INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Flashcards

1
Q

QUAL A DEFINIÇÃO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA?

A

Síndrome clínica caracterizada por sinais e sintomas típicos (como dispneia, edema, fadiga, congestão pulmonar, estase jugular, etc), os quais decorrem de um DÉBITO CARDÍACO DIMINUÍDO ou de PRESSÃO INTRACARDÍACAS ELEVADAS.

O débito cardíaco é diretamente proporcional ao seu volume de enchimento (pré-carga*) e inversamente proporcional à resistência contra a qual ele bombeia (pós-carga*). Qualquer condição que “atrapalhe” a manutenção de um débito cardíaco adequado levará, mais cedo ou mais tarde, ao quadro de IC.

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2
Q

QUAL A PRINCIPAL CAUSA DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NAS CRIANÇAS?

A

CARDIOPATIAS CONGÊNITAS!

Os mecanismos fisiopatológicos podem “atrapalhar” o funcionamento do ventrículo direito, do ventrículo esquerdo ou de ambos. Na população pediátrica, o acometimento do VD é predominante, já que a maior parte das cardiopatias congênitas afeta mais a circulação pulmonar que a sistêmica.

Outras causas de insuficiência cardíaca: doenças metabólicas, inflamatórias, endocrinológicas, arritmias e febre reumática.

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3
Q

QUAIS OS PRINCIPAIS FATORES QUE INFLUENCIAM NO DÉBITO CARDÍACO? (2)

A

DÉBITO CARDÍACO =

FRAÇÃO DE EJEÇÃO

X

FREQUÊNCIA CARDÍACA

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4
Q

QUAIS OS PRINCIPAIS DETERMINANTES DA FRAÇÃO DE EJEÇÃO? (3)

A
  1. VOLUME DIASTÓLICO FINAL DO VE
  2. CONTRATILIDADE
  3. PÓS CARGA
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5
Q

QUAL O PRINCIPAL PARÂMETRO INDICATIVO DA PÓS CARGA?

QUAIS OS PRINCIPAIS FATORES QUE INFLUENCIAM NA PÓS CARGA (2)?

A

PRINCIPAL PARÂMETRO INDICATIVO DA PÓS CARGA = PRESSÃO ARTERIAL

PRINCIPAIS FATORES QUE INFLUENCIAM NA PÓS CARHA = VOLUME SANGUÍNEO E RVP

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6
Q

QUANDO OCORRE QUEDA DA FRAÇÃO DE EJEÇÃO, LEVANDO À QUEDA DO DÉBITO CARDÍACO, APESAR DO AUMENTO NA FREQUÊNCIA CARDÍACA, QUAIS OS MECANISMOS COMPENSATÓRIOS ESTIMULADOS?

A

1 - MECANISMO DE FRANK STARLING - promove dilatação do ventrículo, visando AUMENTAR O VOLUME DIASTÓLICO FINAL

2 - LIBERAÇÃO DE VASODILATADORES - ex: FATOR NATRIURÉTICO ATRIAL, visando REDUZIR A PÓS CARGA.

3 - HIPERTROFIA MIOCÁRDICA - visando MELHORAR A CONTRATILIDADE CARDÍACA. O problema é que esta hipertrofia ocorre por proliferação do interstício, provocando um aumento da fibrose, sendo deletério ao coração.

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7
Q

COMO FUNCIONA O MECANISMO DE FRANK STARLING?

A

MECANISMO DE FRANK STARLING:

LEVA À DILATAÇÃO VENTRICULAR, VISANDO AUMENTAR O VOLUME DIASTÓLICO FINAL!

Na medida em que o volume diastólico final aumenta, o coração aumentará o DC até um momento onde esse processo não será mais possível. O músculo cardíaco cuja contratilidade é comprometida necessitará de maior dilatação para produzir aumento do volume sistólico, mas não atingirá o mesmo débito cardíaco máximo do miocárdio normal.

Se uma câmara cardíaca já está dilatada em virtude de lesão que causa aumento da pré-carga** (como na cardiopatias congênitas com shunt esquerda-direita ou insuficiência valvar), **haverá pouco espaço para maior dilatação e aumento do débito cardíaco.** A presença de lesões que resultem em aumento da pós-carga (estenose pulmonar ou aórtica, coarctação aórtica) reduz o rendimento cardíaco, resultando em uma depressão da relação de Frank-Starling. **A contínua dilatação (remodelação ventricular) é deletéria e quanto maior a dilatação ventricular, pior o prognóstico do paciente.

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8
Q

QUAIS A PRINCIPAL MANIFESTAÇÃO CLÍNICA DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NO PERÍODO NEONATAL?

A

CHOQUE CARDIOGÊNICO!

Taquicardia, taquipneia, palidez, extremidades frias, pulsos finos, oligúria e acidose metabólica - traduzem o baixo débito cardíaco com perfusão sistêmica inadequada.

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9
Q

QUAIS AS PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NOS LACTENTES?

