Modulo IV - HV, ANESTESIA, CIRURGIA E INTERNAMENTO Flashcards

1
Q

FERIDAS TRAUMÁTICAS OU CIRÚRGICAS
definição, o que acontece nas 2 fases.

. CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS

A
  • animal lesionado e se produz uma ferida, imediatamente começa
    um processo complexo para a encerrar que se designa por cicatrização
    1. Fase 1- da cicatrização é a hemóstase, onde é formado um coágulo graças às plaquetas e aos fatores de coagulação do sangue. e os vasos danificados vão sofrer vasoconstrição durante uns minutos.Tudo isto limita a perda de sangue. Os capilares intactos da zona dilatam-se para começar a exsudação(saída de fluido do interior dos vasos sanguíneos para o espaço intersticial).
    2. Durante a fase inflamatória, os linfócitos e macrófagos, juntamente com as
    imunoglobulinas procedentes do exsudado capilar, controlam localmente a proliferação bacteriana. Além disso, estas células eliminam os resíduos da ferida (células mortas e detritos celulares) e oferecem ao tecido em reparação os nutrientes necessários (aminoácidos e açúcares).
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2
Q

FERIDAS TRAUMÁTICAS OU CIRÚRGICAS

epitelização, neovascularização, tecido de granulação, colagénio f/i

+ duração e tecido cicatricial e características

A
  • As células basais da epiderme, que é a camada de células mais profunda da mesma, começam a replicar-se e a avançar desde os bordos da ferida até ao
    centro
    . chama epitelização
  • Durante este processo, ocorre a neovascularização (formação de novos vasos) no tecido em reparação. Estes vasos aportam os nutrientes e oxigénio necessários para o início do processo de cicatrização da ferida. Este tecido, formado pela proliferação do epitélio e dos vasos, designa-se por tecido de granulação.
  • Todo este processo é acompanhado pela formação de colagénio, que são fibras teciduais que preenchem a ferida. Numa primeira fase, o colagénio é abundante e distribui-se de uma maneira não organizada para formar rapidamente a cicatriz, mas depois os bordos da ferida aproximam-se, devido à ação dos miofibroblastos (células com capacidade de contração) presentes da zona afetada, e parte do colagénio formado inicialmente é destruído.
  • Todos estes processos ocorrem quase simultaneamente. * A remodelação da cicatrização alonga-se durante semanas ou meses.
    O tecido cicatricial nunca tem as mesmas características que o tecido original, sobretudo em matéria de funcionalidade, resistência e elasticidade.

ver fig 1 pág.8

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3
Q

FERIDAS TRAUMÁTICAS OU CIRÚRGICAS

três tipos de cicatrização

A
  1. Por primeira intenção: ocorre em feridas sem perda de tecido, sem infeção e sem desvitalização. Forma-se pouco tecido de granulação, porque os bordos da ferida estão próximos e a cicatrização é rápida. Isto acontece com as feridas cirúrgicas.
  2. Por segunda intenção: ocorre em feridas abertas, ou com infeção ou necrose, ou onde existem corpos estranhos. É produzido muito tecido de granulação. É necessário desbridar a zona, eliminando o tecido necrótico. Se há infeção, é necessário controlá-la antes de suturar a ferida.
  3. Por terceira intenção: são feridas crónicas, onde existe tecido de granulação que promove a cicatrização da ferida. Geralmente, são feridas infetadas. Deve ser retirado o excesso de tecido, revitalizar os bordos (devem ser recortados até que haja sangue) e controlar a infeção.
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4
Q

FERIDAS TRAUMÁTICAS OU CIRÚRGICAS

5 Fatores que influenciam o tempo de cicatrização

A
  1. Se há infeção, corpos estranhos, sujidade, necrose do tecido ou hemorragias intensas, a cicatrização é dificultada. Torna-se por isso necessário eliminar os corpos estranhos, a sujidade e o tecido necrosado, controlando a infeção e as hemorragias.
  2. o tipo de tecido lesionado, o tempo de cicatrização pode variar.: - As mucosas e a pele cicatrizam rapidamente, mas os tecidos parenquimatosos (fígado, rim) têm processos de cicatrização mais retardados.
  3. A quantidade de tecido perdido e as forças de tensão tecidual produzida pela cicatriz também influenciam o tempo de cicatrização.
  4. Alguns medicamentos, como os anti-inflamatórios esteroides ou os medicamentos oncológicos, atrasam a cicatrização.
  5. qualquer doença (e.g. diabetes), estado de debilidade, má nutrição, assim como a idade e a obesidade, atrasam a cicatrização.
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5
Q

SUTURAS

definição e escolha

A

Suturar uma ferida significa unir os seus bordos através de material de sutura diverso (agrafos, cola ou fio de sutura).
O cirurgião escolhe a sutura mais adequada segundo o tipo, localização, estado da ferida e a sua experiência profissional.

