Modulo V-IMAGIOLOGIA Flashcards

1
Q

RADIOGRAFIA

A
  • A radiografia é uma técnica de diagnóstico antiga que permite determinar múltiplas patologias. Inicialmente, era apenas utilizada para o diagnóstico de fraturas e outros problemas ósseos, já que a densidade dos ossos faz com que este
    seja o órgão que melhor se vê nos estudos radiográficos. * Mas os avanços no campo da radiologia permitiram uma visualização muito mais nítida dos tecidos moles, tornando-a imprescindível para quase todas as patologias.

Atualmente, apesar de existirem inúmeros métodos de diagnóstico,
a evolução da radiologia conferiu-lhe versatilidade, e continua a ser
o método de diagnóstico mais utilizado em várias patologias diferentes.

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2
Q

PRINCÍPIOS FÍSICOS DOS RAIOS X

A
  • Os raios X são uma radiação eletromagnética, semelhante à luz visível, mas com um comprimento de onda muito menor, o que lhes permite penetrar nos
    objetos
    .
  • Os equipamentos de raios X têm um gerador de raios X que é constituído por:
    Cátodo: é um filamento de tungsténio que emite um raio de eletrões.
    Ânodo: é uma placa de tungsténio inclinada, na qual chocam os eletrões emitidos a partir do cátodo e ao chocar, 1% deles transformase em raios X e o resto em calor.
    Envolvente de cristal: envolve o ânodo e o cátodo e contém óleo que absorve o calor gerado. Tem uma janela de berílio que permite a saída dos raios X.
    Filtro: na janela de berílio há um filtro de alumínio que absorve parte dos raio X, deixando sair apenas os que são úteis para produzir a imagem.
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3
Q

PRINCÍPIOS FÍSICOS DOS RAIOS X

A
  • Fora do gerador de raios e por baixo da janela, por onde saem os raios X, é onde-se coloca a placa radiográfica onde se vai formar a imagem.
  • A parte do animal que se pretende radiografar é colocada sobre a placa. Os raios X penetram nos tecidos. Todos os tecidos absorvem parcialmente a radiação.
  • Os tecidos mais densos, como os ossos, absorvem muita radiação, e os moles absorvem menos, logo mais radiação atravessa esse tecido.
  • Da maior para a menor densidade (do mais branco para mais escuro), temos os seguintes tecidos: osso, água e músculo, gordura e ar.
  • A espessura de cada tecido também influencia a quantidade de radiação absorvida; quanto mais espesso, mais absorve.
    Metal Osso Água e músculo Gordura Ar
  • A quantidade de radiação que chega à placa radiográfica é o que determina a imagem.
  • O local onde chegam os raios X à placa vai ser estimulado e posteriormente fica escuro, enquanto na zona em que não chegam fica branco. Isto explica a razão pela qual as zonas do osso ficam brancas e a dos tecidos moles
    apresentam diferentes tonalidades de cinzento.
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4
Q

EQUIPAMENTOS DE RADIOGRAFIA E DE REVELAÇÃO

A
  • Os aparelhos de raios X das clínicas veterinárias de pequenos animais geralmente são equipamentos fixos montados sobre uma mesa de raios X, onde se coloca o animal, e que tem por baixo uma gaveta onde se coloca o chassi com a película radiográfica no seu interior.
  • A mesa deve permitir a passagem da radiação para não interferir com a radiografia.
  • Deve estar limpa. Algumas mesas são flutuantes e podem mover-se para permitir focar o feixe do raio numa zona do animal, sem ter de o mover.
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5
Q

EQUIPAMENTOS DE RADIOGRAFIA E DE REVELAÇÃO

A
  • O chassi é uma caixa permeável aos raios X, onde se introduz a película e a
    protege da luz.
  • Os aparelhos de raios X tradicionais trabalham com películas radiográficas clássicas que precisam de ser reveladas numa sala escura. Nestas salas escuras estão os tanques de revelação. Nos tanques introduzem-se 3 líquidos: líquido de revelação, líquido fixador e água. O líquido de revelação faz com que a placa que recebeu radiação fique escura; este processo demora cerca de 5 minutos.
  • Após a passagem pelo revelador recomenda-se igualmente um tempo de 5 minutos na cuba que contém o fixador. Entre o revelador e fixador, e antes de finalizar, é necessário lavar a película no tanque de água. Por fim, deve
    secar-se.
  • A temperatura dos líquidos modifica o tempo que se devem manter as placas submersas; quanto maior a temperatura, menor o tempo.
  • Existem reveladores automáticos que realizam todo este processo, em poucos minutos, aumentando a temperatura dos líquidos.
  • As radiografias reveladas deste modo são observadas no negatoscópio que é um quadro translúcido com uma luz por trás.
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6
Q