A

Taquipneia, taquicardia, deficit de ganho ponderal, recusa alimentar, cansaço às mamadas, tosse crônica, fadiga, intolerância ao exercício e sudorese excessiva (especialmente em polo cefálico).

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10
Q

QUAIS AS PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EM ESCOLARES E ADOLESCENTES?

A

Sintomas semelhantes àqueles encontrados na população adulta:

Edema periférico, dispneia, fadiga, intolerância ao exercício, ortopneia, dispneia paroxística noturna, hepatomegalia e congestão pulmonar.

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11
Q

QUAIS EXAMES COMPLEMENTARES ESTÃO INDICADOS NA SUSPEITA DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA?

A
  1. RX TÓRAX: principal alteração = cardiomegalia! Pode ser avaliada também a presença de edema pulmonar
  2. ELETROCARDIOGRAMA: para avaliar arritmias causadas pela IC, além de sobrecarga de câmaras cardíacas, isquemias, outras anormalidades
  3. ECOCARDIOGRAMA: não é indicado para confirmar o diagnóstico, mas sim para avaliar o GRAU DE DISFUNÇÃO CARDÍACA (pela FE), DETECTAR POSSÍVEIS ETIOLOGIAS E GRAU DE REMODELAENTO CARDÍACO.
  4. LABORATORIAIS:
  • BNP - quanto mais alto, pior a função cardíaca
  • Anemia - multifatorial: sobrecarga de fluidos levando à hemodiluição, deficiência de ferro, doença renal associada e uso de IECA.
  • Eletrólitos - hiponatremia secundária à retenção hídrica; K elevado por comprometimento renal ou destruição tecidual devido ao baixo DC.
  • Ureia e creatinina elevadas - em estágios mais severos de IC, podem estar relacionadas à redução do fluxo renal.
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12
Q

QUAL DEVE SER O TRATAMENTO INICIAL DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA EM RECÉM-NASCIDOS?

A

Como é difícil diferenciar, inicialmente, um quadro de SEPSE NEONATAL de um CHOQUE CARDIOGÊNICO por cardiopatia congênita, devemos tratar empiricamente essas 2 condições, até que o diagnóstico definitivo seja estabelecido!

TRATAMENTO INICIAL:

ABCDE (manutenção das vias aéreas e estabilização hemodinâmica)

+ ATB EMPÍRICO após a coleta das culturas

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13
Q

QUAL DIAGNÓSTICO ALTERNATIVO DEVEMOS PENSAR EM UM QUADRO DE CHOQUE EM RN COM HIPOTENSÃO E HIPOGLICEMIA PERSISTENTES?

A

INSUFICIÊNCIA ADRENAL!

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14
Q

APÓS AS MEDIDAS INICIAIS PARA O TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA NO RN (ABCDE + ATB EMPÍRICO) E ESTABELECIDO O DIAGNÓSTICO DE CHOQUE DE ORIGEM CARDIOGÊNICA, QUAL A MEDICAÇÃO INDICADA?

A

DOBUTAMINA

5 A 10 MCG/KG/MINUTO

(VISANDO MELHORAR O DC!)

OUTRAS MEDICAÇÕES DEPENDEM DO DIAGNÓSTICO DE BASE DO PACIENTE!

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15
Q

QUAL O TRATAMENTO EM RN COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA (CHOQUE CARDIOGÊNICO) POR UMA CARDIOPATIA CANAL-DEPENDENTE?

(4 - DESDE AS MEDIDAS INICIAIS)

A
  1. ABCDE
  2. COLETA DE EXAMES LABORATORIAIS + INICIAR ATB EMPÍRICO
  3. DOBUTAMINA
  4. PROSTAGLANDINA (PGE1) - PROSTIN!! - medida temporária
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16
Q

QUAL O TRATAMENTO EM RN COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA (CHOQUE CARDIOGÊNICO) POR PERSISTÊNCIA DO CANAL ARTERIAL?

(4 - DESDE AS MEDIDAS INICIAIS)

A
  1. ABCDE
  2. COLETA DE EXAMES LABORATORIAIS + ATB EMPÍRICO
  3. DOBUTAMINA
  4. IBUPROFENO / INDOMETACINA
17
Q

TRATAMENTO DA IC AGUDA NAS DEMAIS CRIANÇAS (EXCLUINDO RN):

QUAIS SÃO OS 4 PERFIS DE APRESENTAÇÃO DA IC NESSES PACIENTES?

A

EXISTEM 4 PERFIS, DE ACORDO COM SINTOMAS DE CONGESTÃO E A PERFUSÃO PERIFÉRICA DO PACIENTE:

PERFIL A = QUENTE E SECO (sem hipoperfusão e sem sinais de congestão - grau mais leve)

PERFIL B = QUENTE E ÚMIDO (sem hipoperfusão, mas com sinais de congestão - descompensação ocorre por elevação da PA e/ou sobrecarga hídrica)

PERFIL C = FRIO E ÚMIDO (com hipoperfusão e com sinais de congestão)

PERFIL L = FRIO E SECO (com hipoperfusão, mas sem sinais de congestão)

18
Q

DENTRE OS 4 PERFIS DE APRESENTAÇÃO DA INSUFICIENCIA CARDÍACA AGUDA NAS CRIANÇAS, QUAL O MENOS GRAVE E QUAL O MAIS COMUM?