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6
Q

Classificação de suturas segundo ≠ aspetos

outras 3 características a ter em conta

A

As suturas habituais são “fios” unidos a uma agulha de sutura.

  • Origem do material: Consoante o material de sutura, assim são as suas propriedades.
    Natural (seda, catgut, linho).
    Sintético (nylon).
  • Absorção pelo organismo:
    Absorvível (catgut, ácido poliglicólico).utilizam-se no interior do organismo onde, por ação enzimática ou por hidrólise, são progressivamente absorvidas.
    Não absorvível (nylon, polipropileno, seda, algodão, poliéster).Para suturas da pele, com “fio” em que os pontos podem ser removidos. Em cirurgias ortopédicas, usa-se aço.
  • Quanto à estrutura:
    Monofilamentar.menos traumáticas para os tecidos, mais difíceis de serem contaminadas com bactérias, e produzem menos reação tecidular, retirando-se
    por esse motivo mais facilmente. Contudo, são mais difíceis de manusear, e os nós são menos seguros (desenlaçam-se mais facilmente).
    Multifilamentar. podem ser revestidas para diminuir a capilaridade (propriedade que faz com que sejam mais fáceis de contaminar) e o dano nos
    tecidos.

elasticidade, a resistência e a espessura
do “fio”

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7
Q

Espessura da sutura números e medição

A

A espessura das suturas mede-se pelo sistema USP, que vai de 10/0 a 7. Sendo que a 10/0 é o fio mais fino, e a 7 o mais grosso.

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8
Q

Suturas: líquidas, agrafos, acondicionamento, tipos de agulhas

A
  • As suturas estão acondicionadas em bolsas estéreis unidas às agulhas.
  • Existem agulhas de diferentes tipos; porém, o mais habitual é apresentarem uma estrutura curva.
  • A ponta da agulha pode ser triangular ou cónica. A agulha triangular é mais traumática ao entrar no tecido, enquanto a cónica não, sendo esta última a mais frequentemente utilizada.
    Também existem suturas líquidas, como o cianoacrilato (cola que se pode usar
    sobre a pele).
  • Os agrafos são suturas mecânicas que podem ser utilizadas nos órgãos (pulmões,
    fígado) ou na pele.
    Em veterinária, geralmente usam-se só para fechar pequenas feridas cutâneas.
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9
Q

Tipos de suturas

6 técnicas a reter:

A
  • Previamente a qualquer sutura,
    1. deve limpar-se a ferida, desinfetá-la e eliminar o tecido necrótico, se existir.
    2. O ponto de entrada da agulha é aproximadamente a 3 mm do bordo da ferida.
    3. Todos os pontos devem ser iguais e equidistantes.
    4. Não deve ser exercida demasiada tensão na sutura, i.e., os pontos não deverão estar excessivamente apertados, sob pena de causar um rasgo no tecido ou isquémia tecidual (bloqueio do aporte sanguíneo).
    5. As pontas dos nós devem ser curtas.
    6. Suturar os diferentes tipos de tecido separadamente: muscular, subcutâneo e pele.
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10
Q

4 Tipos de suturas contínuas

As suturas podem ser contínuas:

A
  • As suturas contínuas consistem numa sucessão de pontos, que permitem suturar feridas; utilizando uma menor quantidade de fio de sutura..
  1. Sutura contínua simples realiza-se fazendo pontos simples, e só tem um nó no primeiro e no último ponto. Se a ferida for extensa, podem ser feitas várias suturas contínuas simples até se obter o grau de consistência necessário para abranger toda a ferida.
  2. Sutura contínua ancorada é igual à anterior, mas em cada ponto é passado o fio por baixo do ponto anterior.
  3. Sutura de colchoeiro é uma sucessão de pontos em U. Suporta muito bem as tensões. Este tipo de sutura pode ser feito no interior do tecido subcutâneo
  4. Sutura em bolsa de tabaco utiliza-se para fechar órgãos ocos. Consiste em dar pontos simples em redor da abertura do órgão e, quando se tiver fechado a circunferência, ajustam-se as pontas para dar o nó.
    * Existem outras suturas algo diferentes para os órgãos internos. São variações das anteriores, com maior grau de complexidade.
    Por vezes, é necessário administrar antibiótico para que os pontos não infetem.
    * Para evitar que o animal lhes aceda, colocam-se colares isabelinos ou bodies.
    * As suturas geralmente retiram-se entre os 7 e 14 dias.

