Cirrose - complicações Flashcards

1
Q

Quais diagnósticos diferenciais devem ser descartados frente a insuficiência hepática aguda?

A

Hepatite aguda grave (coagulopatia sem encefalopatia)
Cirrose descompensada
Acometimento hepático em doença sistêmica

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2
Q

Quais as características da insuficiência hepática hiperaguda?

A

Coagulopatia, hipertensão intracraniana, icterícia pouca ou nenhuma, alta recuperação espontânea. Associada a paracetamol, HAV, HEV

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3
Q

Qual a causa mais comum no mundo da insuficiência hepática aguda viral?

A

Infecção pelo vírus B

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4
Q

Quais as características da insuficiência hepática aguda?

A

Coagulopatia, hipertensão intracraniana, icterícia, moderada recuperação espontânea. Associada ao HBV

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5
Q

O que é crucial para o diagnóstico de insuficiência hepática aguda e deve ser buscado ativamente?

A

Encefalopatia hepática

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6
Q

A encefalopatia nos casos de insuficiência hepática fulminante pode estar associada à edema cerebral, devido ao acúmulo rápido e maciço de toxinas não depuradas. V ou F?

A

Verdadeiro

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7
Q

Qual é um dos sintomas mais precoces de encefalopatia hepática?

A

Inversão do ciclo sono-vigília

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8
Q

Quais as etiologias virais da insuficiência hepática aguda?

A

Hep A, B e E

Menos comuns: CMV, HSV, dengue, VZV

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9
Q

Quais as drogas que podem causar insuficiência hepática aguda?

A

Paracetamol (clássico), AINEs, ATB, quimioterápicos, estatinas, fenitoína, carbamazepina, ecstasy, álcool

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10
Q

Quais causas de insuficiência hepática aguda contraindicam o transplante hepático de emergência?

A

Hepatite isquêmica, malignidade, doenças sistêmicas, álcool

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11
Q

Quais exames laboratoriais podem ser solicitados na insuficiência hepática aguda para avaliar gravidade?

A

Painel de coagulação, perfil hepático, função renal (débito urinário, ureia, Cr, gaso arterial com lactato), amônia arterial (guia o tto)

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12
Q

Quais os exames de imagem solicitados na insuficiência hepática aguda?

A

USG com doppler
TC (contraste se puder)
RX de tórax e ECG - mais para complicações

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13
Q

O que deve ser monitorado no paciente com insuficiência hepática aguda?

A

SNC, coagulopatia, infecções (limiar mais baixo), hemodinâmica, distúrbios metabólicos (hipos…) e disfunção renal, necessidade do transplante
*IDENTIFICAR PRECOCEMENTE

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14
Q

Qual a contraindicação absoluta ao transplante hepático na insuficiência hepática aguda? E as relativas?

A

Lesão cerebral irreversível
Relativas: choque com piora progressiva, SARA, pancreatite hemorrágica, isquemia intestinal intensa.
*Graves demais para aguentar a cirurgia

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15
Q

O escore MELD tem grande papel na indicação de transplante hepático na cirrose, mas é limitado na insuficiência hepática aguda. V ou F?

A

Verdadeiro

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16
Q

Qual o valor de GASA sugere hipertensão portal?

A

GASA >= 1,1 g/dL (transudato)

*GASA = albumina soro - albumina ascite

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17
Q

Qual a terapia inicial da ascite na hipertensão portal/cirrose?

A

Restrição sódica (até 2g/dia) e diurético (espironolactona - associa furosemida geralmente por conta dos efeitos colaterais, como hiperK). Eventualmente paracentese de repetição

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18
Q

O que deve ser solicitado no líquido ascítico?

A

Celularidade total e diferencial
Proteínas totais e albumina
Cultura
Outros (de acordo com suspeita): ADA (TB), triglicérides (ascite quilosa), amilase (pancreatite), DHL

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19
Q

GASA < 1,1 sugere qual etiologia da ascite?

A

Doença peritoneal

*carcinomatose peritoneal, TB peritoneal, doença pancreática

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20
Q

Há contraindicação absoluta para realização de paracentese abdominal em cirróticos com hemorragia digestiva?

A

Não, está inclusive indicada análise do líquido ascítico em caso de suspeita de PBE, que pode ser precipitada por HDA.

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21
Q

Quais os principais microorganismos envolvidos na PBE?

A

Bactérias gram negativas (E. coli e Klebsiella)

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22
Q

Como se dá o diagnóstico de PBE?

