Cirurgia Cardíaca (Casos Clínicos) Flashcards

1
Q

ASS, 72 anos, empresário, HAS, DM não insulino-dependente (DMNID), Dislipidemico, Angioplastia (PTCA) de Coronária Direita (CD) há 5 anos, começou a apresentar Angina progressiva aos esforços no últimos meses. Faz uso de Olmesartana 40 mg, Atenolol 100 mg, Metformina 2g, Rosuvastatina 10 mg e AAS 100 mg. Foi submetido a um cateterismo que mostrou lesão grave distal de tronco, descendente anterior (DA), diagonal e marginal. Diante da lesão multiarterial, qual é a conduta?

A

→ Programar cirurgia eletiva de revascularização miocárdica: ponte mamária esquerda para DA; ponte radial pra diagonal; ponte safena para marginal
→ Internar no CTI no pós-operatório dessa cirurgia

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Q

Paciente por lesão multiarterial de tronco distal, descendente anterior, diagonal e marginal evidenciada no cateterismo. Foi submetido a cirurgia de revascularização miocárdica com colocação de ponte mamária esquerda para DA; ponte radial pra diagonal; ponte safena para marginal. Teve tempo de CEC (circulação extra-corpórea) de 90 minutos, balanço hídrico peroperatório de 1 litro positivo, sem hemotransfusão e chegou no CTI entubando (ventilando em PCV) ainda em plano anestésico. Quais medidas devem ser empregadas no CTI?

A
→ PVP na veia subclávia direita
→ PAM na artéria radial direita
→ Dreno mediastinal e pleural esquerdo
→ Sonda vesical
→ Sonda nasogástrica (SNG)
→ Fio de marca-passo epicárdico
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3
Q

Deve-se colocar dreno pleural esquerdo em paciente submetido a cirurgia em que usa-se a mamária (por exemplo na revascularização miocárdica)?

A

SEMPRE!!!
→ Porque por mais que realiza-se a ligadura dos pequenos ramos dessa artéria, sempre fica alguma coisa ali drenando um pouquinho de sangue

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4
Q

Em quais circunstâncias coloca-se o dreno mediastinal?

A

EM QUALQUER CIRURGIA CARDÍACA!

→ Para não haver coleção de sangue ou líquido e submeter o paciente a um tamponamento cardíaco

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5
Q

Quais medidas intensivas, empregadas em um CTI, são necessárias para uma correta avaliação e monitorização hemodinâmica?

A

→ PVP
→ PAM
→ Sonda vesical

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6
Q

Qual a utilidade de se colocar um fio de marca-passo epicárdico em um paciente submetido a uma cirurgia de revascularização miocárdica?

A

Porque pacientes submetidos a esse tipo de cirurgia podem realizar distúrbios de condução temporários e ele depois pode ser retirado sem necessidade de intervenção cirúrgica. Se houve necessidade de usá-lo, é só ligá-lo a uma unidade geradora de marca-passo.

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7
Q

Paciente pós-revascularização miocárdica que, ao exame, apresentava efeito residual de sedação, bem adaptado ao respirador, PA de 105 x 60, FC de 102, afebril, eupneico (18 irpm), SaO2 de 98%. AR: nda / Dreno oscilantes com a respiração, com débito hemático sem fuga aérea) / Ventilando a PCV (18-8), FiO2 0,4 e VC de 540 mL / ACV: nda / ABD: nda / MMII: nda. Exames pós operatório mostrou: HTO de 31% / Hg de 9,8 / Leuco de 11600 (5 bastões) / Plaquetas de 111 mil / GSA com discreta acidose metabólica / K de 3,3 / Na de 139 / Ca ionico de 1,0 / ECG mostrando taquicardia sinusal / Rx de tórax mostrava drenos bem posicionados. Nas primeiras horas do pós-op imediato teve queda da PAM, piora da taquicardia e não respondia bem a reposição de cristaloide (iniciou noradrenalina), teve hipotermia, diurese decrescente (100 mL na 1ªh, 50 mL na 2ªh e 20 mL na 3ªh), debito dos drenos (mediastinal + pleural) crescente (350 mL na 1ªh, 350mL na 2ªh e 450 mL na 3ªh). Exames laboratoriais na 3ªh do pós-op imediato mostrando queda do HTO (27%), da plaqueta (90 mil), INR alargado (2,5) com relação de PTT de 1,3 e fibrinogênio 90. GSA: pH 7,27 / HCO3 15 / Lactato 42 / K 3,0 / Na 141 / Ca iônico 0,9. Qual diagnóstico?

A

TAMPONAMENTO CARDÍACO PÓS-OPERATÓRIO!
→ O débito do dreno estava muito alto, sempre que estiver alta desse nivel deve-se pensar na possibilidade de tamponamento
→ Deve-se também cogitar voltar com o paciente para o centro cirúrgico para realizar a hemostasia cirúrgica

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8
Q

Paciente com tamponamento cardíaco pós-operatório com INR alargado e fibrinogênio reduzido. Qual o primeiro passo?

