ARRITMIA Flashcards
O que define as taquicardias supraventriculares?
○ São definidas como taquicardias originadas acima da bifurcação do Feixe de His
Quais são os dois principais grupos de taquicardias supraventriculares?
○ a) Taquicardias originadas na aurícula.
○ b) Taquicardias originadas na junção A-V.
Quais são os três mecanismos fisiopatológicos que podem gerar arritmias supraventriculares?
○ Desordens na formação do impulso.
○ Desordens na condução do impulso (reentrada).
○ Alterações anatômicas (presença de vias acessórias).
Quais são as três condições indispensáveis para o desenvolvimento de arritmias por reentrada?
○ Existência de duas vias de condução com velocidades diferentes.
○ Bloqueio unidirecional do impulso em uma das vias.
○ Presença de uma zona de condução lenta que permita a reexcitação do tecido.
O que caracteriza a taquicardia sinusal?
○ Ativação cardíaca iniciada no nódulo sinusal com frequência acima de 100 bpm em adultos.
Qual a frequência cardíaca máxima usual na TS? Qual a exceção?
○ Raramente ultrapassa 150 bpm. Durante exercício ou em crianças pode chegar a 200 bpm.
Como confirmar o diagnóstico de TS no eletrocardiograma (ECG)?
○ Ondas P sinusais (ativas em DII, DIII e aVF), regulares e com frequência superior a 100 bpm.
A TS é frequentemente uma arritmia primária?
○ Raramente. Geralmente é resposta fisiológica a exercício ou emoções.
Cite algumas condições que podem causar TS secundária.
○ Febre, hipovolemia, anemia, insuficiência cardíaca, hipertiroidismo, feocromocitoma, choque, TEP, medicamentos (adrenalina, isoproterenol, atropina), drogas (tabaco, café, cocaína).
Como se manifesta clinicamente a TS?
○ Geralmente assintomática ou com palpitações de início e fim graduais. Pode causar ansiedade em predispostos.
Qual o tratamento da TS?
○ Investigar e tratar a causa base. Se primária e sintomática, considerar betabloqueadores.
O que são extrassístoles? Qual a prevalência em adultos?
○ Latidos cardíacos prematuros de origem não-sinusal, presentes em 60% dos Holter de 24h.
Como identificar uma EA no ECG?
○ Ondas P prematuras, diferentes da morfologia sinusal, com intervalo PR geralmente prolongado. Pausa compensatória após a extrassístole.
Descreva os padrões de bigeminismo e trigeminismo.
○ Bigeminismo: alternância entre um batimento sinusal e uma extrassístole.○ Trigeminismo: dois batimentos sinusais seguidos por uma extrassístole
O que diferencia uma taquicardia de uma dupla extrassístole?
○ Taquicardia: três ou mais extrassístoles consecutivas.
○ Dupla extrassístole: duas extrassístoles consecutivas.
Quais as causas de EA?
○ Comuns em pessoas saudáveis, especialmente com ansiedade, tabagismo, álcool ou café. Também em condições com dilatação atrial ou hiperadrenérgicas.
Quais os sintomas e riscos da EA?
○ Podem ser assintomáticas, causar palpitações, pausas e ansiedade. Isoladas, geralmente não causam instabilidade hemodinâmica. Principal risco é desencadear FA ou Flutter.
É sempre necessário tratar as EAs?
○ Não. Tratar se frequentes e sintomáticas, com mudança de hábitos de vida e betabloqueadores. Ablação por radiofrequência é opção em casos refratários.
Defina Flutter Auricular.
○ Arritmia atrial rápida (aprox. 300 bpm), com padrão eletrocardiográfico específico, similar ao bater de asas de borboleta.
Quais pacientes são mais propensos a desenvolver Flutter Auricular?
○ Pacientes com cardiopatia, hipertensão, doença pulmonar crônica ou idade avançada.
Quais os tipos de Flutter Auricular e suas principais características?
