Diarreia crônica Flashcards

1
Q

O que é diarreia crônica?

A

Percepção do paciente: Evacuação com fezes malformadas ou anormalmente amolecidas com frequência evacuatória aumentada
Tecnicamente: Aumento do volume das fezes maior que 200g/dia, às custas de uma maior quantidade de água

Tipos 5, 6 e 7 na Escala de Bristol

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2
Q

Quais fezes são as diarreicas na Escala de Bristol?

A

Tipos 5, 6 e 7

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3
Q

Qual é a classificação temporal da diarreia?

A

Aguda (7-14 dias): autoresolutivas
Persistente/Subaguda (14-30 dias)
Crônica (> 30 dias): ou que recidiva com frequência.

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4
Q

Quais são as principais causas de diarreias agudas?

A
  • Intoxicação alimentar
  • Gastroenterite viral/bacteriana
  • Doença priônica

*obs: doença autoresolutiva, não precisa de ATB, só hidratar

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5
Q

Quais são as principais causas de diarreia crônica?

A
  • DII
  • Síndrome disabsortiva
  • CA

PRECISO INVESTIGAR A CAUSA!!!

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6
Q

Qual é a diferença entre diarreia crônica (Sd. diarreica crônica) e Sd. disabsortiva?

A

Diarreia crônica: etiologia se manifesta exclusivamente por diarreia crônica.
Sd. Disabsortiva: é quando tenho alguma coisa que não está fazendo absorver ou proteína, ou lipídio, ou glicídio, e consecutivamente vitaminas. Ou seja: a doença não está deixando a pessoa fazer uma absorção adequada. Consequentemente, o paciente também tem uma diarreia crônica, mas por ele não ter uma absorção desses elementos essenciais do tubo digestivo, ele tem outras manifestações clínicas que chamam mais atenção que a diarréia crônica em si, como emagrecimento, perda de peso, deficiências de vitaminas, desnutrição.
ex: doença celíaca

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7
Q

Como se dá a classificação fisiopatológica da diarreia crônica?

A
  • Secretora
  • Osmótica
  • Inflamatória
  • Dismotilidade

Essa classificação orienta o diagnóstico e o tto

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8
Q

Como é a fisiopatologia da diarreia crônica secretora?

A

Provocadas por distúrbios no transporte hidroeletrolítico através da mucosa entero-colônica (ativo e/ou passivo).
Uma virose, infecção parasitária por ameba, doenças priônicas, por exemplo: esses agentes etiológicos podem alterar o transporte e podem alterar a permeabilidade ao processo osmótico. Como consequência, vou acumular mais eletrólitos, que não vão ser absorvidos, de modo que o poder osmótico fica na luz e aí vai dar diarreia. E mais ainda: algumas viroses podem estimular esse transporte, que é uma troca equilibrada, a ponto de ter inclusive estímulo para enviar só para a luz os eletrólitos, sendo uma diarreia secretora. Portanto, a quebra de equilíbrio de absorção, tanto passiva quanto ativa, de água e eletrólitos, ficando mais moléculas osmoticamente ativas no tubo, causa a diarreia secretora

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9
Q

Quais são as causas de diarreia crônica secretora?

A
  • Protozoários: Giardia, Cryptosporum
  • Bacteriana: cólera, E. coli patogênica
  • Uso abusivo de laxativos catárticos
  • Efeitos colaterais de fármacos
  • Diarreia crônica idiopática (diagnóstico de exclusão)
  • Doença de Addison
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10
Q

Quais são os achados clínicos de diarreia crônica secretora?

A
  • Eliminações aquosas e de grande volume (“diarreia colérica”)
  • Indolor
  • Persiste com o jejum
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11
Q

Qual é a fisiopatologia da diarreia crônica osmótica?

A

Decorre do acúmulo na luz de substâncias osmoticamente ativas (excesso de uma macromolécula de grande poder osmótico) que não são absorvidas ou são absorvidas parcialmente, permanecendo na luz intestinal e absorvendo água com consequente aumento do volume aquoso fecal. ex: lactose em intolerantes à lactose; manitol

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12
Q

Quais são as causas de diarreia crônica osmótica?

A
  • Má absorção de carboidratos
  • Deficiência de dissacaridades (ex: deficiência de lactase)
  • Intolerância à glúten não celíaca e à FODMAP
  • Ingestão excessiva de carboidratos poucos absorvíveis (sorbitol, frutose, fibras, suplementos e sais de Mg)
  • Uso abusico de laxativo (lctulose, magnésia)
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13
Q

Quais são os achados clínicos de diarreia crônica osmótica?

A
  • Cessa com o jejum ou com a suspensão do agente causador
  • Fezes explosivas, malcheirosas e “cheiro ácido”
  • Gases (moléculas não absorvidas são metabolizadas pelas bactérias = gases)
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13
Q

Quais são os achados clínicos de diarreia crônica osmótica?

A
  • Cessa com o jejum ou suspensão do agente causador
  • Cólicas, distensão absominal, gases e fezes explosivas, malcheirosas e “cheiro ácido”
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14
Q

Qual é a fisiopatologia da diarreia crônica inflamatória?

