Arritmia Flashcards
O que é arritmia?
Grande grupo heterogêneo de anormalidades elétricas do coração, associada ou não a doença cardíaca estrutural
Investigação
História clínica + exame físico
ECG é indispensável
Anamnese
- Sintomas: palpitações, síncope, pré-síncope, dispneia, fadiga e precordialgia
- Uso de medicamentos: Sibutramina, descongestionantes nasais
- Consumo de álcool e café (aumentam PA)
- HF
Palpitações
- Evento passageiro de falhas no coração, pulos no coração ou coração descompassado
- Regulares ou irregulares
- Fatores desencadeantes: esforços físicos, emoções, sono
- Eficácia das manobras vagais
Exame físico
Hipotensão arterial
FC extremamente elevada ou baixa
Ritmo cardíaca irregular, pausas
Congestão pulmonar
Sopros e terceira bulha
Exames complementares
ECG (diagnóstico)
Holter (tem que ter aumento de FC)
- Investiga palpitações recorrentes
- Avaliação terapêutica
Monitor de eventos externos
Monitor de eventos implantável
Estudo eletrofisiológico
Classificação
a. Instável
- Alteração do nível de consciência
- Desconforto torácico isquêmico
- IC aguda
- Hipotensão com sinais de choque
- Se instável com taquiarritmia: cardioversão elétrica (retoma o ritmo basal e compensa o paciente)
- Se bradiarritmia: medicações venosas
- Suficiente para manter FC basal e retomar o nível de consciência, para implantar um marcapasso
b. Estável
c. Classificação de Vaughan Williams
- Classe I: Propafenona (nunca usar quando tem cardiopatia estrutural)
- Classe II: Betabloqueador
- Classe III: Amiodarona
- Classe IV: BCC
Fibrilação atrial
- Taquiarritmia supraventricular com ativação elétrica atrial descoordenada e consequentemente, contração atrial ineficaz
- Ativações atriais irregulares
- Mais prevalente
- Frequentemente associada a doenças estruturais cardíacas
- Traz prejuízos hemodinâmicos e complicações tromboembólicas
Características ECG da FA
FC geralmente entre 90-170bpm
Intervalos R-R irregularmente irregulares
Ausência de onda P
Substratos para FA
- Quanto mais dilatado o átrio, maior a chance de FA
- Predisposição à FA: melhor preditor é o tamanho dos átrios
- Remodelação atrial:
- Gatilhos: extrassístole
- Moduladores: SNA e inflamação
Fatores de risco da FA
Idade
Etnia
Sexo M
Genética
Classificação de FA
- 1º diagnóstico
- Paroxística: termina espontaneamente ou com intervenção dentro de 7 dias do início
- Persistente: sustentada por mais de 7 dias
- Persistente de longa duração: > 12 meses
- Permanente: aceita pelo médico e paciente
*FA que dura mais de 48h não costuma reverter espontaneamente, porque o átrio entra num ciclo vicioso
*FA altera o eletrofisiologia atrial, predispondo mais FA
*Ou seja, quanto mais tempo os átrios fibrilarem, menor a chance de reversão da arritmia
Investigação do paciente com FA
A. Causas reversíveis
- Álcool
- Cirurgias
- IAM
- Pericardite/miocardite
- DPOC/embolia pulmonar
- Hipo e hipertireoidismo
B. Causas cardíacas (estrutural)
- HAS
- Doenças isquêmicas
- Doença valvar
- Miocardia hipertrófica
C. Outras: obesidade, DM e apneia do sono
Manifestações clínicas da FA
- De assintomáticos a sintomas incapacitantes
- Mais comum: palpitações, dor torácica, fadiga, dispneia, poliúria e vertigens
- 1ª apresentação de FA pode ser uma complicação embólica ou uma exacerbação de IC
Diagnóstico de FA
ECG
TSH
Função renal e hepática
Eletrólitos
Hemograma
ECO
Testes provocativos de isquemia
Desfechos em FA
-Morte
-AVC (+ comum)
-Disfunção ventricular esquerda
-Quadro demencial
-Depressão
-Hospitalizações
-Piora hemodinâmica:
1. taquicardia (reduzindo o tempo de enchimento ventricular e aumentando o consumo miocárdico de o2) E
2. perda da contração atrial (reduz o enchimento diastólico e o DC)
Confirmar FA: 4s
- avaliar o risco de AVC
- avaliar severidade dos sintomas
- avaliar duração/carga de FA (quanto maior, maior a carga)
- avaliar o substrato
Tratamento da FA (ABC)
A. Anticoagulação (prevenir AVC)
B. Controle dos sintomas
C. Manejar comorbidades e fatores de riscos cardiovasculares
- Prevenção de fenômenos tromboembólicos (FA é a principal fonte emboligênica de origem cardíaca)
- Se risco cardioembólico ALTO: anticoagulação pra sempre
Critérios CHA2DS2-VASc
Escore de risco de eventos tromboembólicos
C: IC/Disfunção ventricular esquerda
H: hipertensão
A: idade ≥ 75
D: DM
S: AVC/isquemia
V: doença vascular
A: idade 65-74 anos
Sc: Mulher
Pontuação:
H = 0 e M = 1: NÃO anticoagulação
H = 1 e M = 2: Pode ser recomendada
H ≥ 2 e M ≥ 3: É recomendada
Anticoagulantes usados
Varfarina
Dabigatrana
Rivaroxabana
Apixabana
Edoxaban
*PACIENTES COM PROTÉSES VALVAR MECÂNICA: usar VARFARINA
Conduta FA
Paciente com FA + prótese valvar mecânica
Sim? Varfarina
Não? CHA2DS2-VASc
Escore de risco para hemorragia
HAS-BLED
>3: maior risco de hemorragia pelo ACO
- Esse score não contraindica uso de ACO
Controle do ritmo de FA
Além de medicamentos, cardioversão elétrica ou ablação, MEV também é importante
Medicamentos utilizados para a manutenção do ritmo sinusal
Propafenona
Sotalol (não usar em IC)
Amiodarona (interage com Varfarina e Digoxina)