Estrutura do Bulbo Flashcards
Capítulo 15 - Machado
Localização
Estrutura que faz parte do tronco cerebral, localizado acima da medula espinhal e abaixo da ponte
Delimitações
Limite inferior: ao nível do forame magno/borda inferior do forma magno ou plano horizontal logo acima da emergência do primeiro par de nervos espinhais(C1)
Limite superior: delimitado anteriormente pelo sulco bulbo-pontino. Mal delimitado posteriormente, indicado pelas estrias medulares
Visão anterior
Semelhante a ME, por ser um prolongamento desta estrutura. Possui sulcos e fissuras que delimitam as áreas ventral, lateral e posterior do bulbo.
Fissura mediana anterior
Sulco lateral anterior/ Sulco pré-olivar
Sulco lateral posterior / Sulco pós-olivar
Pirâmides e decussação piramidal
Olivas
Olivas
Abaulamento localizado na área lateral do bulbo entre os sulcos laterais anterior e posterior, lateral as pirâmides. Localização dos núcleos olivares inferiores. Importante marco anatômico para emergência dos nervos cranianos do bulbo.
Visão posterior
Parte fechada semelhante a ME, por se um prolongamento desta estrutura. Possui sulcos que delimitam a área posterior do bulbo.
Sulco mediano posterior / Encerra no Obex
Sulco intermédio posterior / Septo intermédio posterior(medula)
Sulco lateral posterior
Funículo posterior
Parte aberta: visualizada somente se “abrirmos” o 4° ventrículo, na porção rostral do bulbo teremos o assoalho do 4° ventrículo. Possui também relação com estruturas pontinas.
Trígono do Hipoglosso: acima do vago (12 > 10)
Trígono do Vago: abaixo do hipoglosso (12 > 10)
Área vestibular
Área postrema
Funículo posterior
Localizado na área posterior do bulbo entre o sulco mediano posterior e sulco lateral posterior. Dividido pelo sulco intermédio posterior em fascículo grácil(medial) e fascículo cuneiforme(lateral). Ambos encerram nos seus respectivos tubérculos, corpos neuronais localizados mais acima próximo ao limite com a ponte. Fibras ascendentes relacionados a propriocepção consciente, sensibilidade vibratória e tato epicritico/discriminativo.
Área vestibular
Localização dos núcleos vestibulococleares, área contínua entre o bulbo e a ponte, sem delimitação entre suas estruturas
Área postrema
Lateral ao trígono vagal na parte aberta posterior do bulbo, responsável pela regulação do reflexo do vômito
IX par de nervo craniano: Glossofaríngeo
Emerge ao lado do sulco lateral posterior, posteriormente as olivas bulbares (sulco pós-olivar)
X par de nervo craniano: Vago
Emerge ao lado do sulco lateral posterior, posteriormente as olivas bulbares (sulco pós-olivar)
XI par de nervo craniano: Acessório
Emerge ao lado do sulco lateral posterior, posteriormente as olivas bulbares (sulco pós-olivar). Possui raízes radiculares bulbares e espinhais.
XII par de nervo craniano: Hipoglosso
Emerge no sulco lateral anterior, anteriormente as olivas (sulco pré-olivar). Único par que emerge a frente das olivas e que não respeita a regra de numeração dos nervos cranianos (número aumenta no sentido descendente e de medial para lateral)
Pirâmides bulbares
Eminências localizadas na área ventral do bulbo, entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior, que recebem este nome pois possuem conformação piramidal ao corte coronal.
Formado por um feixe compacto de fibras nervosas descendentes/motoras(trato corticoespinhal).
Decussação das pirâmides: Limite inferior das pirâmides, visualizada pela obliteração da fissura mediana anterior. Local de cruzamento oblíquo de 75-90% das fibras descendentes.
Núcleo olivar inferior
Massa de substância cinzenta localizada na oliva, recebe fibras do córtex, medula e núcleo rubro. Liga-se através do cerebelo através das fibras olivocerebelares que cruzam o plano mediano, penetram no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar inferior distribuindo-se ao córtex do órgão. Em corte, aparece como uma lâmina de subs. cinzenta pregueada e encurvada sobre si mesma, com uma abertura principal dirigida medialmente.
Núcleo ambíguo
Situado profundamente no interior do bulbo. Núcleo motor para m.estriada, de origem branquiomérica. Dele saem fibras eferentes viscerais especiais do IX, X e XI pares cranianos, destinados a musculatura da laringe e faringe.
