ISTs Flashcards
Quais os princípios para a adequada atenção as ISTs?
- Interromper cadeia de transmissão: detecção precoce dos casos, tratar infectados e parcerias
- Prevenir novas ocorrências: aconselhamento específico, educação sexual
Qual o agente etiológico da sífilis e como é sua transmissão?
- Treponema palidum
- Contato sexual, transmissão congênita
- Raramente transmitida por transfusão ou contato indireto
- Treponema penetra pelas mucosas e pele erosada, ocorrendo disseminação para linfonodos regionais e órgãos internos em poucas horas, com período de incubação de 21 dias
Quais as formas de sífilis recente e tardia?
- Recente: sintomática primária, sintomática secundária e latente precoce (< 1 ano)
- Tardia: latente tardia (> 1 ano), sintomática terciária
Como é a clínica da sífilis primária?
- 10 a 90 dias após a inoculação
- Fase altamente contagiosa
- Cancro duro: ulcera única, indolor, com bordas endurecidas, de fundo limpo, avermelhado, com discreta serosidade, involui espontaneamente em 1-2 meses sem deixar cicatriz
- Mulheres: colo uterino e vulva
- Homens: sulco balanoprepucial e glande
- Extragenitais: lábios, ânus, língua, dedos
- Micropoliadenopatia regional: inguinal, indolor, múltipla, bilateral, 10 dias após surgimento do cancro - “sombra do cancro”
Quais os marcadores do estágio primário da sífilis?
- VDRL baixo ou negativo
- FTAbs positivo
Quais as apresentações atípicas da sífilis?
- Indurações,
- Fissuras perianais
- Cancro necrótico
- Cancro múltiplo
- Sífilis decapitada: sem cancro, por infecções transfusionais ou uso de atb que mascara as lesões
- Cancro misto ou cancro de Rollet: cancro sifilítico + cancro mole
- Cancro redux: lesão gomosa que reaparece no lugar do antigo cancro (terciarismo)
- Pensar em HIV qd formas atípicas
Como é a clínica da sífilis secundária?
- Surge em média 2 meses após o cancro
- Erupção maculosa generalizada e simétrica, eritemato-descamativas (roséolas sifilíticas), acometimento palmo-plantar
- Após semanas, podem surgir sifílides papulosas ou papuloescamosas
- Micropoliadenopatia generalizada
- Mialgia, irite, febre, artralgia
Quais são as lesões que podem ocorrer da sífilis secundária?
- Sifílides papuloerosivas (condiloma plano): as mais contagiosas. em zonas de atrito, ao redor do ânus e vulva
- Sifílide elegante: pacientes negros, com lesões anulares e circinadas ao redor de orifícios
- Colar de Vênus: lesões hipocrômicas em torno do pescoço
- Alopecia em clareira
- Placas mucosas: lesões arredondadas, erosivas, esbranquiçadas
Como estão os marcadores na sífilis secundária?
VDRL e FTA-Abs positivos
O que é sífilis maligna precoce?
- Forma de sífilis secundária
- Pcts imunocomprometidos
- Lesões papulo-pustulosas e ulceradas, recobertas por crostas hemorrágicas
- Aspecto rupioide (semelhante a ostras)
- Mais frequente em face e couro cabeludo
- Dolorosas, disseminadas
- Mal-estar, febre, mialgia
- Não cura espontaneamente
Qual o percentual de pacientes que evoluem para sífilis terciária/tardia?
- 40% evoluem para sífilis terciária em 2-30 anos
- 60% apresentam cura espontânea
Quais as manifestações tegumentares da sífilis terciária?
- Lesão única ou lesões pouco numerosas, localizadas e destrutivas
- Deixam cicatriz atrófica
- Goma sifilítica: perfura o palato
- Lesões tuberocircinadas, com arranjo arciforme, crescimento lento centrífugo e cura central
- Nódulos em região justa articular indolores, móveis, consistência amolecida
- Não são contagiosas, não involuem espontaneamente
Qual a complicação cardiovascular mais comum da sífilis?
- Aortite sifilítica
Quais as formas de neurossífilis?
- Assintomática: alterações liquóricas sem sintomas (mais comum)
- Meningite sifilítica
- Sífilis cérebro-vasscular
- Neurossífilis parenquimatosa: paralisia geral progressiva, tabes dorsalis, atrofia óptica
Quais os diagnósticos diferenciais de sífilis?
- Cancro duro: cancro mole, HSV, donovanose, linfogranuloma inguinal
- Roséola sifilítica: farmacodermias, viroses exantemática, pitiríase rósea, urticária
- Sifílides papulosas: psoríase, hanseníase, acne
- Condiloma plano: condiloma acuminado
- Goma: micoses profundas, tuberculose cutânea, leishmaniose
Como é feito o diagnóstico da sífilis?
