Distúrbios do Equilíbrio Hidroeletrolítico Flashcards

1
Q

Como a agua se distribui pelos compartimentos fluidos do corpo?

A

Lei dos terços e dos quartos

2/3 intracelular, 1/3 extracelular (sendo ¾ no interstício e ¼ no plasma)

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2
Q

O que é a osmolaridade?

A

propriedade físico-química das soluções, definida pelo número de partículas “ativas” (solutos) numa certa quantidade de solução (solvente). Partículas “ativas” são aquelas capazes de atrair moléculas de água… A diferença de osmolaridade entre dois compartimentos fluidos, separados por uma membrana semipermeável (permeável à água, mas não aos solutos), cria o que chamamos de pressão osmótica

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3
Q

Como calcular a osmolaridade plasmática?

A

Osmolaridade plasmática: 2 x Na + Gli/18 + Ureia/6
Osmolaridade plasmática efetiva (tonicidade): 2 x Na + Gli/18
Esses valores são divididos para ficar na mesma unidade que o sódio, o miliosmolar

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4
Q

Um homem de 30 anos com 70 kg, sem obesidade, qual o volume intravascular dele?

A

60% da massa corpórea de um homem eutrófico é composta por água, e um terço desta encontram-se no espaço extracelular, temos que: 70 x 0,6 = 42; 42 x 1/3 = 14 extracelular; 14 x ¼ = 3,5 litros.

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5
Q

Ao longo da vida o que acontece com os seguintes volumes respectivamente – agua corpórea total, volume do fluido extracelular, volume do fluido intracelular?

A

Diminui, diminui, aumenta

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6
Q

Por que o corpo precisa perder água todo dia?

A

Pois essa perda de água serve para eliminação de solutos urinários provenientes das excretas metabólicas, como a ureia. Além disso, se perde de outras formas como pela pele, pulmões, fezes (perdas insensíveis).

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7
Q

Qual a quantidade mínima de perda insensível por dia?

A

600 ml.

Podendo aumentar em situações como quadro febril chegando a 1500 ml

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8
Q

Por que é preciso consumir em média 2,5 L (líquidos+alimentos) de água por dia?

A

Pois se perde em média 1500ml de água por dia + 1000 ml de água pela respiração, além de 250ml pelas fezes.
_____________________________________
É por isso que, na prática, costumamos fazer em torno de 2.000-2.500 ml de solução de reposição em 24h!

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9
Q

Em adultos internados em dieta zero ou dieta reduzida, o soro mais próximo do ideal seria?

A

Solução salina hipotônica a 0,45% acrescentando 10 ml de KCl 10% a cada 500 ml de soro (exceto em pacientes oligúricos ou anúricos) para evitar hipocalemia.
Em resumo: 500 ml SG 5% + 10 ml NaCl 20% + 10ml KCl 10% e prescrever de 4 a 5 etapas.

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10
Q

Valor normal da osmolaridade?

A

285-300 mOsm/L para os fluidos corporais, tanto intra quanto extracelualr

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11
Q

Os líquidos entracelulares e intracelulares tem mesma Osmolaridade, mas a composição é a mesma? Qual é?

A

Tem composição diferente mas mantendo mesma Osmolaridade. O sódio é principal cátion extracelular e os principais anions extracelulares são o cloro e bicarbonato.
No meio intracelular o principal cátion é o potássio e os ânions fosfato, sulfato e as proteínas intracelulares.

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12
Q

Qual o valor de referência/normal das concentrações plasmáticas de sódio, potássio, cloro e bicarbonato?

A
Na+ = 140 mEq/L (135-145 mEq/L)
K+ = 4 mEq/L (3,5-5,5 mEq/L)
Cl- = 106	mEq/L (98-115	mEq/L)
HCO3- = 24 mEq/L (22-26	mEq/L)
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13
Q

Principal diferença entre o fluido intersticial e o plasma?

A

A maior concentração de proteína no plasma, responsável pela pressão coloidosmótica, que mantem os líquidos no interior dos vasos.