A

CORRIGIR A COAGULAÇÃO!
→ INR alargado: repor plasma (15 mL/Kg a 20 mL/Kg)
→ Fibrinogênio baixo: repor criopreciptado (1U a cada 10 Kg de peso)

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9
Q

Paciente com tamponamento cardíaco pós-operatório com INR alargado e fibrinogênio reduzido. Quais os próximos passos?

A

→ Repor cálcio se estiver reduzido (cálcio também contribui para coagulação)
→ Aquecimento com manta térmica se paciente tiver hipotermia (Hipotermia piora o sangramento)
→ Contactar equipe da cirurgia cardíaca (para possível hemostasia cirúrgica)
→ Solicitar ecocardiograma transtorácico (ECOTT)

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10
Q

Quais são os fatores de melhora em um paciente pós-op de cirurgia para revascularização miocárdica que desenvolveu tamponamento cardíaco?

A

→ Redução do débito dos drenos
→ Estabilizar a dose de noradrenalina (em dose baixa)
→ Débito urinário melhor no último horário
→ Ecocardiograma mostrando função sistólica de VE preservada com VCI normodistendida (paciente estava com VMI em PCV - pressão positiva)

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11
Q

O que acontece com a VCI (Veia Cava Inferior) de um paciente não ventilado ou sob Ventilação Mecânica Invasiva (VMI) com esforço respiratório (em modo PSV) durante a inspiração?

A

No início da inspiração há pressão transpulmonar negativa que induz um grau de colapsibilidade variável da VCI, em função de sua complacência.

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12
Q

O que acontece com a VCI (Veia Cava Inferior) de um paciente em Ventilação Mecânica Invasiva (VMI) sem esforço respiratório (em modo PCV) durante a inspiração?

A

No paciente em VMI e sem esforço respiratório (em modo controlado - PCV), é aplicada pressão positiva ao tórax durante a inspiração. Esta é transmitida às cavidades direitas do coração e à VCI, que distende em função da sua complacência.

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13
Q

Quais são os fatores de melhora em um paciente pós-op de cirurgia para revascularização miocárdica que desenvolveu tamponamento cardíaco e que foi tratado corretamente?

A

→ Estabilização dos resultados do hemograma e coagulograma
→ Normalização do pH e lactato
→ Normalização eletrolítica
→ Aceitação do desmame ventilatório
→ Dose baixa da nora com PAM mantendo acima de 70
→ Débito urinário mantendo negativado
→ Débito dos drenos reduzidos
→ GSA sem acidose e lactato reduzido
→ Relação PF (acima de 300) e SaO2 (acima de 98%) normais

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14
Q

Em pacientes adultos sob desmame ventilatório, quais são os critérios utilizados para avaliar a descontinuação da ventilação mecânica?

A

→ Oxigenação adequada (relação pressão parcial de oxigênio (PaO2 / FiO2 ≥ 150 to 200)
→ Necessidade de pressão positiva expiratória final [PEEP] ≤ 5 a 8 cmH2O
→ FiO2 ≤ 40 a 50%

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15
Q

Fórmula para PaO2 ideal:

A

PaO2 ideal = 109 - (idade x 0,43)

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16
Q

Fórmula para FiO2 ideal:

A

FiO2 ideal = (PaO2 ideal x FiO2 atual) / PaO2 da GSA

17
Q

Protocolo da Casa de Saúde São José de extubação após cirurgia cardíaca:

A

Deixar o paciente ficar 30 minutos na VNI como uma medida preventiva para sucesso da extubação.

18
Q

Paciente pós-op de cirurgia para revascularização miocárdica que desenvolveu tamponamento cardíaco e que foi tratado corretamente. 12 a 24h do pós-op apresentou LAB sem acidose / lactato 18 / Cr 1,2 / Na 139 / K 3,4 / Mg 1,5 / Ca 1,1 / TGO 33 / TGP 28 / HTO 30% / Hg 9 / Plaquetas 102 mil / INR 1,3 / Relação PTT 1,3 / Fibrinogenio 190. BH (1º dia) de +1.980 mL. ECG normal. RX de tórax com discreta congestão pulmonar. Foram retirados os drenos torácicos (mediastinal e pleural esquerdo). Por que a discreta congestão pulmonar?

A

Por conta do balanço hídrico positivo!

19
Q

Paciente pós-op de cirurgia para revascularização miocárdica que desenvolveu tamponamento cardíaco e que foi tratado corretamente. 12 a 24h do pós-op apresentou LAB sem acidose / lactato 18 / Cr 1,2 / Na 139 / K 3,4 / Mg 1,5 / Ca 1,1 / TGO 33 / TGP 28 / HTO 30% / Hg 9 / Plaquetas 102 mil / INR 1,3 / Relação PTT 1,3 / Fibrinogenio 190. BH (1º dia) de +1.980 mL. ECG normal. RX de tórax com discreta congestão pulmonar. Foram retirados os drenos torácicos (mediastinal e pleural esquerdo). Qual a próxima conduta?

