IVAS Flashcards
Epidemiologia das IVAS
Causa mais comum de infecção respiratória aguda
Baixa mortalidade e alta morbidade (número de doentes)
Importância de um diagnóstico precoce das IVAS
pode levar a absenteísmo a escola (ausência não planejada); quadro inicial pode evoluir par infecções do pulmão, como as pneumonias; otite média é a principal causa evitável de surdez
Fatores de risco para as IVAS
desnutrição, baixo peso ao nascer, ausência de aleitamento materno (fator de proteção), baixo nível socioeconômico e tabagismo domiciliar
Quadros clínicos de IVAS
rinofaringite aguda, sinusite aguda, faringoamigdalite, laringite viral aguda, otite média aguda, epiglotite
rinofaringite aguda - epidemiologia
-IVAS mais comum da infância
-Menores de 5 anos podem apresentar 5 a 12 ou 6 a 8 episódios por ano
-Rara complicação por infecção bacteriana secundária (5% dos casos)
rinofaringite aguda - etiologia
Os virais são mais frequentes (>200 sorotipos):
-Rinovírus (30-50%)
-Coronavíru (10-15%)
-Influenza (gera gripe exclusivamente = 5 a 15% das IVAS)
-Parainfluenza
-Vírus sincicial respiratório
-Adenovírus
-Coxsackie
transmissão e contágio de rinofaringite aguda
tranmissão: gotículas por tosse ou espirro e contato de mãos contaminadas com via aérea de indivíduos sadios
contágio: comunidades fechadas -> crecher, escolas, domicílio
período de incubação e de contágio da rinofaringite aguda
incubação: 2-5 dias
contágio: horas antes dos sintomas ou ate 2 dias após o início dos sintomas
Gripes x Resfriados
Resfriados: início gradual dos sintomas; severidade discreta; os sintomas principais são cefaleia, espirros, calafrios, dor de garganta e coriza
Gripes: início súbito dos sintomas; severidade intensa; os sintomas principais são febre alta, tosse, cefaleia intensa, dor de garganta, mialgia, congestão nasal, cansaço, fraqueza (astenia) e falta de apetite (hiporexia)
Duração dos sintomas da rinofaringite aguda
a severidade aumenta rapidamente em 2-3 dias após a infecção, com duração média de 7-10 dias, mas pode persistir por mais de 3 semanas (desconfiar de RA)
Manifestações clinicas da rinofaringite aguda e como identificar em lactentes pequenos
dor de garganta, coriza, obstrução nasal, espirros, tosse seca, febre de intensidade variável, cefaleia, miagia e calafrios
-Em lactentes pequenos é necessário observar inquietação, choro fácil, recusa alimentar (não consegue espirar bem a mamar), vômitos, alteração do sono e dificuldade respiratória por obstrução nasal já que não conseguem relatar os sintomas
Achados do exame físico na rinofaringite aguda
congestão da mucosa nasal
hiperemia da orofaringe
hiperemia das membranas timpânicas
Complicações da rinofaringite aguda
pneumonia comunitária -> percistência da febre por > 72h ou recorrência da hipertermia, prostração mais acentuada, dificuldade respiratória (taquipneia = em RN > 60, lactentes > 50 e acima de 1 ano > 40, retrações e gemência)
otite média aguda
sinusite
crise asmática
*se atentar também à presença de secreção nasal purulenta, otalgia e tosse > 5 dias
Diagnóstico da rinofaringite aguda
clínico e em casos de repetição/rinorreia prolongada pensar em RA
Tratamento da rinofaringite aguda
-repouso no período febril
-hidratação e dieta conforme aceitação
-higiene e desobstrução nasal (lavagem nasal com soro fisiológico)
-antitérmicos e analgésicos (dipirona, paracetamol)
o que não usar no trataento da rinofaringite aguda?
