ENDOCARDITE INFECCIOSA Flashcards
Quais são as quatro camadas do coração e suas principais funções?
As quatro camadas do coração são o pericárdio (protege e estabiliza o coração no mediastino), o epicárdio (camada mais interna do pericárdio seroso, adere-se à superfície do coração), o miocárdio (camada muscular média, responsável pela contração e relaxamento cardíaco) e o endocárdio (camada mais interna, ligada às valvas cardíacas, músculos papilares e cordas tendíneas).
Como é subdividido o pericárdio e quais são as características de suas subdivisões?
O pericárdio é subdividido em pericárdio fibroso e pericárdio seroso. O pericárdio fibroso é composto de tecido conjuntivo fibroso, sendo a camada mais externa, enquanto o pericárdio seroso é uma membrana mais fina que forma uma dupla camada (parietal e visceral), envolvendo o coração.
O que é a endocardite infecciosa e quais estruturas pode comprometer?
A endocardite infecciosa é uma infecção que compromete a superfície endocárdica do coração, incluindo valvas cardíacas (nativas ou protéticas), estruturas valvares (cordas tendíneas), áreas de defeitos septais, endocárdio mural (lesado por jato regurgitante ou corpo estranho) ou até mesmo infecção de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis (DCEI).
Como a especificidade das camadas cardíacas afeta o diagnóstico clínico de doenças cardíacas?
Doenças que afetam o coração podem acometer apenas uma de suas camadas, gerando quadros clínicos específicos com diagnósticos e tratamentos diferenciados, como pericardite, miocardite ou endocardite.
O que são DCEI e qual é a relação com a endocardite?
DCEIs, como marca-passos, cardioversores desfibrilhadores implantáveis e ressicronizadores cardíacos, estão associados à infecção endocardítica, sendo a remoção do dispositivo uma parte crucial do tratamento.
Como a epidemiologia da endocardite infecciosa varia entre países desenvolvidos e em desenvolvimento?
Em países desenvolvidos, a EI é mais comum após cirurgia valvar ou devido a infecção iatrogênica, enquanto em países em desenvolvimento, como o Brasil, a doença reumática crônica é um antecedente mais comum.
Quais são alguns dos fatores confundidores que podem levar ao subdiagnóstico da EI?
Fatores como congestão pulmonar e alterações em exames de urina podem levar ao diagnóstico errôneo de outras condições, como infecção do trato urinário e pneumonia.
Quais pacientes devem ser considerados para o diagnóstico de endocardite infecciosa?
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Pacientes com fatores predisponentes e de risco conhecidos, como valvopatia, próteses valvares, DCEI, cateter de longa permanência, e uso de droga injetável, devem ser considerados para o diagnóstico de EI.
quais são os fatores de risco para o desenvolvimento de EI
idade>60
homem
uso de drogas injetáveis
dentição deficiente ou infecção dentária
doença valvular
cardiomiopatias congênitas
Válvula cardíaca protética e implante de válvula transcateter (TAVI):
histórico de endocardite infecciosa
dispositivo intravascular
hemodiálise crônica
internação hospitalar
Como a endocardite infecciosa aguda se caracteriza em termos de evolução clínica?
A endocardite infecciosa aguda se desenvolve rapidamente, em um período de dias a semanas, e é marcada por febre alta, toxemia, taquicardia, fadiga, e dano progressivo às estruturas cardíacas, podendo evoluir com sinais de insuficiência cardíaca e/ou sinais e sintomas de êmbolos periféricos ou centrais.
Quais são as características clínicas da endocardite infecciosa subaguda?
A endocardite infecciosa subaguda se desenvolve de forma mais gradual, ao longo de semanas a meses, com pacientes geralmente apresentando sintomas constitucionais vagos.
Quais são os principais agentes causadores da endocardite de valva nativa (EVN) aguda?
Staphylococcus aureus é o principal agente, seguido de Streptococcus pneumoniae, que também pode causar meningite e pneumonia (Síndrome de Austrian).