fig. 12,13

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11
Q

5 Tipos de suturas descontínuas

suturas descontínuas

A

As suturas descontínuas consistem em criar um ponto isoladamente antes de avançar para o próximo.

Ponto simples consiste em cruzar os bordos da ferida, um de cada vez, de fora para dentro, e selar com um nó. É muito utilizado na pele.

Ponto simples invertido é igual, porém, inicia-se na parte interna, ficando assim o nó fica sob a pele.

Ponto em cruz consiste em dois pontos simples, consecutivos e perpendiculares à ferida, e em seguida une-se a ponta do fim do segundo ponto à ponta do início do primeiro ponto. Tem como vantagem dar
maior consistência quando há tensão
. Utiliza-se na pele.

Ponto em U horizontal consiste em dois pontos simples, em que o segundo ponto começa pelo lado em que saiu o primeiro. Também se utiliza para conferir maior resistência no caso de tecidos em maior tensão.
Utiliza-se na pele.

Ponto em 8 Utiliza-se para fechar feridas pequenas e profundas. Entrecruzam- se os pontos simples.

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12
Q

PENSOS e o seu material 8:

função

A
  • Os pensos realizam-se para eliminar os potenciais focos de infeção que possam ocorrer e retardar a saudável cicatrização da ferida.
    Ligaduras de gaze de 5 cm; 7,5 cm; 10 cm de largura.
    Algodão em rolos.
    Adesivos.
    Petflex® (ligadura autoadesiva).
    Talas (usadas apenas em casos ortopédicos).
    Gesso ou fibra de vidro.
    Compressas e apósitos (compressas estéreis impregnadas com substâncias antimicrobianas).
    Tesoura para pensos.
  • O penso não deve estar demasiado apertado, nem demasiado largo. Deve estar
    sempre seco e o animal não lhe deve conseguir aceder
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13
Q

Tipos de penso e ligaduras

Penso de Robert Jones para quê e como ?

A

Um dos pensos mais usados baseia-se na técnica de Robert Jones. * Utiliza-se para imobilizar extremidades fraturadas que não vão ser operadas por não haver deslocamentos dos ossos ou, em caso de se realizar a cirurgia, para imobilizar
o membro e favorecer a cicatrização.

* Coloca-se uma tira de adesivo nas faces anterior e plantar do membro, deixando as pontas soltas. Em seguida, cobre-se todo o membro com uma camada de ligadura de gaze. Depois, com várias camadas de algodão em rolo. Nas primeiras camadas não se aperta em demasia, dando consistência nas seguintes.
* Por fim, acrescenta-se uma volta com ligadura de gaze, dobrando-se as extremidades dos adesivos colocados inicialmente, e colando-se sobre esta. Consolida-
se com Petflex® e adesivo.
* É importante deixar a extremidade distal do membro fora do penso.
* Para se colocarem talas no penso, o procedimento é semelhante, sendo a tala rígida ou flexível, consoante o caso. A tala deve ser acondicionada sobre a camada
de algodão.

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14
Q

Tipos de penso e ligaduras

Ligadura de Velpeau

A

Realiza-se no membro anterior com a função de imobilização do ombro. Devem acolchoar-se as zonas do carpo e tórax com algodão. Em seguida, flexiona-
se completamente o membro anterior
, de modo a que fique acondicionado
junto ao tórax.

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15
Q

Tipos de penso e ligaduras

Ligadura de Ehmer para quê

A
  • Utiliza-se para imobilizar a anca em casos, por exemplo, de luxação.
  • Acolchoa-se a zona do tarso. Em seguida, dobra-se a extremidade do membro posterior e liga-se em forma de oito, garantindo a união da zona do tarso com o fémur. Por fim, envolve-se com ligadura para acondicionar o membro junto ao corpo.
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16
Q

SALA DE CIRURGIA:

material de fabrico, condições, limpeza e esterilizar, tesouras e pinça.

