Manejo das feridas Flashcards
Abscessos
Infecção cutânea caracterizada por uma coleção de pus que se localiza entre a derme e os tecidos cutâneos mais profundos
Manifestações clínicas dos abscessos
Nódulos eritematosos, doloroso, endurecidos, flutuantes, frequentemente sobrepostos por uma pústula (ponto de flutuação) e circundados por uma borda eritematosa
Contraindicações relativas para drenagem de abscesso
Local do abscesso:
- Perirretal
- Região cervical lateral ou anterior proveniente de cistos congênitos
- Mão
- Adjacentes a nervos vitais ou vasos sanguíneos
- Triângulo central da face
Fatores do paciente:
- Complicações de VAs, dificuldade de manejo ventilatório ou risco de aspiração (atentar para sedação)
- Distúrbios de coagulação devem ter sua condição de base corrigida antes do procedimento)
Contraindicações absolutas para drenagem de abscessos
Não há
Complicações da drenagem de abscessos
Reexpansão local Osteomielite Tenossinovite Tromboflebite séptica Fascite necrosante Fistulização Danos a estruturas adjacentes Bacteremia
Conduta expectante (abscessos)
Permitido para abscessos pequenos com drenagem espontânea
Abscessos melhor manejados em sala operatória
- Abscessos recorrentes e múltiplos interconectados
- Abscessos grandes (>5cm por palpação/USG)
- Abscessos mais profundos em locais de difícil anestesia
Principal microrganismo associado aos abscessos cutâneos
Staphylococcus aureus
Causas comuns de abscessos estéreis
Irritantes injetáveis
Em que locais o abscesso pode ser causado por infecções múltiplas por S. aureus, S. pyogenes e bactérias gram-negativas?
Regiões orais, perirretais e vulvovaginais
Indicações de antibioticoterapia (abscessos cutÂneos)
Abscesso único > ou = 2cm Lesões múltiplas Celulite extensa Extremos de idade Imunossupressão ou outras comorbidades Sinais sistêmicos de toxemia (febre > 38°C, hipotensão ou taquicardia sustentada) Resposta clínica inadequada à drenagem Presença de dispositivo médico interno Alto risco de transmissão de S. aureus Alto risco de desfechos adversos com endocardite
Indicações para cultura (abscessos)
Antibioticoterapia +
Infecção local grave
Sinais sistêmicos de infecção
História de abscessos múltiplos ou recorrentes
Falha da antibioticoterapia inicial
Extremos de idade
Comorbidades subjacentes
Exposições especiais
Indicação para profilaxia contra endocardite infecciosa
Desconhecimento ou rápida mudança de padrões comunitários em relação à suscetibilidade ao antibiótico contra S. aureus
Feridas limpas
Produzidas em ambiente cirúrgico de maneira eletiva, não traumático, não infectado, sem comunicação com tratos GI, respiratório e GU
Potencialmente contaminadas
Decorrentes de cirurgias que penetram no trato GI, respiratório ou GU em condições controladas e sem contaminação e feridas ocorridas no ambiente doméstico
Contaminadas
Atos cirúrgicos com grave violação das técnicas cirúrgicas. Feridas traumáticas com mais de 6h, ou quando se penetra nos tratos GI, respiratório ou GU com presença de inflamação. Ou fridas que tiveram contato com fezes, terra ou materiais altamente contaminantes
Infectadas
Feridas que sofreram invasão de microrganismos patogênicos causando infecção. Apresentam hiperemia, edema, dor com ou sem secreção purulenta, calor e limitação funcional
Desbridamento cirúrgico
Mais rápido e efetivo
Procedimento cirúrgico
Indicado para grandes áreas de necrose, sinais de infecção ou em feridas crônicas
Desbridamento mecânico
Força mecânica sobre o tecido
Pode causar dor e prejuízo ao tecido de granulação ou de epitelização
Menos seletivo
Desbridamento enzimático
Colagenase e papaína
Seletivo, lento e dispendioso
Desbridamento biológico
Lucilia sericata
Rápido e seletivo
Podem ser usadas no intervalo entre desbridamentos ou em feridas crônicas quando há contraindicação do tipo cirúrgico
Desbridamento autolítico
Usa enzimas do próprio organismo
Curativos interativos úmidos (hidrogéis, alginatos, hidrocolóides e películas transparentes)
Lento porém mais seletivo
Pode ser usado em qualquer tecido necrótico e quando já contraindicação para outros tipos de desbridamento
Indicações de desbridamento
Escaras, corpos estranhos e necrose excessiva
Feridas traumáticas
Feridas infectadas
Necessidade de limpeza rápida e seletiva
Contraindicações relativas de desbridamentos
Lesões que envolvem tecidos nobres
Complicações dos desbridamentos
Sangramento local
Dor
Sepse secundária à ferida infectada
Indicações de antibioticoterapia (desbridamentos)
O mais breve possível!
