flashcards
Recorrência de nefrolitíase em 1, 5 e 10 anos.
É vista como doença crônica
1 ano - 10%
5 anos - 35%
10 anos - 50-60%
Nefrolitíase: epidemiologia
Homens, com pico entre 20-40 anos.
Composição dos cálculos (4)
- Sais de cálcio (70-80%): oxalato de cálcio (puro, + hidroxiapatita, + ác. úrico), fosfato de cálcio (apatita)
- Estruvita (10-20%): cálculo infeccioso, bactérias produtoras de urease
- Ác. Úrico (5-10%)
- Cistina (2-3%)
Cristais urinários vistos na sedimentoscopia (EAS) de acordo com o tipo de cálculo: superfície e forma. (6)
Oxalato de Ca monohidratado: liso, ovalado
Oxalato de Ca di-hidratado: rugoso, octaédrico
Estruvita: coraliforme, tampa de caixão
Fosfato de cálcio: liso, amorfo
Ác úrico: lisa, losangular
Cistina: irregular, haxagonal
Cálculos conforme o pH
Ácido (<5,0): ácido úrico e cistina
Básico (>7,0): fosfato de cálcio e Estruvita
Sais de cálcio: ambos!
Processo de formação dos cristais
Nucleação
Pontos de obstrução do cálculo (3) + Semiologia e clínica associadas.
- JUP: dor em flanco, giordano precocemente +
- Terço médio do ureter: dor abdominal com irradiação para lig. inguinal e/ou testículo/grande lábio ipsilateral
- JUV: confunde com cistite. Disúria, polaciúria, urgência e dor uretral (homem: dor peniana). Giordano pode ser -
Características da cólica nefrética
Obstrução > espasmo ureteral > crises de dor em cólica com duração de 20-60min
Obstrução grave > alta pressão > distensão da cápsula renal > giordano + > dor insuportável.
Outros: náusea, vômito, sudorese fria, síncope, taquicardia, hipertensão arterial, dor abdominal
Hematúria na nefrolitíase
Ocorre em 90%, pode ser macro ou micro e pode ser o único sinal do cálculo
Complicação mais temida da nefrolitíase
Infecção renal (pielonefrite).
Febre alta, calafrios, leucocitose com desvio à esquerda.
Pielonefrite complicada (infecção fechada) > sepse rápida e intensa > bacteremia. Sem desobstrução > perda renal em DIAS (Pionefrose)
O que é pionefrose?
Processo de perda renal que ocorre em dias após uma pielonefrite complicada (infecção fechada - obstrução)
Nefrocalcinose
Forma de apresentação da litíase por fosfato de cálcio.
Calcificação do parênquima > cristais se depositam difusamente sobre as papilas
Cálculos coraliformes
+ de Estruvita mas pode ser de cistina ou de ác úrico tbm.
Prognóstico ruim > sempre indica intervenção, mesmo sem sintomas.
Quando suspeitar de nefrolitíase? (3)
Cólica nefrética
Hidronefrose
Hematúria
Exames de imagem (4)
- Tc sem contraste: padrão-ouro, sensi 98% especi 100%. Vê todo tipo de cálculo. Desv: não mede FR e tem radiação ionizante
- USG renal: 2 escolha ou em gestantes. Maior sensibilidade para cálculos que não migraram para ureter.
- Rx simples de abd: só vê radiopacos (não vê os de ác úrico)
- urografia excretora: sensi 90%. Avalia FR indiretamente e vê cálculos distais. Desv: uso de contraste iodado.
Bases do tratamento agudo da nefrolitíase. (2)
- Analgesia: AINE (1 opção)VO mas se dor severa ou vômitos faz paranteral. Boa analgesia + previne espasmo ureteral. Opióide apenas se não responder/tolerar AINE
- alfabloqueador: relaxa musculatura ureteral.
O que é a terapia médico expulsava (TME) e como fazer?
AINE + alfabloqueador = TME
cálculo pequeno (até 10mm) com sintomas bem controlados e sem indicação de intervenção (sepse, IRA..) = TME por 4-6 sem
• Tamsulosin 0,4 mg/dia. BCC são opção, mas funciona menos e tem mais efeito colateral (hipotensão)
Reavaliação para ver migração (ex: USG após 7-14 dias) > após 4-6 sem não foi expelido = intervenção
V ou F: a hidratação vigorosa deve ser feita na cólica nefrética.
Falso. Não há comprovação que ajude a expulsar o cálculo. É para seguimento.
Indicações para intervenção urológica precoce. (5)
- Cálculo > 10mm de diâmetro
- Infecção associada (desobstrui, só depois tira).
- Sintomas refratários ao tratamento
- Obstrução persistente e/ou progressiva
- IRA (obstrução completa)
Modalidades de intervenção urológicas para retirada de cálculos. (4)
- Litotripsia com ondas de choque extracorpórea (LOCE)
- Litotripsia por ureterorrenoscopia (endourologica)
- Nefrolitotomia percutânea (minimamente invasiva)
- Nefrolitotomia aberta (anatrófica)
Indicações para realização da LOCE na nefrolitíase? (3)
1 escolha: cálculos renais e ureterais proximais com tamanho <20mm
Ureter médio: LOCE ou ureterorronoscopia (90% de sucesso nas 2)
Ureter distal: é 2 escolha. A 1 é litotripsia por ureterorrenoscopia
Quando a LOCE é menos eficaz e não deve ser feita? (3)
Cálculos >20mm
Cálculos no polo inferior do rim
Cálculos duros (ex: cistina)
Contraindicações da LOCE (5)
Gravidez Aneurisma de artéria renal ou aórtico Distúrbio de coagulação (hemorragia) Infecção (gera bacteremia) HAS severa
Indicações para litotripsia por ureterorrenoscopia?
Ureter distal: 1 escolha (100%)
Ureter médio: sucesso de 90%, igual a LOCE
ureter proximal: LOCE e Nefrolitotomia percutânea são melhores.
Indicações para Nefrolitotomia percutanea (4)
Cálculos >2cm
Cálculos coraliformes
Localização no polo renal inferior
Refratários à LOCE
Indicações de Nefrolitotomia aberta
- Refratariedade aos outros métodos
- Cálculos complexos e extensos (em geral coraliformes)
- Perda da função renal por impactação de cálculo
Quando é considerado litíase complicada?
Cálculo obstrutivo + infecção renal (pielonefrite) OU IRA pós-renal por obstrução
Primeiro objetivo na litíase complicada? Como fazer?
Não é retirar o cálculo, mas desobstruir a via urinária!
• nefrostomia percutânea (cateter unico-J > extremidade não dobrada fica fora do paciente)
• stent ureteral (cateter duplo-J > pelve e bexiga)