Núcleo do hipoglosso
Situa-se no trígono do hipoglosso, no assoalho do IV ventrículo. Núcleo motor onde se originam-se fibras eferentes somáticas para musculatura da língua. Suas fibras dirigem-se ventralmente para emergir no sulco lateral anterior do bulbo, entre a pirâmide e a oliva.
Núcleo dorsal do vago
Situa-se no trígono do vago, no assoalho do IV ventrículo. Núcleo motor pertencente ao parassimpático. Nele estão situados os neurônios pré-ganglionares cujos axônio saem pelo nervo vago.
Núcleos vestibulares
Situa-se na área vestibular do IV ventrículo, atingindo o bulbo apenas os núcleos vestibulares inferior e medial. São núcleos sensitivos que recebem as fibras que penetram pela porção vestibular do VIII par.
Núcleo do trato solitário
Núcleo sensitivo que recebe fibras aferentes viscerais gerais e especiais que entram pelo VII, IX e X pares cranianos. Antes de penetrarem no núcleo, as fibras têm trajeto descendente no trato solitário, sendo quase totalmente circundado pelo núcleo. As fibras aferentes viscerais especiais que penetram no núcleo do trato solitário estão relacionados com a gustação.
Núcleo do trato espinhal do nervo trigêmeo
Núcleo que chegam fibras aferentes somáticas gerais, trazendo impulsos relacionados a sensibilidade de quase toda cabeça pelos nervos V, VII, IX e X . No bulbo trazem apenas a sensibilidade geral do pavilhão e conduto auditivo externo. Corresponde a substância gelatinosa da medula, com a qual continua.
Núcleo salivatório inferior
Origina fibras pré-ganglionares que emergem pelo nervo glossofaríngeo para inervação da parótida.
Núcleo grácil e cuneiforme
Massa cinzenta localizada nos tubérculos grácil e cuneiforme. Relacionados a sensibilidade vibratória, tato epicritico/discriminativo, propriocepção consciente e estereognosia. Dão origem a fibras arqueadas internas que cruzam o plano mediano para formar o lemnisco medial.
Decussação do lemnisco / Decussação sensitiva
Fibras originadas nos núcleos grácil e cuneiforme chamadas de fibras arqueadas internas, que mergulham ventralmente, passam através da coluna posterior, cruzam o plano mediano e infletem-se cranialmente para constituir de cada lado o lemnisco medial.
Decussação das pirâmides / Decussação motora
Decussação das pirâmides: Limite inferior das pirâmides, visualizada pela obliteração da fissura mediana anterior. Local de cruzamento oblíquo de 75-90% das fibras descendentes que continuam com trato corticoespinhal lateral, neste trajeto as fibras atravessam a subs. cinzenta, separando a cabeça e a base da coluna anterior.
Abertura do IV ventrículo
Ao fim do tubérculo grácil e cuneiforme, não havendo mais nenhuma estrutura do funículo posterior, abre-se o canal central formando o IV ventrículo, cujo assoalho é constituído de subs. cinzenta homologa à medula (núcleos de nervos cranianos).
Núcleos olivares acessórios medial e dorsal
Possuem basicamente a mesma estrutura, conexão e função do núcleo olivar inferior. Constituem, junto ao núcleo olivar inferior, o complexo olivar inferior.
Substância cinzenta própria do bulbo
Núcleos grácil e cuneiforme
Núcleo olivar inferior
Núcleos olivares acessórios medial e dorsal
Substância branca do bulbo
Fibras transversais / Fibras arqueadas (internas e externas). Fibras longitudinais (vias ascendentes, descendentes e de associação).
Fibras arqueadas internas
Formam dois dos grupos principais:
Axônios dos neurônios dos núcleos grácil e cuneiforme no trajeto para a formação do lemnisco medial.
Fibras olivocerebelares do complexo olivar inferior que cruzam o plano mediano, penetrando o cerebelo do lado oposto pelo pedúnculo cerebelar inferior.
Fibras arqueadas externas
Originam-se no núcleo cuneiforme acessório, possuem trajeto próximo a superfície do bulbo e penetram o cerebelo pelo pedúnculo cerebral inferior.
Vias ascendentes do Bulbo
Fascículos grácil e cuneiforme Lemnisco medial Trato espinotalâmico lateral Trato espinotalâmico anterior Trato espinocerebelar anterior Trato espinocerebelar posterior Pedúnculo cerebelar inferior
Fascículos grácil e cuneiforme
Visíveis na porção fechada do bulbo, no funículo posterior. Relacionados a propriocepção conscientes, sensibilidade vibratória, tato epicritico e estereognosia.
Lemnisco medial
Forma uma fita compacta de fibras de cada lado mediano que terminam no tálamo.
