Abordagem inicial ao tratamento de queimados Flashcards

1
Q

Classificação de queimaduras conforme o mecanismo de lesão

A
Térmica
Por exposição ao frio intenso 
Química
Elétrica
Por radiação 
Por inalação
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2
Q

Classificação de queimaduras quanto à profundidade da pele que é atingida

A
Superficial ou epidérmica (1º grau)
Espessura parcial (2º grau)
- Superficial (até a derme papilar)
- Profunda (até a derme reticular)
Espessura total (3º grau) 
Carbonização (4º grau)
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3
Q

Queimadura superficial

A

Lesão avermelhada, seca e com ardor, que fica branca quando pressionada

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4
Q

Queimadura de espessura parcial

A
  • Superficial: lesão avermelhada dolorosa, atinge desde a epiderme até a derme papilar, com formação de bolha, apresentando
    exsudato
  • Profunda: lesão esbranquiçada ou avermelhada, dolorosa apenas à pressão, acomete desde a epiderme até a derme reticular, com lesão em tecido glandular e capilar, com presença de exsudação e bolhas
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5
Q

Queimadura de espessura total

A

Lesão esbranquiçada ou escurecida, atinge derme totalmente e tecido subcutâneo, indolor

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6
Q

Carbonização

A

Atinge músculos, ossos ou órgãos subjacentes

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7
Q

Alterações locais decorrentes de queimaduras

A
  • Zona de coagulação: parte central onde aconteceu a destruição tecidual máxima; zona necrótica sem possibilidade de reparação tecidual; lesão irreversível
  • Zona de estase: parte adjacente à central, as células foram lesadas, mas de maneira reversível; aporte de oxigênio imprescindível
  • Zona de hiperemia: lesão celular mínima com aumento do fluxo sanguíneo devido à reação inflamatória iniciada pela queimadura
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8
Q

Alterações sistêmicas decorrentes de queimaduras

A

Edema e inflamação, além de efeitos no sistema renal, no trato digestório, no sistema imune e hipermetabolismo

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9
Q

Regra dos 9 (de Wallace)

A
  • Cabeça: 9 (anterior e posterior somados)
  • Tronco: 36 (anterior e posterior somados)
  • MS: 9 (anterior e posterior somados
  • MI: 18 (anterior e posterior somados)
  • Genitália: 1
  • Mão: 1
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10
Q

Fórmula de Parkland

A
  • Geral: 2mL x Kg x %SCQ
  • Queimadura elétrica: 4mL x Kg x %SCQ
  • Crianças: 3mL x Kg x %SCQ
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11
Q

Regra dos 9 (p/ crianças)

A
  • Cabeça: 18 (anterior e posterior somados)
  • Tronco: 36 (anterior e posterior somados)
  • MS: 9 (anterior e posterior somados)
  • MI: 14 (anterior e posterior somados)
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12
Q

Como ofertar solução de Ringer Lactato para paciente queimados?

A

Deve-se ofertar com base na fórmula de Parkland, sendo que metade do volume deve ser dado nas primeiras 8h após a queimadura e o restante entre as 16h seguintes. Após as primeiras 24h, o fluido fornecido deve ser ajustado com base em diurese alvo

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13
Q

Diurese alvo

A
  • Adultos: 0,5mL/Kg/h
  • Queimaduras elétricas: 1,5mL/Kg/h
  • Crianças (com peso < 30kg): 1mL/Kg/h
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14
Q

Quais são os curativos mais utilizados nos principais centros?

A

Curativos com antimicrobiano tópico (sulfadiazina de prata)

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15
Q

Alternativa para os curativos antimicrobianos

A

Sintéticos e biológicos

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16
Q

Funções do tratamento

A

Proteger o epitélio danificado
Minimizar a colonização bacteriana e fúngica
Providenciar imobilização para manter a posição funcional adequada
Minimizar as perdas de calor por evaporação e agressão pelo frio
Providenciar conforto à ferida dolorosa

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17
Q

Antibióticos tópicos devem ser usados em todos os casos?

A

Não, eles não devem ser usados em queimaduras de primeiro grau ou de segundo grau superficial com epitélio intacto

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18
Q

Quando utilizar sonda nasogástrica?

A

Em pacientes com queimaduras moderadas ou graves > 20% de superfície corporal

19
Q

Quando devemos manter a via aérea e fornecer oxigênio suplementar?

A

Em pacientes com queimaduras graves

20
Q

Indicações de transferência para centro de queimados

A
  • Queimaduras de espessura parcial em mais de 10% de superfície corporal
  • Queimaduras de espessura parcial e total em áreas mais sensíveis (face, olhos, genitália, períneo, articulações, mãos e pés)
  • Queimaduras de espessura total de qualquer tamanho em qualquer faixa etária
  • Queimaduras químicas e elétricas significantes
  • Lesões por inalação
  • Pacientes com doenças preexistentes que possam aumentar a mortalidade ou prolongar o tratamento
  • Crianças que estão em hospitais sem profissionais qualificados ou equipamentos apropriados para seu tratamento
  • Pacientes com necessidade de intervenção social, emocional ou reabilitativa
  • Pacientes politraumatizados
21
Q

Escara

A

Tecido rígido e inelástico desenvolvido após queimaduras severas

22
Q

Indicações para escarotomia (geral)

A

Queimaduras circunferenciais de espessura parcial profunda ou espessura total em membros e no tórax em algumas condições específicas

23
Q

Indicações para escarotomia em membros

A
  • Comprometimento vascular/neuronal
  • Ausência de pulso (sendo recomendada a abordagem antes desse achado)
  • Saturação < 90%
  • Queimaduras circunferenciais
24
Q

Indicações para escarotomia em tórax

A
  • Queimaduras circunferenciais ou semicircunferenciais que comprometam a ventilação por restrição da expansão torácica
  • Identificação de alta demanda pressórica da ventilação mecânica
25
Q

Sinais de comprometimento da ventilação

A

Taquipneia, esforço respiratório superficial, hipoxemia

26
Q

Quando a escarotomia está indicada em queimaduras circunferenciais de abdome. Por quê?

