Cardiologia Flashcards
Quais os critérios de admissão hospitalar no caso de pericardite aguda?
• Febre > 39°
• Início subagudo (vários dias)
• Derrame pericárdico > 20mm
• Tamponamento pericárdico
• Miopericardite
• Perda de resposta ao AAS/AINES após 1 semana de tratamento
• Imunosupressão
• Terapêutica anticoagulante
Pelo menos 1 critério -> admissão hospitalar
Terapêutica recomendada na PERICARDITE AGUDA
• 1ª linha:
• AAS 1000mg 8/8h ou outro AINE (exemplo: ibuprofeno) durante 1 a 2 semanas
• Colquicina 0,5mg/dia se <70kg ou 1mg/dia se ≥ 70kg, durante 3 meses -> recorrências
• 2ª linha:
• Prednisolona 1mg/kg/dia - até resolução dos sintomas e normalização da PCR - se falha/Cl para AINES ou se forte suspeita de etiologia auto-imune. Obriga a exclusão de infeção.
• Colquicina 0,5mg/dia se <70kg ou 1mg/dia se ≥ 70kg, durante 3 meses - reduz recorrências
• Restrição ao exercício físico durante 3 meses.
Qual o gradiente e a área valvular para ser considerada estenose aortica grave?
• Área valvular < 1cm2
• Gradiente médio > 40 mmHg
Indicações para cirurgia valvular no caso de estenose aortica grave?
• Doentes sintomáticos
Ou
• Fej < 50%
Cirurgia:
• TAVI (nos doentes mais idosos e com mais comorbilidades).
• Valvuloplastia por balão (doentes mais jovens).
Investigação etiológica de TEP: a quem? o que?
• Não recomendado por rotina.
• No 2° episódio > a TODOS (estudo de trombafilias se apresentar as características abaixo + exclusão de neoplasia).
• No 1° episódio: se <50 anos, história familiar de TEV, história pessoal de abortos, trombose em localização atípica > pedir estudo das trombofillas:
• Fator V de Leiden
• Mutação no gene da protrombina
• Antitrombina III (não realizar sob HBPM; não valorizavel na fase aguda)
• Proteína C e S (não realizar sob varfarina; não valorizavel na fase aguda)
• Homocisteina
• ANA
• Anticoagulante lúpico, ac anticardiolipina IgG e IgM e ac anti-B2 glicoproteina IgG e IgM (Repetir apos 12 semanas (fora da fase aguda))
• Exclusão de neoplasia: pancreas, pulmão, estômago, cólon, mama, ovário (as mais comumente associadas a TEP).
> TC TAP
Indicações para terapêutica fibrinolitica
• STEMI (EAM com supra desnivelamento ST) - estreptoquinase, alteplase, tenectplase
• TEP com instabilidade hemodinâmica - alteplase (rtPA) é a 12 linha - 100mg em 2h
• AVC isquémico (desde que ausência de contraindicações) - alteplase (0,9mg/kg (max 90mg) -
10% em bolus e os restantes 90% em perfusao durante 1 hora.
Critérios de Duke modificados para ENDOCARDITE
Criterios de Duke modificados (sensibilidade 80%) ~ ESC 2015
CRITÉRIOS MAJOR
• Culturas positivas para El
> Microorg típico (5.viridans, S.bovis, S.aureus, HACEK, Coxiella, Enterococcus) em 2 HC
> Microorganismo não típico em 2 HC colhidas com pelo menos 12h diferença
> Microorganismo nao tipico em 3 HC colhidas com pelo menos 1h diferenca
•Imagiológico
• ETT compativel, (vegetações, abcesso, pseudo-aneurisma, perfuração valvular) > (ETE se dispositivos intracardíacos, válvulas protésicas ou ETT suspeito mas não conclusivo)
• PET/TC coronára com válvulas anómalas ou lesões paravalvulares suspeitas
CRITÉRIOS MINOR
• Febre (>38°C)
• Fenómenos embólicos
(aneurisma micótico, AVC, Janeway, embolos arteriais, hemorragias conjuntiva)
• Fenómenos imunes (GN, nódulos Osler, Roth spots, FR)
• HC positiva com microorg não-típico de El
• Alt cardíacas predisponentes ou UDEV
Diagnóstico provável se:
• 2 major;
• 1 major + 3 minor;
• 5 minor
Diagnostico possível se:
• 1 major + 1 minor;
• 3 minor
Indicações para terapêutica fibrinolitica no SÍNDROME CORONÁRIO AGUDO
• EAM com supradesnivelamento de ST sem capacidade para angioplastia 1° no hospital e sem capacidade para transferir o doente em tempo útil < 120 min
• Dor refratária a terapêutica
• Instabilidade hemodinâmica.
Causas de SINCOPE
Em 25% dos casos não se identifica a causa de sincope.
1) Neurogénica (mulheres, a mais frequente, habitualmente de progressão benigna)
• Vasovagal - a mais frequente, ocorre sobretudo em mulheres. Ocorre devido à ativação paradoxal do SN parassimpático.
