Arritmias Flashcards
Definição de taquiarritmias:
FC > 100 bpm
Paciente chega a emergência se queixando de sintomas de taquiarritmia, primeira conduta?
“Quem se move, ganha MOVe”
→ “M” = Monitorização
→ “O” = Oxigenação (Se SaO2 < 93%)
→ “Ve” = Veia (acesso venoso)
Critérios de instabilidade hemodinâmica:
“4 D’s”:
→ Diminuição do nível de consciência ou Desmaio
→ Diminuição da Pressão Arterial
→ Dispnéia
→ Dor torácica.
Se a resposta for sim pra qualquer um dos D’s, critério preenchido.
Conduta para pacientes com taquiarritmia com critério de instabilidade hemodinâmica preenchido:
Cardioversão elétrica com carga de 100 J.
Qual carga é recomendada em pacientes com Taquicardias Supraventriculares?
50-100 J
Qual carga é recomendada em pacientes com Taquicardias Ventriculares?
100 J
Qual carga é recomendada em pacientes com Flutter Atrial?
50-100 J
Qual carga é recomendada em pacientes com Fibrilação Atrial?
120 a 200 J
Pacientes ESTÁVEL hemodinamicamente em que foi observado uma taquiarritmia, qual a primeira pergunta a ser feita?
QRS é estreito (< 120 ms) ou largo (> 120 ms)?
Pacientes ESTÁVEL hemodinamicamente em que foi observado uma taquiarritmia, qual a segunda pergunta a ser feita?
O Ritmo é regular ou irregular?
Taquicardia estável com QRS estreito (< 120 ms) e ritmo regular, qual principal diagnóstico e qual a conduta?
→ Diagnóstico: Taquicardia Supraventricular (TSV)
→ Conduta: Manobras Vagais ou Adenosina (6 mg na 1ª dose e 12 mg caso a 1 dose não reverta)
Taquicardia estável com QRS estreito (< 120 ms) e ritmo irregular, qual principal diagnóstico e qual a conduta?
→ Diagnóstico: Fibrilação Atrial
→ Conduta: controlar a FC com betabloqueadores
Taquicardia estável com QRS largo (> 120 ms) e ritmo irregular, qual principal diagnóstico e qual a conduta?
→ Diagnóstico: Ritmo mais complexo, podendo ser uma Fibrilação atrial em um paciente que já tem distúrbio de condução prévio
→ Conduta: chamar o especialista
Taquicardia estável com QRS largo (> 120 ms) e ritmo regular, qual principal diagnóstico e qual a conduta?
→ Diagnóstico: Taquicardia Ventricular
→ Conduta: Amiodarona IV
Definição da Fibrilação Atrial:
Caracterizada ao eletrocardiograma por oscilação de baixa amplitude na linha de base (ondas f) com frequência entre 300 e 600 bpm e ritmo ventricular irregular.
O que é Fibrilação Atrial de alta resposta?
Fibrilação Atrial com alta resposta ventricular, em que o NAV não está conseguindo filtrar com eficiência os estímulos atriais originados pelas microreentradas atriais.
Qual a conduta resumida diante de um paciente com Fibrilação Atrial?
→ Anticoagulação com heparina não fracionada ou de baixo peso molecular (Enoxaparina - Clexane)
→ Controle da FC com betabloqueadores ou BCC (caso haja contraindicação dos betabloqueadores)
→ Se tempo de início dos sintomas < 48h, considerar cardioversão elétrica ou química
→ Se tempo de início dos sintomas > 48h ou indefinido, considerar anticoagulação prolongada ou ECOTE antes da cardioversão
Tipos de Taquicardias Supraventriculares (TSV):
→ Flutter Atrial → Taquicardia por Reentrada Nodal (TRN) → Taquicardia atrial → Fibrilação Atrial (o único que possui ritmo irregular) → Pré-excitação ventricular
Tipos de Manobras Vagais:
→ Compressão do seio carotídeo
→ Valsalva simples e modificada
→ Choque térmico facial com água gelada.