A
  • O material de cirurgia é fabricado em aço inoxidável, que é uma mistura de ferro,
    carbono, crómio e outros metais.
    O crómio é o que o torna inoxidável.
  • As condições de conservação do material cirúrgico são decisivas. Para a limpeza devem utilizar-se detergentes não corrosivos, utilizar uma escova de cerdas não metálicas, e limpar os instrumentos o mais depressa possível, pois o sangue seca e torna-se mais difícil de remover.
  • Os instrumentos devem ser escovados com as articulações abertas para se limpar bem essa zona. Não deve ser utilizada lixívia, pois corrói o aço inoxidável.
  • Uma vez limpos, bem enxaguados e secos, devem ser esterilizados. O ideal é fazê-lo na autoclave. Em caso de inexistência de autoclave, utiliza-se a estufa.
  • Os instrumentos devem ser guardados num lugar onde não sejam suscetíveis de contaminação.
  • É muito importante que as tesouras cortem bem, que as pinças fechem perfeitamente, etc.
  • Se o instrumento não estiver nas condições adequadas, isso pode condicionar o trabalho do cirurgião. Por isso, os instrumentos danificados ou oxidados devem ser eliminados.
17
Q

SALA DE CIRURGIA:

A

Material de fixação de panos de campo. Costumam denominar-se de Pinça Backhaus e utilizam-se para fixar o pano de campo à pele do paciente.
Cabos de Bisturi de lâmina descartável.
Tesouras: existem muitos tipos, com pontas rombas ou pontiagudas, curvas e retas, longas e curtas…
Pinças para segurar os tecidos: pinças de dissecação, pinças “dente de rato”, pinça “bico de pato”, pinça Allis…
Pinça hemostática: utiliza-se para estancar as hemorragias. Principalmente as pinças mosquito com e sem dentes.
Clamps: também servem para controlar as hemorragias.
Afastadores: permitem visualizar melhor a zona de trabalho, afastando todo o tecido que se interpõe. Podem ser manuais ou estáticos.
Porta-agulhas: utilizam-se para segurar as agulhas das suturas, enquanto se sutura o tecido.

fig.10

18
Q

SALA DE CIRURGIA: mesa de cirurgia, Iluminação, aparelhos de monitorização, equipamento de anestesia inalatória, gerador de oxigénio.

5 Equipamentos da sala de cirurgia part. 1

A

Mesa de cirurgia: onde está o paciente durante a cirurgia. Existem diferentes tipos de mesas, planas, em V, fixas ou com um motor que permite regular a altura, etc. Geralmente, são de aço inoxidável. Sobre a mesa pode ser colocado um colchão de cirurgia que se adapta ao paciente e que permite colocá-lo mais facilmente na posição desejada. É frequente utilizar mantas elétricas debaixo dos pacientes, pois quando
são animais de pequeno porte há risco de hipotermia.
Iluminação: é aconselhável que haja uma boa luz na sala de cirurgia, mas também se deve dispor de lâmpadas cirúrgicas que permitam um foco de luz direto no campo cirúrgico.
Aparelhos de monitorização: servem para observar a evolução das constantes vitais do paciente durante a cirurgia e avaliar se é necessário aumentar ou diminuir a dose da anestesia. O capnógrafo mede a
quantidade de CO2 expirado, para verificar se a respiração é eficaz. Outros aparelhos podem medir o pulso arterial ou inclusive mostrar eletrocardiogramas completos, pressão sanguínea, temperatura, ritmo respiratório.
Equipamento de anestesia inalatória: um dos componentes básicos da sala de cirurgia. A anestesia inalatória é mais segura que a injetável, uma vez que o fluxo de anestesia pode ser interrompido a qualquer
momento e é rapidamente metabolizada.
Este tipo de anestesia permite regular melhor a quantidade de anestesia que cada animal necessita.
Gerador de oxigénio: é um aparelho que extrai oxigénio do ar, introduzindo-o no circuito anestésico.

19
Q

SALA DE CIRURGIA: ventilador automático, bisturi elétrico, bisturis laser, bomba de infusão, aspirador cirúrgico.

