Infecções Congênitas Flashcards
Conceito de infecção congênita
-Infecções adquiridas intra útero
-Quanto mais próximo ao termo: Maior transmissibilidade
-Quanto mais inicial no período gestacional: Maior gravidade
-Maioria assintomática ao nascer
-Suspeita vai se dar a partir de informações do pré-natal
-Requer sorologias
Acrônimo TORCHS
TO- Toxoplasmose
R- Rubéola
C- Citomegalovírus
H- Herpes simples/varicela
S- Sífilis
Quais doenças são triadas no pré-natal
Sífilis e toxoplasmose no 1º e 3º trimestre de gestação
Triagem de CMV: Controversa
Rubéola: Apenas se quadro clínico sugestivo/suspeita epidemiológica
Quando suspeitar de infecção congênita
- Restrição de crescimento intrauterino
- Hepatoesplenomegalia
- Exantema
- Cardiopatias
- Lesões ósseas
- Alterações de SNC/oftalmológicas
- Alterações hematológicas
Exantema na TORCHS
-Exantema purpúrico (blueberry muffin) - Rubéola
-Rash cicatricial em zig-zag acompanhando dermátomo - Varicela congênita
-Exantema maculopapular e pênfigo palmo-plantar - sífilis
Calcificações intracranianas na TORCHS
Difusas = toxoplasmose
Periventriculares = CMV
Alterações oculares na TORCHS
Principalmente na toxoplasmose (coriorretinite)
Também pode-se pensar em rubéola (catarata/glaucoma)
Investigação de TORCHS
- Hemograma completo
- Função hepática
- Radiografia de ossos longos
- LCR
- USG transfontanela e/ou TC de crânio
- Fundo de olho
- Potencial evocado auditivo do tronco encefálico (PEATE)
- Sorologias e/ou pesquisa de agente etiológico nas secreções ou por PCR em sangue e líquor
TORCH de notificação compulsória
Toxoplasmose gestacional e congênita
Síndrome da rubéola congênita
Varicela grave
Sífilis gestacional e congênita
Aspectos gerais - Sífilis Congênita
-Maior transmissibilidade nas formas ativas/infecção materna recente
-40% dos conceptos evoluem para aborto ou natimortalidade
-50% apresentam manifestações clínicas
Sífilis congênita - Manifestações Clínicas Precoces
Precoce = 2 primeiros anos de vida
- Rinite sifilítica: Caracterizada por intensa secreção purulenta/sanguinolenta rica em treponema na VA superior. Possui grande capacidade de destruição estrutural dos tecidos ao redor (palato/septo nasal)
- Lesões cutâneo-mucosas: Caracterizadas pelo pênfigo palmo-plantar, com bolhas purulentas ricas em treponemas, principalmente em extremidades
- Lesões ósseas: Osteocondrite e periostite. Caracterizadas por serem extremamente dolorosas, associada a pseudoparalisia de Parrot
Mais comum: Osteocondrite periepifisária
Quando a mãe foi adequadamente tratada no pré-natal?
- Tratamento penicilínico
- Qtdd de doses adequada para a fase
- Se a mãe completou o tratamento
- Início do tratamento deve ser instituído com 30 dias ou mais anteriores ao tratamento
- Avaliação do(s) parceiro(s) quanto ao risco de reinfecção
- Queda de titulação
Avaliação do RN com sífilis congênita que a mãe não foi tratada ou foi inadequadamente tratada durante o pré-natal
Clínica
VDRL
Rx de ossos longos
hemograma
punção lombar
Quando o líquor é positivo para sífilis congênita?
Celularidade > 25
Proteína > 150
VDRL positivo
Planos de tratamento do RN com sífilis congênita que a mãe não foi tratada
A1- Deve ser instituído para pacientes com qualquer alteração sugestiva de sífilis + Líquor NORMAL
Tratamento: Penicilina Cristalina/Procaína: 50.000 Ui/kg/dose por 10 dias seguidos
OBS.: Na procaína, a dose é diária. Na cristalina, deve ser feita de 12/12h nos primeiros 7 dias e de 8/8h nos dias restantes
A2- Deve ser instituído quando há alteração no líquor ou não foi colhido
Tratamento: Penicilina cristalina 50.000 Ui/kg/dose, de 12/12h nos primeiros 7 dias e 8/8h nos 3 dias restantes
A3- Sem nenhuma alteração clínica/laboratorial/imagem em que se garante o seguimento da criança
Tratamento: Penicilina benzatina 50.000 Ui/kg/dose em dose única
OBS.: Se o seguimento não for garantido - Seguir com esquema A1
Sifilis - Plano de tratamento para mãe adequadamente tratada
RN com VDRL > materno em 2 diluições - Seguir com os planos de tratamento anteriores
Se RN com VDRL < materno em 2 diluições - Fazer acompanhamento.
Se não for possível acompanhar a criança - Plano A3
Acompanhamento Sífilis congênita
-Avaliação clínica no 1º ano de vida
-Avaliação auditiva (bera) e visual (fundo de olho)
-VDRL avaliar com 1-3-6-12-18 meses.
-LCR avaliar de 6/6meses até 2 anos.
OBS.: Se 2 resultados negativos consecutivos em VDRL e líquor, pode interromper o rastreio.
Manifestações clínicas Sífilis Congênita Tardia
- Inespecíficas:
-Hidrocefalia
-Retardo mental
-Surdez
-Ceratite intersticial - Específico da Sífilis congênita tardia
-TRÍADE DE HUTCHINSON: Dentes de Hutchinson + Surdez + Ceratite intersticial
-Fronte olímpica
-Nariz em sela
-Lesões cutâneas
-Tíbia em sabre
-Articulações de Clutton
TOXOPLASMOSE CONGÊNITA - Conceitos gerais
Causada pelo Toxoplasma gondii
Transmissão no adulto: Ingestão de cistos teciduais em carne de animal mal passada ou por oocistos em alimentos contaminados por fezes de gatos infectados
Transmissibilidade gestacional - 60% (quanto mais agudo maior a transmissibilidade)
OBS: Pode haver reativação da toxo adquirida antes da gestação e aumentar a transmissibilidade
Assintomática em 80-90%
Quando suspeitar? Informações do pré-natal
Toxoplasmose no adulto
- Assintomática e autolimitada
- Síndrome mononucleose-like
-Linfadenopatia cervical
-Febre baixa
-Mal estar geral - Cistos teciduais