Distúrbios obstrutivos - BVA Flashcards
Definição de bronquiolite considerando o quadro clínico clássico do paciente
Primeiro episódio de sibilância <2 anos de idade
Epidemiologia: faixa etária prevalente e sazonalidade da doença
PICO: 2-5 meses de idade
*Principal causa de internação em <1 ano
Sazonalidade: outono / inverno
Principal agente etiológico
Vírus Sincicial Respiratório (VSR)
Outros: influenza, rinovírus, parainfluenza (tipos 1 e 3), adenovírus, metapneumovírus, bocavírus
Principais formas de transmissão, destacando a mais prevalente
CONTATO DIRETO
+
Secreções contaminadas (gotículas, fômites)
⚠️ NÃO ocorre via aerossol
5 fatores de risco que possibilitam a evolução para um quadro grave
A - aglomerações / aleitamento ausente
B - baixo peso ao nascimento
C - “cedo” (prematuros)
D - desnutrição
Diferença principal da fisiopatologia quando comparada com a asma
BVA: obstrução inflamatória dos bronquíolos às custas do PREENCHIMENTO DO LÚMEN com muco e debris celulares
ASMA: obstrução inflamatória às custas de BRONCOCONSTRIÇÃO
2 características anatômicas dos lactentes que favorecem o quadro obstrutivo
. Vias aéreas menores
. Caixa torácica mais complacente
Quadro clínico típico, destacando um dado da história que é crucial na elucidação da hipótese diagnóstica, e tempo necessário para resolução completa do quadro
💡 PRÓDROMOS VIRAIS (coriza, rinorreia hialina, congestão nasal) +- febre
(3º-5º dia) Evolui com: taquipneia, desconforto / esforço respiratório, sibilância, tempo expiratório prolongado
🔚 Resolução completa em 10-14 dias
“3-4 MESES, COMEÇOU COM CORIZA E RINORREIA, FEBRÍCULA, ESTAVA BEM. ONTEM, 3-5 DIAS DEPOIS, COMEÇOU COM FALTA DE AR, CHIADO NO PEITO, DIFICULDADE PARA MAMAR, RETRAÇÃO EM BAIXO DA COSTELA”
O quadro costuma ser mais grave e com pior evolução entre as crianças menores de ___ de idade, expostas ao ___ e com comorbidades, como ___, ___, ___ e ___
O quadro costuma ser mais grave e com pior evolução entre as crianças menores de 3 MESES de idade, expostas ao TABAGISMO PASSIVO e com comorbidades, como CARDIOPATIA CONGÊNITA INSTÁVEL HEMODINAMICAMENTE (uso de medicação para controle), IMUNODEFICIÊNCIA, PREMATURIDADE e DOENÇA PULMONAR CRÔNICA
Classificação de gravidade: parâmetros avaliados e definição de um quadro grave
ABC STF
○ (A)limentação - NÃO ACEITA
○ (B)atimento de asa do nariz / gemidos - PRESENTE
○ (C)omportamento geral - LETÁRGICO
○ (S)pO2 <88%
○ (T)iragem mm. - GRAVE
○ (F)R >70 irpm
3 principais complicações agudas
○ Pneumotórax
○ Atelectasia
○ Insuficiência respiratória
Diagnóstico de BVA
Anamnese + exame físico
Quando realizar testes para vírus (PCR) na investigação diagnóstica?
Dúvida diagnóstica ou para fins epidemiológicos
Raio X de tórax: quando solicitar? Qual padrão apresentado na imagem?