A

Em bebês < 12 meses, dada a predominância da respiração diafragmática

27
Q

Cuidados pós-escarotomia

A

Monitorar perfusão (membros) e parâmetros respiratórios tórax)
Manter membros elevados
Reabilitação da área acometida com enxertos de pele dentro de alguns dias

28
Q

Queimaduras de pequena gravidade

A
  • Queimaduras de 1º grau em qualque extensão, em qualquer idade
  • Queimaduras de 2º grau com SCQ até 5% em crianças < ou = 12 anos
  • Queimaduras de 2º grau com SCQ até 10% em maiores de 12 anos
29
Q

Queimaduras de média gravidade

A
  • Queimaduras de 2º grau de 5% a 15% em < 12 anos
  • Queimaduras de 2º grau de 10% a 20% em > 12 anos
  • Qualquer queimadura de 2º grau envolvendo mão, pé, face, pescoço, axila ou grande articulação (axila, cotovelo, punho, coxofemoral, joelho ou tornozelo), em qualquer idade
  • Queimaduras de 3º grau que não envolvam face, mão, períneo ou pé, com ate 10% da área corporal atingida em > 12 anos
30
Q

Queimaduras de grande gravidades

A
  • Queimaduras de 2º grau com área > 15% em < 12 anos
  • Queimaduras de 2º grau com área > 20% em > 12 anos
  • Queimaduras de 3º grau > 5% em < 12 anos
  • Queimaduras de 3º grau > 10% em > 12 anos
  • Queimaduras de 2º ou 3º grau atingindo períneo, em qualquer idade
  • Queimaduras de 3º grau atingindo mão, pé, face, pescoço ou axila, em qualquer idade
  • Queimaduras por corrente elétrica
  • Vítima de queimaduras de qualquer extensão com:
    Lesão inalatória, politrauma, fratura óssea, TCE, choque;
    IR, IC ou IH;
    Diabetes;
    Distúrbios da coagulação, embolia pulmonar, IAM;
    Infecção grave (que necessitem de antibioticoterapia venosa);
    Síndrome compartimental ou do túnel do carpo, associado ou não à queimadura;
    Doenças consuptivas ou qualquer outra afecção que possa ser fator de complicação à lesão ou ao quadro clínico da queimadura.
31
Q

Quando intubar?

A

SEMPRE que o paciente tiver indícios que inalação ou queimadura de VA e quando o padrão respiratório estiver alterado

32
Q

Em momento do atendimento nós fazemos a reposição volêmica?

A

No C

33
Q

Manejo inicial do paciente queimado

A
  • ABCDE
  • Profilaxia tetânica
  • SNG e bloqueadores H2
  • Monitorização
  • Curativo no centro cirúrgico
34
Q

Manejo e recomendações p/ queimaduras de 1º grau

A

Evitar exposição solar
Tratamento tópico diário à base de pomadas enzimáticas após higiene local com água e sabão neutro
Cura: 3-6 dias

35
Q

Manejo e recomendações p/ queimaduras de 2º grau superficial

A

Desbridamento das bolhas rotas
Preservação das bolhas intactas
Curativo oclusivo à base de pomadas enzimáticas, adaptic, zobec e atadura crepom ou surgifix; caso apresente sinais de infecção, utiliza-se a sulfadiazina de prata
Cura: 7-21 dias

36
Q

Manejo e recomendações p/ queimaduras de 2º grau profunda

A

Medidas de segundo grau superficial
Inspeção meticulosa quanto à evolução para 3º grau
Cura: 3-6 semanas

37
Q

Manejo e recomendações p/ queimaduras de 3º grau

A

Desbridamento de tecido desvitalizado
Curativos biológicos (enxertos homólogos, enxertos heterólogos, membranas amnióticas, peles sintéticas)
Enxertia autógeno precoce

38
Q

Manejo e recomendações p/ queimaduras em face

A

Curativo de exposição

Enxertia em pele total, precoce e prioritária

39
Q

Manejo e recomendações p/ queimaduras em genitália

A

Sondagem vesical
Curativo de exposição
Remoção precoce da escara
Enxertia precoce, preferencialmente de pele total

40
Q

Manejo e recomendações p/ queimaduras em mão

A

Curativo em posição de função
Enxertia precoce e de pele total ou retalhos
Fisioterapia

41
Q

Manejo e recomendações p/ queimaduras químicas

A

Lavagem copiosa com água corrente

Monitorização

42
Q

Manejo e recomendações p/ queimaduras elétricas

A

Observar o ponto de entrada e saída da corrente

Atenção quanto à progressão da necrose

43
Q

Manejo e recomendações p/ queimaduras por radiação

A

Prolongado período de latência

Evitar rotações de retalhos de vizinhança

44
Q

Quais queimaduras costumam ser mais graves, as por ácido ou por base?

A

A queimaduras por base costumam ser mais graves porque geralmente causam necrose de liquenificação (progressiva), enquanto as por ácido produzem necrose de coagulação (mais superficiais)