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14
Q

O que é a Osmolaridade efetiva?

A

Osmolaridade plasmática exclusivamente dos solutos que realmente participam da troca de fluidos entre o intra e extracelular. Esses solutos são o sódio, os ânions e a glicose
Osmolaridade plasmática efetiva: 2 x Na + Gli/18 (Normal = 280-295 mOsm/L)*
O valor normal é 5 mOsm/L a menos que o valor normal da osmolaridade plasmática “real”.
** A osmolaridade efetiva também é chamada de “tonicidade plasmática”. Quando reduzida, temos um estado Hipotônico; quando elevada, temos um estado Hipertônico.

Obs: a ureia não participa da Osmolaridade efetiva pois ela passa livremente pelas membranas por isso sua concentração é igual nos dois espaços.

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15
Q

O que é o gap osmolar?

A

Quando a Osmolaridade é maior do que a Osmolaridade calculada devido a uma substancia (etanol, metanol, etilenoglicol) que aumenta a Osmolaridade mas não está sendo contada no cálculo, a diferença entre esses valores é o gap osmolar.
O osmômetro é o aparelho que serve para identificar a Osmolaridade com a substância estranha.

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16
Q

Quais os dois grupos de soros para reposição hidroeletrolítica?

A

Cristaloides: SF 0,9% e ringer – são soros que tem NaCl em concentração próxima à do plasma (isotônicos)
Coloides: soros albuminados, dextran, poliamidos, hisocel – soros contendo macromoléculas com efeito oncótico
_______________________________________
Obs: os cristaloides se distribuem para todos os espaços, os coloides ficam no espaço intravascular.

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17
Q

Qual a quantidade de sódio, cloreto e a Osmolaridade de cada soro?

A

Ringer lactato - sódio 130 cloreto 109 (tudo em meq/L) e osmolaridade 273. (obs tem 4 de K, 3 de Ca, 28 de lact)
NaCl 0,9% - sódio 154 cloreto 154, osmol. 308
NaCl 0,45% - 77 para sódio e cloreto tbm, osmol. 154
SG 5% - 0 de sódio e cloreto, osmol 252

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18
Q

De todos esses soros qual não é indicado para reposição volêmica?

A

Soro glicosado

19
Q

Qual a complicação mais comum da ressuscitação volêmica com soro fisiológico e que difere da ressuscitação com ringer lactato?

A

acidose metabólica hiperclorêmica

20
Q

Por que não se deve usar soro glicosado como reposição volêmica?

A

Por ser uma solução hipotônica, somente 5-7% do soro glicosado permanece no compartimento intravascular, sendo esta a razão pela qual não se deve usar tal solução com o intuito de reposição volêmica. A glicose do soro é rapidamente aproveitada pelos tecidos sobrando água pura apenas.

21
Q

Quanto de cristaloide isotônico permanece no espaço intravascular após ser administrado?

A

Cerca de 25%

22
Q

Qual o mecanismo de proteção diante de tendência a hipernatremia?

A

Aumento da secreção de ADH e sede.

O ADH abre os canais de aquaporina nos túbulos coletores aumentando a reabsorção de água.

23
Q

Abordagem da hiponatremia?

A

1) Avaliar osmolaridade (vai ser hipotônica exceto em algumas exceções-quais são?)
2) Avaliar a volemia –
a) HIPOVOLêMICA: sangramento, perda digestiva (vômitos, diarreia)
b) HIPERVOLÊMICA: IC, cirrose, insuficiência renal
c) EUVOLÊMICA: SIAD e endocrinopatias (hipocortisolismo, hipotireoidismo).
3) Terceiro passo é tratar:
No hipovolêmico – hidratar NaCl 0,9%
No hipervolêmico – restrição hídrica, furosemida
No normovolêmica – restrição hídrica, furosemida, vaptanos (antagonizam os receptores de ADH) se as outras medidas não funcionarem
Se hiponatremia aguda (menos de 48 horas) e SINTOMÁTICA fazer NaCl 3% pois as outras medidas não tem tempo de fazer efeito

24
Q

Situações em que não há hiposmolaridade na hiponatremia?

