Asma Flashcards
Conceito de asma
doença inflamatória crônica das VAI que aumenta a responsividade das vias quando ocorrem diferentes estímulos (induzível). A obstrução ao fluxo aéreo ocorre de forma recorrente e é reversível espontaneamente ou com tratamento medicamentoso
É uma doença heterogênea e complexa que possui baixo nível de controle e por isso tem alta morbidade
Comorbidades associadas a asma
síndrome de apneia obstrutiva do sono
RA
Doença por RGE
Obesidade e sobrepeso
Epidemiologia da asma
-É uma das principais doenças crônicas na infância
-Persiste apenas em 30% dos adultos
-É a terceira causa de internação
-Apresenta baixa mortalidade
-Somente 30% dos pré-escolares com SR terão asma (a maioria é episódio de sibilo)
-Manejo a longo prazo gera um problema de saúde pública, pois para controlar a asma é exigido um alto custo
Fisiopatologia da asma
- Exposição a gatilhos (estímulo inicial que ativa o sistema imunológico)
- Ativação imune (resposta inflamatória do tipo 2 - Th2) : ação dos linfócitos Th2 e B e liberação de citocinas (IL-4 estimula a produção de IgE pelos linfócitos B, IL-5 ativa e recruta os eosinófilos e IL-13 estimula a produção de muco e hiperrespondividade brônquica)
- Sensibilização e degranulação dos mastócitos (IgE se liga a mastócitos e quando há contato com os alérgenos ocorre liberação de histamina, leucotrienos e PGs e indução do broncoespasmo imediato)
- Inflamação das VAI, hiperresponsidade brônquica/broncoespasmo, produção excessiva de muco e obstrução ao fluxo aéreo
Fenótipo da asma mais comum na infância
asma alérgica -> início na infância, história de alergia (fortemente associado a atopia) e boa resposta a corticoide inalatório (CI)
Quadro clínico da asma
tosse seca ou produtiva
aperto no peito
sibilos
dispneia com ou sem taquipneia
despertar noturno com tosse ou dispneia
Probabilidade aumentada do diagnóstico de asma com base na anamnese
Qaundo há esses achados:
-Sibilos, dispneia, tosse, cansaço aos esforços e aperto no peito
-Piora à noite ou pela manhã
-Variação de intensidade de sintomas ao longo do tempo
-Sintomas mais frequentes quando há infecção viral das vias aéreas
-Sintomas desencadeados poralérgenos, exercícios, mudanças climáticas, riso, choro, irritantes respiratórios
Probabilidade reduzida do diagnóstico de asma com base na anamnese
-Expectoração crônica
-Falta de ar associada a parestesias (tontura ou formigamento de extremidades)
-Dor no peito
-Dispneia induzida por exercício com inspiração ruidosa
Exame físico
-Sibilo é o achado mais comum
-Na exarcebação pode aparecer dispneia e chiado; estreitamento de vias aéreas e aumento da secreção de muco local (hiperinsuflação pulmonar); utilização de m. acessória e aparecimento de retrações intercostais; desconforto respiratório evidente, resultando em cianose, dificuldade para falar e taquicardia
Como determinar a gravidade de acordo com o exame físico?
Analisando estado geral, VAS, caixa torácica, nível de consciência e sinais vitais
Exame de imagem
O Raio X é usualmente normal
Em pacientes mais graves aparece o espessamento das parede brônquicas, gerando imagens anelares ou sinal de trilho do trem
-Hiperinsuflação pulmonar
-Atelectasia
-Consolidação focal ou multifocal
-Pneumomediastino e pneumotórax
Quando pedir raio X?
Diagnóstico duvidoso
Dor pleurítica (possível pneumotórax ou pneumomediastino)
Febre (possível pnumonia ou infecção associada)
Piora clínica inesperada (possível atelectasia)
Diagnóstico diferencial da asma
-Corpo estranho
-Pneumonia
-Bronquiolite
-Fibrose cística
-Displasia broncopulmonar
-Síndrome de discinesia ciliar primária
-Doenças de imunodeficiência primária
Como é feito o diagnóstico da asma?