descongestinantes (não se usa em criança), ATB, AINES (prolongam o tempo de evolução e podemter efeitos colaterais), antitussígenos, expectorantes e mucolíticos
vitamina C não auxilia
se a fdamília quiser dar lambedor pergunta o que e utilizado -> menta e eucalípto podem ajudar a descongestionar
Tratamento da gripe
Amantadina (> 1 ano) e Rimantadina (>13 anos) para Influenza A -> podem gerar resistência viral e efeitos colaterais no SNC
-Reduzem a gravidade e encuram a duração da doença quando iniciadas nas primeiras 48h após o início dos sintomas
Osetalmivir (a partir de 1 ano) e Zanamivir (a partir de 7 anos) para SARA grave e para grupos de risco (até 6 anos é dess grupo)
Prevenção para a rinofaringite aguda
lavar as mãos, evitar contato com doentes, vacina influenza
*retirar da creche não é benéfico = vai gerar problema de socialização e a criança não criará imunidade
Faringoamigdalite aguda - definição e epidemiologia
-Infecção aguda da orofaringe
-Mais comum a partir dos 3 anos de idade, com pico entre 5 e 10 anos
-Período de incubação: 2 a 5 dias (assim como na rinofaringite)
Etiologia da faringoamigdalite aguda
Bacteriana -> estreptococo beta-hemolítico (grupo A) - mais sujeito a complicações, como a escarlatina- , haemophilus influenza, micoplasma pneumoniae, difteria
Viral -> EBV, citomegalovírus
Manifestações clinicas da faringoamigdalite aguda
Início súbito
Febre alta
Dor de garganta
Prostração
Cefaleia
Calafrios
Dor abdominal
Vômitos
Sinal de pastia
presenta na escarlatina (complicação da faringoamigdalite aguda)
dobras flexoras avermelhadas
Achados no exame físico da orofaringe na faringoamigdalite aguda
hiperemia na orofaringe
aumento das amígdalas
exsudato das amígdalas
placa amarelada
petéquias no palato
adenite cervical bilateral
Escarlatina (faringoamigdalite aguda)
Infecção bacteriana que se desenvolve em caso defaringite esreptocócica (estreptococo beta hemolítico - grupo A)
-Apresenta exantema macular, áspero e puntiforme
-Dobras flexoras vermelhas (sinal de Pastia)
-Palidez perioral (Sinal de Filatov)
Sinal de Filatov
Presente na escarlatina (complicação da faringoamigdalite aguda)
Palidez perioral
Diagnóstico da faringoamigdalite aguda
clínico
hemograma
teste rápido para estreptococo beta hemolítico grupo A (para descartar escarlatina)
Diagnóstico diferencal das infecções virais que causam faringoamigdalite aguda
Manifestação viral da faringoamigdalite aguda: mais comum em crianças menores, apresenta tosse, coriza, rouquisão, vesículas e ulceraçõs aftiformes na orofaringe e mucosa oral
-O diagnóstico diferencial é a herpangina (Coxsackie A e B e echovírus): angina eritematosa (infeccção na orofaringe) com pequenas vesículas no palato mole, úvula e pilares amigdalianos, que rompem deixando ulcerações esbranquiçadas, circundadas pr halo eritematoso, acompanhada de febre, cefaleia, micropoliadenopatia cervical, disfagia e vômitos. A resolução é espontânea entre 5 a 10 dias.
Diagnóstico e exames complementares da faringoamigdalite aguda
Clínico!
Exames complemetares: hemograma (viral = linfocitose com anemia linfocitária e leucocitose menor e bacteriana = leucocitose, neutrofilia e desvio à esquerda), teste rápido para identificação direta para Streptococcus pyogenes, cultura (padrão ouro), testes especiíficos para diagnóstico diferencial (monocucleose, micoplama, gonococo)
Complicações da faringoamigdalite aguda
adenite cervical
abscesso amigdaliano
otite média aguda
sepse
choque séptico
artrite reacional
febre reumática
GNDA (gromerulunefrite pós amigdalite estreptocócica)
Tratamento faringoamigdalite aguda
repouso no período febril + hidratação e dieta conforme aceitação + antitérmicos e analgésicos + ATB (Penincilina é a primeira escolha para amigdalites não complicadas = amoxicilina - pode ser associada com clavulonato -, penincilinas G benzatina; macrolídeos para pacientes alérgicos à penincilina, cefalosporinas e clindamicina)
-Penicilina G benzatina 600.000UL A 1.200.000 IM dose única
-Amoxicilina 40 a 50 mg/kg/dia 7 a 10 dias (com clavulonato é a mesma dosagem e quantidade de dias)
Síndrome do crupe
laringite
laringotraqueite
laringotraqueobronquite
manifestação clínica da síndrome do crupe
rouquidão, tosse ladrante (de cachorro), estridor (ruído indpiratório por obstrução da laringe e da traqueia) e graus variados de desconforto respiratório
Etilogia da síndrome do crupe
Viral é mais comum : parainfluenza (tipo 1, 2 e 3), influenza A e B e vírus respiratório sincicial
Crianças > 5 anos Mycoplasma pneumoniae
A síndrome de crupe pode ser classificada de acordo com o grau de extensão do acometimento das vias aéreas. São as suas divisões:
Laringite: a doença se restringe a laringe, caracterizada principalmente por rouquidão e tosse ladrante
Laringotraqueíte: inflamação compromete laringe e traqueia e caracteriza-se por rouquidão, tosse ladrante, estridor e graus variados de desconforto respiratório
Laringotraqueobronquite: comprometimento dos bronquíolos, da laringe e da traqueia. Apresenta rouquidão, tosse ladrante, estridor, graus variados de desconforto respiratório, tempo expiratório prolongado e sibilos (vibrações das paredes bônquicas e do conteúdo gasoso quando há estreitamento dosductos por espasmo, edema ou secreção)
Qual é a causa mais comum de obstrução das VAS em crianças?
síndrome de crupe (laringite, lanrigotraqueite, laringotraqueobronquite)
Qual é a IVAS mais comum?