A

Hiperglicemia (hipertônica), hiperproteinemia (isotônica), hipertrigliciridemia

25
Q

Explicar a hiponatremia hipervolêmica?

A

Acontece pois nessas doenças o líquido vai para o interstício (derrames cavitários), sendo assim existe pouca agua intravascular, por causa disso o ADH aumenta e isso causa a hiponatremia.
Obs: na DRC não se perde água e o acúmulo dela causa hiponatremia

26
Q

Explicar a hiponatremia euvolêmica/normovolêmica? Quais as causas?

A

O principal mecanismo da hiponatremia nesses
casos é a incapacidade renal de excretar água
livre, secundária à hipersecreção de ADH
Causas: insuficiência suprarrenal (secundária), o hipotireoidismo e a Síndrome da Antidiurese Inapropriada (SIAD).

27
Q

Por que na Síndrome da Antidiurese Inapropriada existe normovolemia?

A

o excesso de ação antidiurética deveria causar hipervolemia mas isso não acontece devido liberação do peptídeo atrial natriurético, que mantém uma elevada excreção urinária de sódio (impedindo a retenção volêmica). Por isso, o sódio urinário é tipicamente > 40 mEq/L nos casos de SIAD! A excreção de ácido úrico também se encontra aumentada pelo estímulo natriurético, o que faz da hipouricemia outro dado característico da síndrome

28
Q

Causas de SIAD?

A
  • Neurológicas: TCE, Hemorragia Subaracnoide, Meningite, Abscesso, Tumores do Hipotálamo;
  • Pulmonares: Legionelose, Pneumonia, Abscesso, Atelectasia, TB, Ventilação Mecânica, Pneumotórax;
  • Neoplasias: Ca broncogênico , oat cell, Próstata;
  • Drogas: Clorpropramida, Carbamazepina, Barbitúricos, Morfina, Haloperidol, AINE e vários outros…
  • Miscelânea: Cirurgias de grande, porte, AIDS, Idiopática, Guillain-Barré, Porfiria intermitente aguda
29
Q

Conceito laboratorial de hiponatremia?

A

sódio < 135

30
Q

Manifestações clínicas da hiponatremia?

A

são primariamente neurológicas (em razão do desvio osmótico de água para dentro das células cerebrais, causando edema), em especial na hiponatremia aguda, e incluem

cefaleia, confusão e estupor; podem ocorrer convulsões (na hiponatremia grave <110-115) e coma.

31
Q

Por que a correção abrupta do sódio pode ser perigosa?

A

risco de grave lesão neurológica, pois os neurônios tem mecanismos de proteção tornando-se hipo-osmolares para se proteger da hiponatremia (quando subaguda, na aguda é difícil se regularem pois isso demora). Se a correção for rápida os neurônios não se readaptam a tempo!

32
Q

Conduta na hiponatremia aguda sintomática <48hrs?

A

NaCl a 3%

33
Q

Tratamento da hiponatremia?

A

Aguda: elevar o sódio sérico em 1-2 mEq/L por hora nas primeiras 3h. Não ultrapassar 12 mEq/L em 24h.

Crônica: elevar o sódio sérico em não mais do que 8-10 mEq/L nas primeiras 24h e 18 mEq/L nas primeiras 48h.

34
Q

Conceito laboratorial de hipernatremia? Sintomas da hipernatremia?

A

Na > 145 mEq/L
Distúrbios neurológicos (pela desidratação neuronal) - rebaixamento, convulsão etc
Fraqueza e dor muscular (rabdomiólise hipernatrêmica)
AVE hemorrágico (desidratação abrupta rompendo pequenas veias)

35
Q

Causas de hipernatremia?

A
Perdas cutâneas 
Diuréticos de alça 
Diarreia osmótica 
Hiperaldosteronismo primário 
Poliúria osmótica 
Hipodipsia 
Diabetes insipidus (ver causas)
Administração de sódio
36
Q

Como fazer o diagnóstico etiológico da hipernatremia?