Anamnese + exame físico + exames de função pulmonar (espirometria) a partir de 6 anos
Espirometria na asma
O distúrbio obstrutivo diminui o calibre do brônquio e o VEF1 diminui (volume forçado expirado em 1 seg)
Também avalia a resposta ao broncodilatador, pela avaliação do VEF1 após15 min de administração de sabultamol (broncodilatador) -> resposta psitiva se tiver aumento igual ou maior a 12% no VEF1 basal ou 7% do previsto
Fatores que desencadeam crise asmática
-Alergias (poeira, pelo de animais, pólen, barata)
-Tabaco
-Algumas drogas (como beta bloqueadores e AINES)
-Exercícicos (induzem broncoconstrição)
-Estresse
-Infecções virais e bacterianas
-Mudança climática
-RGE
-Poluição
Controle da asma
-É feito para classificar em controlada, parcialmente controlada e não controlada e com isso definir estratégias a serem tomadas (verificar se existem fatores aterando o controle da asma e aumentar ou diminuir doses de medicamentos, se necessário)
-Tem o objetivo de controlar limitações clinicas (sintomas mínimos durante o dia e ausência de sintomas à noite, necessidade reduzidade medicação de alívio dos sintomas, ausência de limitação das atividades físicas) e reduzir riscos futuros (exacerbações, perda acelerada da função pulmonar e efeitos adversos do tratamento)
-A avaliação em geral é feita em relação às últimas 4 semanas
Fatores que influnciam o controle da asma
Diagnóstico incorreto
Falta de adesão ao tratamento
Uso de drogas que podem diminuir a respostaao tratamento (ANIES e β-bloqueadores)
Exposição domiciliar (ex: poeira ou fumaça)
Exposição ocupacional
Tabagismo
Outras comorbidades
Antes de modificar o tratamento da asma parcialment ou não controlada, é necessário verifcar se existem algum desses fatores influenciando o controle
Asma controlada
-Nenhum ou </= 2 sintomas diurnos por seana
-Sem limitações de atividades
-Sem sintomas e despertares noturnos
-Sem necessidade ou uso </= 2 dias de medicação de alívio por semana
-Função pulmonar (PEF e VEF1) normal
Asma parcialmente controlada
alteração de 1 ou 2 parâmetros da asma controlada
Sintomas diurnos > 2 vezes por semana
Despertares noturnos por asma
Medicação de resgate > 2 vezes por semana
Limitação das atividades por asma
Asma não controlada
Alteração de 3 ou mais parâmetros da asma parcialmente controlada
-3 ou > sintomas diurnos por semana
-Com limitação para atividades e com despertares ou sintomas noturnos
-Uso de medicação de alívio 3 ou mais vezes na semana
-Função pulmonar < 80%
Objetivo do tratamento da asma
controlar sintomas, diminuir exarcebações e limitação irreversível do fluxo aéreo
Medicação de controle
Uso contínuo/ intercrises - evita exarcebações e reduz q inflamação da via aérea
Corticoide inalatório (flucatisona, budesonida ou beclometasona)
Antagonistas dos receptores de leucotrieno (ARLT)
Medicação sintomática (resgate)
Corticoide oral ou venoso -> inibem as inflamações pois inibem produção de citocina e ativação de preoteína de adesão
B2- agonista de curta duração (broncodilatador) = SABA (Sabultamol ou fenoterol) -> crise aguda
Quando usar modificadores de leucotrienos?