A

PERFIL A = MENOS GRAVE

PERFIL B = MAIS COMUM

19
Q

QUAL O TRATAMENTO INDICADO NA IC AGUDA, DE ACORDO COM O PERFIL DE APRESENTAÇÃO DAQUELA CRIANÇA (4 PERFIS)?

**Excluem-se os RN**

A
  • PERFIL A = QUENTE E SECO - sem repercussão significativa -> AJUSTAR TERAPIA ORAL + REAVALIAÇÃO
  • PERFIL B = QUENTE E ÚMIDO -> DIURÉTICO EV (furosemida) e VASODILATADORES
  • PERFIL C = FRIO E ÚMIDO:

- Se PA adequada: DIURÉTICO + VASODILATADOR

- Se PA baixa: iniciar INOTRÓPICOS (ex: DOBUTAMINA, MILRINONA) e, em caso de refratariedade, iniciar vasopressores. Quando houver melhora da perfusão, iniciar DIURÉTICOS!

  • PERFIL L = FRIO E SECO -> inicialmente realizar PROVA DE VOLUME (10-20ml/kg), já que a descompensação pode ser apenas por hipotensão. Se não houver resposta, iniciar INOTRÓPICOS.
20
Q

QUAL O MECANISMO DE AÇÃO DA MILRINONA E POR QUÊ É TÃO UTILIZADA NO CHOQUE CARDIOGÊNICO NA PEDIATRIA?

A

MILRINONA:

INOTRÓPICO classificado como inibidor da fosfodiesterase-3

É muito útil no choque cardiogênico, pois aumenta a contratilidade e reduz a pós-carga por vasodilatação periférica, sem aumentar o consumo de oxigênio!!

21
Q

QUAL O MECANISMO DE AÇÃO DO NITROPRUSSIATO DE SÓDIO E DA NITROGLICERINA? QUANDO SÃO UTILIZADOS NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA?

A
  • NITROPRUSSIATO DE SÓDIO - VASODILATADOR predominantemente ARTERIAL
  • NITROGLICERINA - VASODILATADOR predominantemente VENOSO

Utilizados em pacientes com pressão venosa central elevada e congestão pulmonar.

22
Q

QUAIS OS MEDICAMENTOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO AMBULATORIAL DAS CRIANÇAS COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA?

(3 classes principais)

A
  • DIURÉTICOS: não alteram a sobrevida, mas melhoram os sintomas de retenção hídrica. **FUROSEMIDA 1-2 mg/kg/dia, 2 a 4 x/dia**. Em casos refratários, pode ser adicionada a hidroclorotiazida 2 mg/kg/dia, em 2 x/dia.
  • INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA (IECA): medicação de 1ª linha para controle da IC, sempre indicados na disfunção do VE, mesmo em pacientes assintomáticos, a não ser que haja contraindicação.
  • Drogas: **CAPTOPRIL ou ENALAPRIL**
  • Ação: reduzem a pós carga, melhorando o DC e, a longo prazo, revertendo o remodelamento cardíaco.
  • ANTAGONISTA DA ANGIOTENSINA II (BRA): parecido com IECA, sendo indicados quando o paciente não tolera essa medicação (tosse, angioedema)
  • BETABLOQUEADORES: CARVEDILOL e METOPROLOL - mais utilizados.
  • Ação: neutralizam os efeitos da ativação simpática crônica. Em adultos, melhoram a sobrevida, revertem o remodelamento cardíaco e diminuem a fibrose miocárdica, mas não há estudos em crianças
  • Atenção: Nunca devem ser usados em monoterapia e só podem ser prescritos para pacientes estáveis — na presença de descompensação cardíaca, devem ser descontinuados.
  • ANTAGONISTAS DE MINERALOCORTICOIDES: **ESPIROLONACTONA**. Em adultos, reduz a mortalidade, por inibir a fibrose miocárdica. As diretrizes pediátricas recomendam seu uso, sempre que não houver contraindicação. Principais efeitos colaterais: são hipercalemia e ginecomastia
  • DIGITÁLICOS: apesar de reduzir a hospitalização e melhorar os sintomas, a digoxina não altera a mortalidade - não está recomendada para pacientes com disfunção ventricular que são assintomáticos. Em pacientes refratários ao tratamento com outros agentes, pode ser usada em dose baixa (5 a 9 mcg/kg/dia).

O transplante cardíaco permanece como o tratamento de escolha nos estágios finais de IC em crianças refratárias ao tratamento clínico e ao cirúrgico.