Infeções Flashcards
Osteomielite - definição e agentes mais comuns
Osteomielite= infeção do tecido ósseo + medular, aguda// Comum em crianças por disseminação por via hematogénica c/ foco à distância.
Agente + comum: Staphilococcus áureos. Outros: h. influenza, streptococcus pyogenes e gram negativos.
Rx da ostiomelite?
Após a 2ª semana, é visível uma rarefação perióstia e destruição da metáfise. Edema dos tecidos moles e perda da definição
dos planos teciduais.
Estadiamento da ostiomielite
Estadiamento de cierney e Mader:
Grau 1→envolve apenas o canal medular
Grau 2→cortical óssea
Grau 3→ ambos
Grau 4→ sequestro e fistulização
Clínica da ostiomelite
Ostealgias, mal-estar e febre, impotência funcional, redução dos movimentos articulares
A infeção tardia associa-se a abcesso dos tecidos moles e fístula.
Alterações analíticas= confirmação do dx
De ostiomelite
Aspiração de abcessos dos tecidos moles ou da metáfise.
hemoculturas durante o período febril - metade dos casos são positivas
Leucocitose, VS e PCR aumentadas.
Tratamento da ostiomelite
Imobilização do membro; Ab → Flucloxacilina; analgesia e Fluidoterapia.
Se tx conservador falhar→cirurgia! Se Ab não resultar fazer furagens metafisárias para descompressão (drenagem do pus/abcesso subperiósteo que pode existir) e alívio dos sintomas.
Diagnósticos diferenciais de ostiomelite
Sarcoma de Ewing (único tumor que dá febre). Como fazer DD - RMN ou cintigrama de atividade leucocitária - com leucócitos marcados.
Outros DD: febre reumática, celulite, artrite supurada aguda, agudização em D. falciforme.
Complicações de ostiomelite
Artrite séptica
infeção da epífise com alteração do crescimento ósseo
Evolução para osteomielite crónica.
Qual o risco de termos uma fístula com vários anos de duração?
Evoluir para Carcinoma espinhocelular
Complicação rara. O doente tem uma história de osteomielite crónica, com evolução arrastada - 20 anos – com períodos de fistulização, e habitualmente uma fistulização duradoura com mais de 18 meses.
A malignização surge sobre o tecido de granulação, e varia de uma fase inicial - indistinguível, a uma fase mais avançada, com zonas de necrose e lobulação, por vezes acompanhadas de fratura patológica.
A amputação está indicada.
Infeção após artroplastia, infeção periprotésica (Pode ser imediata- superficial ou profunda- ou tardia) - Fatores de risco:
cirurgias prévias
bacteriémia (infeções ginecológicas, orais/dentárias)
infeções prévias (ex. osteomielite), imunodeprimidos, diabetes, obesidade, psoríase etc., condições do bloco operatório e a técnica cirúrgica.
Infeção periprotésica - clinica
Calor, rubor, dor, tumor - sinais inflamatórios
derrame
febre
rigidez da articulação
fistulização e/ou drenagem purulenta
Infeção periprotésica - como estudar?
VS, PCR, leucocitose (mas as análises laboratoriais não são as melhores para dx mas sim para avaliar o tx)
Rx (nas fases tardias podemos ter osteíte, erosão, reabsorção óssea)
Biópsia com exame histológico e técnica gram (se dúvida)→gram + consistentes com infeção ativa // gram – não excluem infeção ativa, aspiração de pus para análise
Infeção periprotésica - tratamento?
AB profilática: CEFALOSPORINAS (cefuroxime e Cefazolina). Se alergia à penicilina→clindamicina ou vancomicina. E se gram - → gentamicina.
Relativamente à prótese podemos mantê-la (controverso) ou substituir: mas temos de ver se existem condições para tal ou fazer um procedimento de salvação (artrodese, recessão artroplástica ou amputação).
Após infeção periprotésica, que formas temos de substituir a prótese?
A substituição pode ser imediata ou em 2 tempos.
A imediata faz-se quando temos uma prótese descolada ou desalinhada e uma infeção aguda com menos de 2 semanas, gram + suscetíveis e tec moles adjacentes em bom estado. A prótese deve ser revestida a prata e devem ser usados cimentos com Ab. Vantagens: menor agressão, custos + baixos. É muito útil nos idosos com mais de 80 anos em q o risco de morte aumenta com as reintervenções. Se infeção por MRSA, não pode ser feito pq tem de ser usado espaçador com Ab.
Substituição em 2 tempos: é preferencial na maioria dos casos, mas tem de ser bem ponderado nos idosos pq exige 2 intervenções, logo maior risco de morte. Faz-se 6 semanas de Ab e.v. antes de colocação da nova prótese.
infeção periprotésica: se optarmos por tal, qual é o procedimento de salvação mais comum?
Artrodese (é o procedimento de salvação + usado). Realizada com fixação interna/externa ou com encavilhamento intramedular.
Obj: conseguir uma imobilização rígida que permita um bom contacto dos topos ósseos.
Indicações: destruição do aparelho extensor, infeções resistentes, não haja apoio para uma nova prótese, lesões dos tec moles que condicionem a cicatrização, jovens com grandes possibilidades de reinfeção.