Quais são os patógenos mais comuns na endocardite de valva nativa (EVN) subaguda?
Os principais são os estreptococos do grupo viridans,
Quais organismos geralmente causam endocardite de valva protética (EVP) precoce e tardia?
A EVP precoce é geralmente causada por S. aureus ou estafilococos coagulase-negativos, enquanto a EVP tardia é geralmente causada pelos mesmos organismos que a EVN.
Quais são os desafios no diagnóstico de endocardite relacionada a dispositivos como cateteres centrais e DCEI?
Pode ser desafiador fazer a distinção entre a infecção no local do dispositivo (na loja do marca-passo) e a endocardite infecciosa relacionada aos dispositivos (no cabo ou na válvula).
Qual é a prevalência e os principais patógenos associados à endocardite em usuários de drogas injetáveis?
Representa 5% a 10% dos casos de EI, com o S. aureus sendo o organismo causador mais comum, responsável por 60% a 90% dos casos. A valva tricúspide é mais frequentemente afetada, podendo ocorrer metastatização de êmbolos sépticos para os pulmões.
Quais patógenos podem ser encontrados na endocardite do lado esquerdo em usuários de drogas IV?
Além de S. aureus, podem ser encontrados pseudomonas, salmonela, E. coli, entre outros, embora seja mais raro acometer as valvas esquerdas.
quais são os dois tipos de endocardite infecciosa classificados pela evolução?
Endocardite infecciosa aguda, que se desenvolve em menos de 6 semanas, e endocardite infecciosa subaguda, que se desenvolve em mais de 6 semanas.
Quais são os dois tipos de valvas cardíacas que podem ser afetadas pela endocardite infecciosa?
valvas nativas e valvas protéticas.
Quais são as três categorias de local de aquisição da endocardite infecciosa?
Comunitária, comunitária relacionada a procedimentos hospitalares e nosocomial.
O que significa a classificação ‘nosocomial’ no contexto da endocardite infecciosa?
Refere-se a casos de EI adquiridos em ambiente hospitalar.
Como o local de aquisição pode influenciar a abordagem terapêutica da endocardite infecciosa?
O local de aquisição pode indicar diferentes patógenos potenciais e, por isso, afeta a escolha da terapia empírica para tratar a EI.
Por que é importante considerar o tipo de valva afetada na classificação da endocardite infecciosa?
Porque o tipo de valva (nativa ou protética) pode sugerir diferentes microrganismos causadores e influenciar a estratégia de tratamento.
Qual é o primeiro evento na fisiopatologia da endocardite infecciosa?
Lesão valvar/endotelial.
O que ocorre após a lesão valvar/endotelial na patogênese da endocardite infecciosa?
Há deposição local de fibrina.
Como a vegetação trombótica não bacteriana se forma no contexto da endocardite infecciosa?
A vegetação trombótica não bacteriana forma-se no local após a deposição de fibrina sobre a lesão valvar/endotelial.
Qual é o papel da bacteremia transitória na fisiopatologia da endocardite infecciosa?
A bacteremia transitória permite a colonização e aderência de bactérias à vegetação trombótica não bacteriana.
Quais são as consequências da colonização e aderência bacteriana em uma vegetação trombótica?
Consequências incluem destruição valvar e invasão local, contribuindo para a progressão da endocardite infecciosa.
Qual é o evento inicial que dá origem à endocardite trombótica não bacteriana (ETNB)?
O evento inicial é a lesão do endotélio da superfície valvar ou do endocárdio, frequentemente causada por um fluxo sanguíneo turbulento.
O que ocorre após a exposição do colágeno no subendotélio?
Plaquetas e fibrinas aderem-se ao colágeno exposto, formando uma lesão microtrombótica conhecida como vegetação estéril ou endocardite trombótica não bacteriana (ETNB).