Rinofaringite aguda
Epiemiologia - Síndrome de Crupe
•É a causa mais comum de obstrução de vias aéreas superiores em crianças
•90% dos casos de estridor
•1,5% a 6% das doenças do trato respiratório na infância
•Acomete crianças de 1 a 6 anos de idade com pico de incidência aos 18 meses
•Sexo masculino: 1,4 a 2 vezes mais comum que no feminino
Pródromos, evolução e casos graves da síndrome de crupe
Pródromos (antecedem): coriza, obstrução nasal, tosse seca e febre baixa
Evolução: tosse rouca/ladrante, disfonia/afonia/choro rouco, desconforto respiratório de graus variados e progressão de sinais de insuficiência respiratória
Casos graves: aumento das FC e FR, esforço respiratório, cianose, agitação psicomotora e sonolência
*A oximetria de pulso só é importante quando está alterada
Diagnóstico diferencial da síndrome de crupe
Laringite espasmódica (estridulosa) (Alérgica)
Laringoedema alérgico
Epiglotite aguda (Bacteria)
Laringotraqueíte Bacteriana
Mal formação congênita:
▪ Laringomalacia
▪ Traqueomalacia
▪ Estenose subglótica
Corpo estranho
Laringite diftérica
Abcesso retrofaríngeo
Diagnóstico da Síndrome de Crupe
Achados clínicos
Radiografia cervical quando desconfia de corpo estranho (50% das crianças com crupe têm radiografia cervical normal)
Potencial risco de desenvolvimento de falência respiratória na síndrome de crupe
< 6 meses, estridor em repouso, alteração do nível de consciência
Tratamento síndrome de crupe
Crupe leve = dexametasona 0,15 - 0,3 mg/kg
Crupe moderado: nebulização com l-epinefrina 0,5 - 5 ml, dexametasona 0,3 - 0,6 mg/kg, observação por 4 horas e alta para casa ou adissão hospitalar
Crupe grave: nebulização com l-epinefrina 5 ml, dexamatasona 0,6 mg IM e admissão na UTI
Quando pensar em laringotraqueíte bacteriana como diagnóstico diferencial para síndrome de crupe?
se não melhorar com corticoides e epinefrina
interna na UTI e intuba
Rinossinusite aguda X subaguda
-Únicas presentes na ped
-Rinossinusite é o processo inflamatório da mucosa de revestimento da cavidade paranasal/ seios nasais ósseos
Aguda: duração < 4 semanas e os sintomas resolvem completmente
Subaguda: duração de 4 semanas a 3 meses e os sintomas se resolvem sozinhos
Etiologia da rinossinusite aguda
viral e bacteriana
-Bacteriana é mais comum -> S. pneumoniae (35 - 42%), H. influenzae (21 - 28%) - essas 2 têm diminuído por causa de vacina - , M. catarrhalis (21% - 28%), Streptococcus spp (3% - 7%) e anaeróbios (3% - 7%)
Seios paranasais
Cavidades pertencentes a 4 estruturas ósseas
-Maxilar e etmoidal: presentes desde o nascimento e têm tamanho reduzido nos primeiros 2 anos. Comunicam-se com as fossas nasais (óstios)
-Frontal e esfenoidal: desenvolvem-se após os 4 anos
Fatores associados à rinossinusite aguda
Obstrução óstio sinusal
RA
Rinofaringite viral
Tabagismo (ativo e passivo)
-Desvio de septo
-Corpo estranho
-Atividades de mergulho
Tipoos da rinossinusite aguda
rinossinusite aguda
rinossinusite aguda pós viral
rinossinusite aguda bacteriana (RSAB)
Rinossinusite aguda - quando acontece?
ocorre pós rinofaringite aguda
Rinossinusite aguda pós viral - quando ocorre?
quando existe piora dos sintomas da rinossinusite aguda após 5 dias ou persistência dos mesmo por 10 dias
Rinossinusite aguda bacteriana (RSAB) - características
para o dignóstico clínico é necessário no minino 3 sintomas/sinais:
-Corrimento nasal amarelado ou purulento com predominância unilateral
-Tosse!!! (normalmente piora à noite)
-Secreção purulenta em cavum
-Dor intensa no local, com predominância unilateral
-Febre > 38
“Resfriado que não melhora há mais de 10 dias com rinorreia e tosse que piora à noite”
Manifestações clínicas da rinossinusite aguda em crianças maiores
cefaleia, edema palpebral e prostração
Complicações da rinossinusite aguda
sinusite crônica, osteomielite maxilar, celulite periorbitária (proptose pode ser observada no raio X), meningite
Exame físico da rinossinusite aguda
dor no local do seio afetado: espontâneo/provocado (percurssão)
corrimento nasal unilateral
gostejamento purulento pós nasal (por isso piora à noite)
secreção puruleta em cavum
Diagnóstico da rinossinusite aguda
clínico
pode pedir raio X, TC e endoscopia nasal
Tratamento para rinossinusite aguda
repouso inicial + analgésico e antitérmico + lavagem nasal (soro fisiológico) + corticsteroides tópicos (budesonida, flunisolida, flucatisona e mometasona) + ATB
ATB para rinossinusite aguda
amoxacilina - primeiro escolha para RSAB não complicada = 50-80 mg/kg/dia
amoxacilina + clavulonato = 50 mg/kg/dia
cefuroxima = 30mg/kg/dia VO 12/12h
claritromicina = 15 mg/kg/dia
azitromicina = 10 mg/kg/dia