RADIOGRAFIA DIGITAL

A
  • Atualmente existem equipamentos de radiografia digital que facilitam muito o trabalho do veterinário. Têm várias vantagens relativamente aos tradicionais:
    1. Por serem revelados e digitalizados automaticamente, permitem trabalhar com o contraste das radiografias, obtendo imagens diferentes com o mesmo disparo, o que permite corrigir erros existentes.
    2. As imagens são sempre mais nítidas e os tecidos moles observam-se muito melhor.
    3. Não é necessário ter um quarto escuro e evita-se a eliminação específica de líquidos radiológicos.
    4. O processamento é muito mais rápido.
    5. Não é necessário guardar e classificar as películas radiográficas.
    6. Facilita o trabalho de identificação das radiografias.
    7. Permite juntar imagens aos historiais dos pacientes com maior facilidade e em modo digital.

A radiografia digital aumentou o campo de possibilidades diagnósticas
com raios X.

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7
Q

RADIOPROTEÇÃO

A
  • Os raios X são muito úteis para o diagnóstico de determinadas patologias, mas uma exposição em excesso ou exposições repetidas podem ser prejudiciais ao organismo (os raios X são cancerígenos). Por isso é importante respeitar as regras
    de proteção:
  • Todas as instalações de raios X devem estar registadas na Direção Geral das Instalações e Equipamentos de Saúde.
  • As paredes da sala, onde estão instalados os raios X, devem estar forradas com chumbo, para evitar que estes raios saiam para o exterior, e deve estar identificada
    como uma placa de risco de radiação.
  • Os equipamentos de radiologia devem ser submetidos a inspeções anuais por um serviço especializado que comprova o seu bom funcionamento.
  • As pessoas que vão estar expostas à radiação devem receber formação adequada relativamente aos riscos que acarreta e como os evitar. Quando permanecem dentro da sala durante o processo, é necessário que se protejam com aventais, colares tiroideos e luvas de chumbo, para receberem a menor quantidade de radiação possível
  • Nunca se deve olhar diretamente para a radiação.
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8
Q

TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS

A
  • Para realizar radiografias é necessário colocar os animais em determinadas posições para obter a imagem desejada.
  • Por vezes é necessário sedar o animal para conseguir colocá-lo na posição desejada.
    Regra geral, todas as partes do corpo podem radiografar-se em duas posições:
    laterolateral (LL)
    ventrodorsal (VD)
    dorsoventral (DV).
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9
Q

TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS

A
  • Além das radiografias normais, também se podem realizar estudos radiográficos com contraste. Os contrastes permitem visualizar melhor a forma, o tamanho e a capacidade funcional de determinados órgãos.
  • O estudo com contraste mais comum é o do aparelho digestivo. Para isso, é necessário que o animal ingira sulfato de bário. Isto permite ver o trato digestivo com uma coloração branca na zona onde está o contraste nesse momento.
  • O sulfato de bário não pode ser utilizado se houver perfuração de uma víscera
  • Se houver suspeita disso, deve utilizar-se um composto iodado iónico, mas a imagem é muito menos nítida e é contraindicado em animais desidratados.
  • Estes compostos iodados também se podem injetar em órgãos ocos como a bexiga ou diretamente no sangue.
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10
Q

ECOGRAFIA

A
  • A ecografia é uma técnica muito utilizada no diagnóstico de tecidos moles.
  • Permite ver a localização, o estado e o movimento dos diferentes órgãos através de uma técnica não invasiva e segura, que a maioria dos animais tolera sem sedação.
  • O único inconveniente é ser necessária muita experiência para se ser um bom técnico de ecografia.
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11
Q