para controle e prevenção a longo prazo de sintomas em pacientes com asma leve ou grave persistentes
via de administração oral
Classificação da exacerbação da asma
baseada em princípios como estado geral, estado mental, dispneia, fala, uso de m. acessória, ausculta, FR, FC e Sat O2
pode ser leve a moderada, grave ou muito grave
Asma leve a moderada
Sem alterações no estado geral e mental
Dispneia ausente ou leve
Fala frases completas
Tem retração leve ou ausente
Sibilos leves
FC normal ou aumentada
FR normal
Sat O2 > 95%
Asma grave
Sem alterações do estado geral
Estado mental normal ou agitação moderada
Dispneia moderada
Falam frases inompletas
Sibilos moderados
FC e FR aumentadas
Sat O2 91-95%
Asma muito grave
Estado geral: Presença de cianose, sudorese e exautão
Estado mental: agitação, confusão ou sonolência
Dispneia intensa
Monossilábico
Retração acentuada
Ausculta abolida
FR e FC aumentadaa
Sat de O2 < 91%
Manejo da exacerbação da asma - leve a moderada
Salbutamol spray 3x a cada 20min ( a 6 jatos em < 5 anos e 4 a 10 jatos em >5 anos)
Prednisona oral 1 a 2 mg/kg nas crises moderadas
Manejo da exacerbação da asma - grave
-O2 - manter oximetria contínua
-Sabultamol spray 1 jato por 2 ou 3kG, 3x a cada 20 min
-Brometo de ipatrópio (broncodilatador inalatório) 20 gotas em < 20kg e 40 gotas para > 20 kg
-Metilprednisolona 1 a 2mg/kg/dose
Manejo da exacerbação da asma - muito grave
-Internamento
-O2 e oximetria contínuos
-Hidratação venosa
-Gasometria arterial
-Tratamento medicamentoso similar ao grave (sabultamol, brometo de ipatrópio e metilprednisolona)
Índice preditivo para asma
Criança com história de 4 ou mais episódios de sibilância
Pai ou mãe asmáticos
Dermatite atípica
Sensibilização a um ou mais aeroalérgenos
Terapias aditivas
medicações adicionadas ao tratamento de pacientes sem controle total da asma mesmo com o uso correto de CI
B2- agonista de longa duração (broncodilatador) = LABA (Formoterol ou salmeterol)
ARLT
Tiotrópio
Tratamento asma ma controlada
é melhor administrar uma segunda droga (aditiva) como um LABA ou ARLT (LAB é mais eficiente), do que aumentar a dose de CI
Alívio de sintomas agudos em crianças maiores de 6 anos
o uso de SABA insoladamente não é mais recomendado -> faz uso de CI + LABA (formoterol)
Pode adicionar tiotrópio caso o paciente seja incapaz de manter o bom controle dos sintomas da asma apesar do uso dessa combinação
Vantagem do uso de dispositivos inalatorios e do espaçador
doses mais baixas, efeito mais rápido, menoríndice de efeitos colaterais, menores efeitos sistêmicos e ação dirigida ao órgão-alvo
O uso do espaçador maximiza a liberação e minimiza a deposição de medicamentos na orofaringe. Por isso, nunca se deve utilizar medicação inalatória sem espaçadores em crianças (pó seco não precisa - maiores de 5 anos)
Técnica de uso de medicamentos aerossois com espaçador
- Agitar o spray, retirar a tampa e conectá-lo ao espaçador.
- Colocar a máscara do espaçador no rosto, cobrindo nariz e boca.
- Posicionar o pescoço em extensão, olhando para o teto.
- Ativar o spray uma vez.
- Manter o espaçador nesta posição por 15 a 30 segundos.
- Repetir o procedimento após alguns segundos, se necessário
Imunizações
A gripe pode causar exacerbações agudas da asma, de modo que pacientes com doença moderada-grave devem recebervacina anti-influenza anualmente
Indivíduos com asma, particularmente crianças e idosos, correm maior risco de desenvolver doença pneumocócica = receber vacina antipneumocócica
Etapas a serem seguidas na conduta da criança e adolescente com asma
- Estabelecer o diagnóstico
- Definir o fenótipo e a gravidade
- Afastar comorbidades
- Verificar e combater o tabagismo e o uso de drogas
- Definir controle total, parcial ou não controle
- Verificar e estimular o uso correto dos medicamentos
- Definir plano de seguimento e educação
- Estimular a prática de exercícios físicos
- Fazer manejo conforme GINA e SBPT