ABORTAMENTO Flashcards
Defina abortamento.
Extração ou expulsão do feto com menos de 20 semanas ou menos de 500g.
Classificações de abortamento.
Espontâneo ou induzido, quanto à intenção. Precoce se até 12 semanas e tardio entre 12-20 semanas, quanto à cronologia.
Cite as principais etiologias do abortamento.
- Alterações cromossômicas: trissomia autossômica, monossomia do x, triploidia e aneuploidia.
- Alterações endócrinas: tireopatias, diabetes mellitus, síndrome dos ovários policísticos (recorrente) e defeitos de fase lútea.
- Infecções: treponema pallidum.
- Causas uterinas: sinéquia intrauterinas, miomas (intramurais e submucosos), incompetência do istmo cervical, malformações uterinas (defeitos da fusão dos ductos de muller, utero unicorno, didelfo, septado, bicorno e arqueado).
- Fatores imunológicos: causas autoimunes (síndrome antifosfolípide), causas aloimunes (repetição).
- Trombofilias hereditárias.
- Agentes nocivos: tagabismo, álcool.
- Trauma.
Sobre as sinéquias intrauterinas. O que são, tratamento.
São aderências intrauterinas secundárias à curetagens que interferem no processo de implantação ovular, podendo provocar abortamentos de repetição. Tratamento consiste em lise das aderências em histeroscopia e inserção de DIU, com administração de estrógeno para reepitelizar o endométrio.
Sobre a síndrome antifosfolípide. O que é, tratamento.
Síndrome autoimune em que os anticorpos antifosfolípides reagem contra fosfolipídios das membranas e envolvidos na coagulação, promovendo fenômenos trombóticos e podendo ter implicações obstétricas como CIUR, DPP, DHEG, prematuridade, abortamento de repetição. O diagnóstico laboratorial se dá por meio de imunoensaios, como o ELISA. O tratamento padrão-ouro é heparina não fracionada ou de baixo peso molecular + ácido acetilsalicílico.
O que é incompetência do istmo cervical. Causas, fatores etiológicos.
Perda fetal recorrente no segundo trimestre de gravidez, em decorrência da insuficiência do sistema de oclusão do colo uterino. Causas podem ser traumáticas (curetagens, dilatação, lacerações pós-parto traumático ou pós-abortamento, amputação do colo uterino) ou congênitas (alterações do colágeno).
Quadro clínico da incompetência cervical.
Dilatação cervical indolor, sem sangramento, protusão de membranas amnióticas com posterior expulsão fetal.
Diagnóstico da incompetência istmo cervical.
História obstétrica de abortos recorrentes no 2°T e/ou partos prematuros extremos, largura do istmocervical >8mm, passagem da vela n°8 de Hegar sem resistência pelo colo uterino. Pelo USG, vê-se o comprimento do cérvix, forma do canal e protusão de membranas, notando o encurtamento precoce do colo uterino. Faz o USG entre 16-24 semanas em mulheres com suspeita e repete cada 2 semanas.
Tratamento da incompetência cervical.
O tratamento é feito quando o comprimento do colo é < 25mm e/ou dilatação cervical com protusão de membranas, e o padrão-ouro é a cerclagem de colo uterino, que previne o encurtamento do colo por uma sutura circular no OCI.
Diferencie cerclagem profilática de cerclagem de emergência.
A cerclagem profilática ocorre antes da cervicodilatação, preferencialmente entre 12-16 semanas. A de emergência ocorre já com alterações no colo, como dilatação >3cm e protusão de membranas, podendo ser feita até a 26 semana.
Complicações da cerclagem.
Afrouxamento da sutua, corioamnionite, RUPREMA, TP prematuro, incidência de cesariana.
Quando se deve remover a cerclagem?
Tem que remover até 36 semanas ou se a paciente entrar em TP não inibível, tiver corioamnionite ou RUPREMA.
Caracterize ameaça de abortamento.
Sangramento vaginal pequeno, dor em cólica no hipogástrio presente ou ausente e colo uterino fechado. Ao USG visualiza-se o produto conceptual ou saco gestacional se < 6 semanas. Também pode-se ver hematoma subcoriônico.
Sobre o uso de progesterona para prevenir abortamento.
Alguns estudos têm evidenciado diminuição da taxa de abortamento em mulheres que fizeram uso de progesterona, mas ainda não há evidências o suficiente, apesar de os resultados serem promissores.
Usa-se imunoglobulina anti-D em ameaça de abortamento?
É controverso, mas não realiza-se.