Leishmaniose e Esporotricose Flashcards
Quais os agentes etiológicos que causam leishmaniose?
- Leishmania trópica e L. guyanensis: L. cutânea
- L. brasiliensis: L. cutâneo mucosa
- L. amazonenses: L cutânea e cutânea difusa
- L. infantum: L. visceral
Quais as formas evolutivas do agente etiológico?
- Promastigota: tubo digestivo do vetor
- Amastigota: nas células do hospedeiro
Como ocorre a transmissão da leishmaniose tegumentar?
- Picada dos flebotomíneos
Quais os dois padrões de ocorrência da leishmaniose no Brasil?
- Surtos epidêmicos em áreas de desmatamento: animais silvestres como reservatórios. Homem em idade laboral é mais acometido, por se exporem mais a áreas de mata
- Endêmica em áreas de colonização antiga e centros urbanos: reservatórios são cães, equinos e roedores. Pessoas de qlqr sexo e faixa etária podem ser infectadas
Como é classificada a leishmaniose quanto a resposta imunológica?
A doença depende da espécie de leishmania e da resposta imunológica do hospedeiro!!!
- Formas imunológicas (resposta da imunidade celular - intradermorreação de Montenegro positiva): abortada, cutânea, mucosa, cutâneo mucosa
- Formas anérgicas (resposta imune celular inadequada - intradermorreação de Montenegro negativa - mais graves): cutâneo primitiva difusa, visceral ou cutâneo secundária
Como é a forma abortada da leishmaniose?
- Ocorre em residentes de áreas endêmicas que são picados mas não desenvolvem a doença
Como é a forma cutâneo-mucosa da doença?
- Mais comum no Brasil
- Acomete inicialmente a pele, pode se disseminar hematogenicamente e acometer mucosas.
- Leishmania braziliensis
Como é a forma mucosa da doença?
- Paciente não desenvolve lesão cutânea mas o parasita sofre disseminação linfática ou hematogênica, atingindo mucosas
Características de cada subforma da forma anérgica de leishmaniose
- Cutânea primitiva difusa: múltiplas picadas, surgindo lesão em cada sítio
- Visceral: leishmania infantum
- Cutânea secundária: há uma única picada, mas não se desenvolve lesão no sítio. parasita sofre disseminação hematogênica ou linfática, ocorrendo diversas lesões cutâneas
Quais as formas clínico epidemiológicas mais frequentes no Brasil?
- Leishmania amazonensis: florestas primárias e secundárias da Amazônia, rara; forma cutânea ou cutânea difusa dependendo da imunidade; sem acometimento de mucosas
- Leishmania guyanensis: norte da bacia amazônica; lesões únicas ou múltiplas; raramente envolve mucosas
- Leishmania braziliensis: padrão peridomiciliar; animais domésticos; mulheres e crianças; tropismo por mucosas
Como é a lesão da leishmaniose tegumentar?
- Úlcera com bordos elevados, fundo granuloso, sem exsudação, indolor, no sítio de inoculação
Como é a clínica da leishmaniose tegumentar?
- Lesão característica
- Linfadenopatia satélite
- Incubação de semanas a meses
- Pode haver disseminação hematogênica, com lesão mucosaa
- Outras raras apresentações clínicas: verrucosa, impetigoide, tuberosa, ectimatoide
Quais os diagnósticos diferenciais de leishmaniose tegumentar?
- Esporotricose (principal quando há múltiplas lesões próximas)
- Forma cutâneo difusa –> hanseníase (diferenciar com história, epidemiologia, lab, biópsia)
- Ectima (tem sinais flogísticos e evolui rápido - semelhante a impetigo, mas mais grave)
Quais os diagnósticos diferenciais de uma placa verrucosa no antebraço?
LECT!
- Leishmaniose
- Esporotricose
- Cromomicose (lesão crônica, não dolorosa, escura)
- Tuberculose cutânea
Epidemiologia, laboratório e biópsia são essenciais para a diferenciação
Placa verrucosa em face, quais os diagnósticos diferenciais?
- LECT
- Carcinoma epidermoide
Quais as repercussões mucosas da leishmaniose?
- Preferência por naso e orofaringe
- Na tentativa de impedir a expansão do parasita, ocorre resposta granulomatosa, com destruição tecidual
- Risco de perfuração do palato, septo nasal
Quais os diagnósticos diferenciais do comprometimento mucoso?