A

Decorrente do processo inflamatório intestinal, com quebra da integridade da mucosa e ativaçao de fatores humorais e celulares.
Conforme há inflamação da parede intestinal, com formação de pus, muco e sangue, há exsudação, dificuldade de absorção e aumento da perisltase, impedindo reabsorção de água.

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15
Q

Quais são as causas de diarreia crônica inflamatória?

A
  • DII (RCUI e Doença de Crohn)
  • Enterite actínica
  • Amebíase
  • Colites bacterianas
  • Colite pseudomembranosa
  • Alergias alimentares
16
Q

Quais são os achados clínicos de diarreia crônica inflamatória?

A
  • Disenteria: diarreia + muco + pus + sangue
  • Diarreia frequente, tenesmo, dor e sintomas sistêmicos frequentes
  • Achados extraintestinais relacionados a DII: artralgia, artrite, eritema nodoso, sintomas, oculares, pioderma gangrenoso, etc
16
Q

Quais são os achados clínicos de diarreia crônica inflamatória?

A
  • Disenteria: diarreia + muco + pus + sangue
  • Diarreia frequente, tenesmo, dor e sintomas sistêmicos frequentes
  • Achados extraintestinais relacionados a DII: artralgia, artrite, eritema nodoso, sintomas, oculares, pioderma gangrenoso, etc
17
Q

Qual é a fisiopatologia da diarreia crônica por dismotilidade?

A

Motilidade intestinal alterada
* aumentada
* reduzida: neste caso há hiperproliferação bacteriana (redução do clearance das bactérias), que começam a fazer fermentação, liberando substância que podem ser solutos osmóticos, os quais vão puxar água pra dentro do tubo causando efeito osmótico e levando à diarreia

18
Q

Quais são as causas de diarreia crônica por dismotilidade?

A
  • SII diarreica
  • Hipertireoidismo
  • Tumor carcinóide
  • VIPoma
  • Medicações (ex: antidepressivos, que aumentam motilidade)
  • Diarreia diabética
  • Miopatias e colagenoses (hipomotilidade)
19
Q

Quais são os achados de diarreia crônica por dismotilidade?

A
  • Dor abdominal e alteração de hábito (SII)
  • Perfil psíquico importante (SII)
  • Critérios de ROMA (SII)
  • Importante avaliação de medicações de uso
  • Quadros sindrômicos relacionados a tumores endócrinos
  • GAP osmótico variável com etiologia
20
Q

Como deve ser a anamnese do pct com diarreia crônica?

A
  • Tempo de duração dos sintomas?
  • Viagens recentes?
  • Características das fezes (líquida, pastosa, semi-formadas)?
  • Frequências diária?
  • Volumosas? Pequenos volumes repetitivos?
  • Cor e aspecto? Restos alimentares? Gotículas de gordura? (esteatorreia)

Sinais de alarme: muco, pus, sangue, perda de peso

  • Associação alimentar? Ocorre no período noturno?
  • Patologias associadas?
  • Uso de medicações: inibidores recaptação serotonina, AINH, procinéticos, abuso de laxativos, “fórmulas”
21
Q

O que deve ser procurado no exame físico do pct com diarreia crônica?

A
  • Sinais de emagrecimento
  • Sinais de carências nutricionais
  • Massas abdominais
  • Toque retal
  • Distensão abdominal
  • Artrites DII
  • EdemasDII
  • Nódulos cutâneos ou outras evidências de colagenoses
22
Q

Como é a avaliação complementar de diarreia crônica?

A
  • Avaliação laboratorial básica e avançada + exames endoscópicos e de imagem
  • Básica: hemograma, bioquímica, PCR e VHS, sorologia HIV, MIF, coprocultura
  • Avançada: ASCA, ANCA, (DII) elastase fetal e calprotectina fecal (inflamatórias), anticorpos anti-endomísio e anti-transglutaminase
23
Q

Como é a avaliação endoscópica do paciente com diarreia crônica? Quando é indicada?

A

COLONOSCOPIA!
* indicada para pacientes > 45-50 anos
* suspeita clínica de DII em qualquer idade
* presença de sinais de alarme: sangramento, pus e perda de peso

Enteroscopia com duplo balão
Cápsula endoscópica

(essas duas últimas se penso em DII e quero avaliar a extensão dela)

24
Q

Como é o tto da diarreia crônica?

A

Tem que buscar o diagnóstico antes do tto!
* TTO direcionado para a patologia específica
* Medidas de ordem geral: manutenção do equilíbiro hidroeletrolítico VO ou EV
* Sintomáticos usados com parcimônia (antidiarreicos: Loperamida e antiespasmódico

24
Q

Como é o tto da diarreia crônica?

A

Tem que buscar o diagnóstico antes do tto!
* TTO direcionado para a patologia específica
* Medidas de ordem geral: manutenção do equilíbiro hidroeletrolítico VO ou EV
* Sintomáticos usados com parcimônia (antidiarreicos: Loperamida e antiespasmódico