Feridas penetrantes em espaço articular ou associados a fraturas
Feridas grosseiramente contaminadas
Feridas corto-contusas extensas
Quando o desbridamento adequado não é satisfatório ou foi tardio
Lesões sujeitas a infecções por clostrídios
Ferimentos moderadamente contaminados quando associados a fatores locais ou sistêmicos que comprometam a resistência do paciente
Pacientes sujeitos a endocardite
Pacientes com próteses
Indicação de profilaxia antitetânica em desbridamentos
Feridas... Associadas a fraturas expostas Penetrantes profundas Presença de avulsão Contendo tecido desvitalizado Resultantes de projétil de arma de fogo Queimaduras Contendo corpos estanhos Complicadas por infecções piogênicas Associadas a sepse Contaminadas
Quando devemos fazer profilaxia antitetânica em casos de feridas? (Considerando o cartão vacinal
Vacina dT: em pacientes com < 3 doses ou com histórico desconhecido; ou em pacientes que já tomaram 3 ou mais doses, com feridas limpas ou pequenas que tenham tomado última dose há > 10 anos e pacientes que já tomaram 3 ou mais doses, com outras feridas que tenham tomado última dose há > 5 anos
Profilaxia antirrábica (feridas)
Mordedura por mamíferos possivelmente infectados
Causas frequentes de síndrome compartimental
Trauma (fraturas e queimaduras)
Curativos muito apertados
Hematoma pós-operatório
Infiltração de fluidos intravenosos
Locais que a síndrome compartimental ocorrem com mais freuqência
Perna Antebraço Mão Região glútea Coxa
Lesões de alto risco para síndrome compartimental
Fratura de tíbia e antebraço
Lesões imobilizadas com gesso ou curativo apertados
Lesões graves por esmagamento
Queimaduras (principalmente circunferenciais)
Pressão externa prolongada e localizada em uma extremidade
Exercícios excessivos
A partir de quantas horas a lesão muscular começa a ocorrer na síndrome compartimental? Depois de quanto tempo existe uma probabilidade maior de a lesão ser irreversível
A lesão muscular geral inicia após 4h de isquema e a probabilide dessa lesão ser irreversível é muito maior após 8h de isquemia
Quadro clínico de síndrome compartimental
Dor desproporcional aos achados clínicos
Dor à movimentação passiva do membro
Dor à palpação do compartimento
Edema tenso do compartimento
6 Ps clássicos (pain, pressão, parestesia, paralisia, palidez e pulseless
Pressão intracompartimental > 30mmHg
Contraindicação relativa para fasciotomia
Síndrome compartimental diagnosticada tardiamente
Avaliar viabilidade do membro: coloração, pulso e paralisia
Contraindicações absolutas para fasciotomias
Não há
Complicações de fasciotomias
Infecção pós-operatória Sepse Contratura Amputação do membro Lesão de nervos ou vasos Mioglobinúria -> insuficiência renal Síndrome de reperfusão