Doença hepática gordurosa não alcóolica Flashcards

1
Q

O que é a DHNA

A

acúmulo excessivo de gordura hepática associada à resistência à insulina

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2
Q

Histologia da DHNA

A
  • presença de esteatose em > 5% dos hepatócitos

OU

  • fração de gordura obtida por uma estimativa da fração volumétrica de material gorduroso hepático > 5,6% através de 2 métodos específicos de RM
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3
Q

Quais as 2 entidades patológicas da “doença esteatóica não alcoólica do fígado?”

A

NAFL: esteatose hepática simples
- é apenas o fígado gorduroso não alcóolico

NASH: esteato-hepatite não alcóolica
- graus de gravidade conforme a fibrose/cirrose/carcinoma hepatocelular

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4
Q

Etiologias

A
  • obesidade
  • DM 2
  • dislipidemia
  • síndrome metabólica
  • desnutrição
  • cirurgias para obesidade mórbida
  • nutrição parenteral
  • intoxicação
  • gravidez
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5
Q

Principais drogas que podem causar DHGNA

A
  • corticoides
  • antirretrovirais
  • AINESs
  • estrogênios
  • nifedipina
  • cloroquina
  • metotrexato
  • tetraciclina
  • tamoxifeno
  • ácido valpróico
  • amiodarona
  • hidralazina
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6
Q

Epidemiologia

A
  • comum em adultos
  • países ocidentais
  • prevalência semelhante nos 2 sexos
  • 40 - 60 anos
  • em 2025 NASH será a principal causa de cirrose no mundo
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7
Q

Fisiopatologia

A
  • estilo de vida e predisposição genética
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8
Q

Dilema do hepatócito

A
  • acúmulo de gordura na célula
  • desenvolvimento da inflamação
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9
Q

O que acontece no fígado de alguns doentes que faz desenvolver a resposta inflamatória?

A
  • esteatose: resultado de um desequilíbrio entre a entrada e a saída de lipídios no fígado
  • preponderância de entrada em relação a saída: poderia ser explicada somente pela resistência insulínica
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10
Q

Resistência insulínica

A
  • induz o aumento da lipólise periférica
  • induz o aumento de captação de lipídeos
  • induz uma diminuição na betaoxidação mitocondrial
  • induz aumento na biossíntese de TG
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11
Q

Desenvolvimento da inflamação

A

excesso de ácidos graxos (verdadeiras toxinas) > ativação da via IKK-beta > induz a síntese de TNF-alfa e iL-6 (piora a RI) > TNF-alfa em altos níveis gera: disfunção mitocondrial, deixa de fazer a betaoxidação, começa a fazer a peroxidação

ácidos graxos peroxidados: maior fonte de espécies reativas de oxigênio no organismo, isto é RADICAIS LIVRES (que promovem estresse oxidativo responsável por causar a ESTEATO-HEPATITE)

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12
Q

TNF-alfa e a resistência insulínica

A
  • já existe um excesso de TNF-alfa associado ao estado de RI
  • quando a esteatose hepática atinge nível crítico, mais TNF-alfa é produzido (piorando a RI)
  • mas desta vez o foca da produção de TNF-alfa acaba sendo o próprio tecido hepático (em vez do tecido adiposo)
  • hepatócitos com esteatose funciona como o tecido adiposo “abarrotado” de gordura (secreta fatores que promovem a RI)
  • TNF-alfa em altos níveis dentro do fígado exerce uma série de efeitos locais (com destaque para a disfunção mitocondrial que passa a peroxidar ácidos graxos ao invés de oxidar)

*Ácidos graxos peroxidados são poderosas espécies reativas de oxigênio (ERO), que promovem estresse oxidativo responsável pelo desenvolvimento de esteato-hepatite

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13
Q

Por que alguns portadores de EHNA desenvolvem cirrose, enquanto outros passam a vida inteira com fígado gorduroso sem evoluir com este problema?