A

PNM no líquido ascítico >= 250/mm³ + cultura monobacteriana

*Cultura demora de 24-48h - geralmente o diagnóstico é retrospectivo

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23
Q

Qual a definição de ascite neutrofílica?

A

PNM no líquido ascítico >= 250/mm³ + cultura NEGATIVA

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24
Q

Qual a definição de bacteriascite?

A

PNM no líquido ascítico < 250/mm³ + cultura POSITIVA

*pode ser mono ou polimicrobiana

25
Q

Qual a definição de PBS?

A

Geralmente secundária a causa cirúrgica (apendicite, pancreatite…):

  • PNM no líquido ascítico >= 250/mm³ + cultura POLIMICROBIANA
  • Pode dosar proteína (alta), DHL (alto), glicose (baixa - consumida pelas bactérias)
  • Geralmente níveis de neutrófilos bem mais altos que na PBE
26
Q

Qual exame é obrigatório no paciente com PBS?

A

TC de abdome - diagnosticar causa

27
Q

Qualquer bactéria pode gerar peritonite, mas qual a mais comum na cirrose e a mais comum na sd nefrótica?

A

Cirrose: E. coli (Klebsiella em segundo)

Sd nefrótica: pneumococo

28
Q

Quais exames realizados em líquidos ascítico são essenciais na suspeita de peritonite bacteriana espontânea?

A

Exame citológico e cultura

29
Q

Quais as causas mais comuns de ascite no Brasil?

A
  1. Hipertensão portal
  2. Ascite neoplásica
  3. TB peritoneal
30
Q

Quais as características do líquido ascítico na ascite neoplásica?

A

Aspecto hemorrágico, cels neoplásicas na citologia oncótica, aumento de proteínas e DHL, GASA < 1,1

31
Q

Qual o TTO da PBE?

A

ATB empírico (não espera cultura) = cefalosporina de 3ª (ceftriaxona) em geral + albumina (1,5g/kg 1º dia e 1 g/kg no 3º dia)
TTO durante 5-7 dias

32
Q

Como avaliar a resposta a terapêutica na PBE?

A

Paracentense de controle em 48h com redução de 25% da contagem inicial de PNM

33
Q

Como é feita a profilaxia primária aguda de PBE?

A

Após HDA - trata sangramento + ceftriaxone 1g/dia por 3-5 dias

34
Q

Como é feita a profilaxia primária crônica e secundária de PBE?

A

Norfloxacino 400mg VO

Primária crônica (proteína total no líquido < 1 OU < 1,5 + fator de risco) e Secundária (após PBE)

35
Q

A classificação de Child-Pugh é um fator preditivo razoavelmente confiável de sobrevida para várias doenças hepáticas e antecipa a probabilidade de complicações importantes da cirrose, como sangramento por varizes e peritonite bacteriana espontânea. V ou F?

A

Verdadeiro

36
Q

Como fazer o diagnóstico de síndrome hepatorrenal?

A

Deve excluir outras causas:

  • Disf renal aguda em paciente com cirrose + ascite geralmente
  • 2 dias -> suspende diurético, droga nefrotóxica, infunde albumina 1g/kg
  • Afastar choque, doença crônica (hematúria, proteinúria mínima)
37
Q

A síndrome hepatorrenal é marcada pela elevação progressiva da creatinina, com sedimento urinário normal, mínima proteinúria e fração de excreção de sódio baixa, na presença de doença hepática crônica. V ou F?

A

Verdadeiro

38
Q

Na sd hepatorrenal, os distúrbios da circulação arterial renal incluem intenso aumento da resistência vascular renal e grande redução da resistência vascular sistêmica (principalmente esplâncnica). V ou F?

A

Verdadeiro

39
Q

Qual o tratamento definitivo da síndrome hepatorrenal?

A

Transplante de fígado

40
Q

Qual o TTO da síndrome hepatorrenal?

A
Tratar causa (infecção, sangramento...). Específico: vasoconstritor + albumina. Definitivo: transplante
*Pode fazer hemodiálise também
41
Q

Qual o vasoconstrictor de escolha no TTO da síndrome hepatorrenal?

A

Terlipressina (é seletivo; em BIC tem menos efeito colateral)
*Outros: noradrenalina (UTI), midodrina + octreotide (alternativa)

42
Q

Até quando deve ser mantido o tratamento da síndrome hepatorrenal?

A

Resposta completa (Cr < 1,5)
Até 14 dias na resposta parcial (Queda da Cr >= 50% mas ainda > 1,5)
Sem resposta

43
Q

Qual o tratamento da encefalopatia hepática?

