Direito Administrativo Flashcards
O que é um Órgão?
Unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura
da Administração indireta.
São “centros de competência” constituídos na estrutura interna de determinada entidade política ou
administrativa.
Não possui personalidade jurídica própria.
O que é uma entidade?
Unidade de atuação dotada de personalidade jurídica, pública ou privada;
E. política: que possuem autonomia política - capacidade de legislar e se auto-organizar (U,E,DF e M)
E. administrativa: possuem autonomia adm - não podem legislar, limitando-se a executar as leis editadas pelas pessoas políticas.
O que é descentralização?
Desempenho indireto de tarefas incumbidas ao Poder Público; sem relação de hierarquia ou subordinação entre o Estado e a entidade descentralizada.
Descentralização política x administrativa.
O que é descentralização administrativa?
O poder central transfere parcela de suas atribuições a outra entidade – a chamada “entidade descentralizada”.
Quais são as modalidades descentralização administrativa?
a) descentralização por serviços, funcional, técnica ou por outorga;
b) descentralização por colaboração ou delegação;
c) descentralização territorial ou geográfica.
Descentralização por serviços:
Quando uma entidade política (U,E, DF e M), mediante lei (em sentido formal), cria uma nova PJ (de direito público ou privado) e a ela atribui a titularidade e a execução de determinado serviço público, o que lhe confere independência em relação à pessoa que a criou (o que não impede o
exercício do controle de caráter finalístico). Ex: Autarquias, SEM, EP, Fundações e Consórcios.
Descentralização por colaboração:
É a que ocorre quando, por meio de contrato ou ato unilateral - não é necessária a edição de lei formal – o Estado transfere apenas a execução de determinado serviço público a uma pessoa jurídica de direito privado, previamente existente, conservando o
Poder Público a titularidade do serviço. Ex: Concessões
Descentralização territorial:
é uma forma de organização administrativa que ocorre quando uma entidade local recebe a atribuição de competências estatais.
A descentralização territorial também compreende o exercício da capacidade legislativa, porém sem autonomia.
Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar
Quais os princípios
expressos da Adm Pública?
LIMPE
Princípio da legalidade x da reserva legal:
A reserva legal significa que determinadas matérias devem ser regulamentadas necessariamente por lei formal (lei em sentido estrito – leis ordinárias e complementares).
Princípio da legalidade:
a função administrativa se subordina às previsões legais e, portanto, o agente público só
poderá atuar quando a lei determinar (vinculação) ou autorizar (discricionariedade). Já os administrados podem fazer tudo o que não estiver proibido em lei, vivendo, assim, sob a autonomia da vontade.
Princípio da juridicidade:
O administrador não se sujeita apenas à lei, mas a todo
o ordenamento jurídico. Consequentemente, a discricionariedade administrativa fica mais reduzida.
Quais o princípios expressos na CF?
LIMPE
Quais os dois significados do princípio da legalidade?
O primeiro aplica-se aos administrados: ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
O segundo sentido é aplicável à Administração: a
Administração só poderá agir quando houver previsão legal;
Ou seja, a atuação administrativa obedece a vontade legal. Por outro lado, os administrados podem fazer tudo o que não estiver proibido em lei, vivendo, assim, sob a autonomia da vontade.
É correto afirmar que: Enquanto o princípio da supremacia do interesse público não se aplica em algumas situações – como na exploração de atividade econômica – o princípio da indisponibilidade do interesse público está diretamente presente em qualquer atuação da Administração Pública?
Correto
A previsão em lei de cláusulas exorbitantes aplicáveis aos contratos administrativos
decorre diretamente do princípio da supremacia do interesse público?
Correta.
As cláusulas exorbitantes são poderes especiais que a administração dispõe, nos contratos administrativos, para fazer prevalecer o interesse público. Um exemplo de cláusula exorbitante é a possibilidade de alterar unilateralmente um contrato, independentemente da concordância da outra parte, dentro dos limites permitidos em lei.
As decisões que violarem a razoabilidade são passíveis de anulação mediante
provocação do Poder Judiciário?
Sim, pois as decisões que violarem a razoabilidade não são inconvenientes; mas são, na verdade, ilegais e ilegítimas.
O princípio da especialidade decorre dos princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse
público?
Sim. O princípio da especialidade reflete a ideia de descentralização administrativa, em que se criam entidades para o desempenho de finalidades específicas.
Sendo assim, decorre do princípio da legalidade porque a entidade administrativa depende de lei para criar ou autorizar a criação. Esta
lei já define a área de atuação (a especialidade) da entidade administrativa.
O segundo porque o administrador (o gestor da entidade administrativa) não pode “fazer o que quiser”, mas somente poderá exercer as atividades de competência da entidade administrativa.
O que estabelece o princípio da autotutela?
Administração Pública possui o poder de controlar os seus
próprios atos, anulando-os quando ilegais ou revogando-os quando inconvenientes ou inoportunos, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Assim,
a Administração não precisa recorrer ao Poder Judiciário para corrigir os seus atos, podendo fazê-lo diretamente.
O que significa o princípio da inafastabilidade de tutela jurisdicional (sistema de jurisdição única)?
A lei não afastará do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito (CF, art. 5º, XXXV). Assim, o controle de legalidade realizado pela própria Administração Pública não afasta a competência do Poder
Judiciário de controlar a legalidade dos atos públicos. A diferença, no entanto, é que a Administração pode agir de ofício, enquanto o Poder Judiciário só atuará mediante provocação.