Como as bactérias circulantes na corrente sanguínea contribuem para a endocardite infecciosa?
Bactérias circulantes podem aderir-se e colonizar a vegetação estéril formada na ETNB. Na ausência de resposta imunológica adequada, essas bactérias se replicam, perpetuando o processo e formando uma vegetação infectada.
Como se forma o trombo estéril na endocardite trombótica não bacteriana (ETNB)?
Através da adesão de plaquetas e fibrina ao colágeno subjacente exposto pelo dano endotelial, formando um trombo estéril.
Quais são os quatro mecanismos responsáveis pela maioria das manifestações clínicas da endocardite infecciosa?
Destruição valvar e insuficiência cardíaca, embolizações, infecção de órgão-alvo à distância (como cérebro, rins, baço, pulmões), e fenômenos imunológicos (como glomerulonefrite, fator reumatoide falso-positivo).
Qual é o sintoma mais comum da endocardite infecciosa e sua frequência?
Febre, presente em 90% dos pacientes com EI.
Além da febre, quais outros sintomas gerais podem ser observados na endocardite infecciosa?
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Sintomas gerais incluem calafrios, anorexia, perda de peso, mal-estar, cefaleia, mialgias, artralgias, sudorese noturna, dor abdominal, dispneia, tosse e dor pleurítica.
O que a febre prolongada após antibioticoterapia pode indicar em um paciente com endocardite infecciosa?
Pode indicar a presença de complicações, como embolização e abscesso.
Quão prevalente são os sopros cardíacos em pacientes com endocardite infecciosa e quais outras manifestações são importantes?
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Sopros cardíacos estão presentes em 85% dos pacientes, sendo a esplenomegalia e as manifestações cutâneas, como petéquias e hemorragias subungueais em lasca, outras manifestações importantes.
Onde as petéquias são geralmente observadas em pacientes com endocardite infecciosa?
As petéquias podem ser observadas na pele, geralmente nas extremidades, ou nas membranas das mucosas, como o palato ou a conjuntiva, em 20% a 40% dos pacientes.
Como são caracterizadas as hemorragias subungueais em lasca na endocardite infecciosa?
São lesões lineares avermelhadas fixas, que não desaparecem com a digitopressão, sob o leito ungueal.
Quais são as manifestações clínicas pouco frequentes, mas altamente sugestivas de endocardite infecciosa?
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Lesões de Janeway, nódulos de Osler, hemorragias Splinter e manchas de Roth.
Qual é a origem das lesões de Janeway e em qual tipo de EI elas são mais comuns?
Originam-se de embolização séptica e são mais comuns na EI aguda do que na subaguda.
O que são nódulos de Osler e onde eles são encontrados?
São nódulos violáceos subcutâneos dolorosos, encontrados principalmente nas polpas digitais das mãos e dos pés, e também nas eminências tenar e hipotenar.
Como são caracterizadas as hemorragias Splinter e o que elas representam?
Hemorragias no leito ungueal em forma de “lascas” com orientação longitudinal, representando um fenômeno vascular.
Descreva as manchas de Roth e o que elas indicam.
São lesões hemorrágicas exsudativas e edematosas da retina com centros pálidos, associadas a complicações da EI.
Quais são algumas complicações cardíacas e neurológicas da endocardite infecciosa?
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Complicações cardíacas incluem insuficiência valvular e insuficiência cardíaca, enquanto complicações neurológicas podem ser AVC embólico, hemorragia intracerebral, abscesso cerebral e aneurisma micótico.
Por que é importante realizar uma investigação completa das manifestações extracardíacas na bacteremia por Staphylococcus aureus?
Devido à virulência desse organismo e ao risco de complicações graves.
Qual a importância do alto grau de suspeição clínica no diagnóstico da endocardite infecciosa?
É essencial devido à gama de apresentações clínicas, que podem ir de quadros arrastados a rapidamente progressivos, especialmente em pacientes com fatores de risco estabelecidos.