A
  • Tratar fator precipitante: infecção, constipação, distúrbios HE, diureticoterapia, sangramento TGI
  • Suporte geral
  • Suporte nutricional: evitar jejum (lanche noturno), não restringir proteína (BCAA é opção)
  • Diminuir amônia: lactulose (+ usada), neomicina, rifaximina, LOLA
44
Q

Quais as ações da lactulose no TTO da encefalopatia hepática?

A

Favorece transformação de NH3 em NH4
Diminui pH colônico
Modifica flora intestinal (para bactérias não produtoras de NH3)
Efeito catártico (diminui tempo de contato da mucosa com neurotoxinas)

45
Q

Qual a clínica da hipertensão portal?

A

Esplenomegalia congestiva, varizes esofagianas, circulação colateral abdominal e varizes retais
*estigmas de cirrose e circulação colateral

46
Q

Qual a principal causa da hipertensão portal SEGMENTAR, cursando com varizes gástricas isoladas?

A

Trombose de veia esplênica, muito associada à pancreatite crônica.
(drena fundo gástrico)

47
Q

O que acontece na hipertensão portal?

A

Aumento da resistência ao fluxo portal (gradiente de pressão venosa hepática GPVH > 5mm) e aumento do fluxo das veias colaterais

48
Q

Qual a principal causa de hipertensão portal?

A

Cirrose hepática (intrahepática sinusoidal)

49
Q

Quais as principais causas de hipertensão portal pré-hepática?

A

Trombose de veia porta, trombose de veia esplênica e esplenomegalia de grande monta

50
Q

Quais as principais causas de hipertensão portal intra-hepática?

A

Pré-sinusoidal: Esquistossomose, sarcoidose, idiopática
Sinusoidal: Cirrose, hepatite aguda (raro), hepatite crônica
Pós-sinusoidal: Doença hepática veno-oclusiva (rara)

51
Q

Quais as principais causas de hipertensão portal pós-hepática?

A

Sd de Budd-Chiari

Cardiopatia (ICC, pericardite constritiva)

52
Q

Como é a profilaxia das varizes esofágicas?

A

Primária: betabloqueador não seletivo (propranolol) OU ligadura elástica
Secundária: Ambos

53
Q

Como é o manejo da hipertensão portal?

A

Tratar agente etiológico
Tratar obesidade
Cessar tabagismo
Otimização nutricional

54
Q

Qual o manejo das varizes esofágicas? E nas gástricas?

A

Sem varizes = seguimento
Pequeno calibre = betabloqueador
Médio/grosso calibre = betabloqueador e ligadura elástica
*Gástricas = betabloqueador ou cianoacrilato

55
Q

Qual afecção deve ser avaliada periodicamente no paciente com hipertensão portal?

A

Varizes esofagogástricas - deve avaliar necessidade de EDA

56
Q

A síndrome hepatopulmonar é clinicamente caracterizada por qual tríade?

A

Cirrose + platipneia (piora ao levantar ou sentar) + ortodeóxia (cai pelo menos 4mmHg na PaO2 na mudança de posição supina para sentada ou em pé)

57
Q

Homem de 60 anos, com diagnóstico de cirrose pelo vírus da hepatite C, recebeu alta da enfermaria de gastroenterologia. Fora internado com descompensação por ascite e episódio de encefalopatia hepática. A recomendação diária de ingestão de sódio e proteínas é:

A

80 mEq de sódio e normoproteica. Pacientes com ascite devem ser tratados com restrição de sódio (ingestão de 2g ou 88 mEqq/dia), e Diureticoterapia. á em relação a Encefalopatia Hepática, como os paciente são normalmente desnutridos, mantém-se a ingesta normoprotéica, apenas preferindo proteínas de origem vegetal

58
Q

Homem de 56 anos de idade está em acompanhamento no ambulatório de clínica médica por cirrose hepática devido à hepatite B. Vem ao pronto-socorro por dor abdominal e febre baixa (38°C) há uma semana. No exame clínico: pulso = 98 bpm; pressão arterial = 130 x 72 mmHg; frequência respiratória = 22 irpm. Abdome globoso, doloroso difusamente à palpação, com sinais de ascite. A punção do líquido ascítico revelou: glicemia = 30 mg/dl; leucócitos = 13.200/mm³ com 98% de polimorfonucleares, ausência de células atípicas e, à coloração de Gram, presença de micro-organismos Gram-positivos. Qual é a conduta para a principal hipótese diagnóstica neste momento?

A

TC de abdome (avaliar ruptura de víscera oca).

Leuco > 10 mil e gram+ no líquido ascítico -> PBS.