Epilepsia Flashcards
O que é a epilepsia?
Desordem cerebral em que há predisposição de gerar crises epilépticas recorrentes, ocorrendo por alguma anormalidade intrínseca no circuito elétrico cerebral, podendo gerar crises recorrentes mesmo sem a precipitação de um fator externo.
Como é definida a epilepsia?
É a presença de pelo menos 2 crises epilépticas com um intervalo mínimo de 24h ou a presença de 1 crise apenas mas com mais de 60% de chance de recorrência.
Como estabelecer a chance de recorrência da crise epiléptica?
São pacientes com alteração no exame neurológico, alteração estrutural na imagem (ex: tumor), crise durante o sono e alteração no EEG.
Por que as crises convulsivas febris e as crise sintomáticas não entram no contexto da epilepsia?
Pois as crises febris e as crises sintomáticas apresentam um fator provocador (são provocadas) que é TRANSITÓRIO. Já a crise epiléptica, as crises recorrentes podem ocorrer sem um fator precipitante.
Por que a crise epiléptica é desencadeada?
É desencadeda por uma atividade anormal no córtex cerebral de um grupamento de neurônios com atividade elétrica anormal.
Qual a expressão clínica da crise epiléptica?
Varia conforme a região cortical acometida, podendo ser motora (córtex motor), sensitiva (córtex sensitivo), psíquicas (temporal ou frontal) e autonômicas (temporal).
Defina: crise epiléptica, convulsão, epilepsia e estado pós-ictal.
Exacerbação paroxística de uma determinada função cerebral (motora, sensitiva, psíquica ou comportamental).
Exacerbação paroxística motora.
Crises epilépticas recorrentes.
Período logo após a crise que dura de 30 minutos a 2 horas, sendo marcado por disfunção de uma área cerebral afetada.
O que é o estado da mau epiléptico (status epilepticus)?
É a presença de uma crise epiléptica com duração maior do que 30 minutos ou as crises são recorrentes (crises subentrantes) sem que tenha havido recuperação da consciência entre elas.
O que é o estado pós-ictal?
É o período logo após a crise, que pode durar de 30min - 2h, sendo frequentemente marcado por sonolência, vômitos ou cefaleia. Pode haver também hiper-reflexia profunda com clônus, ataxia e Babinski.
O que é a paralisia de Todd?
É uma hemiparesia transitória que pode se instalar no período pós-ictal de uma crise focal motora. Possui resolução espontânea em até 24h (mais que isso deve-se suspeitar de evento isquêmico).
Qual a incidência cumulativa da epilepsia?
3% da população geral, sendo que metade dos casos se inicia na infância.
Qual a epidemiologia das crises convulsivas?
Ocorre em até 10% das crianças, podendo ser uma crise convulsiva febril, crise sintomática ou crise epiléptica.
Quantas crianças terão epilepsia após uma crise convulsiva?
Apenas 30% das crianças terão epilepsia após uma crise convulsiva.
Qual a classificação das crises epilépticas?
Está relacionada à consciência no momento da crise:
- Generalizada: há perda total da consciência. A crise ocorre mais ou menos de forma síncrona e simultânea em diversso pontos diferentes do cérebro. Mais frequentes em crianças
- Parcial simples: sintomas focais (de uma determinada área cortical) sem alteração da consciência. O foco epiléptico está em um local em apenas 1 hemisfério.
- Parcial complexa: “nasce” no lobo temporal ou frontal e há alteração no nível de consciência (não responsividade, olhar distante). Podem haver automatismos oroalimentares (mastigar, engolir) e perseveração (movimentos repetidos).
Qual o pico de idade da incidência de epilepsia?
O pico de incidência é em 1 ano de vida, se mantendo até a idade pré-escolar.
Quais as possíveis explicações para ser mais frequênte na infância?
O encéfalo da criança apresenta situações epileptogênicas que favorecem o aparecimento da crise epiléptica: aumento nos neurotransmissores excitatórios e atividade paradoxal do GABA como neurotransmissor excitatório além de sua ação inibitória.
Qual a relação entre a idade e a lesão neurológica pela crise epiléptica?
As crianças, apesar de serem mais propensas a desenvolverem uma crise epiléptica que os adultos, apresentam uma proteção maior em relação à lesão axonal secundária. Porém, existem evidências de que a crise epiléptica no período neonatal favorece a epileptogênese no futuro e pode causar déficit de aprendizado/memória na vida adulta.
Qual a classificação etiopatogênica da epilepsia? Comente sobre cada tipo.
1) Genética ou Idiopática: não é identificado um fator causal, porém ocorre provavelmente por alterações bioquímicas neuronal herdadas geneticamente.
2) Com causa estrutural-metabólica ou sintomáticas: são resultantes de uma lesão cerebral identificável, como encefalopatia hipóxico-isquêmica, malformações de migração ou desenvolvimento neuronal, MAVs, tumores.
3) Criptogênica: existe lesão cerebral provável, mas os exames de imagem não conseguem identificá-la.
Por que áreas de morte neuronal podem se transformar em focos epileptogênicos?
Existem algumas teorias: as áreas de morte neuronal podem perder seletivamente neurônio inibitórios gabaérgicos ou formariam ao longo do tempo circuitos excitatórios aberrantes.
Quais informações eu devo buscar para a melhor estratégia terapêutica da epilepsia?
A idade de início, frequência, momento do dia ou noite, fatores precipitantes, tipo da crise e desenvolvimento neuropsicomotor da criança.
Quais os fatores de mau prognóstico na epilepsia?
Início precoce, crises de difícil controle com anticonvulsivantes, crises que levam à deterioração cognitiva e motora e anormalidades neurológicas prévias (ex: atraso global no desenvolvimento neuropsicomotor).
Como é feito o Dx de epilepsia?
É EMINENTEMENTE CLÍNICO.