Raio X de tórax se dúvida diagnóstica em um paciente evoluindo com gravidade
. Padrão obstrutivo: HIPERINSUFLAÇÃO PULMONAR + RETIFICAÇÃO DE ARCOS COSTAIS E DIAFRAGMA + AUMENTO DO DIÂMETRO ANTEROPOSTERIOR DO TÓRAX + AUMENTO DOS ESPAÇOS INTERCOSTAIS
Padrão apresentado na gasometria
Acidose metabólica hipoxêmica (hipoxemia + hipercapnia)
Principal diagnóstico diferencial com BVA e os dados que falam a favor de cada um
BVA ➙ 1º episódio de sibilância / +- atopia familiar / paciente sem atopia / resposta incerta aos broncodilatadores / vírus em secreções de vias aéreas / inverno e primavera
ASMA ➙ vários episódios de sibilância / atopia familiar + / paciente atópico / resposta positiva aos broncodilatadores / ausência de vírus em secreções de vias aéreas / ocorre durante todo o ano
Diagnóstico diferencial com BVA que surge da fibrose bronquiolar crônica após um insulto agudo, e seu quadro clínico característico
Bronquiolite obliterante
Quadro arrastado (quadro agudo, infeccioso, que se arrasta) + recidivante (recidivas de sibilância e dispneia)
Diagnóstico diferencial com BVA que surge da fibrose bronquiolar crônica após um insulto agudo: principal agente etiológico
Bronquiolite obliterante
ADENOVÍRUS
Diagnóstico diferencial com BVA que surge da fibrose bronquiolar crônica após um insulto agudo: método para diagnóstico definitivo
Bronquiolite obliterante
BIÓPSIA PULMONAR
Critérios de internação para o paciente com BVA, segundo a SBP
ALIMENTAÇÃO REDUZIDA + AUSÊNCIA DE DIURESE
BABY (<3 MESES ou PREMATURO)
CONSCIÊNCIA DIMINUÍDA
DESIDRATAÇÃO E DESCONFORTO REPIRATÓRIO (SAT.O2 <92% ou <90%)
EPISÓDIOS DE APNEIA
FALTA DE APOIO SOCIAL
Valores de corte de SpO2 para asma (GINA) e BVA (SBP e AAP)
. Asma (GINA): SpO2 >94%
. BVA (SBP): SpO2 >92%
. BVA (AAP): SpO2 >90%
Tratamento dos quadros leves de BVA
DOMICILIAR 🏡
Lavagem nasal com SF 0,9% + orientar sobre os sinais de alarme (parou de mamar, de beber, de respirar)
Tipo de precaução na BVA
Precaução de CONTATO + gotículas
Pilares do tratamento hospitalar da BVA
. Precaução de CONTATO + gotículas
. Cabeceira 30º
. SpO2 >90-92%
. Alimentação: VO (se conseguir) / SNG ou SNE (taquipneia mas sem desidratação, quadro estável) / Jejum + suporte hídrico EV (se quadro grave)
. Aspiração de secreção de VAS - aliviar e promover perviedade da via
Condutas que não são indicadas segundo a AAP
❌ Beta-2-agonista de rotina ❌ Corticoides sistêmicos ❌ Fisioterapia respiratória ❌ Inalação com salina hipertônica 3% ❌ ATB na ausência de sinais de infecção ❌ Epinefrina
Diante de uma criança grave, mais agressiva, que necessita de suporte de O2, podemos abrir mão de qual ferramenta?
Cateter Nasal de Alto Fluxo (CNAF)
Critérios para alta hospitalar
. SpO2 >94% em AA
. Boa aceitação alimentar VO
. Ausência de sinais de gravidade
BVA: profilaxia da transmissão, notificação, tipo de precaução e conduta com contactates
. Profilaxia: LAVAR AS MÃOS (contato)
. NÃO há necessidade de notificação
. Precação de CONTATO
. NÃO é necessária a profilaxia de contactantes
Vacina utilizada como profilaxia de BVA, sua indicação de uso (segundo duas fontes distintas) e posologia
PALIVIZUMABE (15mg/Kg IM, 5 doses a cada 30 dias, sendo a primeira 1 mês antes de iniciar a sazonalidade do vírus)
MS:
✔️ Prematuros ≤28 + 6 sem ➙ ATÉ 1 ANO DE VIDA
✔️ Doença pulmonar crônica da prematuridade - “precisou de O2” (independente da IG) OU cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica (em uso de remédio) ➙ ATÉ 2 ANOS DE VIDA
SBP:
✔️ Prematuros 29-31 + 6 sem ➙ ATÉ 6 MESES DE VIDA
Padrão tomográfico esperado diante do diagnóstico diferencial com BVA que se apresenta com fibrose crônica após um insulto agudo
Bronquiolite obliterante
TC: alternância de áreas hipo / hiperatenuantes com pouca vascularização (PADRÃO DE PERFUSÃO EM MOSAICO) + bronquiectasias + espessamento da parede brônquica