A

Definir por onde o paciente está perdendo água!
História (perda pela pele? [febre, queimadura], fezes [diarreia], respiração, urina)
A bioquímica urinária é essencial na hipernatremia!!
Sabendo as osmolaridade e densidade urinária é possível definir com e a urina está ou não concentrada.

37
Q

Tratamento da hipernatremia?

A

Repor água!
Reduzir o sódio sérico em não mais do que 10 mEq/L em 24h. Alguns autores recomendam não ultrapassar 0,5 mEq/L/h, aceitando variações de até 12 mEq/L em 24h.

38
Q

Via de preferência para administrar a água na hipernatremia?

A

oral ou enteral

39
Q

Se houver indicação de reposição intravenosa

exclusiva qual a solução usada?

A

soro glicosado a 5% ou a salina hipotônica (0,2% ou 0,45%), dependendo do tipo de perda que o paciente apresenta

40
Q

Como saber quanto de NaCl a 3% eu devo infundir para corrigir hiponatremia?

A
usando as fórmulas
Homem: 
Deficit de sódio (mEq) = 
 0,6 x Peso x (variação desejada de Na)
Mulher: 
Deficit de sódio (mEq) = 
 0,5 x Peso x (variação desejada de Na)

Após calcular o deficit de sódio a ser reposto, divide-se o resultado por 17, multiplica-se por 100 e divide-se por 3. O resultado é o volume de salina a 3% a ser infundido…

41
Q

Paciente de 50 anos, 60 kg, sexo masculino, com hiponatremia aguda pós-RTU de próstata, sódio = 110 mEq/L e apresentando crise convulsiva tônico-clônica generalizada e estado torporoso. Qual é a conduta?

A

em 3h: Deficit de sódio = 0,6 x 60 x 3 = 108 mEq
108 ÷ 17 x 100 ÷ 3 = aproximadamente 210 ml
em 24h: Deficit de sódio = 0,6 x 60 x 12 = 432 mEq
432 ÷ 17 x 100 ÷ 3 = aproximadamente 850 ml.

Como já entraram 210 ml em 3h, nas próximas 21h, deve-se infundir 640 ml (850-210).

PRESCRIÇÃO: Salina a 3% 210 ml em 3h e 640 ml
em 21h.

42
Q

Como saber quanto de volume infundir na hipernatremia?

A

Usar fórmula para calcular déficit de água livre
Deficit de água (L) = 0,5 x Peso x (Na do paciente - 1)/Na desejado
Mulher:
Deficit de água (L) = 0,4 x Peso x (Na da paciente - 1)/Na desejado

O deficit de água livre pode ser reposto com água potável via enteral, ou por via intravenosa com SG 5%, salina 0,2% (multiplicar por 1,33), ou ainda, salina 0,45 (multiplicar por 2).

43
Q

paciente do sexo masculino, 70 kg, Na = 160 mEq/L, estado comatoso, qual a prescrição?

A
em 24h: Na desejado = 160 - 10 = 150 mEq/L Deficit de água = 0,5 x 70 x (160/150 - 1) = 2,3 L (2.300 ml)
Reposição de 24h: 
2.300 ml de água via enteral, ou
2.300 ml de soro glicosado 5%, ou
3.000 ml de salina 0,2%, ou
4.600 ml de salina 0,45%.

Lembrar de adicionar a reposição das “perdas insensíveis” (1.500 ml), portanto:
PRESCRIÇÃO de 24h:
3.800 ml de água via enteral, ou
3.800 ml de soro glicosado 5%, ou
5.000 ml de salina 0,2% (a reposição de perdas insensíveis também deve ser multiplicada por 1,33)
7.600 ml de salina 0,45% (a reposição de perdas insensíveis também deve ser multiplicada por 2)

OBS: é imprescindível o acompanhamento seriado da natremia por dosagens a cada 2-4h