○ Tipo 1: frequência atrial de 240-340 bpm, subdividido em comum/típico, incisional e incomum/atípico. Pode ser suprimido por marcapasso atrial.
○ Tipo 2: frequência atrial de 340-430 bpm, não responde a marcapasso atrial.
Descreva a fisiopatologia do Flutter Auricular Comum/Istmico.
○ Macrorreentrada na aurícula direita, com a onda de excitação circulando ao redor da válvula tricúspide.
Qual o padrão eletrocardiográfico típico do Flutter Auricular?
○ Taquicardia atrial regular a cerca de 300 bpm, com ondas em “dente de serra” nas derivações inferiores (DII, DIII e aVF).
O Flutter Auricular acomete apenas pacientes com cardiopatias?
○ Não. Pode ocorrer em indivíduos saudáveis, especialmente atletas de resistência. Contudo, é mais frequente em pacientes com HAS, DPOC, doença cardíaca ou hipertireoidismo
Quais as principais manifestações clínicas do Flutter Auricular?
○ Palpitações rápidas e regulares. Mais raramente, embolia arterial ou IC por taquicardiomiopatia.
Como tratar o Flutter Auricular na fase aguda?
○ Cardioversão elétrica (50J bifásico) o farmacológico com amiodarona o sotalol é o tratamento de escolha se < 48h. Se > 48h, anticoagulação e controle de frequência ventricular com betabloqueadores ou bloqueadores de canais de cálcio.
Qual o tratamento do Flutter Auricular crônico?
○ Ablação do istmo cavo-tricuspídeo como primeira linha. Anticoagulação a longo prazo similar à fibrilação atrial.
Quais as opções farmacológicas para prevenir recorrências do Flutter Auricular?
○ Se sem cardiopatia estrutural: flecainida ou propafenona associadas a betabloqueadores, diltiazem ou verapamil.○ Se com cardiopatia: sotalol ou amiodarona.
Qual a principal característica do Flutter Atípico e o tratamento recomendado?
○ Ondas regulares de 250-300 bpm, morfologia da onda P variável. Ocorre em átrios dilatados e fibróticos. Ablação por mapeamento tridimensional é o tratamento de escolha.
O que é Taquicardia Incisional?
○ Taquicardia atrial por macrorreentrada ao redor de uma cicatriz cirúrgica (ex: atriotomia). Comum em pacientes operados para cardiopatias congênitas. Tratamento com ablação é complexo.
O que define a fibrilação atrial?
○ Arritmia sustentada mais frequente. Caracterizada pela desorganização da atividade elétrica atrial, com ausência de contração atrial efetiva
Qual o mecanismo fisiopatológico da FA?
○ Múltiplos focos de atividade elétrica atrial mudando constantemente de direção, resultando em ativação caótica.
Qual a prevalência da FA em relação à idade e sexo?
○ <0,5% em menores de 50 anos. Aumenta progressivamente com a idade, chegando a 5-15% em maiores de 80 anos. Mais frequente em homens, mas a prevalência se iguala com o envelhecimento.
Como identificar a FA no ECG?
○ Ausência de ondas P, substituídas por ondulações da linha de base (ondas f). Ritmo ventricular irregular. Frequência ventricular geralmente entre 100-160 bpm.
Quais são as principais causas de FA?
○ Envelhecimento, hipertensão arterial, prática de esportes de resistência, qualquer tipo de cardiopatia (reumática, isquêmica, hipertensiva, miocardiopatia hipertrófica, insuficiência cardíaca), cor pulmonale, hipertireoidismo, hipotireoidismo, síndrome bradicardia-taquicardia.
Quais os tipos de FA de acordo com sua apresentação clínica?
○ Primeiro episódio: primeira ocorrência documentada.
○ Paroxística: episódios autolimitados que revertem em até 7 dias.
○ Persistente: duração igual ou superior a 7 dias ou requer cardioversão após 48h.