A

 O ventilador automático: aparelho de respiração assistida. É imprescindível nas cirurgias torácicas.
 O bisturi elétrico: instrumento que se utiliza para cauterizar os capilares à medida que se corta o tecido, tendo por objetivo evitar um sangramento constante.
 Os bisturis laser: permitem cortar tecidos sem que haja hemorragias nem inflamação e são muito seguros.
 A bomba de infusão: administra um determinado medicamento via endovenosa numa dose e velocidade previamente estabelecidas.
Aspirador cirúrgico: utiliza-se para absorver os líquidos que se podem encontrar no animal durante a cirurgia, por exemplo sangue, urina em
casos de rutura da bexiga, etc.

fig. 14

20
Q

PREPARAÇÃO DA SALA DE CIRURGIA E DO CIRURGIÃO

A

Limpeza, esterilização e organização são as palavras-chave.
Durante a fase de preparação da sala de cirurgia, que deve ser feita no dia anterior
à cirurgia, é necessário:
 Assegurar a limpeza da sala.
 Selecionar o material segundo o tipo de cirurgia e tamanho do animal a intervir.
 Colocar a manta elétrica, colchão, bisturi elétrico, aparelho de anestesia inalatória, monitor e todos os equipamentos necessários.
 Ligar os raios UV para esterilizar o ar.
No dia da cirurgia, deve comprovar-se que todos os aparelhos estão ligados, assim como o material necessário devidamente preparado. Na mesa de apoio esterilizada ou sobre um pano de campo esterilizado, devem ser abertas as compressas, lâminas de bisturi, suturas, etc. sem tocar no material ou no invólucro interior.
Logo que o animal esteja preparado (ponto seguinte da presente unidade), é o momento de o colocar na mesa.

21
Q

Passos na preparação dos recursos humanos presentes na cirurgia

A

Colocar a touca e a máscara
Lavar as mãos e braços, secando-os com uma toalha esterilizada.
Vestir a bata de cirurgia esterilizada e as luvas.
 Todo o material que tiver de ser manuseado e que não se encontre nas devidas condições de esterilização deverá ser o auxiliar a manipular.

22
Q

PREPARAÇÃO DO PACIENTE

AVALIAÇÃO PRÉ-CIRÚRGICA

A

Para reduzir os riscos anestésicos, deve fazer-se uma avaliação pré-cirúrgica a qualquer animal que vá ser intervencionado. A magnitude desta avaliação depende das condições do paciente, da espécie, raça, idade, tipo de cirurgia, anestesia que se vai utilizar, possibilidades económicas
do dono, urgência da cirurgia
, etc.
Idealmente, uma avaliação pré-cirúrgica completa inclui uma anamnese e exploração
completas, análises sanguíneas completas,
como hemograma, proteinograma e bioquímica completa, análises à urina, radiografias torácicas para avaliar o sistema respiratório e coração, eletrocardiograma e ecografia abdominal. Com todas estas provas estamos em condições de avaliar a funcionalidade de todos os sistemas do animal e poder prever qualquer problema que possa surgir.
Não é habitual realizar todas estas provas. Regra geral, se o animal é jovem, faz-se apenas uma análise sanguínea básica, e se for mais velho, também se
realizam radiografias torácicas e eletrocardiograma.

23
Q

PREPARAÇÃO DO PACIENTE- AVALIAÇÃO PRÉ-CIRÚRGICA:

classificar paciente de acordo com o risco anestésico c/ escala ASA

A
  • escala da ASA (American Society of
    Anesthesiologists):

ASA I: paciente saudável, sem risco.

ASA II: paciente com doença sistémica ligeira, controlada e compensada, com risco ligeiro.

ASA III: paciente com doença sistémica grave, não compensada, maior risco (cardiopatia severa ou descompensada, diabetes mellitus não
compensada…).

 **ASA IV: paciente com doença sistémica grave que constitui uma ameaça para a vida. São de alto risco. (insuficiências cardíaca, respiratória e renal graves, piómetra).

ASA V: doente terminal ou moribundo, cuja expectativa de vida não se espera que seja mais que 24 horas. O risco é muito alto, a cirurgia é de vida ou morte, mas se não se opera, o animal não tem nenhuma possibilidade de sobreviver (torção do estômago, rotura das costelas com
perfuração pulmonar).

Quando a cirurgia é de urgência, na maioria das vezes a realização de análise pré-cirúrgica básica fica comprometida por questões de tempo, e o animal deveentrar na sala de cirurgia imediatamente.
O dono tem de assinar um termo de consentimento informado para cirurgia e anestesia, e no caso de não querer realizar análises pré-cirúrgicas, tem de assinar
uma declaração de responsabilidade.

