Liberalismo/Iluminismo Flashcards

1
Q

A concentração de poder político no Estado resultou na ideia de um…

A

…“Leaviatã” ou “Deus Mortal” concebido por Hobbes (a concentração de poder político por parte do Estado era necessária para manter a ordem e evitar o caos social.

Nas monarquia continentais, a legitimação desse poder concentrado estava associada ao Direito Divino dos Reis (não tanto à ideia de contrato social).

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2
Q

Iluminismo no Século XVIII

A

Revolução Intelectual: O século XVIII foi marcado pelo Iluminismo, uma revolução intelectual que serviu como base para o desenvolvimento do liberalismo político moderno.

Racionalização e Sistematização do Conhecimento: O Iluminismo foi caracterizado por um esforço concertado para racionalizar e sistematizar o conhecimento em diversas áreas, incluindo economia, ciência e cultura.

Desenvolvimento do Capitalismo: Filósofos como David Ricardo, Adam Smith e os fisiocratas contribuíram para o desenvolvimento das estruturas filosóficas do capitalismo.

Científico e Cultural: Houve uma ênfase na aplicação do método científico (Descartes) e na sistematização do conhecimento, exemplificada pela Enciclopédia de Diderot. Culturalmente, o Neoclassicismo e a sátira de pensadores como Voltaire foram características importantes.

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3
Q

Tendências Políticas Contraditórias do Iluminismo

A

Tendência Humanista e Crítica ao Despotismo: Uma corrente de pensamento político humanista, individualista e secular surgiu, criticando o poder despótico associado ao Direito Divino dos Reis.

Despotismo Iluminado: Paradoxalmente, o Iluminismo também deu origem ao despotismo iluminado, onde monarcas como Frederico o Grande, José II e Catarina a Grande incorporaram princípios filosóficos do Iluminismo em suas governanças, buscando racionalizar as formas de governo.

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4
Q

Era das Revoluções

A

O final do século XVIII marcou o início da Era das Revoluções, onde as ideias iluministas tiveram uma profunda influência na transformação social e política, enquanto o despotismo iluminado se tornou menos relevante.

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5
Q

O Contrato Social de Rosseau

A

Teve uma influência profunda na transformação do Antigo Regime francês (período que precedeu a Revolução Francesa).

Assim como Hobbes, Rosseau afirma que o contratualismo tem por base o voluntarismo. Ou seja, a legitimidade do governo depende do consentimento dos governados.

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6
Q

Diferenças:

A

Reflexão ontológica sobre a natureza humana :

Hobbes- fundamentalmente egoísta e competitiva. Acreditava que no “Estado de Natureza”, os indivíduos agiriam de acordo com os seus próprios interesses, o que resultaria numa vida solitária, pobre, brutal e curta. As pessoas abdicariam da sua liberdade em favor de uma soberano forte para evitar o caos;

Rosseau- E.N. tranquilo onde os seres humanos vivem em paz e liberdade.

Origem das desigualdades:

Hobbes- acreditava que a sociedade civil, com um governo centralizado forte, era necessária para conter a natureza egoísta e garantir a ordem;

Rosseau- as desigualdades surgem da transição do Estado de Natureza para a vida em sociedade. A sociedade e as suas instituições corrompem o Homem das suas predisposições naturais, resultando em desigualdades.

Contrato Social e Vontade Geral:

Hobbes- Defendia um contrato social em que os indivíduos transferiam seus direitos naturais para um soberano absoluto, em troca de segurança e ordem.

Rousseau- Propunha um contrato social baseado na “Vontade Geral”, onde os indivíduos concordavam em formar uma comunidade autônoma. A Vontade Geral representava o interesse comum da sociedade, em oposição aos interesses individuais.

Solução para Desigualdades Sociais:

Hobbes: Não abordava diretamente as desigualdades sociais, pois o seu foco estava na preservação da ordem social.

Rousseau: Reconhecia que o voluntarismo não corrigia automaticamente as desigualdades criadas pela sociedade. Inspirado na Antiguidade Clássica, destacava a importância de uma vontade geral para abordar essas desigualdades.