Trato espinotalâmico lateral
Situado na área lateral do bulbo, medialmente ao trato espinocerebelar anterior. Relacionado a sensibilidade dolorosa e térmica.
Trato espinotalâmico anterior
Ascende junto ao trato espinotalâmico lateral, tem no bulbo uma posição correspondente à sua posição na medula. Relacionado ao tato protopático e pressão.
Trato espinocerebelar anterior
Situa-se superficialmente na área lateral do bulbo, entre o núcleo olivar e o trato espinocerebelar posterior. Continua na ponte e penetra o cerebelo pelo pedúnculo cerebelar superior. Relacionado a propriocepção inconsciente e detecção dos níveis de atividade do t. corticoespinhal.
Trato espinocerebelar posterior
Situa-se superficialmente na área lateral do bulbo, entre o trato espinocerebelar anterior e o pedúnculo cerebelar inferior, com o qual pouco a pouco se confunde. Relacionado a propriocepção inconsciente.
Pedúnculo cerebelar inferior
Proeminente feixe de fibras ascendentes que percorrem as bordas laterais da metade inferior do IV ventrículo até o nível dos recessos laterais, onde se fletem dorsalmente para penetrar no cerebelo.
Fibras que constituem o pedúnculo cerebelar inferior: fibras olivocerebelares; trato espinocerebelar posterior; fibras arqueadas externas.
Vias descendentes
Tratos do sistema lateral da medula - T. cortico espinhal lateral - T. rubroespinhal Tratos do sistema medial da medula - T. corticoespinhal anterior - T. tetoespinhal - T. vestibuloespinhais - T. reticuloespinhais Trato corticonuclear Trato espinhal do nervo trigêmeo Trato solitário
Trato corticoespinhal lateral
Trato motor voluntário constituído por fibras originadas no córtex cerebral, que passam no bulbo em trânsito para a medula, ocupando a pirâmides bulbares.
Trato rubroespinhal
Trato motor voluntário originado no núcleo rubro do mesencéfalo, chega a medula por trajeto que não passa pelas pirâmides. No homem é menos importante que o corticoespinhal.
Trato corticonuclear
Constituído por fibras originadas no córtex cerebral e que terminam em núcleos motores do tronco encefálico. No caso do bulbo, estas fibras terminam nos núcleos ambíguo e do hipoglosso, permitindo o controle voluntário dos m. da laringe, faringe e língua.
Trato espinhal do nervo trigêmeo
Constituído por fibras sensitivas que penetram na ponte pelo nervo trigêmeo e tomam um trajeto descendente ao longo do núcleo do trato espinhal do nervo trigêmeo, onde terminam. Dispõe-se lateralmente a este núcleo, e o número de suas fibras diminui progressivamente em níveis mais caudais.
Trato solitário
Formado por fibras aferente viscerais, que penetram no tronco encefálico pelos nervos VII, IX e X. Tomam trajeto descendente ao longo do núcleo do trato solitário, no qual vão terminando em níveis progressivamente mais caudais.
Vias de Associação
Fibras que constituem o fascículo longitudinal medial, presente em toda extensão do tronco encefálico e níveis mais altos da medula. Facilmente identificado nos cortes por sua posição sempre medial e dorsal.
Fascículo longitudinal medial
Corresponde ao fascículo próprio, que é a via de associação da medula. O fascículo longitudinal medial liga todos os núcleos motores dos nervos cranianos. Importante para o movimento do bulbo ocular e da cabeça.
Recebe fibras dos núcleos vestibulares, trazendo impulsos que informam sobre a posição da cabeça. Deste modo o fascículo medial é importante para os reflexos que coordenam os movimentos da cabeça e dos olhos, além de vários outros reflexos envolvendo ou estruturas do tronco cerebral.
Formação reticular do bulbo
Preenche todo o espaço não ocupado pelos núcleos e tratos mais compactos. Na formação reticular do bulbo localiza-se o centro respiratório, muito importante na regulação do ritmo respiratório, centro vasomotor e centro do vômito. A presença dos centros respiratórios e vasomotor no bulbo torna as lesões neste órgão particularmente graves.
Síndromes bulbares
Lesões restritas ao bulbo causam sinais e sintomas muito variado, que caracterizam as diversas sind. bulbares que serão abordadas em outro capítulo.
Sintomas mais característicos:
- Disfagia e alt. da fonação por lesão do núcleo ambíguo
- Alt. movimentos da língua por lesão do núcleo hipoglosso
- Paralisias e perda de sensibilidade no tronco e membros por lesão de vias ascendentes e descendentes
Núcleo cuneiforme acessório
Relacionado a propriocepção inconsciente dos MMSS e pescoço, mesma função do trato espinocerebelar.