ENDOCARDITIS Flashcards

1
Q

Qual a definição de endocardite?

A

Endocardite é a inflamação do endocárdio, membrana que reveste as válvulas cardíacas.

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2
Q

Quais os dois tipos principais de endocardite e qual o mais frequente?

A

Endocardite infecciosa (mais frequente) e Endocardite não infecciosa.

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3
Q

Quais são os subtipos de endocardite não infecciosa?

A

Endocardite marântica, endocardite imune e endocardite por Loeffler

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4
Q

O que causa a endocardite marântica?

A

É causada pela presença de tecido tumoral nas válvulas cardíacas, geralmente proveniente de câncer de pulmão, pâncreas ou próstata.

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5
Q

Quais doenças autoimunes podem causar endocardite?

A

Febre reumática, lúpus eritematoso sistêmico (endocardite de Libman-Sachs) e artrite reumatoide.

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6
Q

Qual a principal característica da endocardite de Loeffler?

A

Provoca insuficiência mitral e, em alguns casos (1/3), pode levar à insuficiência cardíaca e causar embolia.

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7
Q

O que causa a endocardite infecciosa?

A

É uma infecção do endocárdio, principalmente das válvulas, por microrganismos como bactérias, clamídias, riquétsias, micoplasmas, fungos ou vírus, que chegam à região por via hematogênica.

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8
Q

Qual a faixa etária mais afetada pela endocardite infecciosa?

A

Anciãos com doença valvular prévia ou com próteses valvares, submetidos a procedimentos de saúde

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9
Q

Quais os picos de incidência de endocardite infecciosa no Brasil e seus principais fatores de risco?

A

25 anos (drogadição intravenosa), 45 anos (endocardite típica por estreptococos do grupo Viridans) e maiores de 65 anos (endocardite do idoso, valvulopatias degenerativas, infecções hospitalares)

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10
Q

Qual a incidência de endocardite infecciosa na população geral e em maiores de 70 anos?

A

3-10 casos a cada 100.000 pessoas/ano na população geral e 14,5 casos a cada 100.000 pessoas/ano em maiores de 70 anos

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11
Q

Qual a proporção entre homens e mulheres afetados pela endocardite infecciosa?

A

2:1 (homens:mulheres)

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12
Q

Quais os três principais fatores envolvidos na patogênese da endocardite infecciosa?

A

Lesão cardíaca subjacente, bacteriemia (evento predisponente) e virulência do microrganismo.

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13
Q

Como ocorre o dano endotelial que predispõe à endocardite infecciosa?

A

Fluxo sanguíneo turbulento, cateteres, inflamação (ex: cardite reumática) ou mudanças degenerativas nos idosos

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14
Q

Explique a formação da vegetação na endocardite infecciosa.

A

Após o dano endotelial, proteínas da matriz extracelular são expostas, levando à produção de fator tecidual e deposição de fibrina e plaquetas. Bactérias aderem a essa superfície, proliferam e formam a vegetação (fibrina + bactérias).

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15
Q

Quais os tipos de EI de acordo com o tempo de evolução do quadro clínico?

A

Aguda (< 1 mês), subaguda (< 6 meses) e crônica (> 6 meses)

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16
Q

Diferencie a endocardite de válvula protésica (EVP) precoce da tardia.

A

EVP precoce ocorre em menos de 1 ano após a cirurgia e EVP tardia ocorre após 1 ano da cirurgia.

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17
Q

Como se classifica a endocardite infecciosa quanto à localização?

A

Válvula nativa esquerda, válvula protésica esquerda, direita e relacionada a dispositivos (ex: marcapassos).

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18
Q

Diferencie a EI nosocomial da não nosocomial.

A

Nosocomial: desenvolve-se após 48h de internação.
Não nosocomial: manifesta-se antes de 48h da internação.

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19
Q

Qual o principal fator de risco para EI recorrente de válvula nativa?

A

Uso de drogas intravenosas.

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20
Q

Quais as características da EI associada ao uso de drogas IV?

A

Maior incidência em pacientes HIV positivos, afeta principalmente a válvula tricúspide (73% dos casos) e frequentemente causa embolia pulmonar séptica (87% dos casos).

