Coma e morte encefálica Flashcards
como o coma pode ser diferenciado em relação a localização e à etiologia
localização: supra e infra tentorial
etiologia: estrutural e não estrutural
definição e exemplos de coma não estrutural
Ocorre na ausência de lesões destrutivas ou expansivas capazes de alterar a anatomia do tecido. Geralmente associado a alterações na função cerebral causadas por disfunções metabólicas (hipóxia, hiper/hiponatremia, hipoglicemia), uso de drogas, presença de toxinas ou infecções (podem cursar com hipóxia, por exemplo, ou meningite, sepse, tuberculose)
definição e exemplos de coma estrutural
Há lesões capazes de afetar a anatomia do tecido ou ainda causar sua destruição. Pode ser simétrico ou assimétrico
AVCi (pode evoluir com edema) ou hemorrágico (mais comum devido ao aumento de pressão); tumores, abscessos ou granulomas; higromas; TCE e hematoma
como avaliamos a profundidade do coma
pela escala de Glasgow
quando usamos força para estimular na escala, como classificamos?
resposta motora: localiza estímulos (5) ou retirada de membros aos estímulos (4)
resposta verbal: sons incompreensíveis (2)
abertura ocular: à dor (2)
resposta de flexão anormal
qual posição
denominação
onde
flexão do antebraço, associado a flexão e pronação dos punhos, com tronco e membros inferiores estendidos
Essa postura é denominada “Decorticação”
representa estado disfuncional encefálico acima do mesencéfalo, havendo ausência das eferências superiores do controle motor.
resposta de extensão anormal
qual posição denominação
onde
extensão de membros superiores, com flexão e pronação dos punhos, associado a extensão de membros inferiores
quadro mais grave denominado “Decerebração” em que há ausência de função encefálica acima da ponte, seja por disfunção ou por interrupção as eferências
postura de extensão de todo o corpo como se chama e ocorre geralmente em que situação
opistótono
meningite
padrão respiratório lesão bulbar
apneia respiratória desde o ínicio do coma
padrão respiratório lesão da transição bulbopontina
respiração atáxica (irregular em amplitude e frequência)
padrão respiratório lesão pontina
respiração apnêustica/ agônica, profunda e prolongada seguida de apneia
padrão respiratório lesão mesencefálica
hiperventilação neurogênica central, respiração ampla e com alta frequência mantida= gera alcalose respiratória
padrão respiratório lesao diencefálica
Cheyne stokes
avaliação do nervo óptico
reflexo fotomotor (deve ocorrer miose ao expor o olho à luz) também fazer fundo de olho com pesquisa de papiledema (sugere hipertensão intracraniana), hemorragias retinianas (acompanha alguns processos hemorrágicos intracranianos e meníngeos) e alteração retinianas compatíveis com retinopatia diabética ou hipertensiva.
avaliação nervo oculomotor
motricidade ocular + componente autonômico que participa do reflexo fotomotor!
diâmetro das pupilas
anisocoria o que significa
se há anisocoria, o lado midriático/ maior apresenta redução do reflexo fotomotor
pode ocorrer em hérnia de uncus
paralisia das pupilas/ médio-fixas
disfunção em nível diencéfalo-mesencefálico, com alteração das vias simpáticas e parassimpáticas
pupilas simétricas e puntiformes
disfunção pontina
avaliação dos movimentos oculares como fazer
oculocefálico ou oculovestibular: ausência é olhos de boneca
prova calórica
como interpretar o reflexo de prova calórica
A resposta normal, com ativação do labirinto contralateral ao estimulado, ocorre desvio conjugado dos olhos para o lado em que se instilou a água. Na paralisia do nervo abducente, o músculo reto lateral não se contrai, ocorrendo o desvio apenas do olho do lado oposto ao estimulado
avaliação do nervo trigêmeo
reflexo córneo-palpebral
esternutatório (espirro)
dor em pontos dolorosos da face
reflexo masseterino
avaliação do nervo facial
reflexo córneo-palpebral
simetria facial pela mímica de dor
reflexo nasopalpebral/ glabelar com martelo (percussão da região da glabela para incitar piscamento)
reflexo bucinador (percussão na bochecha, esperando-se que o paciente faça um bico)
avaliação nervo vestíbulo-coclear
prova calórica
reflexo cócleo-palpebral (som alto próximo ao ouvido esperando que o paciente pisque)
avaliação nervos glossofaríngeo e vago
reflexo do vômito (tocando o palato e pilares faringianos) e da tosse (mobilização da cânula nasal)
avaliação da motricidade do paciente
avaliação da presença de movimentos em resposta a estímulo doloroso, com avaliação do tônus muscular e com a avaliação dos reflexos profundos
Alguns reflexos cutâneos principais também devem ser realizados (cutâneo- abdominal, cutâneo-plantar, cremastérico)
pode ocorrer aparecimento de reflexos primitivos frontais, como o reflexo da voracidade (sucção induzida por estímulo dos lábios), do grasping (fechamento da mão em reação a colocação de objetos na mão) e o grooping (rastreio com passagem da mão na lateral do corpo em resposta a um estímulo na face lateral do braço)
diagnóstico de morte encefálica
dano encefálico de etiologia conhecida e irreversível
exclusão de situações reversíveis
exame clínico-neurológico definitivo de morte encefálica
exame complementar que comprove a ausência de atividade encefálica
quais etiologias devemos excluir na suspeita de coma
doenças (guillain-barré), drogas (barbitúricos, benzodiazepínicos), hipotermia grave, que podem cursar com abolição dos reflexos
infecções graves do SNC, distúrbios metabólicos ou hidroeletrolíticos (aprofundamento do coma)
quando definimos morte encefálica
coma de profundidade máxima (Glasgow 3) ausência de manifestação indicativa de atividade cortical, subcortical e do tronco encefálico. Portanto, estão ausentes as crises epilépticas e as posturas de decorticação ou descerebração. Deve haver perda do controle térmico, com evolução para hipotermia grave, e perda do controle hipotalâmico com perda hidrossalina importante pelos rins. ausência de reflexos do tronco encefálico, sendo que pode haver persistência dos reflexos de integração medular apneia persistente (com prova de falência completa do centro respiratório)
como comprovamos apneia?
realização de gasometria arterial com respirador e medida de paCO2 e paO2 basais
ligar respirador em 100% por 10 minutos
desligar respirador e colocar somente em fluxo passivo de O2, por 10 min
observação de ausência de movimentos respiratórios mesmo com retenção de CO2, que devia estimular o centro respiratório
colher nova gasometria: ausência de movimento respiratório + CO2>20% basal ou >55mmHg
diferença da morte encefálica para o estado vegetativo persistente
no estado vegetativo persistente, ocorre a morte somente do neocórtex, mas o tronco encefálico está preservado
para determinar a morte encefálica, é necessário:
2 exames clínicos completos comprovando o quadro clínico por 2 equipes diferentes de profissionais (treinados para tal e não associados a equipes de transplante) após exclusão de fatores que comprometam o diagnóstico
exame complementar comprobatório
quais exames complementares podem ser feitos para comprovar a morte encefálica?
panangiografia encefálica: ausência de circulação devido à coagulação e ao colabamento dos vasos
ausência de atividade em EEG em máxima amplificação
ausência de atividade metabólica no PET-scan