○ Permanente: arritmia é aceita pelo médico e paciente, cardioversão não foi eficaz ou não será tentada.
Defina FA Solitária, FA Não-Valvular e FA Persistente de Longa Duração.
○ FA solitária: em menores de 60 anos, sem cardiopatia, fatores de risco, histórico familiar ou prática de esporte de alto rendimento.
○ FA não-valvular: sem valvulopatia moderada/grave ou história de cardiopatia reumática.
○ FA persistente de longa duração: duração superior a 1 ano, elegível para tentativa de restauração do ritmo sinusal
Quais as principais repercussões clínicas da FA?
○ Insuficiência cardíaca, angina, eventos tromboembólicos (AVC), síncope, piora da classe funcional por baixa contratilidade, taquicardiomiopatia, ansiedade e piora da qualidade de vida.
Como suspeitar de FA no exame físico?
○ Pulso arterial irregular e rápido. Intensidade variável da primeira bulha cardíaca (B1). Ausência de ondas “a” no pulso venoso jugular.
ara que serve a classificação EHRA?
○ Avalia a gravidade dos sintomas relacionados à FA, considerando apenas aqueles que melhoram com a restauração do ritmo sinusal ou controle de frequência.
Quais as opções de tratamento para FA na fase aguda?
○ Cardioversão elétrica (CVE) de urgência: em pacientes com EAP, hipoperfusão ou isquemia.
○ Cardioversão farmacológica: possível nas primeiras 48h. Flecainida ou propafenona (sem cardiopatia). Amiodarona (com cardiopatia). Vernakalant é uma opção.
○ Controle de frequência: se FA > 48h, realizar ECO transesofágico para descartar trombos. Iniciar anticoagulação e controle de frequência com betabloqueadores
uando a ablação por cateter está indicada no tratamento da FA?
○ Pacientes com FA paroxística, sintomática, ≤ 65 anos, átrio esquerdo normal ou pouco dilatado, fração de ejeção normal ou pouco reduzida, sem doença pulmonar grave e refratários a antiarrítmicos.
Qual a principal complicação da FA que devemos nos preocupar em prevenir?
○ Eventos tromboembólicos, principalmente AVC.
Qual a principal ferramenta para avaliar o risco tromboembólico na FA?
○ Escore CHA2DS2-VASc
Como determinar a necessidade de anticoagulação na FA a partir do escore CHA2DS2-VASc?
○ CHA2DS2-VASc ≥ 2: anticoagulação com AVK (INR 2-3) ou anticoagulantes orais diretos (DOACs).
○ CHA2DS2-VASc = 1: anticoagulação ou AAS + clopidogrel. Exceção: mulheres < 65 anos sem outros fatores de risco.
○ CHA2DS2-VASc = 0: não indicar tratamento antitrombótico ou considerar AAS
O que caracteriza as taquicardias supraventriculares?
○ Taquicardias regulares que dependem de estruturas acima da bifurcação do Feixe de His para sua manutenção.
Como se classificam as TSVs quanto à forma de apresentação e à duração?
○ Apresentação: paroxísticas ou incesantes (presentes em > 50% do dia).
○ Duração: sustentadas (> 30 segundos) ou não-sustentadas (< 30 segundos).
Quais as características eletrocardiográficas da TSV?
○ QRS geralmente estreito (exceto com bloqueio de ramo), ritmo regular, frequência entre 120-250 bpm. Morfologia e relação da onda P com o QRS fornecem pistas sobre o mecanismo.
Quais os três principais tipos de TSV de acordo com o mecanismo?
○ Taquicardias auriculares (10%).
○ Taquicardias por reentrada intranodal.
○ Taquicardias mediadas por via acessória (90%).
Qual a manifestação clínica mais comum da TSV paroxística?
○Palpitações. Ansiedade, dor torácica, dispneia ou síncope também podem ocorrer.