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21
Q

Quais os agentes etiológicos mais comuns na EI com hemoculturas positivas?

A

Estreptococos, enterococos (muitas vezes sensíveis à penicilina G) e estafilococos.

22
Q

Qual o agente etiológico mais frequente em países desenvolvidos, tanto em EI de válvula nativa quanto em protésica?

A

Staphylococcus aureus.

23
Q

Em quais situações a EI costuma cursar com hemoculturas negativas?

A

Tratamento antibiótico prévio, infecção por microrganismos nutricionalmente exigentes (ex: HACEK) ou intracelulares (ex: Coxiella burnetii).

24
Q

Quais microrganismos compõem o grupo HACEK?

A

Aggregatibacter (ex-Haemophilus), Actinobacilus, Cardiobacterium, Eikenella e Kingella.

25
Q

Quais métodos diagnósticos adicionais podem ser utilizados em casos de suspeita de EI com hemoculturas negativas?

A

Sorologia, cultura, imunohistoquímica, PCR da válvula, dependendo do microrganismo suspeito.

26
Q

Quais as principais consequências da endocardite infecciosa?

A

Bacteremia ou fungemia, valvulite ativa, embolia periférica e fenômenos imunológicos e vasculares.

27
Q

Por que os fenômenos vasculares imunológicos são mais comuns na EI subaguda?

A

Na forma aguda, o desenvolvimento do quadro é rápido demais para que esses fenômenos se manifestem.

28
Q

Diferencie as manifestações clínicas da EI em termos de: sépticas, cardíacas, imunes e vasculares (embolicas).

A

○ Sépticas: Febre alta, calafrios, sudorese, mal-estar geral, perda de peso, anorexia, dedos em palillo de tambor, unhas em vidro de relógio.
○ Cardíacas: Sopros cardíacos, insuficiência cardíaca, perfuração do septo interventricular, bloqueio AV completo, abscesso muscular cardíaco, empiema pericárdico.
○ Imunológicas: Artralgias, artrite, glomerulonefrite, esplenomegalia, manchas de Roth (retina), nódulos de Osler (pele).
○ Vasculares/Embólicas: Embolias periféricas, embolias pulmonares, aneurismas micóticos, petéquias, hemorragias subconjuntivais, hemorragias em astilha (subungueais), manchas de Janeway (pele)

29
Q

Quais achados laboratoriais podem indicar EI?

A

Eritrossedimentação elevada, leucocitose, neutrofilia, desvio à esquerda, presença de cilindros leucocitários e hemáticos na urina (glomerulonefrite).

30
Q

O que o eletrocardiograma pode revelar em casos de EI?

A

Distúrbios de condução, alterações isquêmicas (embolias) e aumento do intervalo PR (abscesso do anel valvar).

31
Q

Quais achados radiográficos são sugestivos de EI?

A

Cardiomegalia, sinais de hipertensão venocapilar pulmonar e sinais de embolia pulmonar séptica.

32
Q

Qual o exame padrão-ouro para o diagnóstico de EI e qual sua sensibilidade?

A

Ecocardiograma (transesofágico - ETE - é o mais sensível). ETE: 90-100%. Ecocardiograma transtorácico (ETT): 40-65%

33
Q

Quais as indicações para a realização de ETE na suspeita de EI?

A

ETT negativa com alta suspeita clínica, ETT positiva, ETT de baixa qualidade técnica, presença de válvulas protésicas ou dispositivos intracardíacos.

34
Q

Em caso de ETE inicial negativo e persistência do quadro clínico, o que se recomenda?

A

Repetir o ETE em 7-10 dias.

35
Q

ite outros exames que podem ser solicitados na investigação de EI e suas indicações.

A

○ Tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM): Sinais neurológicos, suspeita de aneurisma micótico cerebral, suspeita de infarto ou abscesso esplênico.
○ Angiografia: Suspeita de aneurisma micótico cerebral.

36
Q

Qual o principal objetivo do tratamento da EI?

A

Cura da infecção através da esterilização das vegetações.