Conforme consta no art. 54 da Lei 9.784/1999, o direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em quantos anos?
Em 5 anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. Se não fizer isso no prazo, haverá a “decadência”, ou seja, a perda do direito de anular.
Cite exceções ao Princípio da continuidade do serviço público de acordo com a Lei 8.987/1995 (Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos).
Nesse sentido, a Lei 8.987/1995 prescreve que não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou, após
prévio aviso, quando: (a) motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; (b) por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade (art. 6º, §3º).
V ou F: a ampla defesa abrange também o direito à defesa técnica. Contudo, em processos
administrativos, cabe ao interessado decidir se precisa ou não de defesa técnica, conforme entendimento do
STF.
Certo. Súmula Vinculante nº 5: “A falta de defesa técnica por advogado no processo
administrativo disciplinar não ofende a Constituição”.
Qual o aspecto subjetivo do
princípio da segurança jurídica?
Proteção à confiança - Relacionado à boa-fé do administrado perante a
administração; se aplica na
preservação dos efeitos de um ato administrativo nulo, mas que tenha beneficiado terceiros de boa-fé.
C ou E: Em decorrência do princípio da segurança jurídica, é proibido que nova interpretação de norma
administrativa tenha efeitos retroativos, exceto quando isso se der para atender o interesse público.
Errado. O princípio da segurança jurídica veda a aplicação retroativa de nova
interpretação. Isso não significa que ele vede a evolução da interpretação; Nessa linha, o item está incorreto, pois não se pode alegar o interesse público para voltar no tempo com a interpretação.
O que significa o princípio da sindicabilidade:
Significa que todo ato administrativo pode se submeter a algum tipo de
controle. Portanto, tal princípio engloba a autotutela e o controle judicial.
O princípio da legalidade na administração pública é aplicado de forma que esta somente pode praticar
ato previsto em lei aprovada pelo Congresso Nacional.
Errada. O princípio da legalidade é analisado em sentido amplo, abrangendo ainda a Constituição, os
demais atos primários (como as medidas provisórias, leis delegadas, resoluções etc) e os atos normativos secundários. Ademais, mesmo limitando somente aos atos primários (aqueles que podem inovar), ainda teríamos atos que não são editados pelo Congresso Nacional, como as medidas provisórias.
Essas três medidas (nepotismo, partidarismo e promoção pessoal) violam o princípio da impessoalidade?
Sim, pois configuram favorecimento pessoal e desvio de finalidade.
O princípio da impessoalidade é uma manifestação do princípio da isonomia?
A impessoalidade e a isonomia são princípios amplamente relacionados. Poderíamos dizer que um é manifestação do outro. A priori, se você é impessoal, você é isonômico, e vice-versa.
Para o STF, qual o conceito de casa (princípio da inviolabilidade domiciliar):
Para o STF, o conceito de “casa” revela-se abrangente,
estendendo-se a:
i) qualquer compartimento habitado;
ii) qualquer aposento ocupado de habitação coletiva;
iii) qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade pessoal.
Assim, o conceito de “casa” alcança não só a residência do indivíduo, mas também escritórios profissionais, consultórios médicos e odontológicos, trailers, barcos e aposentos de habitação
coletiva (como o quarto de hotel). Não estão abrangidos pelo conceito de casa os bares e
restaurantes.
A doutrina admite que a força policial, tendo ingressado na casa de indivíduo, durante o dia, com amparo em ordem judicial, prolongue suas ações durante o período noturno.
Correto.
O ingresso forçado em domicílio, sem mandado judicial, é admitido desde que a
autoridade policial justifique previamente a ocorrência de flagrante delito.
Errado. O ingresso forçado em domicílio deve estar amparado em fundadas razões, a serem
posteriormente justificadas. Não há que se falar, portanto, em justificativa prévia.
Quais os requisitos que permitem a interceptação das comunicações telefônicas:
a) a ordem judicial;
b) a existência de investigação criminal ou instrução processual penal;
c) lei que preveja as hipóteses e a forma em que esta poderá ocorrer.
Diferencie interceptação telefônica, escuta telefônica e gravação telefônica:
Interceptação telefônica = captação de conversas telefônicas feita por terceiro (autoridade policial, autorizado pelo Poder Judiciário) sem o conhecimento de nenhum dos interlocutores.
Escuta telefônica = captação de conversa telefônica feita por um terceiro, com o conhecimento de apenas um dos interlocutores.
Gravação telefônica = gravação feita por um dos interlocutores do diálogo, sem o consentimento ou ciência do outro.
Suponha que, em uma operação de busca e apreensão realizada em um escritório profissional, os policiais apreendam o disco rígido (HD) de um computador em que estão armazenados os e-mails recebidos pelo investigado. Nesse caso, há violação do sigilo da comunicação de dados?
Entende a Corte que não há violação do sigilo da comunicação de dados. Isso porque a proteção constitucional é da comunicação de dados, não dos dados em si. Em outras palavras, não há, nessa situação, quebra do sigilo das comunicações (interceptação das comunicações), mas sim apreensão da base física na qual se encontram os dados.
A interceptação telefônica é, sem dúvida, medida mais gravosa e, por isso, somente pode ser determinada pelo Poder Judiciário.
Correto.