Quanto mais completo for o painel analítico pré-cirúrgico, melhor é
a previsão dos problemas que podem surgir durante a cirurgia,
antecipando-os.

24
Q

PREPARAÇÃO DO PACIENTE:

PREPARAÇÃO PRÉ-CIRÚRGICA

A

É importante que o animal esteja em jejum, por isso deve informar-se o dono com antecedência, para que o jejum seja de **12 horas de comida e 6 de água,
no mínimo. ** Assim, evita-se que surjam vómitos em consequência da administração dos anestésicos, reduzindo o risco de uma pneumonia por aspiração.
Consoante o caráter do animal, os procedimentos que se devem realizar previamente à cirurgia podem fazer-se antes ou depois de se iniciar a medicação pré-anestésica.
É necessário tosquiar a zona onde se vai proceder à incisão. Assim, há que ter em atenção que os pelos em redor têm tendência a aproximar-se da zona cirúrgica.
Por isso, é preferível tosquiar uma área com maior margem de segurança higiénica.

25
Q

PREPARAÇÃO DO PACIENTE:

PREPARAÇÃO PRÉ-CIRÚRGICA

A

Deve limpar-se a zona com água/sabão com antissético (iodopovidona, clorhexidina…).
Antes de levar o animal para a sala de cirurgia é necessária a indução anestésica e colocar um tubo endotraqueal.
Uma vez na sala de cirurgia, coloca-se o animal na posição adequada. Deve prender-se o animal à mesa, atando as extremidades dos membros.Liga-se o aparelho de anestesia ao tubo endotraqueal e os monitores anestésicos ao
paciente.

Uma vez posicionado o animal, deve limpar-se novamente a zona com compressas impregnadas com antissético (álcool iodado, clorhexidina…) com cuidado de
não contaminar novamente a zona. Deve fazer-se uma limpeza centrífuga, do centro para os extremos.
Colocam-se os panos de campo (panos esterilizados, plástico ou papel descartáveis) sobre o animal. Os descartáveis, geralmente colocam-se sobre o animal, para que não fiquem zonas não esterilizadas a descoberto, dificultando, deste modo, a contaminação da zona cirúrgica e do material. Os panos de campo fixam- se com pinças de campo.
Os panos de tecido têm uma abertura prévia ou colocam-se vários em torno da zona cirúrgica, delimitando-a.

26
Q

ANESTESIA E MONITORIZAÇÃO

anestesia definição

A

A anestesia consiste em administrar determinados fármacos ao paciente para lhe provocar a hipnose, amnésia, analgesia, relaxamento muscular e inibir os reflexos.

27
Q

Tipos de anestesia: Anestesia geral vs Anestesia local

A

o **animal fique desacordado, em um estado de sono artificial, que não sinta a dor que o procedimento cirúrgico pode causar e que fique relaxado, sem nenhuma reação de defesa. **

VS

Anestesia local

A anestesia local age somente na região onde ela foi injetada. menos utilizado em cirurgias de animais de estimação.

28
Q

Anestesia inalatória

A

Considerada como a anestesia mais segura por especialistas, pois ela não precisa ser metabolizada pelo organismo do animal para fazer efeito. É indicada para animais com **problemas cardíacos e para animais com idade avançada.

29
Q

Anestesia injetável

A

Anestesia injetável
Já no caso da anestesia injetável, o medicamento é aplicado por via intramuscular ou intravenosa. Este é o tipo de anestesia mais comum em clínicas veterinárias por ter a melhor relação custo-benefício para os donos dos animais, pois barateia os gastos com a cirurgia.

30
Q

ANESTESIA E MONITORIZAÇÃO
(Pré-medicação,Indução propósito,via e fármacos, plano anestésico, entubação cães e gatos, tubo tamanho e fármaco)

A anestesia tem várias fases:

A

Pré-medicação: reduz o stress e provoca analgesia.
 Geralmente utiliza-se um tranquilizante como a acepromazina e um analgésico como o tramadol.
 Administra-se meia hora antes da fase seguinte.
Indução: deprime o sistema nervoso central e permite entubar o animal.
 Geralmente, realiza-se por via endovenosa, quando o animal já está relaxado e depois de estar tosquiado e desinfetado.
 É aconselhável colocar um cateter endovenoso ao animal e administrar fluidoterapia e o fármaco indutor da anestesia.
 Pode utilizar-se propofol endovenoso (EV), alfaxolona EV lenta ou quetamina intramuscular (IM).
 Para verificar se o animal está no plano anestésico correto, deve observar-se a frequência respiratória, a frequência cardíaca e o olho.
Tanto a frequência respiratória como a frequência cardíaca diminuem, e nos cães os olhos ficam numa posição ventromedial. Nos gatos, os olhos permanecem fixos e abertos, pelo que é necessário lubrificá-los.
Após a indução, deve entubar-se o animal. A entubação realizase colocando o animal em decúbito esternal. Levantando-lhe a cabeça e abrindo a boca do animal. No caso dos gatos, pode pulverizar-se a glote com um spray de xilocaína (anestésico local), para reduzir o desconforto.
Com a ajuda de um laringoscópio, faz-se pressão na língua e ilumina-se a glote.
Seguidamente, introduz-se o tubo endotraqueal na traqueia através da glote. O tubo deve ter um tamanho adequado ao diâmetro traqueal do animal. Uma vez
introduzido o tubo, fixa-se o mesmo à mandíbula com uma ligadura, para que não se mova, e insufla-se o “ cuff” do tubo (como se fosse um “balão” na extremidade
do tubo que se vai localizar no interior da traqueia; tem a função de fixar o tubo numa posição).

 É importante administrar-se um AINE (carprofeno ou meloxicam), pois previne a dor pós-cirúrgica.

31
Q

ANESTESIA E MONITORIZAÇÃO

A

Manutenção: mantém o plano anestésico e a analgesia durante toda a cirurgia.
 Geralmente, realiza-se com anestesia inalatória com isoflurano ou sevoflurano.
 Pode optar-se pelo propofol ou alfaxolona administrados por via endovenosa lenta.
 Deve prestar-se atenção ao monitor de anestesia constantemente, para avaliar se é necessário aumentar ou diminuir a dose de anestesia.
 Se for necessário um maior relaxamento muscular, pode administrar-se diazepam.
 Se o animal apresenta dor, deve administra-se um analgésico opiáceo (e.g. butorfanol, morfina). A dor pode detetar-se através do aumento da frequência cardíaca ou respiratória.
Recuperação: é a fase de eliminação da anestesia.
 Quando a cirurgia termina, a anestesia inalatória deve desligar-se.
O tubo endotraqueal deve ser removido quando o animal recupera o reflexo de tosse. Se possível, deve manter-se o cateter endovenoso durante o período de recuperação da anestesia.
 O ambiente de recuperação da anestesia deve ser cómodo, escuro, com uma temperatura de aproximadamente 30.ºC e sem ruídos.
 O animal deve ficar sob vigilância até que esteja completamente acordado.
Deve colocar-se um colar isabelino no animal para evitar um
acesso à incisão.
Se for recomendado, devem administrar-se antibióticos e/ou anti-inflamatórios.
Quando a cirurgia é de curta duração, como a remoção de um nódulo cutâneo ou realização de uma sutura numa ferida, é frequente** sedar o animal com medetomidina,**
juntamente com um opiáceo como a buprenorfina ou butorfanol.
Adicionalmente, pode fazer-se uma anestesia local, em redor da zona a suturar, com a administração subcutânea de lidocaína.
A vantagem da **medetomidina **é que existe um antídoto, o atipamezol, que permite
reverter o efeito quando a cirurgia termina ou quando ocorre uma complicação durante a sedação.