• Reflexa/ Situacional- por episódios de Valsava (micção, tosse, espirros, pós-prandial, após exercício)
• Hipersensibilidade do seio carotídeo - causa rara de sincope (<1%), habitualmente ocorre em idosos devido à calcificação do selo carotideo; homens a fazer a barba ou que usem gravata.
2) Cardiogénica (homens, 20% das síncopes, pior prognóstico).
• Arritmias - bradis (doença do nódulo sinusal, BAV, síndrome bradi-taqui) ou taquis (TSV, TV, síndromes genéticos como QT longo, Brugada)
• Alterações cardíacas estruturais - estenose aórtica grave, EAM, CMHO, massas cardíacas, doenças do pericárdio, tamponamento, disfunção valvular
• Cardio-pulmonar - TEP, HTP, disseção aórtica
3) Hipotensão ortostática (30% das síncopes, ++ idosos). Ocorre devido à falência do tónus simpático por perda de integridade dos barorreceptores (o barorreflexo não está integro, ao contrário da síncope reflexa). Definição: variação PAS>20mmHg ou variação PAD> 10mmHg (ou PAS>90mmHg) após 3min em pé.
• Disautonomias - primárias (Parkinson, Atrofia multissistémica) ou secundárias (Sjogren, DM, amiloidose, paraneoplásicas, VIH, LES, AR, Guillain-Barré)
Síndromes que relacionam ANEMIA e ESTENOSE AORTICA
• Síndrome de Heyde: anemia por angiodisplasia gastrointestinal + estenose aórtica
• Anemia hemolítica por destruição mecânica por prótese valvular
Causas de DOR TORÁCICA
1) CARDÍACA
• SCA
• Pericardite
• Miocardite
• Estenose aórtica
• Derrame pericárdico/Tamponamento
2) PULMONAR
• Pneumonia
• Derrame pleural
• Pnemotórax
• Neoplasia
3) VASCULAR
• Dissecção da aorta
• Aneurisma da aorta
• TEP
4) PAREDE TORÁCICA
• Costocondrite
• Herpes zoster
• Trauma
• Contratura muscular
• Fratura de costela
5) COLUNA VERTEBRAL
• Osteomielite
• Fratura de vértebra
• Neoplasia óssea (18 ou 24)
• Hérnia discal
7) EXTRA-TORÁCICA
• Patologia da vesícula biliar
• Perfuração esofágica
• Abcesso frénico
• Ansiedade
• DRGE
• Espasmo esofágico
• DUP
• Pancreatite
Complicações de EAM (sobretudo nos EAM com supra de ST)
•Disfunção do miocárdio (fase aguda/subaguda):
> Disfunção do VE: disfunção sistólica do VE, aneurisma do VE, trombo VE, regurgitação mitral secundaria
> Disfunção do VD(++ EAM inferiores): arritmias ventriculares, BAV, redução DC, choque.
•Insuficiência cardíaca - complicação mais frequente dos STEMI. Pode culminar em choque cardiogénico se EAM extenso do VE/ND.
• Arritmias (ocorrem nas 1ºas horas) - FA, arritmias ventriculares, bradicardia sinusal/BAV (+++ EAM inferiores)
•Complicações mecânicas (suspeitar de hipoPA, dor torácica de novo, sopro de novo, congestão de novo) - ruptura da
parede livre do ventriculo/septo IV/músculo papilar (IM aguda) > mortalidade 20%
•Pericardite - precoce (na 1ª semana após EAM) ou tardia (1-21 semanas após EAM). Derrame pericardico. S. Dressler
Características clínicas de PERICARDITE CONSTRITIVA
Pericardite constritiva: incapacidade de enchimento ventricular por doença pericárdica.
Clinica:
• Fadiga
• Aumento PVJ com onda y descendente rápida
• Knock pericárdico - mais alto e mais precoce na diástole do que S3
• Sinal de Kussmaul (aumento paradoxal da PVJ durante a inspiração)
• Pulso paradoxal (redução PAS>10mmHg na inspiração)
• Hepatomegálta
• Ascite
• Edema periférico
Causas mais comuns de PERICARDITE CONSTRITIVA
• Idiopática ou viral
• Após cirurgia cardíaca
• Após radioterapia (++ no linfoma de Hodgkin e na neoplasia da mama)
• Doença do tecido conjuntivo
• Infeções (nomeadamente TB)
• Outras: malignidade, trauma, induzida por drogas, asbestose, sarcoidose, urémia.
Causas de tamponamento cardíaco
• Pericardite
• Tuberculose
• latrogenia (após procedimentos invasivos, cirurgia cardíaca, RT)
• Trauma
• Neoplasias
(As de cima são as mais frequentes)
• DAI (LES, AR, esclerodermia)
• POs EAM
• Urémia
• Disseção da aorta
• Infeção bacteriana
Causas de Cardiomiopatia Hipertrofica
A CMH é a mais frequente (mais do que a dilatada e restritiva).
Causas: AD (mutação B-miosina). Principal causa de morte súbita em jovens atletas.
Causas de Cardiomiopatia Dilatada
É a 2a CMH mais frequente (a 1.ª é a Hipertrofica).