- Sífilis terciária
- Hanseníase virchowiana
- Granuloma letal da linha média (linfoma)
- Granulomatose de Wegener
Qual fásceis o paciente com leishmaniose tegumentar grave pode apresentar?
- Leishmaniótica (nariz de tapir ou nariz de anta)
- Infiltração edematosa do revestimento de sustentação do nariz
- Podem ocorrer sérias deformidades, impedindo alimentação, respiração e fonação adequadas
Qual o tripé do diagnóstico da leishmaniose?
- Clínica: úlcera característica e comprometimento mucoso com cicatriz característica (lembra roda de carroça)
- Epidemiologia: procedência, atividade profissional, lazer em florestas
- Laboratório
Como é o diagnóstico laboratorial da leishmaniose?
- EVIDENCIAÇÃO DO PARASITA é o padrão ouro: histopatológico da lesão, punção aspirativa, escarificação
- Provas imunológicas: reação de Montenegro, ELISA, imunofluorescência indireta
- PCR
Como é o tratamento da leishmaniose tegumentar?
- Antimonial pentavalente (glucantime) IM ou EV - dose varia com a forma da doença. Efeito colateral: dor muscular, hepatotóxico, pró-arritmogênico
- Pentamidina: se pct n responde
- Anfoterecina B: se pct não responde
Qual a definição de esporotricose?
- Doença subaguda ou crônica do homem e de alguns animais, causada pelo fungo Sporothrix schenkii
- Infecção benigna limitada à pele e ao tecido celular subcutâneo
Qual a história epidemiológica da esporotricose?
- Fungo muito presente no solo, madeira
- História de contato com gato (de rua e domésticos que saem)
- Profissões como jardineiro, florista, agricultor, feirante
Quais as formas clínicas de esporotricose?
- Cutânea: cutâneo-linfática (mais comum), cutâneo-localizada, cutânea-disseminada
- Extra-cutânea: imunossuprimidos (aids)
Irá depender da resposta da imunidade HUMORAL do indivíduo (não celular, como é na leishmaniose)
Como é a clínica da forma cutâneo-linfática da esporotricose?
- Nódulo que evolui com ulceração no sítio de inoculação
- Cordão indolor de nódulos linfáticos acometidos no trajeto de drenagem linfática (podem evoluir para goma, assim como a lesão inicial) - fungo ascende pela drenagem linfática
Diagnóstico diferencial de lesão ulcerada, com pústulas que não responde a atb?
- Bactéria resistente
- Esporotricose
Perguntar se a pessoa tem gato ou teve contato com gato!
Como é feita a suspeita clínica de esporotricose?
- Lesão única ulcerada com nódulos no trajeto de drenagem linfática + contato com gato
Como é a clínica da forma cutânea localizada de esporotricose?
- Associada a boa resistência do hospedeiro
- Lesão papulosa ou papulo-tuberosa SEM cordão de nódulos ascendentes
- Suspeitar com a história de contato com gato
- Placas verrucosas ou ulceradas
Qual o diagnóstico diferencial da forma cutânea localizada como placa verrucosa?
- LECT (leish, esporo, cromo, tb cutânea)
- Confirmar com epidemiologia e laboratório
Qual o diagnóstico diferencial de uma lesão úlcero-crostosa associada a algumas pústulas e lesões nodulares e eritematosas?
- esporotricose
- eritema nodoso
Podem ocorrer em consonância
Como é a clínica da forma cutânea disseminada da esporotricose?
- Rara
- Mais em imunossuprimidos
- Inoculação através da pele com disseminação hematogênica
- Nódulos subcutâneos difusos que podem amolecer e ulcerar
Quais os diagnósticos diferenciais da forma cutâneo disseminada da esporotricose?
- Sífilis terciária
- Tb cutânea
- Ectima
Como é a clínica da forma extra-cutânea da esporotricose?
- Muito rara
- Imunossuprimidos
- Disseminação hematogênica, pode envolver qualquer tecido ou órgão
Como é o diagnóstico da esporotricose?
- Suspeita clínica
- Raspado da lesão: exame direto (raro de encontrar o fungo), cultura
Como é o tratamento da esporotricose?
- Forma cutâneo limitada: iodeto de potássio. Usar até 2 semanas após a cicatrização
- Forma cutâneo-linfática: itraconazol por 3 a 6 meses
- Formas sistêmicas: anfotericina B