- Pesquisa do treponema em campo escuro: cancro e lesões mucocutâneas
- VDRL: quantitativo, controle terapêutico
- FTA-Abs IgG IgM: mais específico, precocemente positivo, pode continuar positivo com a cura
- Exame do líquor
- Histopatologia
Como é o tratamento da sífilis?
- Sífilis recente: penicilina G benzatina 2,4mi U IM dose única / doxicilina ou ceftriaxone (gestantes) ou eritromicina
- Sífilis tardia: penicilina G benzatina 2,4mi U IM 1x/semana por 3 semanas / mesma alternativa da sífilis recente
- Neurossífilis: penicilina G cristalina 18-24mi UI/dia IV por 14 dias / ceftriaxone
Como é feito o seguimento dos pacientes tratados para sífilis?
- Sífilis recente: trimestral no 1o ano, semestral no 2o ano. Gestantes: mensal
- Sífilis tardia: trimestral 1o ano, sementral no 2o ano e mensal para gestantes
- Neurossífilis: exame do LCR de 6 em 6 meses até normailzação
Como é a reação de Jarisch Herxheimer?
- Ocorre na sífilis secundária
- Cefaleia, febre, calafrios, artralgias, mialgias, exacerbação das lesões após 4-12h do início do tratamento
- Decorre da liberação de ags treponêmicos
- Orientar o paciente que isso pode acontecer
- Tratar a reação com analgésicos e repouso
Qual o agente etiológico do cancro mole e como é sua transmissão?
- Haemophilus ducreyi
- Bactéria auto-inoculável: lesões em espelho, bactéria se auto-inocula
Qual a epidemiologia do cancro mole?
- Sexo masculino 30:1
- Regiões tropicais
- Comunidades com baixo nível de higiene
Como é a clínica do cancro mole?
- Incubação de 2-7 dias
- Lesão inicial: mácula, pápula, vesícula ou pústula, evolui para ulcera. Dolorosas, bordas irregulares, fundo purulento
- Lesões costumam ser múltiplas (auto-inoculação)
- Não involui espontaneamente, pode deixar cicatriz
- Bubão regional (adenopatia inguinal): unilateral, doloroso, agudo, supuração por uma fístula
- Sem sintomas gerais
Como é feito o diagnóstico do cancro mole?
- Clínica
- Exame bacterioscópico: esfregaço corado por gram. positivo em 50% dos casos
- Cultura
- Biópsia e exame histopatológico
Quais os diagnósticos diferenciais do cancro mole?
- Lesão ulcerada: cancro duro, HSV, tuberculose, donovanose
- Adenopatia: adenites piogênicas, linfomas, tuberculose, linfogranuloma venéreo
Qual o tratamento do cancro mole?
- Azitromicina 1g VO dose única (1a escolha)
- Ceftriaxona IM
- Ciprofloxacina VO 3 dias
- Eritromicina VO 7 dias
- Tratar parcerias mesmo que assintomáticas
Como é definida a donovanose?
- Klebisiella granulomatis
- Bactéria saprófita do intestino, oportunista
- Doença associada principalmente com coito anal
- Bactéria auto-inoculável
Qual a epidemiologia da donovanose?
- Homens 3:1
- Homossexuais
- Negros
- Baixo nível de higiene
Como é o quadro clínico da donovanose?
- Incubação de 3 a 90 dias
- Lesão inicial: pápula, nódulo ou pústula, rapidamente evolui para ulceração - lesão ulcerovegetante
- Inicialmente única, mas se tornam múltiplas por auto-inoculação
- Grandes e indolores, crescimento lento e progressivo
- Fundo com secreção serossanguinolenta, posteriormente seropurulenta de odor fétido
- Bordas irregulares, elevadas, induradas e bem delimitadas
- AUSÊNCIA DE ADENOPATIA SATÉLITE
- Raros os sintomas gerais
- Evolução crônica
Quais as principais localizações e possível evolução da donovanose?
- Genitália > região inguinal > anal > oral > glútea
- Compressão de vasos linfáticos por um processo cicatricial parcial que ocorre espontaneamente pode gerar elefantíase e estiomene (hipertrofia vulvar) após anos
Como é feito o diagnóstico da donovanose?
- Clínica
- Exame direto com pesquisa de K. granulomatis nas bordas de lesões sem infecção secundária
- Biópsia e histopatológico: corpúsculos de donovan
- Cultura: pouco feita
Quais os diagnósticos diferenciais da donovanose?
- Cancro duro
- Cancro mole
- Condiloma plano
- Condiloma acuminado
- Linfogranuloma venéreo
- Carcinoma espinocelular
Qual o tratamento da donovanose?
- Doxicilina por 21 dias ou até desaparecimento das lesões
- Azitromicina
- Ciprofloxacina
- Sulfametoxazol-trimetoprima
Qual o agente etiológico e epidemiologia do linfogranuloma venéreo?
