DOENÇA TROFOBLÁSTICA Flashcards
Classificação das doenças trofoblásticas gestacionais.
Mola hidatiforme completa, parcial e invasora; coriocarcinoma gestacional; tumor trofoblástico do sítio placentário; tumor trofoblástico epitelioide.
Fatores de risco para mola hidatiforme.
Idade materna maior que quarenta anos ou adolescentes, antecedente de mola hidatiforme, infecções virais, má nutrição, consaguinidade, contracepção oral.
Caracterize a mola hidatiforme completa.
Não há desenvolvimento de embrião, cordão umbilical ou membrana, sendo a totalidade de cromossomos de origem materna, do tipo 46XX. Macroscopicamente, tem aspecto de cacho de uva. Microscopicamente, visualizam-se todas as vilosidades alteradas e há hiperplasia DIFUSA das células do cito e do sinciciotrofoblasto. 20% progride para forma maligna.
Caracterize a mola hidatiforme parcial.
Formação de um embrião com inúmeras má formações, normalmente por um óvulo normal fecundado por dois sptz, gerando uma triploidia (69XXX ou XXY) ou em alguns casos tetraploidia. No macro, vê-se as más formações e uma placentomegalia com presença de vesículas. No micro, vê-se algumas vilosidades normais no meios das hidrópicas, além de hiperplasia focal, limitada ao sinciciotrofoblasto. Tem 5% de chance de progressão para malignidade.
Como é o diagnóstico clínico de mola hidatiforme?
Queixa de sangramento vaginal de pequeno volume, um sinal patognomônico é a eliminação da vesícula, mas esse sinal tem se tornado raro em razão do diagnóstico precoce; hiperêmese gravídica em razão dos altos níveis de bHCG; aumento do volume uterino; BCF ausente; cistos tecaluteínicos que podem ser dolorosos se causar distensão de cápsula, normalmente causados pelos níveis elevados de bHCG que estimula proliferação ovarian; DHEG antes de 20 semanas podendo evoluir para eclâmpsia; hipertireoidismo em razão dos altos níveis de HCG que faz estimulação cruzada dos receptores de TSH.
Exames complementares de mola hidatiforme.
Valores séricos elevados de hCG > 200.000 mUI/ml. Na parcial não ultrapassa 100.000 mUI/ml.
No USG, visualiza-se múltiplas áreas anecoicas entremeadas por ecos amorfos. Na parcial, pode ver placenta espessa e hiperecoica, e feto com CIUR e malformações.
Diagnósticos diferenciais de mola hidatiforme.
Gestações não evolutivas (anembrionada ou aborto retido) ou massa ecoica intrauterina.
Tratamento da mola hidatiforme.
Corrigir hipovolemia, hipotensão e hipertensão decorrente de DHEG, crise tireotóxica (com betabloqueadores), e proceder para esvaziamento molar com aspiração a vácuo, faz exames (função renal, hepática, tireoide, hemograma, coagulograma e Rx de tórax), tipagem de sangue. Faz-se anestesia (raqui ou geral) e dilata o colo uterino com velas de Hegar, para posterior infusão de ocitocina 10UI diluída em 500ml de SF para contração uterina para diminuir chance de sangramento e perfuração. Mantém ocitocina por 12h.
Se for fola parcial, pode induzir parto e fazer curetagem dos restos uterinos após a eliminação do concepto.
É comum as pacientes apresentarem taqicardia, taquipneia, confusão mental e ansiedade, mas se corrige em 72h com oferta de assitência respiratória e cardiovascular adequada.
Pode fazer histerectomia em quem não tem desejo reprodutivo, normalmente deixa os ovários porque mesmo os cistos tecaluteínicos regridem após alguns meses.
Deve-se fazer imunoglobulina anti-D em mães rh- sem sensibilização prévia.
Por que não infundir ocitocina ou misoprostol sem dilatar na mola completa?
Porque pode provocar embolização trofoblásticas e hemorragia.
Quando a quimioterapia profilática está indicada?
Apenas para pacientes com mola hidatiforme de alto risco associada a impossibilidade de dosagem séria de bHCG e acompanhamento após esvaziamento molar.
Como é o acompanhamento após o esvaziamento molar?
Deve ser feito com a dosagem seriada de bhCG a cada 15 dias até se tornar indetectável. Após negativação, faz retorno mensal por 6 meses. Deve-se fazer anticoncepção hormonal oral durante esse período.
Fatores para mola hidatiforme de alto risco.
Concentração de hCG superior a 100.000, AFU grande para IG, idade acima de 40 anos, mola de repetição, pré-eclâmpsia abaixo das 20 semanas, hipertireoidismo, embolização trofoblástica.
Mola coexistente com feto.
Evolui para abortamento ou óbito fetal em 60% dos casos. Tem sangramento, altura uterina muito aumentada, alta chance de pré-eclâmpsia e beta hCG maior que 100.000.
Caracterize a mola invasora.
As vilosidades molares invadem profundamente o miométrio, podendo provocar hemorragia, perfuração uterina e infecções. Podem emitir metástases pulmonares raramente. O tratamento é com quimioterapia, cirurgia só em caso de perfuração uterina e resistência a quimio sem metástase. faz histerectomia nesses casos.
Caracterize coriocarcinoma gestacional.
Forma de neoplasia agressiva, normalmente em pacientes com antecedente de mola hidatiforme, que ocorre a invasão profunda do miometrio e dos vasos, causando necrose e metástase por via hematogênica. Normalmente as metástases são pros pulmões, mas podem ser também pro SNC, fígado e vagina. Altamente sensível à quimioterapia.