Contra-Indicação da realização da compressão do seio carotídeo:
→ Paciente > 65 anos
→ Paciente que tenha sopro carotídeo (denotando estenose de carótida)
→ Paciente que tenha evento prévio de AVC.
Por que é contra-indicado a realização da compressão do seio carotídeo em pacientes com estenose carotídea ou AVC prévio?
Porque a manobra pode levar ao baixo débito cerebral, piorando a isquemia cerebral nesses pacientes.
Como é feito a compressão do seio carotídeo?
Localiza-se o processo cricóide e, lateralmente, acha-se o pulso carotídeo no qual deverá ser comprimido vigorosamente (não é pra massagear). É importante avisar para o paciente que a manobra incomodará um pouco.
Manobra Valsalva simples:
Paciente inspira fundo e faz a prensa abdominal, para poder levar a alterações hemodinâmicas e fazer uma vagotonia de forma que haverá uma redução do estímulo simpático e, eventualmente, reversão da arritmia.
Manobra de Valsalva modifica:
Paciente assopra no bico de uma seringa e depois fica em decúbito dorsal com elevação dos membros inferiores (Posição de Trendelenburg), levando a reversão da arritmia.
Quando o Choque térmico facial com água gelada é recomendado?
Em pacientes que já sabem que tem uma taquiarritmia paroxística fazerem em casa. A colocação da face em uma bacia com água e gelo gera uma descarga vagotônica, podendo reverter as arritmias supraventriculares
Fisiopatologia do Flutter Atrial:
Arritmia supraventricular por macroreentrada atrial com FC usualmente na faixa de cerca de 250 e 350 bpm
Tipos de macroreentrada do Flutter atrial:
→ Típico: sentido da macroreentrada atrial é anti-horário
→ Atípico: sentido da macroreentrada atrial é horário
Tratamento do Flutter Atrial na sala de emergência:
IDÊNTICO AO DA FIBRILAÇÃO ATRIAL
Como é a resposta do Flutter Atrial aos antiarrítmicos para controle da FC?
Respondem mal
Como ocorre a Taquicardia por Reentrada Nodal (TRN)?
Tipicamente iniciada por uma extrassístole atrial cujo estímulo é bloqueado na via rápida, que esta em período refratário, prossegue em sentido anterógrado pela via lenta e retorna rapidamente pela via rápida após o termino no período refratário.
Características eletrocardiográficas da TRN:
Como o circuito de reentrada é pequeno (microreentrada), átrios e ventrículos são despolarizados simultaneamente e, no ECG, a onda P, coincidindo com o QRS, não é visível. Entretanto, muitas vezes pode-se evidenciar o término da onda P (despolarizada em sentido retrógrado) na porção final do QRS simulando onda s (pseudo s) nas derivações D2, D3 e aVF, ou onda r’ (pseudo r’) em V1.
Características eletrocardiográficas das Taquicardias Ventriculares (TV):
Caracterizam-se pela ocorrência de 3 ou mais complexos QRS de duração > 120 ms associado ao segmento ST-T de vetor oposto à maior deflexão do QRS. A FC pode variar de 70 a 250 bpm, dependendo do mecanismo.
Tipos de TV baseado no contorno do QRS:
→ Monomórfica
→ Polimórfica
Tipos de TV baseado em sua sustentação:
→ Sustentada (menos de 30 segundos)
→ Não-sustentada (mais de 30 segundos)
Em quais pacientes deve-se sempre considerar que há Taquicardia Ventricular em caso de dúvidas no ECG?
Em pacientes que tem doença estrutural do coração (IAM, Chagásico ou cirurgia cardíaca prévia).
Critérios de Brugada para Taquicardias Ventriculares:
→ Ausência de RS nas derivações precordiais
→ RS > 100 ms nas derivações precordiais
→ Dissociação átrio-ventricular
→ Critérios morfológicos para TV nas derivações V1-V2 e V6
Se o paciente preencher qualquer um desses critérios, o diagnóstico é TV
Definição de Bradiarritmias:
FC < 60 bpm que gera sintoma
Paciente chega a emergência se queixando de sintomas de bradiarritmia (síncope, lipotímia e etc), primeira conduta?