A
  • alguns indivíduos tem a capacidade (genética) de realizar reparo hepático mais eficaz que outros
  • ao passo que outros também tem uma predisposição maior a desenvolver fibrose
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14
Q

Graus de fibrose hepática

A

fígado saudável > esteatose hepática (gordura no fígado) > esteato-hepatite (inflamação pela gordura) > cirrose hepática (cicatrização do tecido)

CIRROSE não é reversível, os outros graus sim

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15
Q

Quadro clínico

A
  • maioria é assintomático
  • hepatomegalia firme e indolor
  • paciente não pode estar em uso de bebida alcóolica
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16
Q

Alterações laboratoriais

A
  • TGO, TGP, GGT elevadas (até 4x o valor de referência)
  • TGO/TGP < 1

o fato das enzimas estarem normais NÃO exclui o quadro

  • marcadores de função hepática (albumina, INR, bilirrubina) estimam gravidade da doença hepática (não diagnóstico específico para infiltração gordurosa)
17
Q

Quais etiologias devem ser obrigatoriamente excluídas para afirmar diagnóstico de DHGNA

A
  • hepatites virais
  • hepatite auto-imune
  • hemocromatose
  • doença de wilson
  • abuso de álcool
  • medicamentos
  • doenças biliares
18
Q

Diagnóstico (DIFÍCIL)

A
  • fácil reconhecer excesso de gordura no fígado através de exames de imagem
  • problema: nenhum desses exames consegue detectar a presença de atividade necroinflamatória nos casos de esteatose hepática
19
Q

Hepatograma normal exclui a presença de esteato-hepatite ou cirrose hepática?

A

NÃO

20
Q

Qual exame responde se há atividade inflamatória e estratifica com precisão o grau de cirrose?

A

biópsia

21
Q

Dificuldade diagnóstica

A
  • é possível saber quem tem DHGNA
  • difícil saber quem vai evoluir para NASH e quem pode chegar à cirrose
  • necessidade de definir os grupos de risco e estabelecer as mev (feitos apenas por meio dos escores clínicos para esteatose)
22
Q

Sinais de alarme - grupos de risco

A
  • idade > 50
  • obesidade
  • DM
  • síndrome metabólica
  • TGO/TGP > 1
23
Q

Síndrome metabólica (3 ou +)

A
  • Glicemia em jejum: > 100 ou em uso de hipoglicemiantes
  • HDL: < 40 em H e < 50 em M
  • TG: > 150 ou em tto
  • obesidade central: > 102cm em H e > 88cm em M
  • HAS: > 130/85 ou em tto
24
Q

Escores clínicos mais usados

A
  • FLI
  • Steato test
  • NAFLD hiver fat score

estabelecem presença, não a gravidade

25
Q

Outros escores clínicos

A
  • fibro test
  • FIB-4
  • NAFDL fibrosis score - NFS
  • diagnóstico de fibrose
26
Q

Objetivos do tto

A
  • reduzir a progressão da lesão hepática
  • reduzi a incidência de carcinoma hepatocelular
  • reduzir mortalidade
27
Q

MEV

A
  • dieta
  • exercícios
  • perda de peso (medida mais eficaz)
  • inicialmente a perda de peso deve ser de 7 a 10%
  • dieta + exercícios = aumento da sensibilidade de insulina

dificuldade em estabelecer essas mudanças

28
Q

Terapia farmacológica

A
  • deve ser usada nos pacientes com maior risco de evolução para formas graves
  • integrar tto farmacológico com mev
29
Q

Quais pacientes elegíveis para o tratamento farmacológico?

A
  • não há medicamentos com alta evidência de melhora
  • pacientes com fibrose maior/igual F2 ou fibrose < F2 porém com maior risco de progressão para fibrose
30
Q

Como descobrir quem são os pacientes F2?

A

Biópsia hepática:
- essencial para o diagnóstico de NASH
- único procedimento que diferencia de forma confiável NAFL de NASH

Elastografia hepática transitória:
- fornece dados sobre a rigidez hepática e a partir da rigidez ele infere o estado patológico, ou seja, o grau da fibrose

31
Q

Achados da biópsia

A
  • NASH: esteatose + balonização de hepatócitos + inflamação lobular
  • fibrose perisinusoidal
32
Q

Tratamento farcamológico

A
  • Vitamina E
  • Pioglitazona (pct diabéicos)
  • Análogos de incretinas
  • Metformina (pct diabéticos e pré-diabéticos)
  • Estatinas
33
Q

Após 6 meses de tto as enzimas se mantém elevadas?

A

Suspender o tto

34
Q

Consumo de café está associado a redução do risco de fibrose nos pacientes com NASH?

A

SIM!

35
Q

Atualizações

A
  • nova nomenclatura: doença hepática gordurosa associada ao metabolismo
  • deixa de ser diagnóstico de exclusão, e passa a ser diagnóstico de inclusão
  • diagnóstico pode coexistir com outras alterações hepáticas
36
Q

Diagnóstico de DHGAM

A

Paciente com alteração sugestiva de estetose ao USG/RM/Elastografia/ histologia

+

paciente portador de obesidade ou DM