A

→ Iniciar AAS e estatina

→ Suspender a antibioticoprofilaxia com Cefazolina após a 4ª dose

20
Q

Qual o protocolo da Casa de Saúde São José em relação a antibioticoprofilaxia após cirurgias.

A

4 doses de Cefazolina de 6/6h, suspendendo após a 4ª dose!

21
Q

Paciente pós-op de cirurgia para revascularização miocárdica que desenvolveu tamponamento cardíaco e que foi tratado corretamente. Após o 1º dia, o alarme do monitor multiparamétrico do CTI indicou uma ARRITMIA. Foi solicitado um ECG de 12 derivações que mostrou um Ritmo irregularmente irregular com ausências de onda P. Qual o diagnóstico?

A

FIBRILAÇÃO ATRIAL!

22
Q

Qual é a arritmia muito comum que ocorre no pós-operatório da cirurgia cardíaca?

A

FIBRILAÇÃO ATRIAL!

23
Q

Fatores precipitantes da Fibrilação atrial no pós-op da cirurgia cardíaca:

A

→ Hipervolemia
→ Distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-base
→ Dor sem analgesia otimizada
→ Abstinência de betabloqueador (com efeito rebote após suspensão para realizar a cirurgia)
→ Dose alta de aminas vasoativas
→ Isquemia miocárdica
→ Disfunção do VE

24
Q

Conduta diante de uma Fibrilação atrial de um paciente pós-op de cirurgia cardíaca:

A

→ Amiodarona (dose de ataque 300 mg + manutenção de 900 mg em 24h)
→ Repor K e Mg
→ Otimizar analgesia
→ Equilibrar BH

25
Q

A Fibrilação atrial do paciente pós-op de cirurgia cardíaca foi revertido para ritmo sinusal após a 1ª hora de infusão da amiodarona. Pode interromper a infusão?

A

NÃO!

→ Deve-se manter a infusão para não correr o risco de recrudescência da arritmia

26
Q

Paciente pós-op de cirurgia para revascularização miocárdica que desenvolveu tamponamento cardíaco e que foi tratado corretamente. Desenvolveu Fibrilação Atrial com reversão para ritmo sinusal após infusão de Amiodarona. Após isso, o alarme do monitor multiparamétrico indica BRADICARDIA. O ECG mostrou um ritmo RR regular, ondas P regulares, mas sem relação entre a onda P e o complexo QRS. Qual diagnóstico?

A

BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR TOTAL (BAVT)

27
Q

Paciente pós-op de cirurgia para revascularização miocárdica que desenvolveu tamponamento cardíaco e que foi tratado corretamente. Desenvolveu Fibrilação Atrial com reversão para ritmo sinusal após infusão de Amiodarona. Após isso, o alarme do monitor multiparamétrico indica BRADICARDIA. O ECG mostrou um ritmo RR regular, ondas P regulares, mas sem relação entre a onda P e o complexo QRS. Qual a conduta?

A

Por se tratar de um BAVT:
→ Suspende-se a Amiodarona
→ Liga-se a unidade geradora no fio do marca-passo epicárdico (que deveria ser passo inicialmente após a cirurgia cardíaca)

28
Q

Como funciona o marca-passo tranvenoso?

A

O fio do marca-passo percorre, através das veias, até o endocárdio. Externamente, liga-se uma unidade geradora desse marca-passo no qual controla-se: a FC e o limite de amperagem que vai estimular o coração.

29
Q

Qual a peculiaridade do fio de marca-passo passado em um paciente pós-op de cirurgia cardíaca?

A

O fio de marca-passo, nesses casos, é EPICÁRDICO (enquanto que o transvenoso convencional é endocárdico). Tem alguns cirurgiões que dão ponto no fio e outros que apenas ancoram no epicárdio. Esse fio tem uma extensão na pele na qual liga-se a uma unidade geradora semelhante a do marca-passo transvenoso.

30
Q

Como retira-se o fio de marca-passo epicárdico após receber alta?

A

Ele é retirado apenas avulsionando o fio, como é feito com os drenos ou cateteres.

31
Q

Qual é a característica principal (o selo) do ECG do marca-passo?

A

É a presença de uma espícula, após uma linha vertical grande, no QRS que estará largo (pelo marca-passo estimular os ventrículos, dando um padrão de bloqueio de ramo).

32
Q

Quando deve-se iniciar reabilitação cardíaca em um paciente pós-op de cirurgia de revascularização miocárdica?

A

Já no ambiente de terapia intensiva com o paciente estável e com baixa carga:
→ Realiza-se atividade cicloergométrica, devendo o paciente ter boa tolerância