“Quem se move, ganha MOVe”
→ “M” = Monitorização
→ “O” = Oxigenação (Se SaO2 < 93%)
→ “Ve” = Veia (acesso venoso)
Critérios de instabilidade em bradicardias:
Os mesmos 4 D’s das taquiarritmias.
Tratamento pra bradicardia instável:
Acesso venoso para o paciente e administrar:
→ Atropina 0,5 mg a cada 3-5 minutos (máximo de 3 mg)
→ Infusão de dopamina 2-10 mcg/Kg/min ou epinefrina 2-10 mcg/min ou Dobutamina
→ Marcapasso transcutâneo
→ Marcapasso transvenoso
Utilidade de infusão de atropina, dopamina ou dobutamina em pacientes com bradiarritmias:
Fazer estímulo cronotrópico positivo
Desvantagens do Marca-passo transcutâneo:
Uso desconfortável, principalmente se paciente tem impedância torácica um pouco maior (grande ou obeso), precisando de analgesia sistêmica ou até sedação.
Desvantagens do Marca-passo transvenoso:
Precisará de um especialista ou um médico mais experiente para passa-lo a beira leito.
Tratamento para Bradicardia estável:
Monitorização, observação e preparar os marca-passos e as soluções de dopamina/dobutamina/epinefrina/atropina caso o paciente evolua para instabilidade hemodinâmica.
Principais bradiarritmias:
Bloqueios átrio-ventriculares de:
→ 1º grau
→ 2º grau
→ 3º grau (completo).
Características eletrocardiográficas do BAV 1º grau:
PR fixo > 200 ms
BAV de 2º grau:
Ocorre quando há bloqueio de alguns impulsos atriais
Tipos do BAV de 2º grau:
→ Tipo Mobitz I, quando ocorre prolongamento progressivo do intervalo PR culminando com bloqueio do estimulo (Fenômeno de Wenckebach)
→ Tipo Mobitz II, quando tem PR constante com bloqueio intermitente.
→ Quais são os BAV’s benignos?
BAV de 1º grau e BAV de 2º grau Mobitz I, podendo ocorrer em pacientes saudáveis que são muito vagotônicos ou em pacientes sob efeito de medicações.
Qual BAV pode ocorrer transitoriamente secundário a isquemia ou inflamação?
BAV 2º grau Mobitz I.
Quais são os BAV’s que apresentam bom prognóstico por apresentarem ritmo de escape acima do feixe de Hiss (supra-hissianos)?
BAV de 1º grau e de 2º grau Mobitz I. Se ambos evoluírem para um bloqueio avançado, o ritmo de escape, por ser supra-hissiano, fará com que o coração tenha uma FC um pouco maior comparado ao ritmo de escape infra-hissiano.
Caracteristica do BAV 2º grau Mobitz II:
Geralmente patológico por doença envolvendo o sistema de condução infranodal
Qual prognóstico do BAV 2º grau Mobitz II, caso ele evolua para um bloqueio avançado?
Como o ritmo de escape é infra-hissiano, a FC será menor quando comparado aos que possuem ritmo de escape supra-hissiano (BAV 1º grau e de 2º grau Mobitz I), apresentando mal prognostico.
Qual BAV apresenta prognóstico ruim em caso de evolução para bloqueio avançado, podendo até desenvolver um bloqueio de ramo?
BAV 2º grau Mobitz II, por ter ritmo de escape infra-hissiano.
Os BAV de 1º e 2º grau apresentam incremento de FC ou até desaparecimento da bradiarritmia quando há descarga adrenérgica, por exemplo, por esforço?
SIM
BAV avançado (3º grau):
Completa dissociação átrio-ventricular, não havendo incremento da FC com esforço