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Q

EMERGÊNCIAS DURANTE A CIRURGIA

A

Durante a cirurgia podem surgir imprevistos.
As complicações mais frequentes são: erros na entubação (tubo endotraqueal introduzido no esófago), bradicardia (diminuição da frequência cardíaca), apneias (paragem da respiração), hipotensão (diminuição da pressão arterial), presença de dor ou anestesia demasiado superficial.
O mais importante numa emergência é manter a calma.
Se a entubação é incorreta, deve retirar-se o tubo e voltar a introduzir-se no sítio certo, confirmando a sua posição na traqueia através da auscultação do tórax, ou verificando a saída e entrada de ar através do tubo (o que só acontece se este estiver na traqueia e não no esófago).
Se a anestesia estiver num plano demasiado profundo (bradicardia, bradipneia –diminuição da frequência respiratória), interrompe-se o fluxo anestésico até que o animal atinja um plano anestésico mais superficial.
Se, pelo contrário, o animal estiver num plano anestésico demasiado superficial, deve verificar-se se a instalação do equipamento de anestesia e a disponibilidade de anestésico estão corretos. Se tudo estiver bem, deve aumentar-se a dose do anestésico inalatório.
A hiperventilação e a taquicardia são, geralmente, induzidas pela dor.
Quando ocorre apneia, reduz-se a dose ou descontinua-se a anestesia. Se a apneia persistir, pode ligar-se o ventilador artificial ou podem realizar-se respirações
artificias
, simplesmente apertando o balão do equipamento anestésico.
Nos casos em que ocorre bradicardia, pode administrar-se atropina por via endovenosa.
Perante uma paragem cardiorrespiratória, devem realizar-se compressões cardíacas e respirações artificiais com o balão. Devem ser feitas 100 compressões
por minuto, e uma a duas respirações por cada 5 compressões.
Se ao fim de 20
minutos o animal não responde, podem parar-se as manobras de ressuscitação,

pois o animal não vai recuperar.

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CIRURGIAS MAIS FREQUENTES NA CLÍNICA
VETERINÁRIA

A

As intervenções cirúrgicas mais frequentes na clínica veterinária são as cirurgias relacionadas com o aparelho reprodutor e com a pele.
Intervenções como cirurgia cardíaca, nefrectomia (remoção de um rim), hepatectomia total ou parcial (remoção completa ou parcial do fígado), esplenectomia (remoção do baço), transplantes, cirurgia vascular, cirurgia de hérnia discal,
etc. podem realizar-se em hospitais especializados

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Q

CIRURGIAS MAIS FREQUENTES NA CLÍNICA
VETERINÁRIA

CASTRAÇÃO – FELÍDEOS

A

Recomenda-se a castração dos gatos entre os 6 e os 8 meses de idade. Esta cirurgia realiza-se essencialmente por dois motivos:
a) O gato marca território, através da urina, em casa.
b) Quando existem gatas nos arredores com o cio, o gato tenta ir ter com elas: foge, luta com outros gatos… e por vezes pode não voltar a casa devido a atropelamento ou luta, ou se volta, pode vir em muito mau estado.
Estes comportamentos são eliminados com a castração no gato jovem. A realização desta intervenção em gatos mais velhos pode não eliminar completamente
estes comportamentos, pois na sua base há uma componente hormonal e uma componente psicológica associada. Esta última não é eliminada com a castração.

A castração felina aumenta a tendência para a obesidade, porque o animal diminui o seu nível de atividade, e para a formação de cristais urinários. Por isso, é importante que a alimentação de um gato castrado seja à base de uma ração especificamente formulada para animais nesta condição. Estas rações são menos
energéticas e contêm elementos que previnem os cálculos urinários.
Deve estimular-se animal a aumentar o seu nível de atividade, brincando com ele.
A castração é uma cirurgia simples e com poucas complicações. Geralmente o gato não necessita de usar o colar isabelino.

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Q

CIRURGIAS MAIS FREQUENTES NA CLÍNICA
VETERINÁRIA

OVARIOHISTERECTOMIA (OVH)

A

Costuma realizar-se a ovariohisterectomia (remoção dos ovários e do útero) nas fêmeas de modo a:
a) Prevenir gestações não desejadas.
b) Prevenir tumores mamários.
c) Evitar que tenham o comportamento de estro.
d) Prevenir piómetras (infeções uterinas) ou tumores uterinos/ováricos, ou
como tratamento destas mesmas patologias.
e) Evitar pseudogestações (mais frequente nas cadelas).

A prevenção de tumores é mais acentuada se esta cirurgia se realizar antes do aparecimento do primeiro cio, uma vez que, após o 1.º cio, a probabilidade de aparecerem tumores aumenta de forma exponencial.
As cirurgias do sistema reprodutor destinam-se a controlar a natalidade e a prevenir problemas.

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Q

OUTRAS CIRURGIAS

A

A mastectomia é a remoção de uma mama ou de uma cadeia mamária. Está indicada em alguns casos de tumores mamários. Estes tumores metastizam nos pulmões, logo é necessário realizar uma radiografia torácica para avaliar a presença de metástases.
Metastização: disseminação de células tumorais a partir do tumor primário para outros tecidos, através da corrente sanguínea.