- Chlamydia trachomatis
- Incomum
- Associada a menor nível socioeconômico e promiscuidade
- Maior incidência em homens
Como é o quadro clínico e fases do linfogranuloma venéreo?
- Linfadenopatia perigenital com múltiplos focos de drenagem
- Estágio primário
- Estágio secundário
- Estágio terciário
Como é caracterizado o estágio primário do LGV?
- Lesão pápulo-vesiculosa, pústulas ou pequena erosão indolor na genitália externa com cicatrização espontânea
- Diagnósticos diferenciais: cancro duro, cancro mole, HSV, trauma
Como é o estágio secundário do LGV?
- Acometimento de linfonodos regionais 2-6 semanas após a lesão inicial, dolorosa, 70% unilateral, recoberta por eritema
- Fusão de vários gânglios
- Amolecimento em vários pontos
- Fístulas
- Febre, cefaleia, prostração, mal-estar
- DD: cancro mole, tuberculose ganglionar, linfomas, doença da arranhadura do gato, paracoccidioidomicose
Como é o estágio terciário do LGV?
- Sd anogenital
- Até 20 anos após a infecção
- Estiomene: edema crônico, fibrose esclerosante, hipertrofia tecidual e ulceração vulvar
- Abscessos pararretais, fístulas uretrovaginais ou retovaginais, esclerose com frequência associada com elefantíase
- DD: filariose, DII, câncer, donovanose, fístulas retais, hidradenite supurativa
Como é o diagnóstico do LGV?
- Suspeição clínica, epidemiologia
- Bacterioscopia
- Exame direto das secreções ou pus aspirado do bubão
- Cultura
- Testes sorológicos
- Histopatológico
Como é o tratamento do LGV?
- O mais precoce possível, antes da confirmação laboratorial para minimizar sequelas
- Aspiração do bubão com agulha para alívio
- Correções cirúrgicas para sequelas
- Primeira opção: doxicilina por 21 dias
- Segunda opção, azitromicina ou eritromicina
Como se caracterizam as uretrites?
- Inflamação do uretra, habitualmente há corrimento mucoide ou purulento, de volume variável e dor uretral
Quais os fatores associados ao maior risco de uretrites?
- Idade jovem
- Baixo nível socioeconômico
- Múltiplos parceiros
- Nova parceria sexual
- Início precoce de atividade sexual
- Histórico de IST
- Uso irregular de presesrvativos
Qual o agente e a transmissão da gonorreia?
- Neisseria gonorrheae
- Transmissão sexual e congênita
- Muito contagiosa
- Pessoas com infecção assintomática ou ignorada têm grande participação da transmissão
Quais as manifestações clínicas masculinas da gonorreia?
- Uretrite
- 90% assintomáticos
- Início repentino
- Prurido ou formigamento uretral
- Disuria
- Secreção mucopurulenta, espessa abundante
- Mais intensa pela manhã
- Sem aumento da frequência ou urgência urinária
- Meato uretral edemaciado
Quais as manifestações clínicas femininas da gonorreia?
- 70-80% assintomáticas
- Vulvovaginite: corrimento abundante, espesso, amarelo-esverdeado
- Dispareunia
- Dor pélvica
- Colo uterino pode estar friável, doloroso, hiperemiado
Quais as manifestações extragenitais da gonorreia?
- Aanorretal
- Faríngea
- Oftálmica: neonatos, principalmente
Quais asa complicações da gonorreia?
- Homens: balanopostite, epididimite, infertilidade, prostatite
- Mulheres: bartholinite, salpingite, infertilidade
- Perihepatite aguda
- Gonococemia disseminada
- Artrite
Como é o diagnóstico da gonorreia?
- Clínica
- Bacterioscopia com diplococos
- Cultura
- Imunológico
Qual o tratamento da gonorreia?
- Ofloxacina DU
- Cefixima DU
- Ciprofloxacina DU
- Ceftriaxona IM DU
- Tianfenicol DU
Quais os agentes etiológicos das uretrites não gonocócicas?
- Chlamydia trachomatis
- Mycoplasma genitalium
- Candida albicans
- HSV
- 70-80% das uretrites em homens de bom nível socioeconômico
Qual a clínica das uretrites não gonocócicas?
- Incubação de 1-3 semanas
- Início gradual e insidioso
- Manifestações discretas
- Secreção uretral moderada ou escassa, mucoide
- Disúria eventual, urgência urinária, dor perineal e hematúria
Como é o tratamento das uretrites não gonocócicas?
- Azitromicina VO DU
- Doxicilina 7 dias
- Eritromicina 7 dias
Considerações finais
- Assistência integral
- Prevenção
- Abordagem sindrômica
- Tratamento imediato
- Tratar parcerias
- Aconselhamento