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7
Q

Críticas de Rosseau:

A

Críticas às formas modernas de organização política que alienavam os homens e removiam a base de moralidade na ação política. Criticava Hobbes por criar um homem social limitado à obediência do soberano, em vez de integrá-lo numa comunidade política socializante, capaz de elevar o homem e restaurar a sua inocência natural.

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8
Q

Proposta no Contrato Social:

A

Comunidade política e poder soberano que não se baseavam na submissão dos indivíduos ao Leviatã, mas sim num soberano cuja ação resultasse da mobilização dos indivíduos para a formação de uma Vontade Geral.

As formas de expressão dessa Vontade Geral eram assembleias populares e processos democráticos, que se assemelhavam à democracia direta, e que formariam a base do que mais tarde seria chamado de soberania popular, embora com diferenças notáveis.

Diferentemente do pensamento de Locke e Montesquieu, Rousseau não incluía qualquer ideia de constituição. O poder soberano, legitimado pela Vontade Geral, não deveria ter limites.

O contratualismo de Hobbes e Rousseau é exemplo de uma ideia de soberania sem ou contra a constituição.

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9
Q

Constitucionalismo: Locke e Montesquieu
(Em contraste com a ideia de soberania sem ou contra a constituição)

A

John Locke:

Inglaterra (Revolução Gloriosa de 1689);

Proteção dos direitos individuais;

Importância do povo na tomada de decisões políticas;

Divisão dos poderes (legislativo- cria as leis, executivo- dispõe dos bens públicos) e limitação da autoridade do soberano.

Montesquieu:

França;

Separação dos poderes como uma salvaguarda contra o abuso do poder (executivo, legislativo e judiciário).

A Revolução Gloriosa estabeleceu princípios do constitucionalismo britânico, incluindo a Bill of Rights e uma nova relação entre o executivo e o legislativo (parlamento fortalecido e monarca cuja ações estavam sujeitas às limitações estabelecidas pela lei).

Pensamento contratualista de Locke:

O contrato social aperfeiçoa algo que já existe no Estado de Natureza.

No E.N. de Locke, os indivíduos podiam criar relações de propriedade, mas faltava-lhes a capacidade de estabelecer “standing rules” (regras permanentes) para conservar essa propriedade ao longo do tempo.

Hobbes- contrato social cria as condições para a convivência social;

Locke- contrato social aperfeiçoa algo já existente.

Segundo Locke, a função primordial do governo é a preservação dos direitos naturais dos indivíduos: vida, propriedade e liberdade.

Os direitos naturais constituem limites fundamentais à ação legítima do soberano, que existe para preservá-los e nunca para eliminá-los.

Locke não incorpora a soberania popular nas suas obras, ao contrário de Montesquieu.

Montesquieu considera tanto a monarquia como a democracia suscetíveis a formas despóticas. Para evitar o poder despótico, ele propõe a separação clássica dos poderes políticos. Esta não é apenas uma divisão, mas também um contrapeso, representando o conceito de “checks and balances” (mecanismos pelos quais um ramo do governo pode limitar ou infuenciar o poder dos outros, garantindo assim a moderação).

Montesquieu propõe a necessidade de um poder moderado:

Poder despótico- o poder está concentrado nas mãos de uma única pessoa ou de um grupo, sem restrições significativas. O governante tem autoridade arbitrária e ilimitada sobre os seus súbditos.

Poder moderado- o poder é equilibrado, limitado e distribuído entre diferentes órgãos ou ramos do governo. A moderação implica evitar concentrações excessivas de poder que possam levar à tirania.

Montesquieu diz que o papel do povo no governo deve ser limitado à escolha dos seus representantes.

Tanto o corpo de nobres quanto o corpo representativo devem ter o direito de controlar as iniciativas um do outro (assegura o checks and balances).

Sugere que o poder executivo é melhor administrado por um monarca, pois ação imediata frequente é necessária. No entanto, se o poder executivo não tiver permissão para controlar o legislativo, há o risco de despotismo, já que o corpo legislativo poderia acumular poder excessivo.

O poder legislativo não deve ter o direito de controlar o poder executivo, mas deve ter a faculdade de examinar como as leis que criou estão a ser executadas. Isso garante responsabilidade e evita abusos de poder.

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