FUNDAMENTOS FÍSICOS E DE FUNCIONAMENTO

A
  • A ecografia baseia-se nas características dos ultrassons. * Este sistema baseia o seu funcionamento numa sonda ou transdutor que emite ondas ultrassónicas até aos tecidos.
  • Estas ondas são de baixa intensidade e de elevada frequência (comprimento de onda baixo), o que lhes permite entrar nos tecidos.
  • Uma vez dentro do organismo, quando chegam aos tecidos, estas ondas refletem-se, dispersam-se, absorvem-se ou penetram no tecido. Todos estes fenómenos fazem com que as ondas sejam atenuadas. O transdutor reconhece os ultrassons, que são refletidos de modo a processá-los, e oferece uma imagem no ecrã.
  • A imagem que se forma no ecrã depende muito da frequência dos ultrassons: quanto maior a frequência, maior resolução, mas menor a penetração tecidual.
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12
Q

REALIZAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE ECOGRAFIAS

A
  • Começa-se por introduzir os dados do paciente no ecógrafo. Para realizar uma ecografia, o animal precisa de uma **preparação mínima. ** É conveniente que a bexiga esteja cheia e o animal em jejum, mas não é imprescindível.
  • Deve tosquiar-se toda a zona anatómica que vai ser objeto da ecografia.
  • Depois limpar a zona com álcool e aplicar o gel condutor, para melhorar o contacto da sonda com a pele e obter uma imagem melhor.
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13
Q

Algumas das utilidades de uma ecografia são:

A

 Diagnóstico de doenças:
Sistema urinário: cistite, urolitíase, tumores, hidronefrose, nefrite,
rins poliquísticos…
Aparelho genital: prostatite, piómetra, quistos ováricos ou prostáticos,
neoplasias, hiperplasia benigna da próstata, retenção
placentária…
 Sistema digestivo: gastrite, enterite, neoplasias, obstrução por
corpos estranhos, pancreatite, hepatite, peritonite…
 Ascite.
Sistema cardiovascular: cardiomiopatia dilatada, cardiomiopatia hipertrófica,
degeneração valvular, derrame pericárdico, coágulos…
 Olho: luxação do cristalino, tumores…
 Sistema muscular e subcutâneo: tendinite, rotura de fibras musculares,
abscessos, hemorragias…
 Outros: aumento do tamanho das glândulas adrenais (sugestivo
de síndrome de Cushing), hidrocefalia…

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14
Q

Algumas das utilidades de uma ecografia são:

A

Malformações: shunt porto-cava, óstios intracardíacos…
Fêmeas gestantes:
Número de fetos a partir dos 21 dias.
 Número, idade e viabilidade dos fetos
no final da gestação.
 Avaliação do sofrimento fetal, para a realização de cesariana.
 A ecografia pode servir como guia para punções com agulha fina de tumores ou quistos internos.

Como vê a ecografia é útil para diagnosticar muitas patologias de
tecidos moles

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15
Q

ENDOSCOPIAS

A
  • Endoscopia significa “ver por dentro”. Segundo esta definição, os otoscópios,
    retinoscópios, vaginoscópios, laringoscópios, etc. estariam englobados nesta
    definição, e assim o era antigamente, quando se observava para orifícios através da utilização de tubos rígidos.
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16
Q

PRINCÍPIOS E TIPOS DE ENDOSCOPIA

A
  • Na Idade Média observava-se para o interior do corpo com tubos iluminados com velas. Posteriormente, a estes tubos adicionaram-se lâmpadas que melhoraram muito a visão.
  • Após a descoberta da fibra ótica conseguiu-se fabricar um endoscópio flexível que permite penetrar muito mais e obter uma imagem mais nítida.
  • Existem os endoscópios rígidos, que costumam usar-se para realizar rinoscopias, vaginoscopias, artroscopias, etc. e os endoscópios flexíveis.
    Os endoscóspios flexíveis são muito finos e compridos e permitem explorar as vias respiratórias baixas e o sistema gastrointestinal. Além da câmara de vídeo,
    têm um insuflador de ar para poder dilatar o intestino, de modo a obter uma melhor visualização;
    uma via de irrigação; uma luz e uma via de acesso para a
    colheita de biópsias, citologias,
    etc.
  • Os endoscópios são frágeis e devem ser manuseados com cuidado. A limpeza e desinfeção realizam-se após cada utilização. * Um bom produto de desinfeção é o ácido peracético.
17
Q

