Idade Moderna e Soberania Flashcards
O Renascimento marca…
…o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna (XV-XVI).
Este é um período de profundas transformações
Económicas- monetização da economia e surgimento de uma economia baseada no comércio (houve uma transição significativa de uma economia baseada principalmente no sistema feudal para uma economia mais monetária. A utilização crescente de moeda facilitou o comércio e as transações económicas- levou ao crescimento de cidades como centros comerciais);
Sociais- recuperação demográfica do pós-Peste Negra (+ população, + mão-de-obra, + crescimento económico), crescimento das áreas urbanas e progressivo decaimento da sociedade medieval;
Culturais- redescoberta da Antiguidade Clássica (e valorização das obras da A.C. Os estudiosos baseavam-se em textos antigos para promover uma abordagem mais racionalista e humanista do conhecimento);
Religiosas- reforma protestante (liderada por figuras como Martin Luther, desafiou a autoridade da Igreja Católica e resultou em divisões religiosas significativas na Europa);
Tecnológicas- revolução militar (armas de fogo e estratégias militares inovadoras);
Políticas- emergência (gradual e lenta) do Estado Moderno (fortalecimento do poder central, estabelecimento de instituições governamentais mais eficientes e a consolidação do poder político nas mãos dos monarcas).
O sociólogo Charles Tilly, em 1991, explorou como a Europa, no início da Idade Moderna, passou de centenas de unidades políticas diversas para um conjunto relativamente menor de Estados modernos.
Motivos:
Pressão Geopolítica e a Relação entre Estado e Guerra;
Competição Darwiniana pela Eficiência Política;
Dinâmicas de Coerção-Capital;
Transformação gradual das formas políticas.
Pressão Geopolítica e a Relação entre Estado e Guerra;
A guerra desempenhou um papel crucial na formação dos Estados Modernos;
“The states make war and war makes the state”- a competição e os conflitos armados entre diferentes unidades políticas impulsionaram a formação e consolidação dos Estados.
Competição Darwiniana pela Eficiência Política
Procura pela forma mais eficiente de organização política;
As diferentes entidades políticas competiam entre si para sobreviver e prosperar, levando à emergência de formas políticas mais centralizadas e eficazes.
Dinâmicas de Coerção-Capital
Destaca a relação entre a capacidade de um Estado impor a sua vontade (coerção) e a sua capacidade de mobilizar recursos económicos (capital);
Formas políticas mais extremas, que dependiam intensivamente da coerção, foram gradualmente dando lugar a Estados-Nação que combinavam efetivamente a coerção com a mobilização de recursos económicos.
Transformação gradual das formas políticas
Ao longo do tempo, as formas políticas extremas, como as estruturas feudais descentralizadas, deram lugar a Estados mais centralizados e unificados;
Envolveu a consolidação do poder nas mãos dos monarcas e a criação de instituições governamentais mais eficientes.
Thomas Ertman
Propôs uma abordagem para compreender as variações na forma dos Estados Modernos com base em dois eixos principais:
1) A relevância das estruturas de poder local;
2) Timing da pressão geopolítica.
1) A relevância das estruturas de poder local
(Senhores feudais, comunidades autónomas ou regiões autónomas mantiveram a sua influência e relevância dentro do Estado emergente).
Ou seja, um Estado poderia ser classificado como altamente centralizado se as estruturas de poder local fossem subordinadas e se a pressão geopolítica ocorresse precocemente, levando a uma resposta centralizada mais rápida. Por outro lado, um Estado com estruturas de poder local mais autônomas e que tenha enfrentado pressões geopolíticas tardiamente pode ter desenvolvido uma forma mais descentralizada.
2) Timing da pressão geopolítica
(Regiões que enfrentaram pressões geopolíticas mais cedo podem ter experimentado processos de centralização mais rápidos e intensos para fortalecer a resposta a ameaças externas. Por outro lado, áreas que enfrentaram pressões geopolíticas mais tarde podem ter tido mais tempo para desenvolver estruturas políticas mais descentralizadas).
Ou seja, um Estado poderia ser classificado como altamente centralizado se as estruturas de poder local fossem subordinadas e se a pressão geopolítica ocorresse precocemente, levando a uma resposta centralizada mais rápida. Por outro lado, um Estado com estruturas de poder local mais autônomas e que tenha enfrentado pressões geopolíticas tardiamente pode ter desenvolvido uma forma mais descentralizada.
Duffy, 1980 - Ciclo Militar-Fiscal e Revolução Militar
Duffy examina o “ciclo militar-fiscal” no contexto da Revolução Militar do início da Idade Moderna. Ele destaca a interconexão entre as demandas militares, especialmente a necessidade de financiamento para exércitos permanentes, e as mudanças nas estruturas fiscais dos Estados. A Revolução Militar envolveu transformações nas técnicas e nas tecnologias militares, como o uso de armas de fogo, que tiveram implicações significativas nas estratégias de guerra e na organização dos Estados.
Mann, 1986, e Wallerstein, 2004 - Desenvolvimento do Capitalismo
Michael Mann e Immanuel Wallerstein contribuíram para a compreensão do desenvolvimento do capitalismo. Mann explora o papel dos mercados internos e das estruturas sociais na formação do capitalismo, enquanto Wallerstein analisa a economia global e as relações centro-periferia no sistema mundial capitalista.
Gorski, 2003 - Reforma Protestante e Burocracias Racionalizadas
Philip Gorski investiga a relação entre a Reforma Protestante e o desenvolvimento de burocracias racionalizadas. A Reforma Protestante não apenas teve implicações teológicas, mas também impactou as estruturas políticas e sociais, promovendo, em alguns casos, a racionalização e a burocratização das instituições.
Nexon, 2009 - Acumulação de Poder Político e Estratégias de Consolidação Dinástica
Daniel H. Nexon examina a acumulação de poder político através de estratégias de consolidação dinástica, especialmente em estados compósitos. Ele analisa como as dinastias buscaram consolidar e expandir seu poder, muitas vezes incorporando territórios diversos sob uma única autoridade política.
Adams, 2007 - Nexos Patrimoniais e Estado Familial
Julia Adams explora os “nexos patrimoniais” e o conceito de “Estado Familial”. Ela fornece explicações mais granulares para casos específicos, destacando como relações familiares e redes de parentesco influenciaram as estruturas de poder em certos contextos.