Causas:
• Toxica: álcool (+++), RT, QT (doxorrubicina), cocaína, anfetaminas
• Isquémica (a + frequente)
• Infecciosa: virus, VIH, Chagas, Lyme, Toxoplasma, febre Q
• Hereditária (30%): Fabry, Gaucher, Pompe, Becker, Duchenne, hemocromatose
• Endócrina: feocromocitoma, hipo ou hipertiroidismo, beriberi
• Inflamatória: sarcoidose, pós-parto, miocardite cél gigantes
• Takotsubo: mulheres, balonização apical do VE com alt difusas da contractilidade, ECG = EAM mas CAT sem alterações. Auto-limitado em 4-5 dias
Causas de miocardioparia restritiva
• Doenças infiltrativas do miocárdio:
amiloidose, sarcoidose, hemocromatose,
Fabry/Gaucher
• Doenças infiltrativas do endocárdio: S. Loeffler, tumor carcinóide, fibrose tropical
• Fibrose: RT, Esclerodermia
Causas de PERICARDITE
1) INFECCIOSA (++)
• Viral (adenovírus, Coxsackie, CMV, VIH)
• Bacteriana (Staphylococcus, Streptococcus (nomeadamente S. pneumoniae), H.influenzae, T.
pallidum)
• Micobactérias (TB)
• Fungos (Aspergillus, Cryptococcus)
• Protozoários (T. gondii, T. cruzi, Echinococcus)
2) INFLAMATÓRIA
• Autoimune (LES, AR, EA, Wegener, Ssj, ES)
• Síndrome de Loffler (infiltração eosinofílica)
• EAM/ Dressier
• Pós-traumática
3) NEOPLÁSICA
• Primária (mesotelioma, sarcoma)
• Secundária (mama, pulmão, melanoma, linfoma, ovário, leucemias)
4) METABÓLICA
• Urémia
• Mixedema
• Gota
• Associada a hemodiálise
5) IATROGÉNICA (após RT, CDI, CRT-D)
6) TRAUMÁTICA
7) IDIOPATICA
Indicações para colocação de PACEMAKER
• BAV sintomático
• BAV 2° grau Mobitz I
• BAV 3° grau
• Bloqueio trifasciluar com BAV intermitente
• Incompatibilidade cronotrópica / doença do nódulo sinusal sintomática
Como perceber se um doente com FA deve ou não iniciar hipocoagulação
CHA2DS2VASC2
C - IC / Fej≤40% - 1 pts
H - HTA - 1 pts
A2 - Age (≥75 anos) - 2 pts
D - Diabetes mellitus - 1 pts
S2 - Stroke (AVC/AIT/TEP) - 2 pts
V - Vascular (EAM/DAP) - 1 pts
A - Age (65-74 anos) - 1 pts
Sc- Sex category (sexo feminino) - 1 pt
Se homem com ≥ 2 pts OU
Se mulher com > 3 pts - HIPOCOAGULAR
HAS-BLED
Н - НТА
A - Abnormal renal/liver (DRC/DHC)
S - Stroke (AVC)
B - Bleeding (hemorragia prévia)
L - Labilidade do INR
E - Elderly (>65 anos)
D - Drogas/álcool
Se ≥ 3 pts - Cuidado ao hipocoagular!
Definição de HIPERTENSÃO PULMONAR
Definição: Pressão média na artéria pulmonar ≥ 25mmHg em repouso (ou ≥ 40mmHg na HTP grave) - a pressão normal é 14+/- 3mmHg.
Principais grupos etiologicos de HIPERTENSÃO PULMONAR
Grupo 1 (HTP arterial):
• Idiopática
•Hereditária (mutações do TGF-B)
• Doenças do tecido conjuntivo (esclerose sistémica)
•HT portal (S. hepato-pulmonar)
• VIH
• Schistosomíase
• Fármacos
Grupo 2 (associada a lE asquerda):
• Disfuncao sistolica
• Disfunção diastólica
•Valvulopatias
Grupo 3 (assoc e doenças pulmonares/ hipoxemia):
• DPOC
• Doença instersticial pulmonar
• SAOS
• Altitude
Grupe 4 (doença tromboembólica crónica):
• TEP
• Drepanocitose
Grupo 5 (Outras):
• Síndromes mieloproliferativos
• Doenças infiltrativas (sarcoidose, amiloidose)
• Disfunção tiroideia
• DAI (LES, AR, EA, ES, Wegener, PAN Ssj)
Como avaliar a probabilidade pré-teste no TEP e como agir consoante a probabilidade?
SCORE DE WELLS
• TVP clínica
• TEP é o diagnóstico mais provável
• TVP/TEP prévio
• FC>100bpm
• Imobilização: cirurgia há < 4 semanas ou imobilização há pelo menos 3 dias
• Hemoptises
• Neoplasia ativa
0-4 pontos → pouco provável → dosear d-dimeros
• se positivo: Angio-TC/ cintigrafia V/Q
• se negativo: EXCLUI TEP
> 4 pontos → provável → angio-TC /cintigrafia V/Q