PREPARAÇÃO DO ANIMAL

A
  • Para realizar uma endoscopia é necessário sedar ou anestesiar o animal.
  • As endoscopias devem ser realizadas com luvas.
    Podem surgir algumas imagens que podem dificultar a exploração:
    Manchas na objetiva com líquidos (sangue). Normalmente com a irrigação de soro podem limpar-se.
    Embaciamento: isto acontece quando o endoscópio está mais frio que o corpo do animal, por isso deve proceder-se ao aquecimento do endoscópio.
    Hiperinsuflação: a introdução de demasiado ar no interior da víscera provoca a dilatação da mesma em excesso, e a compressão exercida
    pelas vísceras adjacentes pode dar uma imagem de uma massa.
18
Q

PREPARAÇÃO DO ANIMAL

A

A endoscopia utiliza-se para diagnosticar obstruções, nódulos, tumores, úlceras, estenoses e inflamações. O endoscópio introduz-se por orifícios naturais:
narinas, boca, vagina, ânus ou uretra.
É um método pouco invasivo e por isso permite a extração de corpos estranhos sem ter de se fazer cirurgia.
* Podem fazer-se orifícios para a visualização das articulações (artroscopia) e da cavidade abdominal (laparoscopia).
* Ambas permitem a visualização para o diagnóstico e para o acesso cirúrgico minimamente invasivo. Por este método realizam-se, por exemplo ovariohisterectomias, realizando simplesmente pequenas incisões no abdómen.

19
Q

ELETROCARDIOGRAFIA

A
  • A eletrocardiografia não é uma técnica de diagnóstico por imagem propriamente dita, mas vamos ver algumas noções sobre este exame complementar neste ponto.
  • O eletrocardiograma é um gráfico que representa as conduções elétricas que ocorrem no coração. É muito útil como diagnóstico nas doenças cardíacas, pois
    medindo a altura e amplitude de cada onda podemos determinar: a frequência cardíaca, detetar arritmias e extrassístoles, confirmar uma hipertrofia ou dilatação
    das cavidades cardíacas,
    etc.
  • Para realizar um eletrocardiograma simplesmente deve conectar-se o animal a quatro sensores, um em cada membro, que são umas pinças que se colocam nos cotovelos e joelhos com um gel condutor. Geralmente, não é necessário sedar o animal, simplesmente mantê-lo quieto, ou na posição normal ou deitado.
  • Os sensores reconhecem a atividade cardíaca e enviam-na ao eletrocardiógrafo que a interpreta e a transforma num gráfico.

É imprescindível realizar um eletrocardiograma em qualquer animal com sopro, ou no período pré-operatório de um animal idoso.

20
Q

TAC E RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

A

Por fim, vamos falar destas duas técnicas que são muito úteis, mas pouco utilizadas
devido ao seu elevado custo.
A TAC ou Tomografia Axial Computorizada baseia-se na utilização de raios X.
* Este sistema mede melhor a atenuação dos raios em cada tecido e permite uma boa diferenciação de cada órgão.
* A emissão e receção dos raios X produzem-se num equipamento em forma de anel, que realiza cortes transversais no animal e produz imagens sectoriais deste.
* É muito útil na procura de tumores em qualquer órgão e de patologias intracranianas, difíceis de diagnosticar por outros meios.
* Para obter uma imagem nítida é necessário sedar ou anestesiar o animal.

21
Q

TAC E RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

A
  • A ressonância magnética (RM) baseia-se na estimulação dos protões dos tecidos animais com um campo magnético intenso, e a medição do tempo que demoram a voltar ao seu estado de inércia. Permite ver todos os tecidos moles muito nitidamente e diagnosticar muitas patologias.
  • Para realizar esta prova, o animal deve estar anestesiado, e como se realiza dentro de um eletroíman potente e gigante, não deve haver nada metálico na área da RM (tirar a coleira).
  • A utilização da RM é frequente para determinar neoplasias e inflamações no tecido nervoso e hérnias discais, por exemplo.

A ressonância magnética serve para diagnosticar quase todas as
patologias, mas o seu custo elevado reduz a sua utilização.