37
Q

Por que o tratamento antimicrobiano na EI geralmente é prolongado?

A

Devido às características da vegetação (alto inóculo bacteriano, atividade metabólica reduzida, matriz fibrinoplaquetária que dificulta a ação de células fagocitárias).

38
Q

Quais fatores devem ser considerados na escolha do tratamento antimicrobiano?

A

Forma de apresentação clínica, válvula acometida, agente etiológico, características do paciente (idade, função renal, alergias, etc.), eficácia e segurança do antibiótico, adesão ao tratamento e custo.

39
Q

Qual a recomendação geral em relação à hospitalização de pacientes com suspeita de EI?

A

Todos os pacientes com suspeita de EI devem ser hospitalizados, pelo menos durante a fase inicial de avaliação e tratamento

40
Q

Quando a consulta com cirurgião cardíaco é indicada em casos de EI?

A

Diagnóstico de EI, insuficiência valvular moderada a grave, vegetações >10mm, insuficiência cardíaca, instabilidade hemodinâmica, complicações (ex: abscesso, embolias), EI associada a implantes.

41
Q

Qual a importância da coleta de hemoculturas no tratamento da EI?

A

Essencial para identificar o agente etiológico e direcionar o tratamento antimicrobiano adequado.

42
Q

Qual a via de administração preferencial para os antimicrobianos na EI?

A

Via parenteral (intravenosa ou intramuscular).

43
Q

Qual a duração mínima do tratamento antimicrobiano na EI?

A

2 semanas, podendo se estender por 4 a 6 semanas (válvula nativa) ou mais de 6 semanas (válvula protésica).

44
Q

Qual o tratamento antibiótico empírico recomendado para EI aguda?

A

Vancomicina + Rifampicina.

45
Q

Qual o tratamento antibiótico empírico recomendado para EI subaguda por Streptococcus viridans?

A

Penicilina ou Ceftriaxona + Gentamicina.

46
Q

Quais as opções de tratamento para EI por: Enterococcus, Streptococcus pneumoniae, Staphylococcus aureus e bacilos gram-negativos ?

A

○ Enterococcus: Depende da sensibilidade aos antibióticos.
○ Streptococcus pneumoniae: Penicilina em altas doses ou Ceftriaxona.
○ Staphylococcus aureus: Vancomicina + Rifampicina.
○ Bacilos gram-negativos: Ceftazidima + Amicacina.

47
Q

Por que a EI por Pseudomonas aeruginosa geralmente requer tratamento cirúrgico?

A

É altamente virulenta e destrutiva para a válvula cardíaca

48
Q

Qual o tratamento de escolha para EI por Brucella?

A

Doxiciclina + Estreptomicina ou Gentamicina + Rifampicina. Muitas vezes, a troca valvular é necessária.

49
Q

Qual o tratamento recomendado para EI por Coxiella?

A

Doxiciclina + Rifampicina ou uma quinolona (ex: Ofloxacino) por no mínimo 3 anos.

50
Q

Quais os antifúngicos utilizados no tratamento da endocardite fúngica?

A

Anfotericina B (principal), equinocandinas (caspofungina, anidulafungina, micafungina), fluconazol.

51
Q

Quais as indicações para tratamento cirúrgico na EI?

A

○ Insuficiência cardíaca refratária ao tratamento clínico.
○ Insuficiência aórtica ou mitral aguda grave com instabilidade hemodinâmica.
○ Infecção persistente após 7-10 dias de tratamento antibiótico adequado.
○ Presença de pseudoaneurisma, fístula, vegetação em crescimento ou abscesso perivalvular.
○ Endocardite fúngica ou por microrganismos multirresistentes.
○ Embolia recorrente após tratamento antibiótico adequado.
○ Endocardite em pacientes com marcapasso ou cardiodesfibrilador.
○ Endocardite protésica precoce por microrganismos agressivos.
○ Insuficiência aórtica ou mitral grave sem insuficiência cardíaca (opcional).

52
Q

Quais os principais fatores de risco para mortalidade na EI?

A

Abscesso miocárdico e insuficiência renal.